domingo, 24 de janeiro de 2010

Os que não envelhecem

Já fiz parte de várias instituições e já frequentei múltiplas reuniões. E, mesmo com 15 anos, já sabia que o que se passa entre paredes não é para andar a dizer cá fora. É algo que uma criança com um mínimo de educação sabe; que o que é dito entre pares não se vem falar para a rua.
Aliás lembro-me perfeitamente de que se contasse alguma coisa a minha mãe mandava-me logo calar e se falasse demais a minha avó punha-me pimenta na língua. Pelo menos ameaçava que a gentil senhora a única coisa que me punha na boca eram aquelas sandes com bifes acabados de grelhar que me obrigava a comer antes de jantar, no caminho para casa, já que sabia que não era mais ou menos uma sandes que me tirava o apetite no fim da escola...
Por falar em recordações, ainda hoje vi o Tónio da Freita e o homem, que me garantem ter para aí 70 anos, parece igual ao que sempre me lembrei...
De há uns tempos para cá tenho conhecido pessoas por quem a idade também parece que não passa. Não marcoenses como o Tónio da Freita, nem tão simpáticos nem intemporais, mas com o mesmo síndrome que lhes permite ficarem com a idade mental que tinham antes de saber que não devem ser mulheres do soalheiro. Ou então não tiveram avós como a minha.
Que pena. E que pena de quem lhes dá trela.

2 comentários:

  1. Como te compreendo Jaime.
    Há muitos anos tive duas vizinhas velhas solteironas (eu também era muito mais novo) que nada fizeram na vida, viviam de uns dinheiros que alguém lhes tinha deixado. A todos criticavam, mas nunca as vi a fazer nada, quando se precisava de ajuda elas desapareciam, se havia festa lá estavam elas. Mas o que me incomodava mais é que uma alimentava as mentiras da outra, e quanto mais mentiras uma à outra dizia, as duas mais acreditavam que estavam a falar verdade.
    O melhor é fazer o que todos os seus vizinhos faziam, boa dia e boa tarde e ignorar as lambisgóias.

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  2. Desde sempre ouço dizer que a fama que as mulheres têm de falar da vida dos outros é imerecida,pois,realmente ao longo dos anos,tenho sedimentado uma opinião diversa.Já conclui há tempo bastante,que são os homens os mais maldizentes,os mais gabarolas(quem não conhece histórias das proezas sexuais dos ditos),os maiores trafulhas,os mais amigos do alheio(dinheiro e ou mulheres).E então se falarmos de política,estamos conversados.São mesmo os maiores críticos pela negativa,mas um momento,já me esquecia de outra classificação.Também são geralmente os mais cobardes,os que mais desvirtuam a Verdade,os que mais faltam à Ética,os que sujam a Honra do próximo,costuma dizer-se que não têm cara,porque nem sequer a que exibem,serve para apanhar meia dúzia de tabefes.Como diria,o meu Avô,senhor de provecta idade,mas de sólida cultura cívica,são uns pobres de espírito e deles,já dizia Cristo,será o reino dos céus.

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