sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Sociedades Secretas e Pastéis de Nata

Muito se tem falado de sociedades secretas e de pastéis de nata, aparentemente uma coisa não tem ver com a outra, mas na realidade tem, como vou tentar demonstrar.

A sociedade secreta que tem sido mais falada nas últimas semanas tem sido a Maçonaria. Esta é uma sociedade discreta e por discreta, entende-se que se trata de acção reservada e que interessa exclusivamente àqueles que dela participam, de carácter universal, cujos membros cultivam o aclassismo, humanidade, os princípios da liberdade, democracia, igualdade, fraternidade e aperfeiçoamento intelectual, sendo assim uma associação iniciática e filosófica, como se pode ler aqui.

De facto não se pode considerar nem secreta, porque todos sabem quem são os seus membros, e muito menos discreta, como se pode verificar pelos pouco “discretos aventais” que os seus membros são obrigados a usar.

A Igreja Católica historicamente já se opôs radicalmente à maçonaria, devido aos princípios supostamente anticristãos, libertários e humanistas maçónicos (no Marco só Manuel Moreira se assume publicamente actualmente como humanista, nos seus longos e eloquentes discursos na Assembleia Municipal, mas não temos a certeza que goste de andar de avental).

O primeiro documento católico que condenava a maçonaria data de 28 de Abril de 1738. Trata-se da bula do Papa Clemente XII, denominada In Eminenti Apostolatus Specula. Após essa primeira condenação, surgiram mais de 20 outras, sendo que o papa Leão XIII foi um dos mais ferrenhos opositores dessa sociedade secreta e sua última condenação data de 1902, na encíclica Annum Ingressi, endereçada a todos os bispos do mundo em que alarmava da necessidade urgente de combater a maçonaria, opondo radicalmente esta sociedade secreta ao catolicismo (o que justifica a oposição de algum clero local aos princípios humanísticos do nosso Grande Arquitecto Universal).

A Maçonaria terá contribuído para a difusão do Iluminismo e nas suas fileiras contam-se figuras públicas como Voltaire, Marquês de Pombal, Montesquieu ou Diderot. Possivelmente ligados a esta organização discreta estariam outras duas organizações, mais secretas, os illuminati e o Priorado de Sião. Os teóricos da conspiração afirmam que muitas pessoas notáveis foram ou são membros dos Illuminati, incluindo Winston Churchill, a família Bush, Barack Obama, a família Rothschild, a família Rockefeller e Zbigniew Brzezinski, entre outros, como se pode ler aqui.

O único illuminati conhecido em Portugal é Manuel Moreira, que tem demonstrado todo o seu empenho em manter secretas todas as acções do seu executivo para tentar (não) resolver o processo das Águas do Marco.

O termo "Illuminati" também é geralmente associado com os membros de instituições e sociedades secretas de inspiração ocultista e ou globalista, independentemente do fato de eles serem realmente relacionados com a Ordem Illuminati: os Skull & Bones, Grupo Mesa Redonda, a Sociedade Fabiana, o Royal Institute of International Affairs, o Council on Foreign Relations, o Bohemian Club, o Clube de Bilderberg, a Comissão Trilateral, o Clube de Roma, a Fundação Carnegie, a Fundação Rockefeller, a Confraria do Anho Assado, etc.

Também sugerem que os fundadores dos Estados Unidos da América – sendo alguns deles franco-maçons – estavam “influenciados” pela corrupção dos Illuminati. Frequentemente o símbolo da pirâmide que tudo vê no Grande Selo dos Estados Unidos é citado como exemplo do olho sempre presente dos Illuminati sobre os americanos. E também citam que usam nas notas a escrita Novus Ordo Seclorum que significa ''New Deal" ou Nova Ordem Secular, "novo ideal" desmentindo a escrita do lado, que diz Em Deus Confiamos. Jordan Maxwell, pesquisador dos Iluminatti, afirma que 'Novus Ordo Seclorum" pode ser traduzido para "Nova Ordem Mundial".

O Priorado de Sião, de acordo com Pierre Plantard, o principal fundador do Priorado de Sião, teria contado entre os seus membros um grande número de personagens da história parcialmente ligadas ao ocultismo, às artes e às ciências. Dentre estes possíveis membros estão Nicolas Flamel, Leonardo da Vinci, Isaac Newton, Claude Debussy, Botticelli, Victor Hugo, Charles Nodier, Jean Cocteau e outros.

Segundo Plantard, o Priorado era a organização que influenciara de forma oculta outras sociedades como a Ordem dos Templários, a Ordem de Rosacruz e até mesmo os Maçons. De acordo com Lincoln, Baigent e Leigh, o Santo Graal seria o "sangue real" de Cristo, como se pode ler aqui.

Uma dessas outras organizações secretas, e arqui-inimiga das anteriores, é a Prelatura da Santa Cruz e Opus Dei (em latim Obra de Deus), que é uma instituição hierárquica da Igreja Católica, uma prelazia pessoal, composta por leigos, casados, solteiros e sacerdotes. Tem como finalidade participar da missão evangelizadora da Igreja. Concretamente, o Opus Dei procura difundir a vida cristã no mundo, no trabalho e na família, a chamada universal à santidade e o valor santificador do trabalho quotidiano. Foi fundada em 1928 por São Josemaría Escrivá de Balaguer, sacerdote espanhol canonizado em 2002. O termo latino "Opus Dei" significa "Obra de Deus", como se pode ler aqui.

Em Portugal é costume os políticos de sucesso, que não pertencem à Maçonaria, ingressarem na Opus Dei. A grande diferença é que esta organização não aceita humanistas e não usa aventais, preferindo o uso de cilícios com espinhos.

Organizações menos secretas, mas também com trajes bem característicos temos os escuteiros, fundado por Lord Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, em 1907, que é um movimento mundial, educacional, voluntariado, apartidário, sem fins lucrativos (esta última característica não tem atraído ultimamente muitos políticos portugueses), como se pode ler aqui.

A “versão” lusitana desta última organização no Estado Novo era a Mocidade Portuguesa Pretendia abranger toda a juventude - escolar ou não - e atribuía-se, como fins, estimular o desenvolvimento integral da sua capacidade física, a formação do carácter e a devoção à Pátria, no sentimento da ordem, no gosto da disciplina, no culto dos deveres morais, cívicos e militares.
O primeiro comissário nacional a dirigir a Mocidade Portuguesa foi Francisco José Nobre Guedes (avô do advogado e antigo deputado do CDS Luís Nobre Guedes), de 1936 a 1940. Simpatizante do III Reich, procurou criar uma organização de juventude nacional inspirada no modelo alemão da Juventude Hitleriana. O segundo comissário nacional foi Marcello Caetano, de 1940 a 1944. Fiel à política portuguesa de neutralidade no conflito mundial, procedeu a grandes reformas que afastaram a MP do modelo inicial militarista, aproximando-a da Igreja Católica e de outras organizações de juventude como os escuteiros. A sua acção marcou de maneira significativa a orientação da organização por muito tempo. Seguiram-se, entre outros, Baltasar Rebelo de Sousa (pai de Marcelo Rebelo de Sousa), que ocupou interinamente o cargo, desde 1956, enquanto subsecretário de Estado da Educação Nacional, como se pode ler aqui.

Mas a minha organização secreta preferida são os Ninjas , que eram agentes secretos ou mercenários do Japão feudal especializados em artes de guerra não ortodoxas. As funções do ninja incluíam espionagem, sabotagem, infiltração e assassinato, assim como combate aberto em determinadas situações, como se pode ler aqui.

Desconhecem-se se existem Ninjas contratados pela Ongoing, e na minha opinião, o seu vestuário clássico está sempre na moda, podendo usar-se nas mais variadas ocasiões.

Por fim temos as confrarias, que são associações religiosas de leigos no catolicismo tradicional, que se reuniam para promover o culto a um santo. Surgiram na Europa durante a Idade Média, como se pode ler aqui.

Existem, para todos os gostos, por exemplo, no Brasil, as confrarias de negros estão na origem do sincretismo religioso dos cultos afro-brasileiros como o Candomblé, e  no Estados Unidos, o Ku Klux Klan (também conhecida como KKK).

Este é o nome de várias organizações racistas dos Estados Unidos que apoiam a supremacia branca e o protestantismo (padrão conhecido também como WASP) em detrimento de outras religiões, como se pode ler aqui. Não sei se podemos chamar esta última organização secreta de confraria, mas pelo menos existe uma grande semelhança com o traje de algumas confrarias europeias.

Mas o que é que esta organizações secretas tem a ver com o pastel de nata?

Tudo, é que também existe a Confraria do Pastel de Nata, como se pode ler aqui, que terá como um dos seus membros mais secretos o Álvaro, que pretende usar esta perigosa organização secreta para conquistar o mundo.

Álvaro tem como grande inimigo Ronald Mc Donald, representante do perigosos capitalismo norte-americano, e responsável pela invasão das nossas dietas com hamburgueres, batatas fritas e coca-colas, mas conta com dois grandes aliados, os confrades sul-africanos do frango assado e os nossos muito “discretos” confrades do anho assado com arroz de forno.
Força Álvaro e força Manel!

Conquistem juntos as mesas de todo mundo, com um prato de anho assado regado com vinho verde, e de um pastel de nata para acompanhar o café no fim da refeição.

PS: Para levar a sério q.b.

4 comentários:

  1. Grande exemplo este de copiar a wikipedia... Está a dar um grande exemplo as crianças!!

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  2. Caro anónimo

    Não só copiar, mas sobretudo indicar a fonte para não existir qualquer dúvida que mesmo a brincar se vai passando informação verdadeira.

    Dizermos umas verdades mas estas podem ser facilmente contestadas por qualquer pessoa que diga exactamente o oposto. Dizer umas verdades e apontar as fontes torna mais dificil sermos contrariados.

    Mas o post é só para ser levado a sério quanto baste, e de certeza que não incomodará ninguém em especial. Aliás a minha intenção é que as pessoas antes de dizerem disparates soubessem do que estão a falar.

    Por exemplo, a Maçonaria foi criada com objectivos bem nobres, a razão de ser uma sociedade secreta tem muito a ver com a protecção dos seus próprios membros da perseguição política e religiosa de que eram alvo.

    O ridículo dos "aventais", que a todos nós dá vontade de gozar, acontece noutras organizações, que até alguns de nós pertencem ou já pertenceram.

    Mas o mais importante é que de um modo ou de outro estas organizações servem tanto para objectivos nobres, como podem ser usadas pelos seus membros para objectivos de ambição pessoal.

    Felizmente os Homens tem este tipo de organizações, e tal como existem homens bons e mau,independentemente sua cor, religião, país, etc... existem tembém organizações boas e más.

    Às crianças dou um conselho. Utilizem a Wikipédia, ou ferramentas semelhantes, para apreender, que por ai dizem-se muitos disparates.

    Mas também, utilizem a Wikipedia ou qualquer outra feramente, pensem pela suas cabeças, porque o que hoje é verdade, amanhã poderá provar-se que afinal não o era.

    Por exemplo, alguém sabe porque é que eu "brinco" com o Humanismo de Manuel Moreira?

    Uma pista. Leiam na Wikipedia o que é o Humanismo e tirem as vossas conclusões.

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  3. Depois caro anónimo

    Temos o segundo tema: A ideia inovadora da "exportação" do pastel de nata

    Primeiro, o nosso Álvaro, deveria ter obrigação de saber, que já existiram várias iniciativas de comercializar esse produto no estrangeiro. Mas obviamente um pastel de nata não é um bem transacionável. O seu fabrico tem de ser realizado no próprio local de consumo, a receita não é nenhum segredo, nem apresenta nenhuma dificuldade em especial, e os seus ingredientes são fáceis de se encontrar em qualquer parte do mundo.

    Por exemplo, um dos casos que circulou na net foi no estabelecimento de um emigrante no Canadá, e outro caso foi a venda de pasteis de nata na KFC (multinacional americana), julgo que no Japão.


    É uma boa ideia para qualquer pessoa incluir na sua oferta de pastelaria, tal como hoje um pouco por todo o mundo existem croissants na oferta de muitos estabelecimentos alimentares.

    E para informação de quem estiver interessado posso garantir que a grande maioria dos ingredientes de muitos dos produtos de pastelaria, mesmo os ditos regionais, são produzidos à escala industrial. E normalmente por grandes multinacionais que até ajudam nessa comercialização, sejam os ingredientes para um bolo-rei, para um pão-de-ló, para um bolo de chocolate,etc. e essas empresas até ajudam a "afinar" a dita receita tipicamente "regional".

    É por isso que existem pasteis de nata, e os pasteis de nata de belém, é que estes últimos são comidos num local especial, com um serviço especial e com uma mística especial.

    Aliás muito da riqueza culinária portuguesa, seja o pastel de nata ou o anho assado com arroz de forno, são produtos que, na minha opinião, servem como atractivos para que o turista, interno ou externo, se desloquem a um determinado local, visitando-o e aproveitando para ter uma refeição muito especial. Eu, evidentemente, não gostaria que o nosso anho ou a nossa pastelaria ficasse vulgarizada ao nível do hamburguer da Mc Donalds.

    Comparar o pastel de nata com a rede Mc Donalds, é mais uma asneira. A inovação não é o hamburguer mas o modelo de negócio da Mc Donalds.

    Outra asneira do Álvaro é considerar que o frango assado é um inovação portuguesa, e que uma cadeia sul-africana de venda de frango assado, ainda que dirigida por um português, possa trazer obrigatoriamente valor a Portugal. E, já agora, os melhores frangos assados que eu alguma vez comi foi em Moçambique, nos anos 70's.

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  4. Caro Anónimo das 06:56

    Pelo teor do seu comentário terei,que concluir estarmos perante um autodidacta.
    Ora essa capacidade não é privilégio de qualquer um,mas como bem saberá é só própria de iluminados.
    Pelo que conheço do Jorge Valdoleiros,poderei garantir-lhe,que de algum modo se considera,ou se afirma como um desses privilegiados.
    Com ele aprendi até uma expressão popular,que terei todo o gosto em compartilhar com o meu amigo Anónimo e que reza assim "Água benta e presunção,cada um toma a que quer".

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