terça-feira, 25 de junho de 2013

Notas e comentários a rever


A política são as pessoas. Pessoas sem ideias próprias, princípios e memória . . . não comungo.
A política terá que ser sempre um meio para servir. Toda a minha vida lutei contra quem utiliza a política como um palco para se servir.
Estive motivado a participar na "luta política partidária" simplesmente com o fim de melhor poder servir a terra onde realmente vivo e trabalho todos os dias. Lastimo com preocupação as fraquezas do concelho e ambiciono uma terra melhor para todos nós.
Nos últimos 4 anos em especial foi deveras interessante conhecer este meio partidário a nivel concelhio e distrital. Se duvidas houvesse do que me esperava, foram abrilhantadas pelos atos de falta de verdade, mentira, ambição desmedida de indivíduos sem valor, etc e tal.
O requinte da malvadez terá sido o facto de ter servido de chantagem politica sobre um amigo, promovida pelo dirigente distrital, apoiado pelo dirigente concelhio numa mentira monstruosa que alegadamente a minha pessoa terá proferido numa reunião dum orgão partidário. Para meu delírio emocional a denúncia falsa partiu de 2 elementos desse mesmo órgão, nada que não esperasse dessa gente.
O tempo fará justiça às cobardias, às mentiras, à falta de ética politica e social de que fui vitima. A minha preocupação é pequena em relação à minha pessoa. Nutro na sociedade em que estou inserido faz muitos anos valores de referência, perdoem-me a modéstia. Preocupo-me sim por outras pessoas próximas arrastadas para a lama sem perceberem o elemento.
Inimaginável o desgaste dessa gente nas tricas da ambição, um dia vou voltar a elas, em vez de realmente lutarem pelo Marco ou pelo menos não destruírem o trabalho desenvolvido.
Cresci e estudei no Marco, casei, trabalhei, investi no concelho. Os meus filhos estudam no concelho, tento participar na vida marcoense tanto quanto a minha vida profissional me permite. Sou um Marcoense.
Acho uma piada imensa aquelas pessoas que descobriram o Marco recentemente e dão-se ao cúmulo de se sentirem faróis do conhecimento da nossa vida. Aparecem de 3 em 3 anos, escrevem e reescrevem sobre tudo e todos, nem tão pouco investigam o que realmente acontece, decidem por fofoquice e instintos de ego musculado. Muitas vezes têm mesmo receio de auscultar quem está próximo e pensarão que deitar borda abaixo do camião um dos eixos . . . o camião descida a mais, descida a menos vai acabar por se estacar numa valeta.





sábado, 22 de junho de 2013

Poça...

A minha 3ª assembleia municipal acabou às 3 da manhã... Perguntam os 99% dos marcoenses que não sabem o que lá aconteceu: "Foi uma reunião quentinha, cheia de polémica, para durar até essa hora?" E eu respondo:
Poça, nada disso, se não fosse o sr. Lopes do Torrão aquilo nem animava, foram mais de 3 horas de agradecimentos ao sr. Presidente pela obra feita (por falar nesta, sou só eu que está com saudades da obra imaterial?), o sr. Presidente a falar já não sei do quê, aquilo depois de muito tempo começa a ser um emaranhado de palavras indescritível mesmo que pareça uma novela já que podemos passar 15 minutos "apagados" e quando retomamos percebemos tudo... Numa palavra, doloroso...
O mais giro da noite foi aquela deputada municipal do PSD que quando está sentada, virada para a frente e vota e isso tudo é de direita, mas quando se levanta e olha para a sala de frente já se imagina do lado esquerdo e fala como se não fosse de um partido que tem praticado políticas liberais, defendendo causas de esquerda de uma forma quase escolástica. Lembro-me da escola pública e da saúde para todos... Surreal.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

"Um ataque contra os professores é sempre um ataque contra nós próprios"



O mundo não nasceu connosco. Essa ligeira ilusão é mais um sinal da imperfeição que nos cobre os sentidos. Chegámos num dia que não recordamos, mas que celebramos anualmente; depois, pouco a pouco, a neblina foi-se desfazendo nos objectos até que, por fim, conseguimos reconhecer-nos ao espelho. Nessa idade, não sabíamos o suficiente para percebermos que não sabíamos nada. Foi então que chegaram os professores. Traziam todo o conhecimento do mundo que nos antecedeu. Lançaram-se na tarefa de nos actualizar com o presente da nossa espécie e da nossa civilização. Essa tarefa, sabemo-lo hoje, é infinita.
O material que é trabalhado pelos professores não pode ser quantificado. Não há números ou casas decimais com suficiente precisão para medi-lo. A falta de quantificação não é culpa dos assuntos inquantificáveis, é culpa do nosso desejo de quantificar tudo. Os professores não vendem o material que trabalham, oferecem-no. Nós, com o tempo, com os anos, com a distância entre nós e nós, somos levados a acreditar que aquilo que os professores nos deram nos pertenceu desde sempre. Mais do que acharmos que esse material é nosso, achamos que nós próprios somos esse material. Por ironia ou capricho, é nesse momento que o trabalho dos professores se efectiva. O trabalho dos professores é a generosidade.
Basta um esforço mínimo da memória, basta um plim pequenino de gratidão para nos apercebermos do quanto devemos aos professores. Devemos-lhes muito daquilo que somos, devemos-lhes muito de tudo. Há algo de definitivo e eterno nessa missão, nesse verbo que é transmitido de geração em geração, ensinado. Com as suas pastas de professores, os seus blazers, os seus Ford Fiesta com cadeirinha para os filhos no banco de trás, os professores de hoje são iguais de ontem. O acto que praticam é igual ao que foi exercido por outros professores, com outros penteados, que existiram há séculos ou há décadas. O conhecimento que enche as páginas dos manuais aumentou e mudou, mas a essência daquilo que os professores fazem mantém-se. Essência, essa palavra que os professores recordam ciclicamente, essa mesma palavra que tendemos a esquecer.
Um ataque contra os professores é sempre um ataque contra nós próprios, contra o nosso futuro. Resistindo, os professores, pela sua prática, são os guardiões da esperança. Vemo-los a dar forma e sentido à esperança de crianças e de jovens, aceitamos essa evidência, mas falhamos perceber que são também eles que mantêm viva a esperança de que todos necessitamos para existir, para respirar, para estarmos vivos. Ai da sociedade que perdeu a esperança. Quem não tem esperança não está vivo. Mesmo que ainda respire, já morreu.
Envergonhem-se aqueles que dizem ter perdido a esperança. Envergonhem-se aqueles que dizem que não vale a pena lutar. Quando as dificuldades são maiores é quando o esforço para ultrapassá-las deve ser mais intenso. Sabemos que estamos aqui, o sangue atravessa-nos o corpo. Nascemos num dia em que quase nos pareceu ter nascido o mundo inteiro. Temos a graça de uma voz, podemos usá-la para exprimir todo o entendimento do que significa estar aqui, nesta posição. Em anos de aulas teóricas, aulas práticas, no laboratório, no ginásio, em visitas de estudo, sumários escritos no quadro no início da aula, os professores ensinaram-nos que existe vida para lá das certezas rígidas, opacas, que nos queiram apresentar. Se desligarmos a televisão por um instante, chegaremos facilmente à conclusão que, como nas aulas de matemática ou de filosofia, não há problemas que disponham de uma única solução. Da mesma maneira, não há fatalidades que não possam ser questionadas. É ao fazê-lo que se pensa e se encontra soluções.
Recusar a educação é recusar o desenvolvimento.
Se nos conseguirem convencer a desistir de deixar um mundo melhor do que aquele que encontrámos, o erro não será tanto daqueles que forem capazes de nos roubar uma aspiração tão fundamental, o erro primeiro será nosso por termos deixado que nos roubem a capacidade de sonhar, a ambição, metade da humanidade que recebemos dos nossos pais e dos nossos avós. Mas espero que não, acredito que não, não esquecemos a lição que aprendemos e que continuamos a aprender todos os dias com os professores. Tenho esperança.
Artigo de José Luís Peixoto, publicado na revista Visão de 13 de Outubro de 2011

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Adjudicação do novo posto da GNR de Alpendorada impugnada

Vem no Jornal A Verdade e já se tinham ouvido rumores que aconteceria. A empresa Dabeira terá impugnado o concurso por irregularidades processuais no processo da empresa a quem foi adjudicada a obra. Depois da polémica com o acabamento exterior do edifício previsto no projecto (capotto em terra de granito) e de vozes se terem levantado a exigir até a expulsão de Manuel Moreira da confraria do Granito (este aceitou defender o granito de Alpendorada ao ser confrade), o presidente da Câmara justifica tudo com os "prazos muito apertados". Curiosamente, das 13 empresas que concorreram ganhou o concurso uma que terá apresentado graves irregularidades.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Novo blog marcoense

Peço a divulgação no vosso blogue do novo espaço marcoense de notícias e opinião, o Procrastinador MarcoenseComeça aqui a aventura solitária do procrastinador marcoense. Este blogue não tem um projeto nem uma agenda, apenas pretende informar e opinar. De forma salutar ou doentia, depende dos dias e da disposição. Não deixará quase nada por dizer, a criatura... 

terça-feira, 4 de junho de 2013

O exercício do silêncio enquanto serviço cívico

Hoje em dia, às imbecilidades que vou lendo e sabendo, a melhor resposta a dar é manter um silêncio dourado e sofrido, com pena das almas perturbadas e doentes que se vão manifestando, principalmente as que nada sabem... Que é preciso uma energia zen de uma força enorme, sim é! Que alguém estaria à espera de uma, duas, dez respostas para lhes alimentar o ego, sem dúvida. Que é melhor deixá-los a fermentar na própria bílis? Indubitavelmente... 
Que esta coisa da política baixa só funciona em circuito fechado e eles ainda não descobriram e enquanto estão entretidos não berram nem mordem é um segredo que fica só entre mim e os leitores... Assim, as doenças não se espalham.

Não há professores a mais… Há educação artística a menos


“As transformações políticas em relação ao papel do Estado na sociedade portuguesa contemporânea, colocam na ordem do dia a questão da existência de “excesso” de professores, com o argumento dominante assente na diminuição da taxa de natalidade. Ora este argumento, tendo uma componente de verdade, não deixa, contudo de ser profundamente falacioso, entre muitas razões, por se ignorar as medidas que contribuíram decisivamente para a ideia de excesso de professores: criação de mega-agrupamentos e o encerramento de inúmeras escolas, incremento de crianças e jovens por turma, revisão e empobrecimento curricular com a redução de tempos lectivos de algumas disciplinas e abolição de outras.
O caso da educação artística e musical, nas suas várias componentes e tipologias, representa como que um fim da linha das políticas públicas, que se recentram no que, pretensamente seria mais útil para a tal sociedade e economia competitiva.
A introdução dos exames no final do 1º ciclo do ensino básico, de que não sou contra, condiciona logo, a partir do 2.º ano de escolaridade, a gestão curricular e a organização pedagógica quando as fichas, avaliações e testes, relegam para uma quase nulidade, outros tipos de aprendizagens e de saberes que não sejam aqueles que vão constar nos exames. Tudo isto representa um enorme erro científico, pedagógico e, sobretudo formativo, com consequências bastante previsíveis para os desenvolvimentos futuros, apesar de todo o esforço e dedicação de um conjunto alargado de professores e professoras em resistir e em programar uma ação educativa onde se integra a educação artística e musical.
 Como escreveu o Conselho Económico e Social Francês, em 2004, “a valorização quase exclusiva de certas qualidades intelectuais em detrimento de outras […] pode revelar-se penalizante não só para certas crianças como para a sociedade”. Daí a urgência de se “reconsiderar o lugar e a natureza do ensino das disciplinas artísticas e da educação artística na escola […] como uma dimensão cuja qualidade contribui para a formação do carácter das crianças”, abrindo “novas perspectivas sobre os outros e sobre si próprias”, instalando “uma pedagogia do fazer e do viver em sociedade”, permitindo que as crianças e os jovens “acedam a valores colectivos” e podendo “ajudar a combater certas fontes de insucesso escolar: a inapetência e o abandono escolar, […] a impressão de que a escola é um lugar de despersonalização e de ausência de partilha de emoções, a falta de compreensão das relações entre o que se aprende na escola e as realidades sociais, profissionais e pessoais”. António Ângelo Vasconcelos in  textos, olhares e críticas.
Em consonância com António Vasconcelos, resta-me acrescentar…Nestes tempos difíceis e de pensamento (quase) único, em que aparentemente não existem alternativas ao modelo que se quer impor, é preciso afirmar, alto e bom som, e até que a voz nos doa, que existem múltiplas alternativas. E uma delas assenta no facto de que, nas sociedades contemporâneas, o que torna a educação e a formação das crianças e dos jovens mais rica e plural é a existência de escolas pensadas e organizadas como “laboratórios de cultura e de cidadania”, como refere Anthony Everitt. Laboratórios de cultura e de cidadania que contribuam decisivamente para a preparação de cidadãos aptos para viverem em tempos complexos e incertos, com competências diversificadas, capazes de produzirem ideias criativas e inovadoras, aptos para enfrentarem e responderem a novos e diferentes tipos de desafios e de riscos.