sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Não estará a ser egocêntrico?

Em reposta a um comentário de Abel Ribeiro, não quero deixar de esclarecer e colocar várias afirmações do que eu disse ou não disse no seu correcto lugar:

Primeiro, eu não o ataquei, ataquei sim um tipo de pessoas que infelizmente existem um pouco por todos os partidos e que caracterizei muito bem. A sua identificação com esse tipo já não é meu problema.

Segundo, não me recordo de “durante muito tempo ter apreciado e elogiado o que escrevia”, recordo de umas vezes concordar e outras discordar e de considerar que toda gente tem direito a opinião.

Terceiro, eu não crítico quem vai mudando as suas ideias e por isso até sinta necessidade de mudar de partido. Não percebo são as constantes mudanças da esquerda para a direita e vice-versa não por questões ideológicas mas por causa de lutas de lugares. Também não acusei ninguém em particular, ainda que existam muitos exemplos disso no Marco. Claro que analisando o seu passado e por aquilo que escreveu quando o seu partido o relegou para a lista de suplentes da Assembleia Municipal , agora poderei perceber que se sinta atingido, mas também nada tenho a ver com isso.

Quarto, o que lhe posso criticar é que o seu discurso se encaixa pefeitamente naquilo que eu classifiquei de moralistas de esquerda. Veja-se, migrou sempre dentro da Esquerda. Não sei. Um comunista dirá que não. Pois deve saber que tudo isto de Esquerda ou Direita é relativo, muitos amigos meus que foram ou são ainda do PPD/PSD e Social-Democratas e sempre se consideraram Homens de Esquerda. Agora a verdade é que tem uma moralidade egocêntrica que o coloca sempre na Esquerda e todos os outros à sua direita são de Direita. Antes de ir para o PS como trataria os militantes desse partido, como homens de direita ?

Quinto, os partidos têm tudo a ver com ideologia, aliás é por isso que critico as constantes mudanças de partidos das referidas pessoas que ataquei e com quem se identificou. Percebo algumas mudanças ideológicas, mas não entendo o zig-zag constante motivado por outros interesses.

Sexto, não sei quem está a ver a migrar da Direita para a Esquerda, eu não sou, mas esses não tem direito a mudar de ideias? É esta a atitude radical que eu critico e que não está no espírito do Partido Socialista e em particular da sua Declaração de Princípios. Eu até agora só fui militante de um partido , e foi há mais de 20 anos do CDS (sem PP), para que saiba esse partido era de cariz Democrata Cristã, fortemente Personalista e que tinha ainda muitos Liberais nas suas fileiras, ao longo desses anos vi passarem para as fileiras do PS ou de governos do PS muitos desses miltantes. Refiro só um, o Professor Freitas do Amaral, mas facilmente lhe dava uma lista longa. Nenhuma destas pessoas teve que alterar radicalmente as suas ideias para pertencer às listas do PS ou ao seu próprio governo, pois como deve compreender, as diferenças básicas entre esse CDS e o PS são bem menores do que as que existem entre alguns partidos por onde passou e o partido onde está hoje, a começar pelo respeito pela Democracia. Aliás ,enquanto estive naquele CDS não me senti nem mais à Direita nem mais à Esquerda do que muitos Socialistas ou Sociais-Democratas.

Sétimo, antes do 25 de Abril posso garantir-lhe que eu, e muitos daqueles que tenta atacar, éramos bem de Esquerda.

Oitavo, como forasteiro nesta terra percebo que confunda ainda muito as pessoas e não tenha conhecimento de quem é quem, pois nesse caso é preferível não dizer mesmo nomes ou classificar as pessoas pois poderá cometer injustiças.

Nono, não percebo que peça para ser respeitado quando na mesma frase resolve faltar ao respeito de quem para esta discussão não foi chamado.

Décimo e útimo, apesar de não ser militante do PS, por aquilo que eu conheço dos partidos ,e em particular do PS, não compreendo os seus constantes ataques públicos aos seus camaradas e dirigentes de Partido. Ora é porque alguém lhe vetou o nome, ou porque querem colocar-lhe um processo de expulsão, ou porque não existem reuniões, ou porque quando existem os seus camaradas não querem discutir as ideologias. Não estará a ser demasiado egocêntrico?

6 comentários:

  1. Como eu te entendo . . . E não sabes metade da missa . . .

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  2. Juro,prometo,que um dia destes,publico aqui,no "Marcoense como nós",o meu curriculum de lutador pela Liberdade e não só.Que é que vocês pensam? Que cá na nossa "aldeia" somos todos uma cambada de parolos,que soletramos o jornal e só ganhamos calos nas mãos pelo vício da jogatana da sueca.Não senhor,o tempo de ouvir dizer,que a melhor coisa que o Marco tinha,era a estrada para o Porto,acabou.Não sei até,se é pelos nossos bons ares ou se é fruto do trabalho abnegado da nossa confraria do anho assado com arroz de forno,bem regado com umas cepas cá das nossas,mas tenho vindo a constatar que cada vez mais,aparecem cá pela nossa terrinha,toda a espécie de doutores.

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  3. Caro Jorge Valdoleiros:
    Só duas notas sobre juízos sobre a minha pessoa:
    - Diz, no ponto Terceiro do seu texto, cito, "(...) Não percebo são as constantes mudanças da esquerda para a direita e vice-versa não por questões ideológicas mas por causa de lutas de lugares(..).Claro que analisando o seu passado e por aquilo que escreveu quando o seu partido o relegou para a lista de suplentes da Assembleia Municipal , agora poderei perceber que se sinta atingido, mas também nada tenho a ver com isso."
    Como tenho dito, nunca mudei de "família ideológica" e de valores, que, não só para mim , mas para muitos muitos, são os que definem a Esquerda : o primado da cidadania sobre o individualidade, a gestão dos territórios e dos seus recursos feita pelas populações, o trabalho como relação social estruturante da sociedade. Opto, sim, pelo Partido que, em cada local e momento, mais me parece corresponder a essa visão. Repito, não me conhece o suficiente para fazer esse juízo. Aliás, dou-lhe exempos de como os lugares são "importantes" para mim.
    Em Arruda dos Vinhos, em 1993, sou cabeça de lista à Câmara, pelo PCP, mais uma vez como independente, a uma Câmara onde não tinha vereadores e sómente 2 deputados municipais; fui eleito e exerci; as minha outra lutas eleitorais foram, já, no BE, onde fui cabeça de listas, as legislativas e municipais, em Évora, Beja e Estremoz, em Concelhos ou Distritos onde o BE não elegeia ninguém e onde estava longe de ser prestigiante "ir" pelo BE Estava, então, á procura de lugares?
    Sobre a eterna questão do meu lugar nas listas do PS e auto-afastamento da campanha, escrevi, ao Presidente da Concelhia do PS do Marco, na altura e, como é meu hábito, tornei-o público em blog: não reivindiquei lugar algum, disse, que não fazia questão com os lugares. O QUE È DIFERENTE DE NÃO ASPIRAR A UM LUGAR CONCENTÂNEO COMO O EMPENHO QUE, DESDE NOVEMBRO, VINHA DEDICANDO AO PS E A ARTUR MELO,e que pretendia continuar a manter, COM CONSTANTES SUGESTÕES DE TEXTO, DE IDEIAS, PARTICIPANDO, COM OPINIÃO, NAS REUNIÕES. TIREI A SEGUINTE CONCLUSÃO : AO DAREM-ME UM LUGAR PARA "FAZER NÚMERO", ERA ISSO MESMO, que, NA CANDIDATURA, PRETENDIAM DE MIM : QUE SERVISSSE PARA "ENCHER A LISTA" E, LOGO, OS MEUS CONTRIBUTOS NÃO ERAM BEM VINDOS, NEM A PARTICIPAÇÃO DESEJADA. E NÃO TENHO POR HÁBITO IMPÔR A MINHA PRESENÇA!
    Dois episódios confirmaram essa leitura : primeiro, telefonemas insultuosos de um pretenso porta-voz do candidato, que me dizia, precisamente, tu criticas o "presidencialismo" doArtur, apoias fulano tal e queria outro lugar na Lista..; outro foi um comentário num blog onde se dizia que, afinal o meu nome havia sido "boicotado" por um determinado grupo de independentes nas Listas.
    Mas para mim a verdade estava apurada: a Candidatura não desejava a minha participação activa, por isso me relegava para a última das rectaguardas. Aliás, sem me consultar ou dar conhecimento, o que me impediu de não aceitar.
    Agi, pois, em confirmadadede, pois não sirvo para "papel de embrulho". Assunto arrumado, Caro Jorge.
    - Diz, infelizmente, no seu ponto OIITAVo que sou um "forasteiro". Fico magoado com esse termos, que, como sabe, qualquer dicionário esclarece significar "aquele que está de passagem", o "estrangeiro"; caro Jorge, também não sou um dos "doutores" que o "Onservador" diz. Trabalho no Marco há 3 anos e um Mês; tenho aqui a minha residência oficial, fiscal, etc, desde Agosto de 2007; em Agosto de 2008, trouxe a minha Família para o Marco e é aqui, que, por exemplo, se passa o Natal familiar
    Forasteiro não sou. Tenho o direito de me magoar. E, talvez passar a fazer o que muitos desejariam : ser mais um simples forasteiro, daqueles querem usufruir e não participar.
    "Forasteiro", num blog chamado "Marcoense como nós", aplicado a mim, magoa.

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  4. Sobre a sua primeira nota já percebi que vamos sempre discordar, basta que a sua terminologia de esquerda é muito diferente da minha onde tem que existir como valores superiores a liberdade e a democracia. E os outros partidos por onde passou deixam-me muito dúvidas sobre o respeito pela liberdade e pela democracia. Penso que ainda falam em Ditadura do Proletariado, e esta palavra Ditadura para mim é sempre de Direita.
    Os restantes problesmas internos que tem com os seus camaradas de partido, seriam melhor resolvidos falando com eles e esclarecendo, não é estando sempre publicamente a criar casos que dificilmente, mesmo que fossem verdade, poderiam ser provados e o pior de tudo não mencionando nomes, mas deixando a ideia que qualquer seu camarada pode ser visado.
    De resto concordamos afinal que o seu grande problema passou pelas lista, é o Abel Ribeiro o próprio a admitir. Sabe se fosse num daqueles países governado pela sua outra esquerda o problema não se punha, não existiam sequer eleições.
    Sobre a segunda nota, verifiquei que no dicionário online da Porto Editora forasteiro é “que ou pessoa que vem ou é de fora do sítio onde se encontra; estrangeiro; peregrino”, e o sentido que eu empreguei foi o de “pessoa de vem de fora”, e neste caso há 3 anos e um mês. E se ler melhor a minha frase “como forasteiro nesta terra percebo que confunda ainda muito as pessoas e não tenha conhecimento de quem é quem, pois nesse caso é preferível não dizer mesmo nomes ou classificar as pessoas pois poderá cometer injustiças.” Só o estou a desculpar de algumas más avaliações que faz das pessoas por AINDA não ter tido tempo de as conhecer. Quando conhecemos os Marcoenses que hoje estão na política há dezenas de anos podemos realizar uma avaliação muito clara de quem realmente são. Andei com muitos deles na escola. Conheci-lhes os pais, e muitas vezes os pais dos pais, todos envelhecemos mas continuamos a ter aquelas virtudes e defeitos da juventude. Um dia quando os conhecer melhor perceberá.

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  5. Último comentário sobre este assunto(por minha iniciativa, pois não vou alimentar mais este "debate", centrado na minha pessoa):
    - De "estalinista" e amante da Ditadura do Proletariado nada tive e sempre presei a Democracia e a Liberdade; não fui daqueles que foram do MRPP ou da UDP e depois se acolheram no PSD ou CDS, alegando "erros de juventude" e hoje, esses sim, ainda se movem por cargos. A minha proximidade com o PCP faz-se após a queda Muro de Berlim e o fim da URSS e o meu proponente, em 1995, para militante, chama-se Luís Sá (julgo que o nome diz tudo sobre o grupo onde eu me revia, dentro do PCP); por isso, saí 3 anos depois;e, quando saí, escrevi porque o fazia, na imprensa local de Beja, com as retaliações inerentes;
    - Sobre o BE, estaremos, também, conversados : nunca fui maoista ou trotkista, mas o BE apareceu com um discurso de esquerda inovadora e achei, onde vivia, na época (Alentejo), como um PCP cheio de vícios de Poder, ser uma esperança. Saio quando me fartei da falta de organização, da fulanização em Louçã, do excessivo "urbanismo elitista". E, quando saí, escrevi porque o fazia, na imprensa local, de Estremoz.
    Se quiser ler um post que coloquei, hoje, em esquerdapossivel@blogspot.com, com um discurso que fiz nos meus 50 anos, perceberá o sentido profundo do que afirmo.
    - Sobre o "forasteiro", convenhamos, é um termo infeliz e que interpretei como sendo usado com o claro intuito de me magoar. Agradeço ter-me explicado que, afinal, não era isso.
    Já agora, aconselhe Rui Valdoleiros a ser claro sobre a "metade da missa" que diz que o Jorge não sabe. Começo a fartar-me da falta de frontalidade, da suspeição deixada no ar.
    Porque tenho de me "poupar", continuarei a ler este blog mas acabei com os "comentários".

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  6. Não percebi mais uma vez que quando se vai da extrema esquerda para o PSD (não lembro de ninguém que tenha ido para o CDS, ou melhor conheço uma pessoa mas foi um erro da juventude) é por cargos se for para o PS é por ideologia!

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