sexta-feira, 4 de outubro de 2013

“Erro de casting”, por António Ferreira

Concluído mais um acto eleitoral, analisando os resultados obtidos pelas duas forças partidárias que, aparentemente, sobrevivem, umas breves reflexões.
Assim, tendo por base os resultados obtidos pelo PSD e pelo PS nas autárquicas de 2005, 2009 e 2013, constatamos alguns dados interessantes que podem, ou não, explicar o sucesso de uns e o insucesso de outros.
No PSD, o número de votos obtido pela lista de candidatos à Câmara foi, sempre, superior à soma do número de votos obtido pelas listas de candidatos às Assembleias de Freguesia. No PS verifica-se o contrário, a lista de candidatos à Câmara obteve, sempre, um menor número de votos que a soma do número de votos obtido pelas listas de candidatos às Assembleias de Freguesia.
A diferença entre o número de votos obtido pela lista de candidatos à Câmara e a soma do número de votos dos candidatos às Assembleias de Freguesia, no PSD, tem decrescido sistematicamente, atingindo o valor mais baixo nas eleições de 2013 (553 votos). Pelo contrário, no PS verificamos que a diferença tem vindo a aumentar, atingindo o valor mais alto nas eleições de 2013 (3003 votos). 
Nestas eleições de 2013, apesar do PSD ter perdido 2724 votos, o PS recuperou apenas 1476 votos. 
Para as Assembleias de Freguesia, entre 2005 e 2013, o PS tem vindo a aumentar o número de votos obtidos, tendo hoje mais 1986 votos que em 2005, enquanto que para a Câmara, no mesmo período, a diferença situa-se em, apenas, mais 402 votos.
Com o aparecimento do actual líder da autarquia, a lista de candidatos à Câmara apresentada pelo PSD, quase triplicou o número de votos. Este efeito não se replicou, nem se aproximou, com nenhuma das listas de candidatos à Câmara apresentadas pelo PS.
Provavelmente o PS, se pretende liderar a autarquia, deve rever os critérios na indigitação do seu candidato a líder, começando por construir uma “Job description” do candidato.

A alternativa é continuar a tentar aprender por “tentativa e erro”.