segunda-feira, 5 de julho de 2010

Orange Share

Muito se disse e ainda se dirá sobre o veto do Governo à venda da Vivo à Telefónica.

Desde ser considerado uma "estupidez colonial", até o PSD vir afirmar que "os sociais-democratas não teriam utilizado a golden share", ou pior que "entendemos que não devem existir golden share" e apesar de "o negócio não era um bom negócio para a PT".

Ainda as afirmações de alguns accionistas interessados que "o uso pode prejudicar a imagem do país".

Até o facto  de Cavaco Silva  "recusado comentar o uso da golden share", mas depois acabar por defender o "direito de veto".

Com Marcelo Rebelo de Sousa a apoiar também o uso aqui (que lhe valeu a nota zero) e até Pedro Santana Lopes aqui.

Isto tudo apesar da golden share ser  "um instrumento de intervenção no mercado já usado múltiplas vezes na história recente da União Europeia", nomeadamente no caso dos "sucessivos governos da Espanha em relação à golden share é um caso à parte na Europa. Desde 1997, Repsol, Argentaria, Tabacalera e Endesa, além da companhia de telecomunicações, foram protegidas do capital externo pelo Estado - inclusive pelo governo de José Luis Zapatero, que hoje protesta contra a decisão de Portugal."

As perguntas que deixo, para todos os laranjas que mais uma vez falharam o alvo e para os média que fizeram mal o seu trabalho, são:

- Os accionistas que queriam vender agora e que são contra a golden share não sabiam que ela existia quando compraram as acções?

- Os "laranjas ultra liberais" que tanto criticaram a utilização da golden share não saberão que quem a criou foi o ex-Primeiro Ministro Cavaco Silva?

- O próprio Durão Barroso não teve a oportunidade de ter acabado com esta golden share?

- Será que Pedro Passos Coelho, e os seus próximos, antes de falarem sobre o assunto não deveriam ter perguntado antes aos seus conselheiros qual a posição que deveriam tomar?

- E por fim , quando é que este Partido Ultra Liberal, ainda identificado por PSD, volta a comportar-se como social-democrata?

É por estas e por outras que tenho que concordar com Mário Soares quando este diz que "não existem alternativas governativas ao PS" e “querem apenas desgastar o Governo e o primeiro-ministro”.
 

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