quarta-feira, 13 de abril de 2011

Emplastros, Plebe e os Negócios do Marco

A leitora Rosária Carvalho em mais uma reflexão sobre o Marco:

Muito entusiasmo e expectativa porque acreditava que ia reencontrar velhos conhecidos, e lá fui eu toda aperaltada para a velha escola, em busca de memórias esquecidas, dos “gajos” daquela altura. Eis que ali chego e logo vi, que afinal, aquele não era um encontro de velhos alunos. Perdoem a sinceridade, mas logo percebi que tinha entrado numa feira de vaidades, com direito a emplastros e tudo.
Afinal porque razão algumas pessoas fazem questão de aparecer em todo o lado, mesmo quando não tem nada a ver com o assunto? Não estudaram naquela escola, não deram um tostão do seu bolso para aquela escola, porque raio tinha que estar logo ali na primeira fila, de sorriso rasgado como se jurasse para si próprio que ali estudou e ali estava parte da sua vida.
Mas o mais surrealista estava para vir, ouvir o discurso de determinada personalidade, justificado no facto de ter sido escolhido pelos colegas do seu tempo, só mesmo para quem não conhecia os colegas do seu tempo, os mesmo colegas, onde estava aquilo que vulgarmente se chamam de cromos da época e outros verdadeiras referências da escola.
A diferença reside apenas num Marco elitista e ainda feudal onde os plebeus não têm lugar, porque não tem pai rico nem conta no BES.
O que mais me admira, é o silêncio e atitude sadomasoquista que os marcoenses continuam a revelar. Então não é que ao ler o jornal a Verdade, vejo uma notícia onde se conta uma estória de um documento que devia estar num processo, desapareceu ao que parece em plena câmara municipal? Factos demasiado graves são ali apontados, de negócios eventualmente escuros e nem uma palavra em lado nenhum sobre o assunto?
Mas afinal este não será um caso de polícia? Vai passar tudo em claro como se nada se tivesse passado?
Ainda no Marco comentei com pessoa amiga sobre este assunto, que me lembrou negócios do género fabricados em tempos num concelho da região, e como a “gerência” mudou, alguns protagonistas de outros negócios similares, tiveram que arrumar a bagagem, e para grande azar terão aterrado algures por aí, ao que dizem o pára-quedas avariou quando sobrevoavam uma certa casa de cor branca.
Depois de me contar algumas estórias conhecidas em outras paragens, essa mesma pessoa lá me foi preparando, minha amiga, disse-me, este será apenas um negócio entre outros que estão para vir, porque hoje em dia ninguém dá nada a ninguém!
Lá me contou aquilo que pensa. Entendo melhor guardar para mim, mas uma coisa não posso deixar de perguntar: Que é que se passa com os marcoenses para não reagirem quando estas negociatas são em proveito próprio de algumas pessoas, sem nenhum beneficio para o concelho? Ainda não perceberam que andam a gozar forte e feio com a cara de todos os marcoenses? Não acham que já foram sacrificados e envergonhados durante anos a mais? Querem continuar a ser bombos da festa e chacota nacional?
Irra, que estou farta!

5 comentários:

  1. Inteiramente de acordo, este concelho é um reflexo prefeito do pais que temos. Corruptos que nunca são presos, dinheiro para festas e "grandes empreitadas", mas quando toca a obras serias "saneamento,Agua, gás" nunca a dinheiro. Por triste que ache, este concelho ta na rota da desertificação, ninguém quer viver num concelho onde não existem as condições mínimas de qualidade de vida. Para as grandiosas festas aqui organizadas, voltamos todos aos fim de semana e nas férias, bebemos uns copos falamos com o amigos, e voltamos para concelhos onde nos proporcione alguma qualidade mínima.

    É triste mas o futuro deste conselho não ade ser muito longe disto.
    cumprimentos caros marcoenses,

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  2. Caro Daniel

    Mas o que o nosso amigo Manuel Moreira faz é exactamente isso, está cá no concelho para comer e beber bem à nossa custa, e depois volta para a sua terra de sempre que é Gaia.

    A diferença é que no vai e vem utiliza um Audi com motorista paga pelos otários que o elegeram.

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  3. Caro amiga Rosário

    Também eu fui lá com a expectativa de rencontrar velhos amigos e a primeira crítica que faço é que tenho pena que muitos deles já tenham desistido da nossa terra e permitido que estes "emplastros" tenham tomado conta do Marco.

    A minha segunda intenção era mostrar à minha filha Joana, que está no seu primeiro ano de escoaridade, uma das escolas onde o pai tinha estudado. E aqui também fiquei decepcionado porque os vários blocos estavam fechados com a excepção do pavilhão para onde estavam a ser "arrebanhadas" as pessoas.

    Mas tudo ficou claro quando me apercebi que os "emplastros" do costume estavam presente com direito a cadeiras reservadas nas primeiras filas.

    Não me recordo que o "emplastro-mor" tenha sequer frequentado um dia aquela escola, mas como a história já pode ter sido refeita se calhar foi meu colega e eu não sabia.

    Depois descobri que tinha escolhido outro "colega" para falar por mim. Devia estar distraido e escolhi o Martinho para falar pelos alunos da minha geração. Ou melhor a votação terá sido realizada nalgum dia eu que teria estado mais preocupado em assistir às aulas dos que a "gozar a vida".

    Foi na altura é que percebi que no pavilhão cada um estava mais preocupado, e bem, em falar com o amigo do lado do que ouvir um discurso sem jeito e maçador. Depois não queria deixar na minha filha uma ideia errada sobre a minha escola, e por fim ainda estava com a esperança que os colegas mais sensatos estivessem já fora do pavilhão.

    E sai. Fui dar uma volta ao exterior da Escola e esperar que um dia alguém realize um encontro a sério de antigos alunos da Escola Secundária.

    Mas com duas condições. A primeira é que o emplastro nao esteja presente e a segunda é que o Martinho não fale. Nem que seja porque aqui não se aplica a a pseudo-regulamento da Assembleia Municipal mas o regras da boa educação, da amizade e da camaradagem.

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  4. Minha cara Rosária Carvalho

    Permita-me esta simplicidade de tratamento social,sem dona para aqui,ou para ali,sem doutora,ou engenheira,que seja.
    É a segunda reflexão brilhante e totalmente assertiva,que faz sobre o nosso Marco,os seus problemas,as suas carências,as suas gentes e,ouso pedir-lhe,que continue sem desânimo,pelo contrário,com cada vez maior afinco e determinação.
    Faz no seu comentário,e muito bem,a dissociação da nossa população entre senhores feudais e plebeus.
    Subscrevo totalmente as suas palavras neste contexto e assim,só para quem não vive cá o dia a dia,poderão ser considerados aceitáveis e inteligíveis os resultados eleitorais dos últimos 30 anos.
    Quanto á festa em si,desde a primeira hora que eu tinha decidido não pôr lá os pés,pois sei há tempo suficiente o que a casa gasta.Tudo se aproveita nesta terrinha de "pachorrentos" marcuenses,para promover a imagem do indigitado sucessor de Manuel Moreira e também para proporcionar ao seu patrono tempo de antena.
    Minha amiga,já há tempos alguém aqui escreveu neste blogue,que o Marco precisava de um defumadouro,para afastar os maus designios que caem constantemente em cima de nós Marcuenses.
    Aceite os meus cordiais cumprimentos
    Miguel Fontes

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  5. estive lá,cumprimentei alguns antigos alunos e professores,mas também fui cumprimentado por alguém que deveria ter vergonha e não ter lá estado para o fazer.
    nunca foi aluno da escola que eu saiba só se for agora nas novas oportunidades.
    senti-me mal e fui-me embora envergonhado com a triste festa que se estava a fazer.
    fui o 1º presidente da associação de estudantes da escola,pelo menos deveria ter um lugar reservado como aqueles que nem lá foram alunos,mas não era isso que eu queria,queria simplesmente respeito pela velha escola e pelos alunos,
    amm

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