"O que chamamos
democracia começa a assemelhar-se tristemente ao pano solene que cobre a urna
onde já está apodrecendo o cadáver. Reinventemos, pois, a democracia antes que
seja demasiado tarde." José Saramago
Todos os dias somos confrontados com a palavrinha “ mudança”. A
política dominante em Portugal e os seus politicos atrevem-se a proferir tal
palavra como se de uma futilidade se tratasse e continuamente criam cenários
utópicos. A sua cobardia pessoal e ideológica contribui para uma cegueira
mental, que serve, apenas e só, os seus interesses, nunca no sentido de se
aceder à verdadeira visão real. O poder do “sempre os mesmos” está instalado!!
O povo vai dando a cara, com bocas que falam, mas com olhos cerrados e ouvidos
tapados. E na hora da verdade a aposta/ a escolha é sempre a mesma. Todos
sabemos que a mudança, a dita mudança, urge e que é necessária, mas só com atitude
e sem medos é que ela é possível, porque o que temos é o que escolhemos, é o
que é legitimado pela vontade do povo.
É já neste mês de março que se conhecerá o acórdão do Tribunal
Constitucional sobre o orçamento, a sétima avaliação da troika, os dados da
execução orçamental (do primeiro trimestre), ou seja, não restam dúvidas… Não podemos,
pois, permitir trimestres atrás de trimestres, sempre com as mesmas desculpas
de não se atingirem objetivos, geralmente piegas e distorcidos!!!
É importante que todos tenham o poder da reflexão e que se tome
plena consciência da realidade. Perante o cenário do governo atual, com
ministros que não podem sair à rua, com falsos doutores, pelo desemprego entre
os mais jovens, pelos cortes ao nível das pensões e vencimentos, pela subida de
impostos, enfim, pelo empobrecimento geral do país. Obrigatoriamente, temos de
estar atentos aos novos ventos que começam a agitar: as eleições autárquicas
que se avizinham, como um novo (re)
começo, uma oportunidade que cada um terá para exprimir em atos o que lhe
vai na alma. Que se consiga mostrar ao
poder central que as escolhas para o poder local contam, falam, somam e seguem.
Por tudo isto, o poder local não pode continuar imune a todas as
insatisfações, uma vez que muitos dos “dinossauros “ instalados corroboram as
mesmas ideologias políticas, contribuindo em massa para a situação caótica e
desastrosa do país.
A atitude está em cada um, a
quem compete não deixar que o “ poder político” se transforme num “ comissário
político”. Há que deixar de acreditar em falsas promessas feitas in locu e não acreditar em falsas lamúrias.
Deixemo-nos de falsos pregadores, eles próprios estão desacreditados do que proclamam...
Deste modo, só através da regeneração é possível respirar!
Sem comentários:
Enviar um comentário