terça-feira, 2 de outubro de 2012

Identidade Territorial

O título deste post pode parecer um chavão (e é), mas encerra aquela que para mim deveria ser a chave da reforma administrativa no Marco. Para chegar a este chavão bastou-me estar 30 minutos na assembleia de freguesia de Paredes de Viadores. O coordenador da comissão criada para o efeito deveria ter ido também. Não perdia assim muito tempo (outra palavra chave) e saía de lá esclarecido sobre o que acham as pessoas do mapa que apresentou. O mapa que apresentou poderia ter sido apresentado por um qualquer perito de Lisboa. É de facto feito a regra e esquadro sem ter em consideração o mínimo critério de quem deveria conhecer o concelho onde vive. As pessoas de Paredes de Viadores não sentem a mínima ligação a Paços de Gaiolo. Este exemplo é paradigmático.
Paços de Gaiolo é Douro e Paredes de Viadores (PV) é serra. Isto é Identidade Territorial. Se querem juntar freguesias com PV façam-no com Manhuncelos e o Freixo. Junta-as a serra e junta-as o facto de aproximar PV à cidade. Este tipo de critério vem de meia hora de convívio com pessoas que tendo a responsabilidade de decidir os destinos da freguesia, se consideram desinformadas e desconsideradas. De facto, como diz o meu amigo Bruno Caetano, a reforma afecta pessoas e quase ninguém se lembrou delas. 
Se calhar já não vamos a tempo e vamos perder uma oportunidade histórica de fazer uma reforma a sério porque os nossos responsáveis pensam pequeno, pensam em votos e não em pessoas.

6 comentários:

  1. E então o novo mapa, sai cá para fora, ou não!!

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  2. Caro Jaime,
    Neste processo ninguém sai ilibado. Não é por acaso que na ultima reunião da Câmara ninguém percebeu qual o mapa do seu responsável máximo. Ninguém se quer comprometer, daí que se tente empurrar para a frente os Presidentes de Junta, tentando compromete-los por algo para o qual não estão mandatados.
    Este processo já se arrasta há meses e, independentemente de a lei ter sido publicada no final de Maio, nenhuma força foi até cada uma das freguesia explicar a sua posição, as vantagens e desvantagens deste processo e, acima de tudo, ouvir a opinião dos seus habitantes.
    As eleições autárquicas aproximam-se e obviamente, ninguém quer assumir a responsabilidade da agregação de qualquer freguesia.
    O “fomos obrigados” se não era pior, servirá de desculpa para os mais distraídos e por pouco tempo, espero.

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  3. Caro Jaime Teixeira

    Nem sempre subcrevo as suas palavras e outra coisa não seria admissível por parte de quantos como eu,se consideram democratas e vivem a prática do seu dia a dia,mais preocupados em servir a Democracia através,ou não,duma militância partidária,que se quer saudável e transparente aos olhos dos militantes e simpatizantes.
    No local certo,em plena reunião da Comissão Municipal da Reorganização Administrativa de que fiz parte como membro representando o P.S.,embora certo que a minha voz não teria eco em muitos dos responsáveis políticos presentes,frisei que a mensagem sobre este contexto da reorganização administrtiva tinha sido desde o início mal passada às populações,às freguesias.
    Não vou polemizar se a culpa foi da Anafre e dos seus consócios,se foi daqueles que embora não apoiando a reorganização administrativa não assumiam a sua posição contrária,às claras e sem tibiezas,mais preocupados em "fingir" obedecer à ordem do ministro Miguel Relvas do que em ouvir e defender os interesses das populações que neles confiaram o seu voto.
    Duma coisa estou certo e daí apoiar o teor do seu post,quando transcreve para o papel o sentir duma assembleia de freguesia.
    O mapa proposto e apresentado aos representantes das freguesias(aliás colocado como facto consumado),debaixo duma pseudo-capa de desinteressada e desapaixonada colaboração democrática,mais não fez do que cavar a sepultura duma necessária,desejável e profícua reforma administrativa.

    Cumprimentos
    João Valdoleiros

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  4. Jaime Teixeira, parece que nem sempre estamos em desacordo, pelo menos não totalmente.
    Concordo consigo quando diz "Se calhar já não vamos a tempo e vamos perder uma oportunidade histórica de fazer uma reforma a sério porque os nossos responsáveis pensam pequeno, pensam em votos e não em pessoas."

    Tambem eu penso que se perdeu demasiado tempo e que a reforma, a ser concretizada, não será certamente a mais correcta para este municipio.
    Penso que se deveria esquecer que no marco existem 31 freguesias, apagar todas as linhas do mapa e repensar toda a organização do concelho, sem atender a interesses, gostos, birras ou bairrismos, sendo objectivos e eficientes.
    Em 160 anos muita coisa mudou, as proprias freguesias cresceram a ritmos diferentes e em muitas situações em sentidos diferentes.
    Por isso penso que todos concordamos que por muito que se junte, "rejunte" e volte a juntar nunca existirá consenso e nunca o mapa será o ideal.
    Seria necessário repensar os limites das freguesias, só assim se poderia fazer uma reforma de futuro.
    Quanto ao tão falado mapa apresentado por Antonio Coutinho e segundo o Dr. João Valdoleiros "colocado como facto consumado", eu sei, o Jaime sabe e o Dr. João tambem sabe, que esse mapa não passou de uma proposta inicial de trabalho sujeita a discussão e a todo o tipo de alterações.
    Alias, penso que o mapa que "anda" neste momento em "cima da mesa" é já bem diferente desse das 19 e curiosamente Paredes de Viadores aparece agregado a Manhuncelos e Paços de Gaiolo a Penhalonga.
    Mas até dia 15 ainda muita agua irá passar debaixo da ponte de Canaveses...

    Mas já agora, esclareçam-me se possível, qual foi e/ou qual é a proposta que Partido Socialista?

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  5. Caro Luís Soares, de certeza que estamos muitas vezes de acordo. Ainda não percebi as razões dessas discordâncias todas... talvez o facto de eu não dizer que sim com o actual poder, não sei...
    A proposta que o PS Marco tem desde 2008 e que foi sufragada em 2009, em que recordo, perdemos as eleições, logo o povo do Marco não quis essa reforma, a dos chamados agrupamentos de freguesias, que previa 8 agrupamentos respeitando a tal Identidade Territorial. Esta proposta também era aberta e podia ir até umas 10 freguesias. Isto respeitava, curiosamente, os critérios do Livro Verde! Claro que o PS Marco entrou na tal comissão de mente aberta e os seus representante discutiram tudo com os seus interlocutores, nunca tendo sido pedido um mapa. No entanto, era e é publico e notório o que defendemos e continuamos a defender. O resto é história.

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  6. É de esperar que o conjunto de sábios que elaboraram o segundo mapa,pois também elaboraram o primeiro, não tenhamos dúvidas,deveria ter sido já publicitado, pois não acredito que vão agora apresentá-lo às populações das freguesia e francamente também não defendo essa posição, dado ser uma forma de tudo parar.Relativamente à interrogação do senhor Luís Soares, também achava interessante que o PS,sem constrangimentos, apresentasse uma mapa da sua autoria, sem qualquer receio das reações negativas que possam surgir.É o que entendo trazer à liça de momento.Até breve.Januário de Zorra

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