quarta-feira, 2 de junho de 2010

O meu debate particular sobre a Educação

Uma escola do 1º ciclo com 20 alunos deve ter um professor, um auxiliar e uma sala e poucas condições de prestar uma educação de qualidade. Quando andei na primária recordo-me que em escolas bem maiores do que estas se criticava existirem na mesma sala de aulas alunos de classes diferentes, e bem. Claro que podemos ter o cenário de existirem quatro professores, um para cada ano, um ou dois auxiliares e para se prestar uma educação de qualidade um professor de inglês e um de educação musical, por exemplo. Claro que é importante ter uma cantina para estes 20 alunos e quatro salas com boas condições. E programas de ocupação de tempos livres, que me assegurem que se o professor estiver doente tenha um substituto, talvez uma psicóloga a tempo parcial para avaliar a capacidade de aprendizagem dos miúdos, e que se existir um acidente ele esteja a poucos minutos dum centro de saúde ou de um hospital.
Mas agora teríamos na melhor das hipóteses cinco crianças por sala, será que eu desejaria que o meu filho estivesse a dar os primeiros passos na sociedade integrado numa turma tão pequena? Eu não. O estado tem que me proporcionar a melhores condições possíveis para que o meu filho possa vir a ter uma verdadeira educação. Se me derem a escolher eu preferia uma escola com várias turmas do mesmo ano, boas condições de ensino, uma boa cantina, uma biblioteca e sobretudo muitas crianças da idade do meu filho para com ele conviver. Agora, a escola mais próxima fica a alguns quilómetros, o Estado pode fornecer transporte ao meu filho, em condições de segurança e sem o dispêndio de tempo excessivo no transporte? Excelente. Ou estou disposto a ficar com o encargo desse transporte? Não. Então talvez seja altura de eu pensar mudar de casa.

Esta reflexão é minha e bem real, já a tive cinco vezes, uma para cada um dos meus filhos. E se a minha filha do meio ainda só vai entrar em Setembro no 1º ano, os dois mais novos ainda só vão entrar na pré-primária.

Pode ler mais sobre este tema aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

1 comentário:

  1. Esta decisão da Ministra da Educação vai criar muita polémica,num país onde todos são treinadores de bancada,políticos experimentados,gestores competentes e as demais "qualidades",típicas de um Povo,que ainda há meia dúzia de dias,tinha a maior percentagem de analfabetismo da Europa e que rapidamente se tornou num país de doutores a quilo.
    Vamos assistir entre outras lutas,à luta entre a Ministra e a Fenprof,estrutura sindical que revela ter maior poder que o próprio Governo.
    Assim teremos uma guerrilha constante,em que dum lado há a preocupação de rentabilizar dinheiros públicos e de outro lado,a habitual política de imposição dos seus pontos de vista sindicais,sem que se preocupem em implementar um projecto comum para corrigir o déficit que simplesmente pode "engolir" uns e outros.
    Prevejo facilmente,que se esquecerão do dito,"vende-se os anéis,ficam os dedos".
    Apesar das reconhecidas facilidades(transportes escolares,cantinas,o facilitismo na progressão,etc.),que se criaram para levar a Escola(Ensino)à maioria,os índices do abandono escolar têm aumentado.
    Porquê?
    Eu tenho uma explicação muito pessoal e que sempre apliquei na minha vida profissional.Os bons resultados eram os únicos que alimentavam o meu Ego e lutava para os conseguir.O facilitismo nunca resultou em nada de positivo,antes pelo contrário.

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