domingo, 24 de janeiro de 2010

Na minha defesa e dos Bombeiros

Eu gosto de ser o mais rigoroso possível e prefiro não entrar em polémicas desnecessárias. João Monteiro Lima escreveu no Blog Marco 2009 uma referência a este post meu sobre Incêndio no Marco destrói apartamento e aos “detalhes” ou “pormenores” que me referi e que deve ter entendido mal. Pela opinião que tenho de JML deve ter tido uma leitura precipitada do post.

Primeiro, coloquei a questão da necessidade da formação básica nesta área para se evitar aquilo que aconteceu de se reagir sem pensar, pois nestas situações a calma não existe (estamos os dois de acordo). A formação dada por profissionais, claro que deverá ser por bombeiros, evita muitas destas situações. Eu defendo que o papel do Bombeiro é ainda muito mais importante na Prevenção do que na resolução dos problemas quando eles acontecem. A importância do papel do Corpo dos Bombeiros deve ser vista por toda a comunidade antes destes serem precisos e aí todos os criticarem (eu não critiquei). Considero em muito a importância do Bombeiro, na formação das pessoas, na fiscalização e no aconselhamento de tudo o que se relaciona com a segurança das pessoas nas suas habitações e edifícios comerciais, de escritórios e sobretudo industriais. É importante a sua colaboração na definição de um conjunto de documentos, tais como o PDM. Eu na minha primeira experiência profissional que ocorreu numa multinacional americana percebi como aquela empresa formava, planeava e preparava os seus empregados para a eventualidade de acidentes ou situações de emergência e tudo isto com a colaboração dos Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto. O ensinamento que obtive já me ajudou em meia dúzia de vezes a reagir correctamente em situações de acidentes. Uma delas na própria empresa que me proporcionou a formação em que fomos alvos de uma ameaça de bomba e ainda voltei a perceber a diferença naqueles que tinham formação e nos que não tinham. Claro que isto implica formação, simulacros (mensais só nesta empresa) e muita colaboração com os corpos de bombeiros, e obviamente custos que alguém tem de suportar. Já agora nessa empresa tive durante cinco anos alguma responsabilidade nessa área.
Nunca coloquei culpas em nenhuma pessoa em particular, muito menos em que ao abrir uma porta não estava preparado para saber o que seria o mais correcto fazer. Esta pessoa e os seus familiares foram sim vítimas de uma “cultura” que não se preocupa com a prevenção.

Segundo, ao escrever pretensa “avaria” (e não “pretensa avaria”) não estou a levantar suspeições, para mim só é pretensa porque foi unicamente referida no JN por uma fonte dos bombeiros. E além disso, quer no jornal A Verdade que no Douro Verde TV, não é referida nenhuma avaria. Nas imagens deste último vemos a escada a funcionar perfeitamente. Ao contrário do que parece insinuar estava a defender os Bombeiros. Aliás, pelo relatado nas notícias após a abertura das janelas foi tudo muito rápido.

Terceiro, ao contrário de si considero que existindo um simulacro de incêndio urbano planeado para aquela altura dever-se-ia ter um cuidado extra na verificação do material, em especial do que iria ser utilizado. E era isso a que me referia.

Se afinal existiu mesmo avaria, se em simulacro anterior já existiu problemas com a auto-escada, então, e só agora, começo a ficar preocupado. E para ficar claro, não com os Bombeiros, mas com as condições que lhe são dadas para desempenhar a sua missão com risco da sua própria vida.

E mais, e agora curto e grosso, como deputado municipal deve “BERRAR” bem alto que o dinheiro dos contribuintes não deve ser gasto em festas, almoçaradas e jantaradas mas exactamente para este género de equipamentos básicos para a segurança de cada um de nós. Também quem decidiu permitir construção em altura deverá ter obrigação de verificar as condições de segurança para quem lá vive (esta atenção é importante agora que se vai discutir o PDM). Imagine que era necessário tirar uma criança de um desses andares e não existe equipamento adequado porque os políticos gastam o dinheiro noutras despesas.

Não é com anho assado que tirariam de lá a criança.

7 comentários:

  1. Antes que me tentem colocar contra os restaurantes que tem no menu Anho Assado, esta piada não é para eles.
    Aliás eu próprio sou apreciador de Anho Assado à moda do Marco, ainda que quando o como é com o meu dinheiro e não com o dinheiro dos contribuintes.

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  2. Afinal o que se passa com a escada-rolante dos bombeiros?Avaria atrás de avaria?Algo está errado e não será coisa de somenos.Teremos aqui,um exemplo acabado,de material bom e barato,assim a modos como os comprados nas ditas das chinesices?Sim,porque apesar de desconhecer a idade da dita,atrevo-me a especular que não terá tido uma utilização demasiado frequente para que justifique apresentar sinais de "envelhecimento" do material.Sendo assim,quais as causas das repetidas avarias?Errada utilização,falta ou deficiente manutenção?Responda quem souber,porque os Marcoenses como nós,em especial aqueles e são muitos,os que habitam apartamentos em prédios com vários pisos,começam a ficar seriamente preocupados.
    A propósito deste incidente,incêndio num apartamento na cidade e numa via de abertura recente,mas com uma concepção anterior à visão do Marquês de Pombal,terá chegado o momento de questionar o responsável pelo pelouro municipal no que concerne à Protecção Civil e Bombeiros,sobre o número de acções de sensibilização e educação da população,em especial a dos maiores agregados populacionais do concelho,destinadas a prepará-la para enfrentar da maneira mais correcta incidentes,como este,que podem por desconhecimento e aplicação de atitudes desajustadas,conduzir a situações potencialmente bem mais gravosas.

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  3. Jorge Valdoleiros,
    Partilho o que diz sobre a formação a dar aos cidadãos. Sei que os bombeiros fazem acções de formação, pelo menos, nas escolas.
    Obviamente, não responsabilizei quem abriu a porta pelo que fez. Possivelmente e numa situação aflitiva como aquela teria feito o mesmo, dificilmente se reage a frio. E também não insinuei nem disse que estava a atacar os Bombeiros
    Agradeço a sugestão que fez para intervir na Assembleia. Agradeço mas não aceito, até porque já vem tarde. Já reclamei meios para os bombeiros há algum tempo, está nas actas que são publicas.
    Tal avaria era já ontem motivo do triste falatório tão habitual no Marco. Foi dito diante de mim e de outras pessoas entre as quais Bombeiros, que a mesma tinha acontecido como se a culpa de tal ocorrência fosse dos Bombeiros. Tenho como certo, que os responsáveis pela manutenção das viaturas e equipamentos não se descuidam um milimetro que seja.
    Não são só os politicos que gastam mal o dinheiro, também as sucessivas direcções têm responsabilidades nas opções tomadas e investimento realizado. Se a Câmara gastou milhares em futebol profissional e que resultou no que resultou e, não aplicou esse dinheiro em algo de maior utilidade como nos bombeiros) foi porque nunca houve uma maior reivindicação das direcções e pelo factor: que os bombeiros não dão votos.

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  4. Tal como eu acreditava estavamos ambos de acordo quando muito a língua portuguesa é que é um pouco traiçoeira.
    Fico contente por saber que neste também na AM reclamou pela falta de meios. Continue a reclamar aqui e noutras situações que os Marcoenses como Nós precisam de quem reclame, porque de deputados municipais calados e respeitosos da liderança está o Marco cheio.

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  5. Amigo João Monteiro Lima é público que o senhor é um lutador de todas as causas justas em prol das populações do Marco.O caso da sua defesa da nossa Associação de Bombeiros Voluntários é paradigmático,quando afirma a sua certeza,quanto à qualidade da manutenção do material,no caso,a escada-rolante.
    Não quero colocar em dúvida a idoneidade e a competência profissional dos responsáveis pela sua manutenção.Preocupa-me é saber que as avarias se repetem com demasiada frequência,daí ter deixado a interrogação quanto à qualidade técnica da dita e,no eventual êrro na sua manipulação.Não somos todos falíveis?
    Mas as minhas preocupações também têm algo mais que ver com o que acabei de expôr.
    Quem esteve presente nas cerimónias do 86º aniversário da nossa A.H.B.V.do Marco,teve ocasião de ouvir da própria boca do seu Presidente de Direccção,a quase total incapacidade financeira para assegurar a manutenção de viaturas e outros,a ponto de ter que garantir,com a sua própria palavra,a responsabilidade pelo pagamento de tais despesas (bem haja Presidente em nome de todos os Marcoenses como nós).
    Sendo assim e fazendo total fé nas suas palavras,a hipótese de uma insuficiente manutenção,poderá ou não ser colocada?
    Não pretendo acusar os responsáveis de uma eventual ligeireza,na decisão da utilização de material,com algum risco de utilização.Recordo apenas que os Voluntários sempre lutaram com enormes dificuldades financeiras e que está na sua postura moral,arriscar as próprias vidas em prol da defesa e luta pela vida dos seus concidadãos e seus bens,se necessário.
    Daí,atrever-me a extrapolar,que por vezes o excesso de coragem e ousadia(típica dos Portugueses),poderá levar a tais acontecimentos.

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  6. Eu não ponho em causa as dificuldades financeiras da instiuição, no entanto, seria interessante saber onde começaram (e porquê) tais constrangimentos.
    Penso que esta questão (a situação financeira da instituição) deveria ter sido colocada em cima da mesa, logo que a presente Direcção tomou posse.
    Quando falo da manutenção, falo obviamente do trabalho dos que (e não sei quem são) têm que zelar pelos equipamentos. E digo que, sejam eles quem forem, farão o seu trabalho com rigor e competência. Em prol acima de tudo, de todos nós.
    Sobre os deputados municipais que ficam calados, infelizmente já não é uma surpresa para mim, e, lamentavelmente, muitos serão os que assim permanecerão até ao fim do mandato.

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  7. Interessante proposta a sua,João Monteiro Lima.Talvez seja tempo dos sócios da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses,deixarem de ter aquela postura amorfa e letárgica,qual maioria dos deputados da Assembleia Municipal e se questionarem pelas contas de gestão e orçamentos daquela associação.É que isto da transparência,parece ser coisa difícil de entender e muito menos de implementar.Livra,não vá lá o Diabo tecê-las.

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