domingo, 20 de junho de 2010

«Contudo, ela move-se»

Diz-se que Galileu Galilei, não podendo dizer em voz alta aquilo que pensava, ou seja que a Terra girava à volta do Sol, terá murmurado entre os dentes: «Contudo, ela move-se». Hoje sabemos sem dúvidas nenhumas que a Terra move-se e nada valeu que durante séculos um conjunto de «escolhidos» declarassem que ela não se movia.

O mesmo se passa hoje em Marco de Canaveses.

Digo isto a propósito do primeiro ponto  da ordem do dia da próxima reunião da Assembleia Municipal que vai ser realizada no dia 25 de Junho de 2010, pelas 20h30, no Salão Nobre dos Paços de Concelho. Cumprindo-se o «normal funcionamento» da democracia interna do PSD do Marco será aprovada a acta da sessão ordinária do dia 23 de Abril de 2010.

No texto  proposto para essa acta, relativamente ao debate sobre as Prestação de Contas falta o essencial do que lá foi discutido, e digo isto porque estive presente à totalidade da discussão deste ponto ao contrário da Mesa da Assembleia que chegou alhear-se totalmente desta discussão, tendo chegado ao ponto da mesa ter ficado sem nenhum dos seus membros presente.

Sobre o que o foi dito ficam as «palavras» da Vereadora Carla Babo Ribeiro que "considerou uma gestão boa e prudente, isto por causa do cumprimento do Plano de reequilíbrio, suas obrigações e encargos que obrigam a efectuar provisões para prevenir principalmente contencioso judicial. Não fora esta situação e a Câmara teria feito mais obra para além da muito que fez e o resultado líquido teria sido positivo no valor de cerca de três milhões de euros". E mais à frente a mesma Vereadora, ao responder a João Valdoleiros, afirmou que "relativamente às provisões apenas considerou constar do relatório as necessárias para os processos judiciais em curso".

Quais são as omissões e deturpações que existem na acta sobre este assunto?

A primeira é de que as provisões são obrigatórios por causa do Plano de reequilíbrio. Não é verdade, pois as provisões devidas a processos judiciais são impostas pelo POCAL, tal como acontece em qualquer sistema de contabilidade. Está eu causa um dos princípios fundamentais da contabilidade que é o da Materialidade.
 
A segunda é que não estão todas as provisões ainda realizadas, e o mais grave é que esse registo foi adiado para depois das eleições e por isso escondida a situação real da autarquia aos Macoenses. Está em causa outro dos princípios fundamentais da contabilidade que é o da Especialização.

A terceira, que é prática comum da maioria laranja que governa os destinos da autarquia, é o modo como são transmitidas as más notícias. O que pretende Carla Babo esconder com as palavras "o resultado líquido teria sido positivo no valor de cerca de três milhões de euros" ?  Não seria mais correcto e esclarecedor dizer que o resultado líquidos foi negativo, em vez de  tentar usar o discurso para esconder a realidade?

A última, e mais grave, é que são totalmente omitidas as referências usadas várias vezes pela oposição socialista quando esta disse claramente que a situação da autarquia era de "falência técnica". E não disse nada que não esteja nas contas aprovadas. Porque é que Manuel Moreira não permite que os Marcoenses saibam a verdade sobre as contas da autarquia? Porque é que, tirando a oposição socialista, mais ninguém conta essa verdade incómoda aos Marcoenses?

Sr. Presidente Manuel Moreira só lhe faço uma pergunta que poderá facilmente responder com um SIM ou um NÃO. 

É ou não verdade que as contas aprovadas na Assembleia Municipal realizada em Ariz demonstram que a autarquia está na situação de falência técnica, pelo valor de 28.092.548,46 Euros?

10 comentários:

  1. galileu...actas...contas...falências...o seu texto é tão atabalhoado que não sei se percebi bem: a oposição socialista está em falência técnica? Joaquim Pinto

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  2. Não esperava que qualquer um pudesse perceber o que são os documentos de prestação de contas, o que é uma provisão ou o significado de uma falência técnica. Mas o que se espera é que os escolhidos para um determinado cargo que implica conhecimentos de gestão sejam capazes de entenderem minimamente esses conceitos. E era bom que os eleitores pelo menos fossem capazes de reconhecer quem percebe ou não desses assuntos.

    Pois acredite ou não os graves problemas que o Marco está a sofrer é devido à situação das suas contas e à incapacidade técnica, de quem está a liderar a autarquia, de encontrar soluções para esses problemas.

    Claro que às vezes esqueço-me que algumas das pessoas possam não saber quem foi Galileu Galilei, ou o que ele sofreu perante o poder instituído simplesmente porque tinha razão. O desconhecimento da história é o que nos leva a repetir ciclicamente os mesmos erros. Assim recomendo-lhe caro Joaquim Pinto que deve apostar por actualizar esses seus conhecimentos.

    Os Socialistas e de um modo geral todos os democratas sempre foram a favor de uma aposta forte na educação, pois não acreditamos que seja mantendo o povo na ignorância que os problemas se resolvem.

    Galileu Galilei sabia bem isso. Foi aliás um dos muitos lutou contra o obscurantismo e as «certezas absolutas» que infelizmente ainda existem muito na nossa terra.

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  3. São os "Joaquins Pintos" do nosso Marco,que ontem contribuiram,e hoje se esforçam,para que o "saudoso" regime totalitário de Ferreira Torres,regresse ao poder na gestão da Câmara Municipal.
    Ouvi durante décadas toda a espécie de lamentações sobre as atitudes e decisões déspotas da maioria comandada por Ferreira Torres e, quando surge finalmente a oportunidade de se poder demonstrar aos Marcoenses,que se sabe ser maioria,respeitando as opiniões da Oposição,surgem a terreiro os "Joaquins Pintos" cá da zona.
    O meu Marco merece mais e melhor,que "gentes" deste calibre.

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  4. Caro Miguel, sempre tive a suspeita que o regime totalitário doutros tempos não tinha mudado assim tanto, pois apesar de tudo alguns dos protagonistas actuais já o tinham sido no tempo de AFT. Agora tinha a esperança que a prometida mudança tranquila trouxesse uma política de verdade ao nosso concelho, pelo menos ao fim de 5 anos de "regime social-democrata". Mas o que me parece é que os tiques de autoritarismos são muito parecidos e a incompetência é maior.

    Enquanto o Marco tiver Joaquins Pintos, que não tenham capacidade, cultura e até inteligência para escolher os melhores para liderarem o destino do seu concelho, vai ter que se contentar com ser um dos concelhos mais mal geridos do país. Até Bento Marinho em Ariz dá como bom exemplo de gestão Amarante e Baião, que são autarquias socialistas.

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  5. Caro Jorge,tive a oportunidade de ler no JN de hoje,uma pequena notícia sobre a intenção da autarquia de S.João da Madeira em conseguir efectuar uma poupança de 700.00 euros até ao fim do corrente ano,dadas as dificuldades que atravessa aquela autarquia.Diz,sic "o corte anunciado vai incidir na despesa corrente,nos designados consumos intermédios,que representam cerca de ..." e que são, por exemplo,consumos de gás,electricidade, comunicações,material de escritório, representação dos serviços,etc.
    Claro que tomar,ou seguir o exemplo de outras autarquias,não pode acontecer na Autarquia Marcoense,não vão os parentes cair na lama.

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  6. Senhor JV.Nunca falamos pessoalmente de qualquer assunto.Acompanho com , com muita categoria e saber.Este Joaqum Pinto, que terá outro nome,não merece que perca o seu tempo e saber, em comentar o que é incomentável..o senhor Pinto não sabe de nada.. quanto mais de Galileu,.. Provisões, etc., etc.,etc.

    Ainda não vi ninguem sugerir que no Marco possa surgir outro orgão de informação, que possa transmitir aos Marcoenses outra forma de informação e acima de tudo de formação.
    Porque razão não pensa o senhor nesta ideia, quando Lhe sobra saber, cultura e acima de tudo paciência,para aturar uns quantos que se pavoneiam de forma parola?
    Fica a sugestão.Os Marcoenses,merecem.

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  7. Os comentários dizem tudo sobre os comentadores. A um comentário mordaz e objectivo sobre um outro comentário,responde-se com ataques e insultos à pessoa, em tal tom que me lembra de facto regimes totalitários passados. Naturalmente não tornarei a fazer qualquer comentário neste blogue. Joaquim Pinto

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  8. Concordo em parte consigo caro Joaquim Pinto, os comentários dizem tudo sobre os comentadores.

    Mas ainda que possa concordar que o seu comentário tenha sido mordaz, ou seja ácido, agro, agudo, amargo, áspero, cáustico, duro, incisivo, maldoso, picante, sarcástico e severo, não posso concordar que tenha sido objectivo.

    Agora deve perceber que todos os intervenientes, incluindo eu, também tem o direito de serem mordazes.

    E já agora vou ser objectivo.

    Se fui mordaz é porque o seu comentário não foi objectivo, nomeadamente em relação à situação em que infelizmente a nossa autarquia se encontra. Que para sermos bem objectivo e pouco mordazes a situação é de total falência técnica.

    E encontra-se nesta situação porque muitos Marcoenses preferem ignorar a má gestão realizada por sucessivos "executivos" ao longo de dezenas de anos. Preferem ignorar os avisos de alguns que tentam por todos os meios de alertar os Marcoenses para os erros que são realizados por estes "executivos". E existe uma maioria que continua apesar de tudo a defender os poderes instituídos. Espante-se que uma percentagem grande de Marcoenses ainda votou a favor de quem colocou o Marco nesta situação.

    Mas, caro Joaquim Pinto, na sua opinião a autarquia está ou não está falida?

    Uma resposta sua a esta pergunta é que demonstraria coragem e objectividade.

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  9. Caro anónimo, a minha paciência e sobretudo a minha capacidade já é bem testada neste blog. Aliás não posso deixar de admirar todos os bloggers Marcoenses, pois sempre que se dá uma opinião que incomode alguém estamos sempre sujeitos a este tipo de intervenções.
    Mas eu, pessoalmente, respeito a opinião de cada um e não é por isto que me zangarei seja com quem for. Eu sei que o que se escreve muitas das vezes é mal interpretado e temos que dar esse desconto. Depois sempre gostei de alguma polémica, porque dela é que se faz luz. Assim que existam muitos Joaquim Pintos e por mim serão sempre bem vindos e perderei com todo gosto o meu tempo com eles.

    Aliás um frase que sempre gostei é esta:

    "Não concordo com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las." Voltaire

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  10. Tem toda a razão aquele Anónimo,que aconselha Jorge Valdoleiros a deitar para trás das costas certos comentários,que em nada,mesmo nada,ajudam a esclarecer e informar os Marcoenses,sobre a real situação da autarquia do Marco,terra que dizem ter no coração.
    Qualquer arrivista,bem falante,merece mais crédito com as suas demagógicas e irrealistas promessas,do que pessoas como o meu amigo,que sem qualquer tipo de interêsses materiais, pugna pelo nosso Marco,que realmente considera como a sua terra natal.

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