terça-feira, 1 de junho de 2010

Li e recordei

Nas várias medidas propostas pelo PCP para aumentar os impostos, que pode ler em detalhe aqui, está "o fim dos benefícios fiscais dos Planos de Poupança e Reforma". Primeiro não me parece que seja uma medida que vá só afectar os ricos, mas pessoalmente até estou de acordo, pois o verdadeiro ganhador deste benefício fiscal acaba por ser a banca pois na realidade os PPR não apresentam grande rentabilidade e os contribuintes só recorrem a esse produto financeiro por causa do benefício fiscal que existe.

Mas, o que o PCP deverá estar esquecido é que essa medida já foi defendida por Bagão Félix em 2004.

3 comentários:

  1. Mas meu caro Jorge,fenómenos classificados como originais,nos dias que correm,são raros.
    Já reparou que até os OVNIs não têm realizado as suas aparições?
    Já Lavoisier dizia que não havia matéria nova,ela apenas se transformava.
    Assim a única receita que aprendi com a minha Avó,para as crises financeiras(quem não as tem?)é seguir aquela máxima,ganhar 10 e só gastar 9,amealhando pelo menos 1.
    Ora e como toda a gente,com direito a opinar,entendo que a crise se poderá controlar depois de "ensinar" aos políticos a aritmética da minha Avó.
    Aproveitemos então,as "Novas Oportunidades", para lhes proporcionar a aquisição dessa ciência tão simples,como da aplicação prática da tabuada de somar e subtrair.

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  2. Caro Jorge,
    deixo-lhe uma pergunta será que a medida agora defendida pelo PCP deixa de ser válida porque já foi defendida e posta em pratica por Bagão Félix? Eu penso que não. Aliás, não vejo nenhum problema em que as boas medidas não sejam copiadas.
    Penso até que PCP poderia ter ido mais longe tributando mais as transações bolsistas, uma ideia lançada por James Tobin e que ficou mundialmente conhecida como taxa "Tobin", e que quando poderia, no actual contexto de crise econónica e financeira contribuir para a arrecadação de receitas necessárias aos Estados para conseguir, pelo menos, manter as suas funções sociais.
    Abraço,

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  3. Caro João

    Claro que continua a ser válida e na minha opinião até tem mais valor a apresentação dessa ideia pelo PCP.
    Reconheço que fui provocatório mas a minha intenção era criar a polémica e as pessoas perceberem que as boas medidas ultrapassam as fronteiras dos partidos e mesmo as fronteiras ideológicas.
    É pena que muitas vezes só porque uma boa ideia vem de um ou outro lado é imediatamente politicamente incorrecto a defendermos.
    Espero francamente que essa atitude mude rapidamente.
    O que acho piada é que "aparentemente" uma ideia que tinha sido colocada em 2004 por alguém conotado com a direita, venha agora a ser defendida pela esquerda, e bem. Isto é muito bom pois temos que perceber que existem muitas medidas em que todos podemos estar de acordo e devemos claramente de não ter vergonha de assumir isso.
    Um exemplo que a nível nacional se tem falado muito é a situação do facto do BE apoiar Manuel Alegre ser um problema para o PS. Acho incrível e mostra bem o que tem de ser mudado na política nacional. Não deveria ser pela positiva que as escolhas tem de ser realizadas?
    Tudo isto leva a que as boas ideias sejam só apoiadas pelos seus proponentes e que imediatamente quase todos os outros sejam contra.
    No caso dos PPRs, será que o CDS/PP vai apoiar esta medida do PCP? Eu acredito que não, mas vamos ver.
    Sobre a taxa "Tobin", sinceramente não sei se na actual situação seria uma boa ideia. Mas de certeza que a aplicação de uma taxa forte a transacções bolsistas de curto prazo poderia ser uma ideia e evitar os movimentos especulativos.
    Agora de uma forma semelhante à questão dos PPRs existem outros benefícios que eu considero que deveriam ser retirados. Contar para os benefícios fiscais da saúde e educação os gastos em instituições privadas não faz sentido. Qual o critério de eu podendo ter um médico do Estado ou uma escola pública para os meus filhos se quiser optar por um médico privado ou uma escola privada (que considero que é um direito meu a possibilidade de escolha) terei que ter um benefício fiscal?
    Se todos se sentassem e de uma forma honesta tentasse encontrar os pontos de acordo em vez de procurar só os pontos de desacordo todos teríamos um Portugal melhor.
    Um grande abraço

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