sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Igreja de Santa Maria

Por razões bem diferentes revisitei recentemente duas obras do Arquitecto Siza Vieira. A primeira, por lá ter realizado o jantar de natal da minha empresa, foi a Casa de Chã da Boa Nova. Sempre apreciei aquela que foi das primeiras obras do arquitecto da Escola do Porto, construída entre 1958 e 1963. Esta obra tem a minha idade e sempre a vi mais ou menos bem tratada sendo uma das referências muito bem utilizadas por Leça de Palmeira na divulgação daquela terra.
A segunda foi a Igreja de Santa Maria que é sem dúvidas a única jóia da arquitectura Marcoense que ultrapassa fronteiras e que coloca a nossa terra nas bocas do mundo. O arquitecto Siza Vieira criou na nossa terra uma das grandes obras que tem espalhado por esse mundo fora e que muitos gostariam de poder ter tido localizadas nas suas terras.
Além de variadíssimas excelentes fotos que poderemos encontrar na Internet ainda se encontram alguns vídeos bastantes interessantes sobre esta obra de Siza.



Mas, aquilo com que fiquei destroçado, é que esta última, ainda que só terminada em 1996, já esteja a mostrar tantos traços de falta de manutenção e cuidado. Será que os responsáveis da nossa terra não estão atentos a este facto ou simplesmente não se apercebem da importância deste edifício para o Marco? Bastaria a dinheiro gasto em três mastros e outras tantas bandeiras, que nada trouxeram à nossa terra, para que esta obra estivesse melhor tratada.

4 comentários:

  1. Caro Jorge, a questão da manutenção da Igreja de Santa Maria já tem sido muito discutida. A mesma penso que não se realiza também por não ser autorizada pelo arquitecto. Num debate promovido pelo ex-pároco e mentor deste projecto, Nuno Higino, tive o prazer de falar sobre o assunto com quem percebe mais disso do que eu e sou um dos que concordam que aquela igreja é uma obra-de-arte que deve envelhecer com o tempo. Isto até um ponto, claro.
    Também é claro que a falta de dinheiro para a manutenção ajuda...

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  2. A primeira, e a mais simples de todas, passa pela simples limpeza do espaço, do próprio edifício e da jardinagem da área envolvente. E logo aqui existe muito a realizar e não acredito que este ou outro arquitecto tenham algo a contrapor.
    Depois temos a manutenção propriamente dita onde se pode incluir a limpeza de grafites, tratamento de manchas e infiltrações e pequenas intervenções que não devem de modo algum alterar a arquitectura da obra. Não acredito também que qualquer arquitecto queira impedir essas intervenções.
    Agora quando “manutenção” passa por alterar qualquer característica da obra, obviamente o arquitecto tem uma palavra a dizer e ai parece que é de todo o seu direito não querer a obra adulterada.
    Siza Vieira é um arquitecto de primeira água. Claro que poderão existir intervenções que ele não concorde, e neste eu estarei sempre a favor do arquitecto. Mas se tem conhecimento de quais os planos para essas intervenções era interessante as divulgar para que todos nós tivéssemos conhecimento delas.
    Agora posso dar-lhe um pequeno exemplo (que dada a natureza será difícil ter uma oposição eficaz do arquitecto) que estraga totalmente a obra. A ideia de projectar na parede frontal as letras das músicas apresentadas na eucaristia, assim como outras mensagens, é de uma falta de gosto tremenda por muito boa que seja a intenção.

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  3. Consta abertamente que o orçamento de restauração e manutenção da NOSSA IGREJA DE SANTA MARIA,obra muito prestigiada do Arquitecto Siza Vieira,ronda os 100.000 euros.Ora,se nos recordarmos que os responsáveis pela gestão da autarquia marcoense,no último mandato,optaram por adjudicar a Recolha e Transporte de Resíduos Sólidos(vulgo lixo) à empresa concorrente que apresentou o preço mais alto,com um diferencial de 1,5 milhões de euros,em relação à concorrente mais próxima em valores,teremos que concluir que as obras de manutenção da mais valorizada e visitada jóia do património turístico marcoense,poderiam já há muito ter sido subsidiadas pela gestão do Dr.Manuel Moreira,no mandato findo.Bastaria para tal que um verdadeiro e genuíno amôr ao Marco (ao seu património cultural),se tivesse sobreposto aos interêsses políticos,supostamente preocupados com uma transparente gestão camarária.

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  4. Não sei qual o orçamento para a presença na BTL mas penso que seria mais bem gasto em obras nesta obra.

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