terça-feira, 22 de junho de 2010

Sem Custo para UTilizador mas Com Custo para o Contribuinte

Pessoalmente sempre defendi a política do consumidor pagador, assim a posição que o PSD toma aqui não me choca, antes pelo contrário. E não é por acaso que é a mesma posição que a Federação Socialista do Porto tem sobre este assunto. As portagens deviam ser alargadas a todas as Scut's sem excepção. Eu até vou mais longe, não percebo que existam estatutos especiais como a Via do Infante, sempre defendida por Cavaco Silva, ou os vários troços de vias rápidas grátis nas proximidades das grandes cidades.

Como se explica que no distrito do Porto quem se desloca de Póvoa de Varzim para o Porto, nada pague, mas quem venha do interior pela A4 tenha que pagar. E se estivermos atentos a Cidade da Póvoa de Varzim teve um investimento enorme na ligação por Metro à Cidade do Porto.

Como se explica que quem vier de Antuã para o Porto pela A1 tenha que pagar portagem, mas os que se deslocarem por uma auto-estrada, em tudo semelhante mas umas centenas de metros para o litoral, já o faça de graça.

Como se explica que no Algarve a Via de Infante nunca tenha tido pagamentos de portagens, para que aqueles que disponha de dinheiro possam gozar as suas férias sem gastos adicionais, mas que quem necessite de se deslocar de Braga para o Porto já pague portagens.

Estas são guerras de alguns que defendem os interesses que lhes são próximos. Eu prefiro pagar UMA SÓ VEZ mas só quando escolher utilizar essas infraestruturas rodoviárias de luxo. Se forem GRATUITAS infelizmente teremos que ser TODOS a pagar.

Não existem almoços grátis.

PS: Passei hoje às 19:15 na rotunda da AEP, à entrada do Porto, e assisti a meia dúzia de carros a tentar dificultar a circulação. Aliás, quase existiam mais viaturas da comunicação social do que de manifestantes. Simultaneamente ouvia na TSF a descrição de filas imensas e graves problemas de trânsito na mesma rotunda. Para mim, que lá passo todos os dias, até achei que o trânsito estava a fluir muito bem. 

4 comentários:

  1. Jorge, este é o resutlado do trabalho do governo socialista. O que está em causa não é quem paga ou deixa de pagar. Mas sim que alternativas existem a estes percursos.
    No eixo Porto - Póvoa até se justifica o pagamento pois existem transportes públicos como o Metro, mas quem vem do Marco para o Porto utilizando a A42 que alternativas tens? O Metro já chegou ao Marco? De Autocarro demoras 2 horas a chegar ao Porto. De comboio uma hora e meia.
    Enquanto não houver alternativas reais, não corcordo por exemplo com a taxação da A42/A41.

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  2. Rui o grande problema é que as SCUT podem (ou podiam) ser Sem Custos para o Utilizador mas alguém tem que as pagar. Neste caso não existe alternativa e até agora tem sido o Contribuinte.

    A política até agora tem sido o governo, seja PS ou PSD, a defender auto-estradas gratuitas aqui ou acolá sem grandes critérios e a oposição a defender que deviam todas ser pagas.

    Agora com as dificuldades financeiras o governo e a oposição alteraram as posições. Mas não tenho ilusões que TODAS vão ser pagas. Eu pessoalmente até defendo que deveriam existir portagens à entrada das grandes cidades (o que iria permitir a melhoria dos transportes públicos).

    Sobre A41 e A42 (ou outros casos de alternativas) é tudo relativo pois se formos considerar que estás são diferentes, então teremos o caso da Via do Infante, da A29, etc, etc. E eu não consigo encontrar uma fórmula justa de resolver esta questão.

    Mas aqui a minha posição é diferente do Governo que dizia que conseguia encontrar uma fórmula mágica. E concordo muito mais com que o PS do Porto, e o PSD defende que as portagens sejam para todos.

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  3. Relativamente aos transportes públicos tenho que esclarecer algumas coisas. O Metro do Porto é bem mais lento do que o Comboio. Como comparação temos que a viagem entre Marco e Campanhã pode durar 1:03/1:14 e Póvoa Campanhã demora 0:58, mas a distância é bem menor. Alias, esta foi uma surpresa que os Poveiros tiveram quando trocaram o Comboio pelo Metro. Estamos a falar de transportes diferentes e com fins diferentes.

    Depois em qualquer situação viver no Marco e trabalhar no Porto, na minha opinião é um erro, pois além do custo das viagens (serão no mínimo à volta de 200 euros) perdem-se sempre por dias umas 2 a 3 horas independentemente do meio de transporte o que representa muitas horas pouco produtivas.

    Mas se optarmos por ter um carro para nos deslocarmos não podemos só pensar nos 120 kms que todos os dias temos que fazer, mas o mais importantes é o desgaste do carro e todos os custos associados. E se fizerem bem as contas o dinheiro da portagem até acessório.

    Mas as prioridades do Estado (ou seja todos nós) não é facilitar a vida de quem pode comprar um carro, quando existem tantos desempregados, e as condições mínimas de apoios sociais estão a ser postas em causa.

    O que é mais correcto o estado cortar em apoios sociais ou obrigar a quem tem carro a ter que pagar portagens?

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  4. Para mim o mais correcto é cortar nos apoios sociais e provocar o investimento.
    No meu percurso profissional tive um gestor que me ensinou a ser contra os subsídios. Este modelo de financiamento provoca a preguiça e não dinamiza qualquer modelo de negócio.
    Naturalmente sou contra as portagens, pois estas penalizam quem necessita destas vias para ir trabalhar. Neste momento o mercado é sustentado por quem trabalha e não por quem recebe "apoios sociais" que foram mais uma bandeira deste governo.
    Por estas razões, acho que o investimento deve ser feito em quem pretende trabalhar, evitando a desertificação do interior e investindo cada vez mais em terras como o Marco.
    No meu caso e em muitos marcoenses como eu, que moram no Marco e trabalham no Grande Porto, esta política socialista acaba por não passar indiferente.

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