quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O CDS baixou hoje mas mantém-se com um crescimento de 48% no último mês


Segundo o site www.markit.com, o preço do CDS sobre a dívida soberana da República Portuguesa baixou para 129 pontos base (pb), uma correcção de 8,96% em relação ao fecho o dia anterior. A descida ocorrida ontem foi uma das maiores verificadas ontem na Europa.

Recorde-se que, na semana passada, o preço dos CDS para a dívida soberana portuguesa chegou a fixar-se perto dos 149 pb. Apesar da descida verificada ontem, o preço actual dos CDS para o caso português está ainda 47,55% acima do seu valor há 28 dias atrás.

O dia de ontem verificou, também, a baixa do preço dos CDS para Espanha, Itália e Irlanda, três dos cinco componentes dos hoje denominados PIIGS. O preço dos CDS para a dívida irlandesa está, ainda, acima dos relativos a Portugal; fechou ontem, no caso irlandês, nos 137,88 pb. A tendência no caso da Irlanda tem sido de baixa desde há 28 dias.

Agravou-se, entretanto, o preço dos CDS para a Islândia, que já está acima dos 620 pb. A situação da Venezuela e da Argentina, dois dos campeões, continua a subir acima dos 1000 pb.

E o que é isto do Credit Default Swap ?

Um Credit Default Swap (CDS) é um instrumento financeiro geralmente negociado por investidores no mercado de renda fixa (obrigações) para especular ou fazer hedging, caso uma empresa (ou estado) entre em incumprimento na sua dívida (risco de crédito).  Um CDS envolve duas contrapartes - um comprador de protecção na entidade de referência, e um vendedor de protecção na entidade de referência.

O risco introduzido pelo CDS é o risco de contraparte sobre o vendedor do CDS, ou seja, o comprador fica com o risco de que o vendedor não cumpra as suas obrigações, em caso de falência da entidade de referência. No caso de uma empresa estar na impossibilidade de reembolsar uma dívida emitida por ela (obrigações), o vendedor de um CDS compromete-se a reembolsar o comprador desse CDS, ou seja, quanto mais elevado é o risco de falência, mais alta é a cotação dos CDS para essa entidade.

Falando em português se descer é bom para todos nós porque vamos ter entre outras coisas juros reais mais baixos nos nossos emprêstimos e o estado (e as autarquias) ainda vão tendo quem lhes empreste dinheiro.

Se continuar a subir como no último mês, vamos ter problemas sérios...

2 comentários:

  1. Mais uma vez lá aparecem aqueles assuntos muito áridos,chatos.Quando era puto até não desgostava da aritmética e mais tarde no liceu da matemática.Mas que estas coisas dos orçamentos,das contas públicas,são matérias pouco menos que obscuras para a maioria de nós,lá isso é verdade.
    Lendo com atenção o parágrafo final do post do Jorge Valdoleiros,acabei por ver alguma luz no fundo do poço em que se encontram as finanças da Câmara Municipal.Acabei por entender que se a luz se apagar(se o tal risco subir),é o caos financeiro e que quem vier atrás feche a porta.Agora percebo a teoria das promessas políticas,em especial,para com as juntas de freguesia,mas não só.Se houver massa tudo bem,somos os maiores,se não houver,logo se terá uma excelente desculpa,é a "crise".Entretanto vai-se prometendo o ovo no cú da galinha e os ingénuos(presidentes de junta),acreditam.
    Acordem senhores presidentes,revoltem-se,exijam que as verbas a atribuir a cada freguesia,estejam devidamente cabimentadas no orçamento e que cada uma das freguesias,saiba exactamente o que vai receber,porquê e para quê.Chama-se isso,TRANSPARÊNCIA,na gestão dos dinheiros públicos e para tais manobras não há planos contra a corrupção que resultem.

    ResponderEliminar
  2. É com esta tipo de discurso árido e de difícil leitura que se vai enrolando muito português e Marcoenses como Nós.

    ResponderEliminar