terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Uma pista sobre Cultura no Marco

Há muitos casos de autarquias com programações culturais variadas, interessantes e que criam públicos, muito para além da utilidade que esta pasta tem como propaganda e populismo.
Cito os casos de Aveiro, Montemor-o-Novo, Famalicão e Braga.
O problema é que muitos formatos de sucesso cultural têm falido financeiramente ou quase falido, o que tem provocado reajustamentos. Penso que o melhor modelo para o Marco é o que está a ser ensaiado na Aradum, Associação para a promoção cultural do Douro, de uma espécie de incubadora de Indústrias Criativas à nossa moda. O modelo é pegar em espaços degradados no meio das zonas urbanas, como Alpendorada e na cidade, e recuperar estes espaços através de entidades culturais que se paguem a elas próprias. No caso, uma academia de música, um centro de estudos e um grupo musical. Tudo actividades auto-sustentáveis. Obviamente que isto tem que ser feito com o sacrifício de "carolas", mas são estes que as Câmaras têm que reconhecer como os agentes culturais do presente e do futuro.
Este exemplo da Aradum é muito bom, porque esta associação, da qual sou presidente da Assembleia-Geral (fica já aqui a declaração de interesses), recuperou até agora 8 lojas de um prédio degradado por cima do Mercado Municipal de Alpendorada. E parece-me que não vai ficar por aqui. Parece-me também que o modelo a seguir posso inflectir por atrair outro tipo de empresas de cariz cultural ou não que adiram a este modelo e ajudem a preencher o resto das lojas.
Está aqui um tipo de aproximação que seria útil também no caso do Mercado Municipal do Marco, mas não vamos por aí para já...

2 comentários:

  1. Publicidade à parte, Jaime, concordo com a tua opinião :)
    O trabalho que a ARADUM tem feito é muito interessante e encerra um enorme potencial enquanto modelo de dinamização cultural. Dos exemplos que deste, conheço alguns e considero deveras interessante o trabalho desenvolvido em Braga, Famalicão e Aveiro (confesso que desconheço o exemplo de Montemor-o-Novo). A palavra cultura encerra em si tantos significados que é ofensivo chamar cultura à actividade que este executivo tem desempenhado. Mas isso iremos desenvolver mais adiante na JS Marco. Para este caso é importante subscrever o modelo de utilização, dinamização e recuperação de espaços existentes, a cooperação entre instituições (com mútuo benefício) e valorização de capital humano e cultural que existe no Marco.
    Votos de continuação de um bom trabalho na ARADUM (que a JS já visitou, inclusivamente, a teu convite) e que se estenda por todo o concelho!

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  2. Meus amigos Jaime e Miguel

    Não posso deixar de lançar aqui uma das minhas habituais provocações.
    À semelhança da maioria dos consumidores marcuenses e refiro-me de modo lato ao termo em si,querem formatar-me para considerar os produtos culturais "estrangeiros"(ou seja,de fora de portas),como o que há de melhor no mercado.
    Daí a teimosia na sua importação,em desfavor das araduns cá do sítio.
    Contudo a acreditar nos seus queixosos consumidores,aqueles produtos de importação não têm merecido a devida avaliação(interprete-se,poucos,ou mesmo raros consumidores).
    Asim,ARADUM e afins,por se tratarem de produtos genuinamente marcuenses,em contraponto,não parecem merecer dos responsáveis autárquicos,municipais e de freguesia,a merecida e devida avaliação pelo trabalho cultural desenvolvido junto das populações.Não passa,dirão eles,de cultura para o povéu.
    Parecerá difícil para uns tantos admiti-lo,mas a Cultura,que se pretende implementar cá no nosso Marco é assim a modos como vestir um smoking sem que antes se tenha tomado um simples banho de chuveiro.
    É o novo-riquismo cultural no seu melhor.

    Um abraço
    Miguel Fontes

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