segunda-feira, 30 de abril de 2012

O drama da representatividade

Na viagem entre o Porto e o Marco ouvi parte da Assembleia Municipal de sexta-feira, e, sem querer ser polémico ou demagogo, ouvi dois exemplos de diferente representatividade. A primeira enquanto ex-habitante (durante 37 anos), da freguesia de Fornos e a segunda enquanto munícipe do Marco durante 37 anos e mais uns meses. Primeiro, senti-me representado pelo presidente da Junta de Fornos, Carlos Alberto, meu amigo pessoal e um dos presidentes de Junta que mais tenho criticado pela inoperância e falta de sentido estratégico. Desta vez o meu amigo esteve bem, ao questionar Manuel Moreira sobre as obras do cemitério de Fornos, prometidas em 2009, com cartaz e tudo e até agora não se sabe se há ideia sequer de alguma vez as fazer... Carlos Alberto, apesar de alinhar com o poder, é um homem que tenta representar as pessoas que o elegeram e deve manter a palavra e apostura, sob pena de perder a credibilidade, o que em política é (quase) tudo. Manuel Moreira, como sempre, não teve resposta...
O segundo exemplo de representatividade foi a intervenção da vereadora Carla Babo a propósito das contas do município. Bastou aquela coisa do "DIE, documento estratégico........, documento estratégico......, pronto. é o DIE!" para perceber porque é que estamos como estamos 6 anos depois da "mudança tranquila" e do mascarar constante das contas de modo a tentarmos fazer boa figura em algum anuário quando até a despesa com a electricidade continua a aumentar...
Quem votou PSD em Fornos sentiu-se representado (mesmo que pobremente), na intervenção do Carlos Alberto mas ter-se-á sentido envergonhado com aquele executivo. A não ser assim, quem acredita em Democracia?

sexta-feira, 27 de abril de 2012

CP recua

O MCN soube que em reunião entre a CP e a comissão de utentes da linha do Douro, foi anunciado que a decisão da supressão dos 15 comboios entre as estações de Marco e Caíde fica para já suspensa.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Reunião da Assembleia de Fornos

A  11ª Sessão Ordinária da Assembleia de Freguesia de Fornos (pública) que está marcada para o próximo  dia 26 do corrente mês de Abril, pelas 21 horas, na sede da Junta de Freguesia, com a seguinte ordem de trabalhos:

1 - Leitura e votação da acta da reunião anterior;
2 - Período antes da ordem do dia;
3 - Apreciação, discussão e votação das contas de Gerência de dois mil e onze;
4 - Período de Intervenção do público.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Relatos pessoais do dia 22 de Abril

Naquelas duas horas do dia 22 na Estação também falei com as pessoas comuns e, como sempre, apreendi.

Foi o Marcoense que ao meu lado afirmava que quem mandava nas forças da GNR do Marco era o Presidente da Câmara. Eu disse-lhe que não, e ele respondeu-me com toda a sua sinceridade que era, pois pelo menos era assim nos tempos do anterior presidente. Este mandava na GNR. Eu garanti-lhe que não, mas também lhe disse que essas forças ouviam a opinião de todas as autoridades, só que tinham a sua própria linha de chefia.

Era a mãe, que firme não saía da frente do comboio, mas que mandou os seus filhos adolescentes para lugar seguro, para grande desgosto destes.

Várias populares perguntavam quais os Presidentes de Junta que estavam presentes, e logo alguém lhe respondiam que tinha visto o de Tuías, ou a presidente de Manhuncelos, ou ainda a de Soalhães. Eu afirmei-lhes que tinha visto quase todos, e esses populares ficavam contentes e eu senti que queriam ser representados, eram as suas referências, aqueles que os defendem todos os dias.

Perguntavam quem eram os presidentes das outras câmaras que estavam presentes, quais os jornais e principalmente que televisões é que estavam presentes.

Comentaram erradamente que aquela miúda já ia presa. Eu olhei e ri-me, a “miúda” é também das forças da ordem. Está à paisana, e se repararem traz um rádio na mão, e olhem como ela dá ordens aos soldados da GNR. E ninguém estranhou.

Um desses soldados parou à nossa beira, entre as pessoas e uma das composições. Pediu-nos educadamente para nos afastarmos um pouco, e as pessoas começaram a falar com ele. Descobriram que era da GNR de Baião, mas que morava em Lamego. Mas a pergunta mais curiosa foi se ele estava com medo. Ele não respondeu, mas sorriu. Eu disse-lhes que ele era dos nossos e só estava a fazer o seu dever, e muito bem, pelo que estávamos todos agradecidos.

Dentro das composições as pessoas não sabiam muito bem o que se estava a passar, mas abriram as portas e a comunicação fluiu naturalmente. Uns explicavam que estavam a defender o interesse de todos os utentes, os outros diziam que vinham da Régua ou de Lamego e gracejavam com a situação, pedindo que lhes preparassem o jantar. Os turistas ingleses só pediam que não se esquecessem de arranjar vinho. Do outro lado respondiam que tinha que ser vinho verde do Marco.

A única queixa é que o ar condicionado não funcionava e o calor era imenso, então fui com o meu amigo Jaime procurar alguma loja aberta para comprar umas garrafas de água para aqueles “reféns” tão simpáticos. Quando as entreguei, vi várias pessoas a oferecer as suas próprias garrafas de água aos passageiros.

Espero que se for necessário estarmos todos Domingo na mesma situação, alguém se lembre de trazer o vinho verde para os ingleses.

No fim ainda houve tempo para nos despedirmos desses novos amigos, com um "talvez" até ao próximo domingo.

Foi uma manifestação, que me orgulhou pelo seu espírito cívico, pela inteligência como todos lidaram com as várias situações, mas principalmente pela camaradagem que existiu entre todos aqueles que são, e se sentem, iguais.

(Fotografia de Bebiana Monteiro)

JS também contra a supressão das ligações ferroviárias

A Juventude Socialista (JS) do Marco de Canaveses desde o princípio, antes ainda da comissão de utentes ser conhecedora, acompanhou e noticiou a possibilidade da supressão de ligações ferroviárias Marco-Caíde. E desde o primeiro momento se mostrou frontal e claramente contra essa possibilidade de decisão por parte da CP, uma decisão que, a concretizar-se, vai deixar o Marco de Canaveses preso a si mesmo, envolto nas correntes do isolamento, com a mobilidade dos marcoenses amputada de forma violenta.

As ligações ferroviárias para o Marco de Canaveses foram, desde sempre, defendidas pela JS Marco Canaveses. Já antes tínhamos estado ao lado da população, assinando a petição lançada pelo executivo municipal (uma petição plena de intenções contra o governo de Portugal e pouco esclarecedora quanto ao apoio aos marcoenses, uma mera jogada política diga-se) e encetado esforços dentro dos órgãos distritais e nacionais da JS no sentido de fazer da eletrificação da linha ferroviária uma prioridade nacional. É fulcral, todavia, relevar que, nesse momento, nunca esteve em causa a supressão das ligações ferroviárias, nunca colocando o Partido Socialista em cima da mesa a possibilidade de isolar o Marco de Canaveses. O atual governo, e mais concretamente o secretário de estado dos transportes, Sérgio Monteiro, estão, pois, a fazer uma lamentável e despudorada ofensiva à população, exigindo uma cabal resposta do povo marcoense.

Por tudo isto, fomos muito além da posição formal e pública: a JS Marco Canaveses arregaçou mangas, juntou recursos e uniu-se à comissão de utentes e a toda a população marcoense num árduo e intenso trabalho de divulgação e mobilização através de todos os meios possíveis. Mobilizámos toda a estrutura distrital da JS e o maior número possível de recursos para um momento decisivo da nossa história, o resultado foi claro: a JS Marco Canaveses ESTÁ JUNTO DOS MARCOENSES. Com efeito, através de redes sociais, meios audiovisuais, contactos telefónicos e mesmo na rua, a JS Marco Canaveses colocou-se junto dos marcoenses para fazer desta manifestação um momento de união e demonstração de força do povo marcoense. No dia 22 de Abril, o Marco de Canaveses foi um, a uma só voz, com um só propósito: a manutenção das ligações ferroviárias Marco-Caíde. Aguardamos agora resposta da CP relativamente às propostas apresentadas pela comissão de utentes, certos de que, se for necessário, se repetirá a mobilização e, mais certos ainda, de que esta será ainda maior.

A possibilidade da redução da mobilidade dos marcoenses deve ser combatida por toda a população. Este é um serviço indispensável a um concelho que já se debate com dificuldades avassaladoras, pelo que a nossa posição será sempre, invariavelmente, a defesa dos interesses dos nossos conterrâneos.

O político, o povo e a locomotiva

Ontem estive na Estação e assisti a um momento bem demonstrativo do poder e querer dos Marcoenses.

A luta pelo cancelamento definitivo da electrificação da Linha do Douro e a não supressão dos comboios conseguiu que durante umas horas fossem esquecidas as lutas partidárias locais. Os Marcoenses estiveram unidos na luta contra a má decisão de um poder centralista que não olha para as necessidades do comum dos cidadãos. Estiveram lado a lado praticamente todos os principais políticos locais e autarcas de alguns concelhos vizinhos. Mas mais importante é que estiveram milhares de populares de todo o concelho, e muitos de concelhos vizinhos que se juntaram a uma luta, que também é deles.

O que está em causa não afecta só o Marco, afecta todo o concelho e os nossos concelhos vizinhos, e o povo percebeu e esteve presente. Vieram nas suas viaturas particulares, de boleia ou até a pé, mas estiveram presentes. Vieram pais, mães e filhos, vieram os mais novos e os mais velhos, vieram como Marcoenses ou como amigos nesta luta, não vieram arregimentados, mas porque sentiram que tinham que ir à luta.

Um pouco antes das seis horas da tarde um político começou a discursar para os presentes à beira da estrada, e eu estava a preparar-me para apanhar mais um “seca demagógica”, quando me apercebi que muitas pessoas estavam a entrar na estação e a dirigirem-se para o cais. Senti que deveria ir com eles e perceber porque não lhes interessavam as palavras do político. E fui.

No cais apercebi-me que as pessoas trocavam opiniões entre eles e aguardavam pela chegada do comboio, este aproximou-se e vi o povo curioso, mas ordeiro. Algumas forças da GNR já estavam presentes e limitavam-se a assegurar que as pessoas que enchiam o cais não corriam riscos com a chegada do comboio.

Tudo calmo. Não fosse o número anormal de pessoas no cais. Não se viam bandeiras, não se viam cartazes, não me apercebia de qualquer grupo organizado, até estavam presentes os normais utilizadores do comboio carregados com as suas malas de viagem. O comboio parou e poucos segundos depois, um pouco por todo o cais, um ou outro popular tentava descer calmamente para a linha, mas algum GNR mais próximo logo lhe pedia para que regressasse para o cais, o que acabava rapidamente por acontecer. Só que a persistência dos populares tornou impossível este controlo das forças da autoridade e sem nenhuma dificuldade a linha foi tomada pelos populares.

Muitas dezenas concentraram-se em frente à locomotiva, muitas mais à volta no cais, nos terrenos circundantes, no muro da estação e até nos viadutos próximos onde podiam acompanhar os acontecimentos. Não me apercebi que tenha sido uma acção organizada, mas uma acção espontânea por parte de uma população que não se revê nos seus dirigentes políticos.

Só intermináveis minutos depois é que o político, que discursava mais um longo e vazio discurso, percebeu que poucos tinha à sua volta e que o centro de atenções era na estação onde se confrontava a locomotiva e uma linha de forças da ordem com a vontade da população unida na defesa dos seus interesses. Claro que o político, cheio de experiência de tomar como seu os méritos dos outros tentou colocar-se também ele no centro de atenções. Assim, terá ido para a frente da locomotiva, mas o engraçado é que durante mais de uma hora tanto eu, como a grande maioria dos populares presentes, até pensavam que este teria desaparecido.

O que se observou então foram três exemplos de grande civismo:

- O primeiro foi uma população unida, que se manteve firme na sua posição, mantendo a calma e sem provocar ninguém. Mesmo quando a locomotiva avançou inadvertidamente por uma pretensa falha mecânica, existiram algumas pedradas, mas imediatamente os ânimos acalmaram-se e a luta continuou firme, mas calma;

- O segundo foi dado pelas forças da ordem, que se comportaram exemplarmente, mantendo a calma, tendo paciência para resolver toda a situação criada e dialogando com a população. Temos que ter a consciência que estamos todos do mesmo lado, e estes homens e mulheres são também nossos irmãos, pais ou filhos. Somos todos portugueses que lutam por mundo melhor;

- O terceiro foi a posição da Comissão de Utentes, que na falta de quem tivesse capacidade de levar à desmobilização da população, conseguiu que a população acreditasse na sua palavra de que iriamos esperar oito dias por uma resposta dos responsáveis da CP e da REFER, e dependente da resposta vir então a tomar uma posição mais firme.

Ficou bem demonstrado que a povo sabe o que quer, e sabe em quem neste momento pode acreditar. Importante que esses políticos de discursos “secos e demagogos” percebam que as pessoas já não acreditam neles e esta não será a única luta que os Marcoenses vão ter que enfrentar. Recordo a reorganização das freguesias do nosso concelho, de que ninguém fala, e as cada vez piores condições das nossas redes de distribuição de água e saneamento, que parece ausente das preocupações dos políticos locais.

(Fotografia de Bebiana Monteiro)

sexta-feira, 20 de abril de 2012

628.908 Desempregados inscritos no IEFP

O número de desempregados inscritos no IEFP no concelho de Marco de Canaveses no mês de Março continua a crescer pelo nono mês consecutivo e atingiu de novo o recorde absoluto de 4.451 desempregados. Mais 20% de desempregados do que à 12 meses.

No Continente o crescimento continua também pelo nono mês consecutivo e atingiu também um novo recorde absoluto de desempregados.

Em Marco de Canaveses foram atingidos novos recordes absolutos de desempregados do sexo masculino, dos desempregados a mais de um ano, do novo emprego e do grupo etário acima de 55 anos, dos desempregados abaixo do 1º ciclo do ensino básico, do 2º ciclo do ensino básico e do secundário.

Políticas e políticos fracos

Receitas fiscais caem contrário do previsto “pelo governo” e agravam contas públicas, a despesa está a aumentar “ao contrário do prometido pelo governo”, e como consequência o Défice do Estado praticamente duplicou, pode-se ler aqui.

A receita proveniente dos impostos está a cair 5,8%, mas a despesa cresceu 3,5%. Tudo ao contrário do que tinha sido prometido antes das eleições pelos dois partidos que constituem a coligação de governo.

Os números apontam declaradamente para o erro na escolha das políticas para sair da crise, por parte do governo, e o erro na escolha dos políticos, pela parte dos portugueses.

Luta, Luta camarada Luta!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Dias de tempestade

Numa terra normal, os dias que vivemos seriam de mudança, mas no Marco nunca se sabe... Podemos andar todos alarmados e empenhados e no dia seguinte, nas urnas, o voto ir todo na mesma direcção de sempre.
Esta questão do comboio, que o PS colocou na gaveta até virem melhores dias e o PSD colocou na gaveta para sempre, pode ser mais um possível despoletar das consciências da gente da nossa terra. Mas também pode ser mais um tiro de pólvora seca e ficar tudo na mesma. Lembro-me de há menos de um ano ter reunido vezes sem conta com comissão de utentes e especialistas da REFER e da CP e o PS ter feito um documento relativo ao aumento de horários de comboios e o complemento da oferta de transporte entre o centro da cidade e a estação. Foi uma bela tentativa de termos uma política de transportes, como sempre boicotada por tudo o que são agentes de difusão e de informação. Lembro-me da luta com a Rádio Marcoense para que a mensagem passasse.
Também aqui no MCN se nota que as coisas andam "aquecidas": audiências em alta, muitos comentários e muitos posts. Tal como em 2008 e 2009, a esperança é que não deixemos cair este élan de mudança e agitação, mas sabemos como esta terra funciona e como se "abafam" e enganam as consciências.
Esperança é mesmo a palavra de ordem. Porque sem ela, apanhamos todos os últimos comboios que nos restam e não voltamos mais...

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Reforma do mapa judiciário?, por Rodrigo Lopes

A reforma do mapa judiciário está prestes a desferir um ataque sem precedentes ao Marco de Canaveses.
Esta reforma, repudiada pelos advogados da nossa comarca contará, certamente, com o veemente protesto dos Marcoenses.

Esta reforma é o primeiro passo para o encerramento do tribunal. Com esta reforma, o tribunal passa a ser um tribunal das pequenas causas, da pequena litigiosidade, enquanto que as causas de maior importância passarão a ser discutidas no tribunal de Amarante e de Penafiel.

Apesar do tribunal do Marco de Canaveses ser um tribunal com grande pendência e ter realizado obras de beneficiação, o governo decidiu esvazia-lo de competências, transferindo-as para o tribunal de Amarante e Penafiel. É mais um ataque que nos fazem.

A justiça é um bem imaterial, mas torna-se um bem inacessível aos mais pobres e carenciados. A custas judiciais dificultam o acesso justiça, esta medida dificulta ainda mais o acesso à justiça e contribui para o fortalecimento da ideia de uma justiça para ricos e uma justiça para pobres.

Não podemos permitir que outros concelhos cresçam à custa do empobrecimento do nosso concelho.

Os Marcoenses devem estar atentos a esta medida que muito afeta a nossa terra.

Rodrigo Lopes

terça-feira, 17 de abril de 2012

Manifestação pelo Comboio em Marco de Canaveses

Comunicado do PS Marco sobre a supressão de horários

O Presidente da Concelhia do PS/Marco pede para divulgar o seguinte:

Após o anúncio relativo à intenção da CP em encerrar as ligações Marco – Caíde, o Partido Socialista do Marco de Canaveses expressa o seu veemente protesto face a esta decisão que, a ser concretizada, prejudicará em muito todas as pessoas que pretendem viajar utilizando este meio de transporte. Para além dos prejuízos sociais e económicos que esta medida acarreta a todos os marcoenses, também populações de outros concelhos vizinhos ficarão prejudicados, dado que normalmente recorrem à estação do Marco de Canaveses para aí tomarem o comboio.

A ferrovia é um importante meio de transporte de bens de pessoas assumindo-se como um vetor de desenvolvimento económico e social do concelho. No Marco potenciou o crescimento das freguesias circundantes à linha do Douro as quais criaram ao longo dos anos dinâmicas próprias que decorreram desta proximidade.

Por outro lado, numa época de constrangimentos económicos das famílias e do país, em que se deve potenciar o uso dos transportes públicos em detrimento do automóvel, vemos o Governo a implementar uma medida no sentido oposto que terá consequências negativas na qualidade de vida das populações.

Por isso, o PS/Marco não pode ficar indiferente a esta situação e exige ao Governo de Portugal que tenha em consideração que para uma região como a nossa, em se sente particularmente a atual crise, são necessárias medidas de apoio e incentivo aos seus habitantes e não de constrangimento e retrocesso como a que se agora se propõe, pelo que exige o seguinte:

A inclusão da eletrificação da Linha do Douro até ao Marco no Plano Estratégico de Transportes, de modo a que esta se concretize quando a situação financeira do país o permitir;
A manutenção dos comboios de ligação entre Caíde/Marco, conforme compromisso anterior da CP, até que tal obra se verifique.

Desta forma o concelho do Marco de Canaveses continuará integrado na linha de comboios urbanos do Porto, situação que consideramos ser imprescindível para a coesão social e económica desta sub-região do Tâmega.

Estamos, pois, solidários com todos os utentes, forças vivas e partidárias que no próximo domingo se manifestarão em defesa da manutenção das ligações ferroviárias entre Marco e Caíde.

domingo, 15 de abril de 2012

Filhos e Enteados

Estando na ordem do dia o possível corte das ligações de comboio entre o concelho do Marco e Caíde, voltou a falar-se um pouco por todo o lado de que uns são filhos e outros enteados.

Os Marcoenses estão no risco de perder a possibilidade de utilizar um transporte público para se deslocarem e as razões apontadas é que o Estado não deve subsidiar os meios de transportes públicos a custo do dinheiro de impostos que todos nós pagamos. Assim quando estes serviços não são rentáveis encerram-se.

Mas o que se passa com os nossos eleitos locais?

As contas da Município demonstram de novo que este está falido. O passivo é bastante superior ao activo, não existe uma gestão e controlo sério das despesas e os maus hábitos mantêm-se. Um desses maus hábitos é a utilização abusiva das viaturas municipais para deslocações dos principais eleitos autarcas.

E porque digo isto?

Independentemente da lei, estes eleitos deveriam, na situação de crise que o Município atravessa nos últimos anos, não abusar da utilização das viaturas municipais. Deveriam dar o exemplo e moderar a sua utilização, mesmo quando a lei o permite. Mas como todos sabemos, esta política nunca foi seguida, e inclusive uma das primeiras medidas do executivo eleito em 2005 foi adquirir uma nova viatura oficial para utilização do recém-eleito Presidente da Câmara.

Os custos da utilização desta viatura, ao longo destes anos, não se limitaram à viatura propriamente dita mas também aos custos com o motorista da mesma, que todos pagamos.

Este último custo poderia ter sido poupado?

Podia. O Decreto Lei 490/99 possibilita que as viaturas oficiais possam ser conduzida pelo próprio, evitando assim um custo desnecessário, que poderia ser utilizado de um forma bem mais útil. São opções políticas do próprio, que representa o seu modo de gerir o orçamento escasso que o Município dispõe para utilizar com todos nós.

E porque digo que a utilização das viaturas oficiais têm sido abusiva?

É que nunca foi desmentido, que estas são utilizadas em acções partidárias e na deslocação diária de alguns dos eleitos autarcas entre o Marco e as suas residências pessoais, que ficam até fora do concelho. E a lei dos Estatutos dos Eleitos Locais é clara quando diz que estes só têm direito a uma viatura municipal, quando ao serviço da autarquia.

Assim, uns irão perder os direitos de utilização de um transporte público porque este não é rentável, enquanto outros continuam a utilizar abusivamente os recursos de todos nós impunemente.

sábado, 14 de abril de 2012

História da Linha do Douro, por Manuel Tuão

Na segunda metade do século XIX, começam a fazer-se sentir em Portugal as primeiras tendências de industrialização e, com elas, toda uma nova dinâmica de transformação do país nunca antes vista, fazendo estremecer inexoravelmente uma sociedade que há muito parecia ter cristalizado num imobilismo persistente. Tardiamente acabariam por ser adoptadas, nas velhas manufacturas, as inovações técnicas desenvolvidas pelos físicos François Cugnot e James Watt que, consistindo no aproveitamento da força elástica do vapor de água, se traduziam, quando aplicadas à indústria, numa substituição do trabalho muscular pela mecanização. Com efeito a inexistência no país de uma classe mercantilista fortemente desenvolvida impediu que se tivesse processado uma acumulação de capitais, de molde a tornar mais célere e vigoroso o arranque da nossa Revolução Industrial. No entanto, condicionalismos históricos estruturais determinaram que áreas geograficamente restritas do território nacional iniciassem um processo de crescimento económico relativamente acelerado quando comparadas com outras, principiando-se assim uma génese de desequilíbrios regionais cumulativos, cuja intensidade se tem vindo a agravar até à actualidade. Foram alguns centros urbanos de maior dimensão, localizados no litoral, aqueles onde a nova dinâmica transformacional se sentiu de uma forma mais acutilante, porque para além das disponibilidades financeiras se concentrarem nestas paragens, estas eram simultaneamente lugares onde existia um mercado local considerável, ao qual se juntaria outro, muito mais vasto, facultado pelo contacto que o mar ou os rios navegáveis permitiam com as regiões distantes.

As novas técnicas foram responsáveis, em primeira instância, por um aumento sensível da capacidade produtiva dos centros manufactureiros do litoral, motivando por parte destes, um súbito empolamento económico em relação às regiões periféricas. Numa primeira fase, assistiu-se a um intensificar das trocas comerciais entre os centros urbanos e o seu ``hinterland'' próximo, de matérias-primas por produtos manufacturados, mas esta cedo foi ultrapassada, dando lugar a outra na qual se verificaria um uso cada vez maior das vias de comunicação tradicionais, recaindo principalmente sobre as rotas marítimas e fluviais pois os caminhos terrestres eram quase inexistentes. Finalmente, a necessidade de expandir o mercado para os bens industriais começou a ser satisfeita pela introdução do caminho-de-ferro, desenvolvido no início do século em Inglaterra, onde pela primeira vez se aplicou a tracção a vapor para a locomoção de veículos sobre carris. Irrompendo através de regiões remotas ou decalcando rotas tradicionais, é à ferrovia que se deve a constituição de um mercado à escala nacional e, em alguns casos, até mesmo internacional, pois o novo modo de transporte conseguiu, com a redução das distâncias-tempo, transportar as mercadorias a custos reduzidos em relação ao seu valor.
É nesta perspectiva que se enquadra a origem do caminho-de-ferro do Vale do Douro. O esforço despendido na sua construção denota bem a vontade que a burguesia mercantilista do Porto do século XIX tinha em expandir os seus mercados em direcção às províncias isoladas de Trás-os-Montes e do Alto Douro. Juntava-se-lhes os interesses dos viticultores do Paiz do Vinho, os quais desejavam um modo mais eficaz de exportar os produtos da sua lavoura extensiva. Finalmente, conjugavam-se esforços de financeiros nacionais e da vizinha Espanha para fazer deste caminho-de-ferro uma via directa entre a grande cidade do Norte de Portugal e o encravado interior da península, para cujos produtos, exportados ou importados, os portos da Alfândega e Leixões seriam a porta natural.
Quando em 1867 o Governo propôs às Câmaras a construção das linhas do Porto a Braga e à fronteira do Minho e do Porto ao Pinhão, iniciava-se o processo de construção do caminho-de-ferro ao Norte do Rio Douro, confirmando-se este pela aprovação de tal proposta, consubstanciada em Decreto-Lei de 2 de Julho do mesmo ano. Neste caso, não se registaram problemas de natureza idêntica aos ocorridos aquando da génese das redes do Norte e Leste e Sul e Sueste, uma vez que a bitola ibérica de 1674 mm estava já perfeitamente implantada no território, até mesmo antes da via-férrea entre Lisboa e Gaia ter sido concluída (1864). Todavia, só cinco anos mais tarde (14 de Julho de 1872) se decretou a construção da Linha do Minho e novos estudos da do Douro, nas imediações de Penafiel.
Os primeiros trabalhos de construção do caminho-de-ferro ao Norte do Douro iniciaram-se com a Linha do Minho, numa cerimónia solene ocorrida a 8 de Julho de 1872. O seu percurso inicial, das proximidades de Campanhã até à localidade de Ermezinde, seria comum ao caminho-de-ferro do Vale do Douro, numa extensão de nove quilómetros. As obras da Linha do Douro, a Leste de Ermezinde, iniciar-se-iam a 8 de Julho de 1873, através duma região acessível e sem grandes acidentes de terreno até Penafiel. Em 1875, são formalmente abertos à exploração pública os primeiros troços de caminho-de-ferro ao Norte do Douro (que na época não possuíam ainda qualquer ligação com o Sul do país): a 20 de Maio até Ermezinde e Braga e em 30 de Julho, de Ermezinde a Penafiel.
As verdadeiras dificuldades na construção do caminho-de-ferro do Douro começaram à medida que se fosse avançando para Leste. Primeiramente, foi necessário vencer as linhas divisórias de água entre o Sousa e o Tâmega, e surgiram os primeiros túneis; depois de transpor o segundo destes rios através dum importante viaduto metálico, a via-férrea teria agora que atravessar um terreno difícil, numa sucessão de valeiros e montes, até se encaixar na garganta do Douro, por alturas da Pala. A partir de aqui, o caminho-de-ferro nunca deixaria, praticamente, de acompanhar o percurso ribeirinho até ao seu destino final, encaminhando-se longitudinalmente ao longo das baixas vertentes dos montes sobranceiros, cujos xistosos paredões foram esventrados pelos operários, à força das picaretas e da dinamite; as pontes e os túneis continuavam a ser necessários, quando, pontualmente, se atravessava um afluente do grande rio ou um monte de grandes dimensões.
 O importante entreposto comercial que já era, na época, a Régua, passou a ser servido por via férrea a partir de 15 de Julho de 1879, e a importante localidade do Pinhão, em 1 de Junho de 1880. O troço final, até à fronteira, viu a sua construção decretada por lei, de 23 de Julho de 1883, ao mesmo tempo que se reuniam capitais para a construção, em território espanhol, dum troço que encaminhando-se para o Vale do Douro, que desse continuidade ao seu caminho-de-ferro, pondo-o em contacto com os planaltos interiores de Castela, a partir dos quais facilmente se alcançariam Salamanca e Madrid. Ambas as linhas deveriam encontrar-se em Barca d'Alva, nas proximidades da confluência dos rios Águeda e Douro, fazendo-se o atravessamento do primeiro através duma ponte internacional. Do lado português inauguraram-se os lanços Pinhão-Tua em 1 de Setembro de 1883, e Tua-Pocinho em 10 de Janeiro de 1887, passando a via-férrea neste troço a localizar-se na margem esquerda do Douro, depois do atravessar numa importante ponte metálica, no lugar de Ferradosa (Vale de Figueira).
As dificuldades de construção foram particularmente sentidas na parte terminal da via férrea que entretanto se estava a estabelecer em território espanhol, sob a égide da Compañia del Ferrocarril de Salamanca a la Frontera Portuguesa. Tratava-se duma linha que se bifurcava do caminho-de-ferro de Salamanca à Beira Alta, no lugar de Boadilla-Fuente de San Esteban; encaminhando-se deste ponto para o Noroeste, percorria extensas planuras até ao povoado de Lumbrales, na estrada de Vitigudino, e aí chegou como ramal temporário, no início de 1887. Continuando-se a sua construção, tomou-se contacto com as primeiras adversidades do terreno, à medida que se ia avançando na direcção de La Fregeneda e da garganta do Águeda. A partir deste ponto, foi necessário construir uma autêntica via-férrea alpina, com curvas de raio mínimo de 300 m e rampas de 21 milésimas. Em apenas 17 quilómetros construíram-se, com capitais portugueses, treze grandes pontes metálicas e numerosos túneis, para que se estabelecesse entre o Porto e a restante Europa a mais directa via terrestre que existiu até hoje. A 8 de Dezembro de 1887, estava concluído o caminho-de-ferro, desde a bifurcação de Salamanca até à ponte internacional do Rio Águeda. 
Finalmente, a 9 de Dezembro, era aberto à exploração o troço Pocinho-Barca d'Alva-Ponte Internacional, ficando assim definitivamente concluído o caminho-de-ferro do Douro. Nesse dia, realizou-se uma cerimónia solene, na qual o primeiro combóio oficial vindo do território português, se encontrou com outro, oriundo de Espanha, rigorosamente a meio da Ponte Internacional. As duas máquinas encostaram os cabeçotes e foram atreladas entre si. Seguidamente, a extravagante composição recuou até Fregeneda, onde as comemorações continuariam, sob a forma dum ``lunch''.
Estabelecido o grande eixo ferroviário internacional, dinamizou-se a economia regional do Douro e estimularam-se as actividades portuárias e exportadoras do Norte do país.
 Circulavam comboios de mercadorias de natureza diversa, rebocados por locomotivas britânicas, de marca Beyer Peacock ou Sharp Stewart -- as mais modernas do mundo, na época; os bens manufacturados viajavam, em maior peso, no sentido Oeste-Leste, enquanto na direcção contrária predominavam as matérias-primas e os produtos agrícolas. Os serviços de passageiros revelaram-se, desde logo, bastante importantes, sob o ponto de vista local, não existindo, nos primeiros tempos da exploração, comboios internacionais de relevo: as composições limitavam-se a dar correspondência aos serviços espanhóis, na estação de Barca d'Alva. Contudo, criar-se-ia no início do século XX um serviço rápido directo, ligando o Porto a Medina del Campo, com correspondência assegurada neste ponto para Madrid e Hendaye. Os rápidos Porto-Medina ficaram conhecidos para sempre pelas populações do Norte como tendo sido os mais cómodos e eficientes comboios que serviram a região até hoje. Como curiosidade, podemos referir que a carruagem restaurante usada neste serviço sobreviveu milagrosamente até aos nossos dias, encontrando-se resguardada no depósito de locomotivas a vapor de Casa Branca.
A importância da Linha do Douro afirmou-se cada vez maior, nos três primeiros decénios do nosso século, com o desenvolvimento das vias estreitas de penetração no interior da província de Trás-os-Montes, as quais permitiriam canalizar para este eixo, um significativo acréscimo de passageiros e mercadorias oriundos destas paragens. No final dos anos vinte, a administração dos caminhos-de-ferro do Estado previa, para a Linha do Douro, uma série de melhoramentos estruturais, nos quais se incluíam uma renovação integral da estrutura da via, acompanhada por um reforço das obras d'arte existentes, de modo a que fossem definitivamente eliminadas restrições de carga (este problema começava agora a sentir-se, pois haviam-se já adquirido vagões modernos, de maior capacidade e novas locomotivas alemãs, de marca Borsig e Henschel, as quais eram bem mais pesadas do que as veteranas inglesas). Infelizmente, nenhum destes investimentos de fundo chegou a ser realizado, pois a depressão económica, primeiro, e o conflito mundial, depois, condicionariam fortemente as disponibilidades financeiras do país. No entanto, neste período registou-se um surto de obras públicas diversas, promovidas pelo Estado Novo, facto que traduz duma forma inequívoca o desinteresse do regime pelo investimento em transportes públicos no geral, e nos caminhos-de-ferro em particular.  
Nos anos cinquenta, a Linha do Douro estava já bastante envelhecida. Nos seus desgastados carris de 36 Kg/m, os comboios atingiam já velocidades inferiores aquelas que costumavam praticar em tempos idos. O rápido Porto-Medina havia já desaparecido, subsistindo, no entanto, um serviço de carruagens directas entre o Porto e Madrid, o qual se veria reforçado, nos anos sessenta pelas automotoras rápidas Porto-Salamanca e, tris semanalmente, Porto-Madrid. Mas era já o período de declínio da Linha do Douro que se afirmava, pela impiedosa política de concentração de tráfegos num número mínimo de linhas, cujos resultados desastrosos são conhecidos de todos. Cedo se suprimiriam as populares UDD's de Salamanca, substituindo-as por ligações indirectas, com correspondência em Barca d'Alva, ao mesmo tempo que todos os tráfegos de mercadorias iam sendo gradualmente transferidos para a longínqua Linha da Beira Alta, sofrendo o seu percurso um acréscimo suplementar superior a uma centena de quilómetros, sem quaisquer razões objectivas que o justificassem.
 Ao mesmo tempo, ia-se condenando a Linha do Douro à "morte lenta'', privando-se, deliberadamente, o seu troço além-Régua de participar nos grandes esquemas de renovação da via, propostos para a rede da CP. Do ponto de vista da tracção, foi também este o último reduto das locomotivas a vapor de via larga, pois à nítida falta de vontade de investir na linha, juntava-se o facto de as locomotivas a vapor se adaptarem melhor que quaisquer outras ao seu péssimo estado. As locomotivas a diesel acabariam por se impor, a partir de 1978, em toda a linha, ao que seriam auxiliadas, um ano mais tarde por novos ramos de UDD's. O carácter internacional da Linha do Douro era já muito reduzido, quando a RENFE decidiu suspender os serviços no troço Boadilla-Barca d'Alva, a 1 de Janeiro de 1985, ficando a mais directa transversal ferroviária portuguesa sem qualquer continuidade para o exterior, na mais flagrante negação das determinações da União Internacional dos Caminhos de Ferro (UIC), que considerava a Linha do Douro como "complementar'', e portanto, incluída no Plano Director da Rede Ferroviária Básica da Europa. Ficou assim o Porto sem ligação ferroviária directa com Hendaye e Madrid. Do lado português os serviços foram suspensos em 1987, no troço Pocinho-Barca d'Alva, quando os comboios já nem sequer figuravam no Guia-Horário oficial.
Texto recuperado daqui.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Utentes da Linha do Douro ainda sem resposta da CP

A reunião realizada hoje, dia 13, entre a CP, Comissão de Utentes da Linha do Douro e Câmara Municipal do Marco de Canaveses “foi inconclusiva”, disse António José Pereira, da comissão de utentes. As entidades reuniram pela manhã, mas “ainda não houve fumo branco”, por parte da CP, disse o sindicalista.

A comissão e autarquia marcoense aguardam agora um documento escrito por parte da CP com as propostas para as ligações Caíde-Marco. “Só depois de termos esse documento é que vamos poder contrapor e colocar as nossas propostas”, disse António José, informando que, no próximo domingo, dia 15 de abril, pelas 20:00 horas, haverá uma reunião com os utentes da linha do Douro, para dar a conhecer as propostas da CP.

A reunião terá lugar no auditório municipal.

Notícia que pode ser lida aqui.

Mais informações sobre este importante tema, que nos preocupa a todos, podem ser consultadas na página do facebook intitulada: Pela ligação ferroviária "Marco de Canaveses - Caíde"

O melhor Blog do Mundo

O meu blog preferido é Found Magazine, uma verdadeira instituição feita de algo que pensava que tinha caído em desuso: os bilhetinhos. Basicamente, os leitores encontram um bilhete, esteja no estado que estiver, e mandam-no para a Found. Para quem é menos letrado nestas coisas do inglês, Found quer dizer "encontrado", ou seja devem ser notas ou bilhetes encontrados ao acaso no fundo de uma caixa ou de um livro, numa lareira meio ardido ou no meio de um caderno. Os colaboradores do blog limitam-se a colocar os títulos, normalmente fantásticos, e algumas vezes a comentar o conteúdo juntamente com uma breve nota sobre a origem e quem o mandou. Brilhantemente desnecessário, leitura minha de cada dia...

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Portugal não é a Grécia!

Ex-ministro da Defesa detido por corrupção nos submarinos, na Grécia, pode ler-se aqui.

O ex-ministro grego da Defesa não resistiu às acusações de corrupção das autoridades alemãs e gregas na compra de submarinos e foi detido na passada quarta-feira. A Grécia comprou, em 2000, quatro submarinos à Alemanha, por 2,85 mil milhões de euros.

A entidade alemã vendedora foi a Ferrostaal, como aconteceu com Portugal. As investigações do Ministério Público alemão junto da Ferrostaal sobre o pagamento de subornos na venda de submarinos a vários países visaram diversos dirigentes do grupo.

Dois dos ex-executivos aceitaram recentemente a proposta de conciliação do tribunal e admitiram ter pago subornos à Grécia e a Portugal.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Aniversario do CD Favões

Fundado a 14 de Abril de 1975, o Centro Desportivo de Favões, comemora este ano o seu trigésimo sétimo aniversário.

Com um programa centrado nas valências vividas na Associação, a atual direção pretende que o aniversário fique marcado para sempre na história do clube, à semelhança do que aconteceu no ano passado.

O programa das festividades tem o seu início a 14/04/2012 com hastear das bandeiras e prossegue no mesmo dia com uma festa no salão do Centro, onde todas as atividades praticadas neste poderão recrear-se para satisfação dos sócios e demais que ali acorram.

No dia seguinte (15/04/2012), pelas 09h30 celebrar-se-á missa em honra e memória dos sócios já falecidos com deposição de coroa de flores no cemitério. Um dos momentos altos das festividades terá lugar na tarde do dia 15, domingo pelas 18h30, com a realização de um jogo de futsal entre a formação feminina de Favões e a Seleção Portuguesa de Futebol do Clero, atual Campeã Europeia.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Esclarecimento

Alguém que assina António Mota publicou noutro blog um comentário que terá feito no MCN. É uma estratégia típica de quem se disfarça de socialista, isto de comentar num sítio o que havia de sair noutro. E de disfarçados é que eu falei, não de pessoas verdadeiras e transparentes como as que terão feito parte da tal Comissão de Honra. Ninguém ouse duvidar da minha admiração e amizade por pessoas como o Artur Melo, o João Lima ou o dr. João Valdoleiros. Eles sabem o que eu sinto e penso deles e não é nenhum "António Mota" que o vai pôr em dúvida...

3º Festival do Verde

A Casa do Povo de Soalhães, vai realizar no dia 14 de Abril a partir das 16horas o 3º festival do verde.

Este evento é realizado nas instalações da Associação Casa do Povo de Soalhães e tem a particularidade de envolver toda a comunidade, onde os participantes vão confeccionar este prato gastronómico.

O “verde” é um prato muito enraizado na nossa comunidade, pois estava sempre presente nas festas da terra. Estava a cair em desuso, mas presentemente está a emergir, tanto em restaurantes como nas colectividades que se esforçam em promover este prato típico confecionado com os miúdos do anho.

A complementar este concurso gastronómico, vamos ter a Confraria do Anho Assado com Arroz do Forno a degustar e a avaliar este delicioso prato.

Para abrilhantar o evento vamos ter animação ao vivo com o grupo musical “Tony’s Band”, um grupo de cavaquinhos de Paredes de Viadores, uma tocata do Rancho de Quintã e os jovens cantores Casa do Povo.

Deste modo vimos convidá-los a estarem presentes neste evento e deliciarem-se com esta especialidade.

A Direção da Casa do Povo de Soalhães

sábado, 7 de abril de 2012

“Água Quente”

Numa pequena conversa, um amigo foi puxando por mim.

Lá surgiu a comemoração. Lá surgiram os culpados de vivermos num concelho modelo pela negativa. Depois veio o outdoor.

Enfim, nada que não aguente.

Discutia-se quem seria mais culpado. O anterior, com vontade, liderança, mas com maus princípios e sem rumo, sempre foi fazendo alguma coisa. Pena que sem qualquer estratégia, qualidade e um fim oculto em todas as ações! Usava o futebol, pago por nós, para se propagandear.   

O recente, sem liderança e sem conhecimento de campo mas com muita vontade de se mostrar. Obra pouca, estratégia só no discurso. Festas e comemorações como meio de divulgação propagandistico.

Lastimamos em conjunto a pobreza dos últimos 38 anos. Oportunidades perdidas, ano após ano.

Conversa quente e transbordante necessitava de água para esfriar.

Lembrou-me o problema da água, aliás são quatro problemas.

A multa que todos vamos pagar, parecem ser 17M€, coisa pouca; as obras de infra-estruturas que ficaram por fazer que representam muitos M€; os serviços que essas obras teriam oferecido à população, num período de 5/10 anos, devemos quantificar também em outros tantos M€; para terminar o custo dos meios financeiros para a execução dessas obras, outros tantos M€.

Ora bem, posto isto, a discussão ainda aqueceu mais. Não conseguimos encontrar o maior culpado.

Mais encontramos os vencedores, sempre os mesmos! Os grandes apoiantes destes protagonistas, não é que são as mesmas personagens . . .

Lá concordou comigo, a verdadeira revolução politica, social e cultural chegará um dia ao Marco.

Mentira e colossal "disparate"

Durante meses Pedro Passos Coelho disse que o corte nos subsídios de Natal e de férias era só em 2012 e 2013. Depois regressariam só em 2015, mas acabmos por verificar que só chegariam 20% em 2015 e 50% em 2016. E isto se as condições o permitam.

Mas a 1 de Abril de 2011, dia das mentiras, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, tinha afirmado que terminar com o subsídio de férias era “um disparate”, como se pode ler aqui.

Importante também é perceber que este corte não foi imposto pela troika, como Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, em Dezembro  tentaram fazer crer. Estes dois governantes acabaram por ser desmentidos pelo actual Ministro das Finanças, Vítor Gaspar.

Também não era necessário ter sido realizado em 2011, pois a folga orçamental teria permitido adiar essa opção para 2012. De facto o que esse corte levou é que o comércio tenha sido afectado desnecessariamente, o que provocou mais despedimentos, por consequências mais gastos sociais e ainda menos receitas fiscais, o que levou a que os resultados orçamentais do primeiro trimestre fossem péssimos, o que obrigou a que o orçamento de 2012 fosse “corrigido” com mais medidas de austeridade.

O “colossal disparate” é que esta política só tem conseguido o aumento do desemprego, a quebra das receitas das famílias, o encerramento das empresas, a quebra nas receitas fiscais, a descida do PIB, a queda no investimento público e privado, e a impossibilidade do cumprimento dos orçamentos do próprio estado sem mais aumento na austeridade.

Esta é a receita perfeita para transformar uma recessão numa grande depressão, não é a receita para se sair dela.

Terra pequena

Não fui nem queria ir a essa comemoração de 160 anos porque também vão ser comemorados os 161 e o critério será o mesmo e a "comissão de honra" será constituída pelas mesmas pessoas alinhadas ou invertebradas ou vaidosas ou tudo ao mesmo tempo. Se a isto juntarmos pedantes e inchadas temos textos que atestam a pequenez desta gentinha que gravita à volta de um poder medíocre e incompetente, gente sem chá e que nem sequer sabe o que isso é. Se há alguém que quebra o protocolo, que seja invectivado por essas eminências pardas, a que chamam "moderadores", a PIDE do nosso concelho!
Alguém lembre a estes opinion makers vendidos que Manuel Moreira sempre que abre a boca ultrapassa todos os protocolos, às vezes às meias horas!
Essa ideia que uma figura nacional precisa do palco de um congresso local é hilariante e original como a personalidade que a congeminou e proferiu...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

O tiro saiu pela culatra

Realizou-se um congresso para comemorar os 160 anos da criação do município, onde era bem claro que não se esperava debater qualquer dos graves problemas que foram criados durante esses 160 anos de serviços aos marcoenses. Assim existiu o cuidado de que o leque de moderadores e oradores fossem próximos do poder actual, facto que logo me desinteressou pelo dito congresso, que de certeza se tornaria em mais uma sessão de promoção do actual executivo camarário, e nada mais.

Um dos poucos oradores que mereceria ser ouvido pela sua grande experiência como empreendedor era Belmiro de Azevedo, é um dos poucos Marcoenses que é reconhecido tanto em Portugal, como no estrangeiro, pelos seus méritos e afinal um dos temas em destaque era “um marco no Empreendorismo”.

Não se valorizando o grave erro de português, tenho que admitir a boa escolha de Belmiro de Azevedo, pois este é um dos marcos do empreendedorismo português do final do século XX. Belmiro de Azevedo é também conhecido por não ter papas na língua e dizer o que pensa, afinal esta é uma característica importante para quem é um empreendedor. No caso de Belmiro de Azevedo as suas opiniões são geralmente valorizadas e mesmo quando elas são incómodas devemos reflectir nas mesmas.

Não tendo assistido ao seu “discurso” logo me apercebi do impacto que teve, ao ler na blogosfera os diversos comentários realizados nos dias seguintes ao congresso.

Primeiro, foi o post “O congresso do meu município” de Miguel Carneiro, onde este destaca as várias críticas de Belmiro de Azevedo «desde a lentidão de processos da Câmara Municipal, passando à lentidão operacional na mesma ("parece que há medo que o trabalho acabe" sublinhou o empresário), uma facada na falta de visão da Câmara Municipal, na incompetência da mesma quanto à "lixeira a céu aberto" que é o rio Tâmega, o sublinhar da falta de condições mínimas de progresso e qualidade de vida - leia-se água e saneamento, a descaracterização da zona industrial ("o estado a que deixaram aquilo chegar")»

Estas críticas são objectivas e já por aqui foram várias vezes mencionadas. Na verdade todos os marcoenses se queixam da lentidão dos processos da câmara, todos sabemos qual é o estado do rio Tâmega (o próprio executivo realizou um estudo onde ficou bem demonstrado o risco para a saúde pública em que se tornou o rio Tâmega e alguns dos seus afluentes), todos sabemos qual é o baixo grau de cobertura da rede de água e saneamento (o próprio executivo o admite) e sobre a qualidade da zona industrial quem melhor poderia dar a sua opinião do que um dos maiores industriais do nosso país.

Depois, foi o post “A falta de chá de Belmiro de Azevedo” de José Carlos Pereira, onde este declara que «Belmiro de Azevedo serviu-se do palco que lhe foi proporcionado para interpelar a Câmara Municipal e procurar resolver os seus problemazinhos, aquilo que o incomoda pessoalmente, seja o rio Tâmega nas imediações da sua Casa da Ribeira ou as condições da zona industrial, instalada próxima da sua residência e onde também tem uma empresa».

O que eu considero é que muitos Marcoenses não perceberam ainda que são mesmo aqueles “problemazinhos” que incomodam muitos empreendedores e levam a que mesmo aqueles que nasceram na nossa terra acabem por não trazer as suas empresas para o Marco. Criar uma empresa ou realizar qualquer investimento imobiliário junto a um rio altamente poluído é uma asneira, pelo que era importante reflectirmos sobre onde, um grande empreendedor nessas áreas, quer chegar com a crítica de que o rio Tâmega é uma “lixeira a céu aberto”. Não estou a ver Belmiro de Azevedo, por muito amor que tenha à nossa terra, a realizar, por exemplo, um investimento imobiliário ou turístico nas margens do Tâmega nestas condições. Percebo que se sinta incomodado quando percebe que as estruturas mais básicas, como a água e saneamento, são tão escassas no Marco, pelo que nem preciso reflectir para perceber que essa crítica é um alerta para que os nossos autarcas percebam que são obras que tem de realizar. Do mesmo modo quando este critica a lentidão dos processos camarários, mais do que ninguém Belmiro de Azevedo, sabe que a burocracia afasta o investimento e o empreendedorismo.

Pessoalmente, cruzei-me na minha vida profissional várias vezes com Belmiro de Azevedo, com os seus irmãos e muitos dos seus mais próximos colaboradores, sendo de uma geração um pouco mais velha do que a minha apreendi a ouvir os seus conselhos e a reflectir neles.

Fui assim que fui educado e seria muita “falta de chã” dar lições a Belmiro de Azevedo.

Por fim ao ler o post “Belmiro de Azevedo” de José Cruz não posso deixar de concordar totalmente que «essa ideia de que Belmiro de Azevedo precisa de aproveitar-se de um palco de um Congressozito local para defender os seus interesses é uma ideia completamente estapafúrdia.»

Na minha opinião é que alguém queria aproveitar-se do prestígio de Belmiro de Azevedo, mas “o tiro saiu pela culatra”.

Caminhada Solidária

Caros amigo(a)s,

No próximo dia 15 de Abril a Junta de Freguesia de Soalhães, vai levar a cabo mais uma iniciativa no PR1, percurso pedestre, Pedras, Moinhos e Aromas de Santiago, desta vez reflectindo a solidariedade, ou melhor o espírito solidário que devemos ter para com os outros. O valor da inscrição, cinco euros, revertem para uma instituição de solidariedade que pediu a nossa colaboração, e cujo o objectivo é contribuir para melhorar a qualidade de vida, de grupos ou pessoas mais desfavorecidas. Neste momento, essa associação JAP SOLIDÁRIA, tem o objectivo de ajudar duas instituições e conseguir dar corpo aos compromissos de auxilio que fizeram para com a Casa do Gaiato, cuja Obra acolhe e educa rapazes desde os 3 aos 18 anos, e a Natura, que auxilia famílias da região do Marco de Canaveses carenciadas. Além do donativo monetário que será entregue, irão ser adquiridos e recolhidos diversos bens com vista a dar mais alegria aos utentes destas Associações.

Esta caminhada, como todas as outras, terão animação, que conta com as teatralizações do grupo de jovens da paróquia de Soalhães, onde os pedestrianistas podem contemplar pequenos episódios do mundo rural, tal como tarefas agrícolas, o encantamento do namoro no tanque de água pública, a venda de água fresca e doce, etc. Claro, que as vestes e o cenário serão a rigor. A presença do rancho folclórico de quintã complementará todo o cenário, não faltando a música tradicional e a mostra gastronómica.


Contamos consigo nesta caminhada solidária.

Cristina Vieira

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Autonomia?, por António Ferreira

A eleição do Diretor do Agrupamento, a aprovação do projeto educativo e a avaliação da sua execução, são algumas das competências do Conselho Geral (CG).
No ato de apresentação da sua candidatura a Diretor, os candidatos fazem entrega do seu curriculum vitae e de um projeto de intervenção na escola. O subdiretor e os adjuntos são nomeados pelo diretor.
Um qualquer diretor que, a meio do seu mandato, já substituiu 80% dos membros que nomeou para o “coadjuvar no exercício das suas funções”.
- “hoje” demite da função de adjunto e “amanhã” nomeia para a função de coordenador o mesmo docente;
- cede os professores do QE e fica com professores com curricula menos valiosos;
- abandona uma atividade/evento anual na sua 4/5.ª edição;
- abandona o projeto do jornal do Agrupamento;
- “banaliza”, o que deveria ser uma exceção, o recurso ao procedimento disciplinar;
- …;
- os resultados obtidos pelos alunos (TI e outros) atingem valores significativamente baixos.
… reuniu, salvo melhor e esclarecida opinião, as condições previstas na alínea b) do n.º 6 do art.º 25.º do Decreto-lei n.º 75/2008 de 22 de abril, isto é, “O mandato do diretor pode cessar: (…) No final do ano escolar, por deliberação do Conselho Geral…”.
A verificarem-se estas premissas e havendo indícios que apontam para a manutenção da atual situação, falamos de Autonomia ou da “paz dos anestesiados”?

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Favões 2º em campeonato feminino




Chegou ao fim o campeonato de futsal feminino organizado pela Federação de Futebol Amador do Concelho de Penafiel – FFACP, o qual contou com a participação de nove equipas, distribuídas por quatro Concelhos, Penafiel, Marco de Canaveses, Lousada e Castelo de Paiva.

Marco de Canaveses esteve representado por dois emblemas, Centro Desportivo de Favões – CDF e Futebol Clube da Légua – FCL.

A equipa Marcoense, CD Favões conquistou o segundo lugar, sendo que o FC Légua ficou-se pela oitava posição.

Em jogo a contar para a ultima jornada realizado no Pavilhão Bernardino Coutinho, defrontaram-se os emblemas Marcoenses. Apenas a vitória permitia ao CD Favões alcançar o segundo lugar. As dezenas de pessoas que se deslocaram ao recinto de jogo, puderam assistir a uma partida emotiva e bem disputada.

No final sorriram as meninas de Favões, que venceram por duas bolas a uma e assim seguraram um lugar no pódio nesta que é a sua terceira participação nas provas organizadas pela FFACP.

Parabéns aos intervenientes pela forma leal como disputaram esta competição.

terça-feira, 3 de abril de 2012

A solução!

Via Sacra em Soalhães

O leitor e amigo José Arouca Soares pede para divulgar o seguinte:


No próximo dia 06 de Abril pelas 21.30 horas, no salão paroquial de Soalhães, o Grupo de Teatro da Paróquia de Soalhães, vai levar a cabo mais uma vez a representação da VIA SACRA.
Gostaríamos de contar com a sua presença, porque achamos que vai valer a pena assistir a esta encenação da vida de Jesus.

Agradecemos que dentro do possível façam divulgação deste evento no blog que administra.

Em anexo segue cartaz de divulgação, que pode também ser visto em:

teatrosoalhaes.blogs.sapo.pt

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Que política de transportes?

A linha de bitola europeia para Badajoz que o Governo quer construir não tem continuidade assegurada no outro lado da fronteira nem os operadores ferroviários a desejam, podemos ler aqui.

Um destes operadores foi peremptório ao afirmar que o importante é completar o que falta da actual linha Sines-Badajoz, 92 quilómetros que faziam parte da adjudicação do troço Poceirão-Caia do TGV.

Explicou ainda que a variável tempo não é fundamental para o transporte de mercadorias, mas sim os quilómetros percorridos que, esses sim, podem tornar o caminho-de-ferro competitivo.

Na minha opinião estamos perante mais uma trapalhada do actual governo, que tem pautado a sua linha de governação por recusar tudo o que os anteriores governos realizaram ou projectaram. Estas políticas levam a erros grosseiros e neste caso a perda de financiamentos europeus, que ajudariam muito à recuperação económica do país.

Por cá, depois das repetidas promessas que o actual governo iria avançar com a electrificação do troço Marco-Caíde fomos confrontados com uma nota informativa, onde a CP expressa que pretende acabar com todas as ligações entre estas duas estações, deitando por terra os esforços da electrificação da linha do Douro, como se pode ler aqui.

Esta aposta ideológica do actual governo, em não apoiar os serviços públicos de transportes, demonstra falta de visão porque na actual situação de dificuldades económicas os portugueses tenderão a recorrer menos ao transporte privado, o que está bem visível no resultado de vendas de ligeiros de passageiros que caiu para metade, como se pode ler aqui.

Nada funciona bem neste governo que regista uma péssima execução orçamental, bate recordes no número de desempregados e assiste a uma forte contestação à sua organização administrativa.

Preocupações comuns a poucos

Chamo a atenção para este texto do Tiago Moreira no Blog da JS Marco, que sumariza mais ou menos o que eu acho sobre duas coisas: os festejos dos 160 anos (mas, festejar o quê?) e a questão cada vez mais viva e interessante e preocupante dos transportes, agora que muitos estão já a virar-se para os autocarros e a esquecer o comboio, acho que é mesmo o fim da vida deste transporte público de e para o Marco. Com assinatura de Manuel Moreira e do PSD, do Marco e do nacional, e patrocínio de algum lobby do transporte rodoviário... Ou não e é só incúria, incompetência política e desinteresse.