sábado, 30 de março de 2013

Projectos e obras na cidade do Marco


Decididamente não sou arquiteto. Mas que já lá vão uns anitos da minha vida profissional, é verdade!

Também é verdade que todos temos um pouco de "arquiteto". Posso confirmar que a minha primeira experiência numa requalificação aconteceu no ano de 1993 no concelho de Esposende. Depois disso muita água passou debaixo da ponte.

Informo sem sombra de dúvidas que participei como projectista das redes de saneamento e de abastecimento de águas da requalificação urbana que o centro do Março está a ser vítima! Só e só nestas áreas. Estive atento e bastante crítico desde o início nas soluções preconizadas pelos responsáveis.

Causou-me muita preocupação o desinteresse do dono da obra em filtrar, orientar, fiscalizar todo o processo. Lembro que não existia qualquer técnico habilitado para acompanhar o processo junto do arquiteto responsável pelo projeto de tão grande envergadura. Pareceu-me sinceramente que o dono da obra nunca soube o que queria, talvez simplesmente tornar a cidade mais bonita . . .

A seu tempo e a quem de direito comentei as minhas preocupações. Santos da casa não deverão fazer milagres? Sugeri mesmo nas duas únicas reuniões que tive a felicidade de participar que se deveria, pelo menos, conhecer "in loco" as realidades e experiências de outras localidades.

Portanto tenham lá paciência, até como Marcoense, indicar algumas coisinhas que teria feito de forma diferente . . .

O problema da falta de estacionamento foi abordado vezes sem conta . . . Nem umas alterações executadas em cima do joelho sem senso, resolvem coisa alguma.

Logo que esteve aplicado este cubo "histórico" se deveria perceber a tontice da ideia, bastariam os primeiros metros para o bom senso exigir alterações. Insistir na solução !

A escolha dos pontos de recolha dos resíduos urbanos, alertados a quem de direito e na altura certa, é incompreensível.

As soluções para as praças do "D Carlos" e do "Conforto" são muito duvidosas e certamente já percebemos todos que vamos ter um policia municipal plantado em cada uma delas . . .

Muita atenção ao que se vai construir na Rua General Humberto Delgado e no entroncamento entre a Rua 5 de Outubro e a Av. Manuel Pereira Soares.

Não concordo nem compreendo os critérios de relacionamento e de interesses particulares com cada um dos munícipes "vitimas" do projeto/obra. Parece que quem não berra não . . .

A falta de segurança e de sinalização da empreitada deveriam ser mais acauteladas pelo dono da obra !

Pode-se e dever-se-ia ser mais zeloso com a execução da empreitada, o empreiteiro tanto executa bem como mal, é preciso antecipar acontecimentos. Por exemplo, muitos poderia citar, numa empreitada desta natureza permitir que a escadaria principal do concelho tenha espelhos com alturas diferenciadas de 2 cm, é inaceitável. Logo numa terra da "arte"!

Não vou prosseguir com a extensa listagem que poderia enumerar. Aconselho com sinceridade maior e melhor atenção para o que ainda ai vem.

De futuro e presente lembro um lema interiorizado pelas equipas de qualquer projeto . . . na concessão de um processo de construção, qualquer que ele seja, deve-se "picar pedra" muito e bem antes de o lançar no papel em forma definitiva.
 

7 comentários:

  1. Excelente comentário crítico e tecnicamente muito bem elaborado do Eng. Rui Valdoleiros sobre esta novela das obras de requalificação do centro urbano da cidade. Justo, preciso e conciso.
    Dirão os leitores do blogue, que sendo o autor do comentário o seu pai, outra postura não poderia ter perante o seu comentário. Quem assim pensar estará redondamente enganado. Pugnei sempre na educação dos meus filhos para que se emancipassem da casa e da tutela paterna, tornando-se cidadãos de corpo inteiro.
    Parabéns Rui, demonstra sempre em tudo na vida, que quem sai aos seus não degenera.
    Um abraço
    João Valdoleiros

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  2. A verdade é que só aqui foi dita estritamente a verdade. A obra é de uma pobreza ao nível da concepção pois está impregnada de erros, fere a vista tanta falta de visão, de atualidade/ serventia para a população. Quanto ao desinteresse do dono da obra é perfeitamente inaceitavel. Tem, pois toda a razão.

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    1. Caro Anónimo das 20:08

      Não concordo em absoluto consigo. O dono da obra, Manuel Moreira(quem mais poderia ser?),sempre esteve mais preocupado, muito mais interessado na sua atempada concretização do que nos reais interesses dos marcuenses. E atempada porquê?
      Obviamente para em ano de eleições finalmente mostrar alguma obra aos olhos dos munícipes.
      Recordo-lhe, caro anónimo, que há freguesias do concelho sem saneamento básico e ou rede de água potável, infraestruturas básicas, que incompreensivelmente NÃO SÃO A PRIMEIRA PRIORIDADE DE M.M..
      Aliás, somos muitos os que testemunharam a sua preocupação tantas vezes bem expressa como sendo a menina dos olhos dele,a realização da requalificação do centro urbano da cidade ainda dentro deste mandato.
      Deixo aos eleitores marcuenses as considerações a tirar sobre esta "preocupação" de M.M. versus aquela que entendo como bem mais necessária e mais prioritária - o saneamento básico e as redes de distribuição de água potável às populações, que afinal veem o dinheiro dos seus impostos e contribuições aplicados noutro tipo de prioridades.
      Cumprimenta
      João Valdoleiros

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    2. Peço desculpa, mas não podiamos estar mais de acordo.

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    3. Marcuenses, o que deviam era quetionar porque motivo é que a obra foi adjudicada há Empresa Huila, porque o que se parece houve muitas Empresas do Marco que não poderam concorrer, por causa de uns determindados requesitos que foram adotados para que fosse a Empresa Huila a ganhar o concurso e esta tudo dito palavras para que

      Antonio Sousa

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    4. Essa empresa é gerida por pessoas do "tipo" Miguel Relvas. Não olham a meios para atingir fins, não pedem licença para nada, vão diretos à fonte e note-se, que as obras do grande Porto, nomeadamente Vila Nova de Gaia, foram na sua na sua grande parte adjudicadas a esses mesmos senhores dessa mesma empresa. Porquê? Não tenho provas, mas burro também não sou. Crime de tráfico de influências, falando português, dever-se-á aplicar ao caso. Ou não? Mesmo sendo dos crimes mais dificeis prova, este intuíto não anda muito longe destas suspeitas, ou andará?
      Note-se os familiares do Presidente da Junta do baixo Concelho, todos bem empregados e em empresas que dependem diretamente da alçada do Sr. Presidente para lhes ser concedido o cargo, porque será? Mérito próprio? Ou será por meio da influência de quem gere a empresa em causa?

      Respeitosos cumprimentos de um cidadão do baixo concelho, farto desta gente.

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  3. as obras são há moda de bolonha..no final dos cursos podemos ser tudo e qualquer coisa desde que os maiores o deixem...e lá se foi o relvas...porque será?!

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