terça-feira, 9 de outubro de 2012

A proposta power point

Ontem assisti a uma reunião da Assembleia Municipal em que os membros daquele órgão votaram uma proposta que conheceram através de uma apresentação em power point. No mínimo estranho.
Na verdade e como lembrou o deputado João Valdoleiros, a convocatória daquela reunião era ilegal. Porque não teve distribuídos os documentos da ordem do dia conforme a Lei 5-A/2002 determina.
Consciente desta lacuna, António Coutinho lança inesperados e violentes ataques àquele deputado e distrai as atenções do que se disse: qualquer deliberação é nula, porque a reunião foi convocada ilegalmente.
O curioso foi ver o deputado Rui Monteiro a esforçar-se por apresentar a proposta power point. Para mim que a vi pela primeira vez fiquei sem saber qual o pensamento inerente à mesma. O que me ficou da discussão da mesma foram os inputs, esses mesmo que não chegaram, e o mapa, esse mesmo que todos queriam conhecer. O mapa... E a justificação? E as pessoas? E... o resto?
A proposta power point contém freguesias que se juntam mas não querem, outras que ficam sozinhas mas também não queriam, e outras que passam ao lado desta reforma. 
Uma dúvida: ficou a CDU satisfeita com a junção de Toutosa a Santo Isidoro? 
O mais "chocante" foi ver a minha freguesia, a da sede do concelho, perder esse estatuto para outra. O presidente de Junta de Fornos gostou deste arrepio à história. Talvez as pessoas lho lembrem daqui a 1 ano.
De tudo um pouco houve ontem na apresentação da proposta do power point, essa mesma que se refletirá na vida das pessoas, até sabe o power point quando.

Fico à espera de ver se também em reuniões de Câmara haverá propostas power point.

Ah, um pequeno pormenor: como Vereador do concelho desconheço a dita proposta power point, somente a vi fugazmente ontem pelos Paços do Concelho.

Viva a transparência! E a proposta power point. (não esta, mas a que há-de vir)

16 comentários:

  1. Concordo plenamente, Artur.
    Trata-se de uma proposta esfarrapada, elaborada em cima dos joelhos sem ouvir as populações. Na freguesia de Vila Boa de Quires nem sequer houve Assembleia de Freguesia para para a mesma se pronunciar sobre a fusão com Maureles, o que contraria a Lei.
    Quanto ao nome: Vila Boa de Quires e Maureles, ambas as populações discordam. Os de Maureles não aceitam o nome de Vila Boa de Quires na sua freguesia e os Vilabonenses não aceitam o nome de Maureles. Pelos contactos pessoais que tenho tido tanto com habitantes de Maureles como de Vila Boa de Quires, o nome de Portocarreiro reunia maior consenso.

    ResponderEliminar
  2. Depois da humilhaçao a que o povo de Santo Isidoro foi sujeito, impõe-se uma tomada de posição firme por parte dos seus representantes. A Assembleia de Freguesia deveria reunir extraodinariamente para deliberar uma posição a adoptar. Impõe-se, ainda, que o Sr. Presidente de Junta se defina quanto à sua manutenção no grupo municipal do PSD. Se discorda da decisão do seu grupo, como o afirmou na Assembleia Municipal, deveria ser coerente e romper com o grupo do PSD e ser solidário com o povo de Santo Isidoro.

    Rodrigo Lopes

    ResponderEliminar
  3. O Sr. vereador Artur Melo, deveria ter tido a coragem de ter apresentado a proposta que durante tanto tempo apregoou. Nem sequer tentou um consenso com as outras forças políticas. Não teve a honestidade de a apresentar e defender perante toda a assembleia a posição do PS em relação à reforma administrativa. Preferiu esquivar-se que nem uma cobra, esconder-se no silêncio e aproveitar para fazer demagogia política.
    Não tem coragem, não assume posição, procura fazer aproveitamento político quano o que está em jogo é demasiado sério para tal. Assim o povo não votará em si.
    Sr. Artur Melo, o Povo não é burro nenhum!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Caro Esclarecido anónimo

      Não conhece o processo que se iniciou faz muito tempo.
      E por ser um assunto sério, temos que ter a inteligência e o bom senso, de não opinarmos do que não sabemos. O senhor estará naturalmente condicionado ou ignorante no tema.
      O partido socialista do Marco iniciou este processo faz muito, muito tempo, lembro-me que já falavam disto na última campanha. Parece-me que fez algum trabalho de casa a tempo e horas. Enquanto do lado laranja perderam tempo com guerras internas de território, escolha política de votos para o mapa proposto passar no órgão.
      O nosso governo concelhio não fez qualquer trabalho por incapacidade, deixou o comboio passar em todas as estações e quer travar a carruagem na ultima estação . . .
      O povo? Os senhores não deram cavaco ao povo. Nem o simples nome da freguesia permitiram que escolhesse. O povo não sabe sequer o que está a acontecer. Que iniciativas teve o poder para informar e ouvir o povo?

      Eliminar
    2. Engraçado este leitor que achava que um vereador da oposição deveria ter apresentado a proposta quando mais nenhum vereador o fez... Deve ter a ver com o facto de a maior parte dos PSD's o acharem "melhor" e também estenderem este epíteto ao resto do PS. Houve mesmo eleitos pelo PSD que tinham a certeza que a suposta proposta do PS seria sem dúvida a melhor... porque será?

      Audaz

      Eliminar
  4. Caro Artur Melo

    Subescrevo as tuas palavras e gostava de lembrar alguns aspetos que aprendi nessa noite.
    As câmaras municipais são "unidades de negócio" disse um representante laranja . . .por aqui abro as hostilidades.
    Deputados da assembleia afirmaram serem contra a reforma administrativa e votaram a favor da proposta.
    Apesar de praticamente nenhum executivo de freguesia ter promovido, ouvido, cativado a sua população, as suas associações, as suas colectividades ao debate e à informação, dever essencial da câmara municipal, houve “representantes” de freguesia com força moral para opinar pelos seus vizinhos!
    Era muito importante conhecer a opinião dos técnicos da câmara municipal, conhecedores como ninguém do planeamento ou não do concelho, da actividade económica, da compatibilização geográfica com a reorganização, com a própria carta escolar, muito importante sabermos se compromete ou não os “imensos” estudos e “especializados” do futuro PDM que ninguém conhece os princípios. Lembro até que os próprios limites de freguesia deveriam sempre ter em conta, pelo menos, as grandes alterações existentes nas vias de comunicação no concelho. Poderia escrever durante largos minutos sobre esta matéria, lembro só as alíneas a), b) e c) do artigo 3.º da lei 22/2012.
    Mas saúdo em especial a capacidade técnica, super-homens diria, de em pouco mais de 2 horas terem fixado, estudado e decidido através de uma visualização/apresentação deficiente de uns mapas mal-amanhados, sem sequer terem suporte gráfico, desconhecendo os estudos que sustentam o documento, decidir a reorganização administrativa do território do concelho. Estes homens iluminados são naturalmente candidatos a todos os prémios instituídos por esse mundo fora.
    A leviandade e incompetência deste processo roçam a insanidade!
    Durante o período de discussão da proposta, conhecida na “hora”, não ouvi um argumento técnico a favor da dita, mas eu vou ajudar um bocadinho.
    Compreendo que a freguesia de Sobretâmega tenha ficado sozinha, existe a necessidade imperiosa de promover e preservar a comunidade piscatória! Talvez até a necessidade de criar alguma confusão nos turistas das freguesias de Constance e Sobretâmega, promovendo a “caça ao tesouro”. Desejo de se tornar a freguesia mais pequena do concelho!
    Compreendo também a estratégia de Banho e Carvalhosa permanecer una, será que estão a pensar compensar a dívida do município com uma futura venda?
    A teimosia em criar agitação em S. Lourenço do Douro pode-se compreender com a promoção do movimento das populações, deverão estar muito pacatas sociologicamente.
    A criação de surpresa, na sua maioria, dos novos nomes e escolha de localização das sedes das freguesias será naturalmente para promover a cidadania das populações nas futuras assembleias e nos tribunais?
    Parece-me que esta “unidade de negócio” deixou correr o marfim e é a grande culpada pela pobreza e falência do processo.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pena sr. Rui Valdoleiros só agora aparecer e dizer como se devia ter feito o trabalho, pois podia ter, juntamente com mais alguns esclarecidos ter ajudado o PS a apresentar uma proposta que concerteza seria melhor para todos. Fica-lhe mal falar agora. Calou-se antes, cale-se agora. Eu, se não sabe, fui dos que votou contra a proposta. Não lhe agradeço, que apareça agora, o jogo acabou!

      Eliminar
    2. Caro José Vasconcelos

      Em politica, o jogo nunca acaba ! Os timings são definidos por cada um de nós, segundo a sua consciência!
      Se realmente tem responsabilidades neste processo rocambolesco . . .terá naturalmente que justificar à sua população os efeitos da “não reforma”, desta oportunidade perdida.
      Mais uma vez, deveria estudar com alguma cautela este dossier. Estudar com cautela maior as posições do partido socialista a seu tempo.
      Mais, para quem deliberou o parecer onde consta “Esta reforma administrativa não deve ser imposta, só por si, mas promover um verdadeiro debate local a local”, “As pessoas não são números . . .”, “Opor-se aos pressupostos, objectivos, princípios e parâmetros definidos na Lei nº 2272012” . . . estamos conversados.
      E digo-lhe ainda mais, porque não entendeu de todo a mensagem.
      Estava então à espera que um vulgo cidadão marcoense definisse a estratégia deste processo de reorganização territorial! Vá com cuidado, não tarda nada, vai sugerir que o nosso primeiro ministro solicite ao Seguro, quiçá ao Louça, a execução do orçamento de Estado de 2013.
      O poder, o governo concelhio nada fez, absolutamente nada, demitiu-se do processo, muito ao contrário das câmaras municipais onde, havendo vontade, se construiu uma reforma séria. E para isso seria este órgão, mais do que ninguém, que deveria promover o debate, explicar às populações os prós e contras da reforma, ouvir as muitas associações do concelho, ouvir a sociedade civil, solicitar a intervenção dos técnicos de várias vertentes (principalmente os da CM), assembleias de freguesia, para de seguida propor soluções fundamentadas, sustentadas. Propondo uma solução (mapa, novos nomes, localização de novas sedes, novas delimitações territoriais, estudos competentes de suporte da proposta, compatibilização com outros instrumentos de planeamento da nossa região) estaríamos na altura então de discutirmos todos sobre a mesma.

      Eliminar
  5. Caro Artur Melo

    Até houve um elemento do psd que culpou a troika pelo mapa fraco do Marco.

    ResponderEliminar
  6. O silencio da CDU só se justifica devido ao acordo de "não agressão" estabelecido com o PSD no sentido de não contestar a agregação de Toutosa a Santo Isidoro mediante a entrega da sede a Toutosa.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Meu caro José em política ao modo português tudo,mesmo tudo,como a honra,a palavra,a dignidade,é negociável.Judas nunca deixaram de existir,quando não,onde estariam as mãos estendidas para receber os trinta dinheiros?
      E dizem-se defensores dos valores democráticos.Imagine-se se não o fossem.

      Eliminar
  7. Na argumentação a favor da proposta e de estarem mandatados para decidir pela agregação de freguesias, foi bonito alguém fazer a analogia com uma outra votação, a privatização das águas. Todos votaram, disse! Os resultados visíveis são esclarecedores. Espero que a votação ocorrida alguns anos depois (em Ariz?), não tenha sido, ainda mais nefasta para os nossos interesses. Ferreira Torres não esperava certamente este desagravo.

    A proposta de agregação foi apresentada sob a ameaça, ou único argumento, que se não a aprovassem, outros o fariam e com piores resultados. Recordo que o Porto recusou a proposta de agregação de freguesias em discussão.

    Também ouvi do público que o mesmo deputado que fazia a defesa da proposta terá sido o mesmo que votou favoravelmente pela compra do cine-teatro em função das suas convicções religiosas.

    Nas últimas eleições autárquicas os Marcoenses também foram “empurrados” para uma bem “construída” bipolarização.

    Uma forma fácil de não discutir proposta, projectos ou ideias, sendo dado realce aos resultados que “os adivinhos” fazem crer serem reais!
    Estará a nascer uma Escola no Marco?

    ResponderEliminar
  8. Entendo que estes Josés, talvez como os Varandas e Januários, gostem de escrever o que lhes dá na gana pois o anonimato dá-lhes essa cobertura, entendo também que possa haver quem esteja curioso sobre a posição da CDU sobre a situação de Toutosa, mas tais gostos demonstram no mínimo distração, pois se estivessem atentos à Assembleia teriam percebido que os dois eleitos da CDU, eu e o representante da Junta de Toutosa, votámos contra a proposta apresentada.
    Importa isso sim destacar a posição de firmeza da presidente da junta de Soalhães que, ao contrario dos presidentes da junta de Constance e Banho e Carvalhosa, não tremeu e votou contra a proposta. E não se demitiu de ter opinião


    Joao Monteiro Lima

    ResponderEliminar
  9. Tive muita pena de ver deputados municipais se portarem como presidentes de junta, só olharam para o seu umbigo. Os presidentes de junta foram eleitos com os votos da sua junta, e se estavam bem, até se compreende votarem a favor, mas os deputados municipais que estão lá pela soma dos votas de todo o concelho, votarem a favor porque concordavam com a proposta para a sua freguesia, valha-nos...., assim não admira que em Lisboa não nos liguem nenhum. Penso que como deputados municipais, bastava uma freguesia estar contra à sua agregação, os deputados independentemente da sua opinião ou da sua freguesia deviam estar contra.
    No que respeita ao mapa,alguns diziam melhor este que um de Lisboa, será que faziam pior?

    ResponderEliminar
  10. Caro amigo João Lima, o Presidente da Junta de Constance, não tremeu, porque a minha posição foi tomada em 30 de setembro na assembleia de freguesia, eu fui sempre a favor de uma reforma administrativa, alias em 29 de Outubro de 2010 publiquei neste blog o meu raciocínio quanto a uma reforma administrativa, com o devido respeito para com todos os munícipes deste Concelho, mas entendo que fomos todos responsáveis por este processo, porque todos nos quisemos afastar dele, penso que se podia ir mais além, mas o que é certo é que infelizmente realizam-se as assembleias de Freguesia e os munícipes não aparecem, estou há 11 anos no executivo e se a minha memoria não me atraiçoa só uma vez compareceram munícipes, não é por falta de informação, porque cumprimos os prazos e local no que a lei determina, mas isto é o que se passa por este país.
    Portanto estou de consciência tranquila porque hoje toma a mesma decisão
    Um abraço
    Abílio Castro

    ResponderEliminar
  11. Caro Amigo Abílio Castro
    referia-me ao facto,a que apenas eu me referi na Assembleia, de terem sido deixadas de fora as juntas do PS, no que me pareceu uma tentativa de obter os vossos votos. Naturalmente, como a Assembleia de Freguesia de Constance se pronunciou (tal como a de Banho e Carvalhosa) pela manutenção tal como está, o seu voto se fosse contra apenas se justificaria com os argumentos usados pela Presidente da Junta de Soalhães.
    A Presidente da Junta de Soalhães foi também coerente pois discordou desta reforma e votou contra.
    Não tenho dúvidas que o meu Amigo está de consciência tranquila e em consonância com a decisão das gentes de Constance, tal como não tenho dúvidas que o meu amigo decide apenas pela sua cabeça e não aceita que lhe tentem por o pé em cima.
    Abraço

    João Monteiro Lima

    ResponderEliminar