quinta-feira, 21 de março de 2013

Simplesmente....Educação


A educação, no sentido lato do termo, deveria ser encarada pela escola/instituição de ensino e pelos seus dirigentes, como o valor supremo da sua atividade. A escola é, por excelência, o espaço-residência que a alberga e que lhe dá todo o sentido. Os desafios que são colocados às escolas do séc. XXI são enormes mas ainda existe o risco de algumas delas se deixarem levar por uma certa acomodação inteletual, o que as transforma consequentemente em escolas sem ambições deste cariz.
Confrontar-se permanentemente com a realidade do mundo (e da sua comunidade), para melhor perceber e analisar tendências, modas e factos, revendo estratégias, tomando atitudes e procurar soluções, é algo que os seus dirigentes  e todos os que lá “ atuam”, deveriam exigir de si próprios num contínuo ato de esforço. Talvez deste modo, se pudesse travar alguma fragilidade que o ensino vive atualmente em algumas escolas portuguesas e que há muito vem afetando, de forma corrosiva, o desempenho essencial das escolas no nosso país.
Qual é, então, a grande missão da escola? Mais ainda, qual é o papel dos seus professores, sabendo que estes são os legítimos responsáveis e representantes de todo um legado de conhecimentos - pedagógico e cultural – e que, por sua vez, são os grandes responsáveis pela qualidade do ensino aí praticado?
A desmotivação e desencantamento, perante uma escola onde os alunos se sentem a desperdiçar a vida e onde os professores se sentem socialmente desvalorizados, profissionalmente desapoiados e irresponsabilizados vindo a perder muitos dos seus direitos ao longo dos anos,  impõe que lutemos por uma mudança. Mudança em vários níveis e setores. Mas talvez a palavra chave desta mudança seja antes de tudo: MUDANÇA DE MENTALIDADES. Criemos nova gente , novas ideias, gente capaz de responder ao que tem de ser respondido e não  gente que só é capaz de olhar para os seus umbigos. Deixo-mos os ditos “ Doutores” atuarem no hospital e sejamos apenas e só PROFESSORES!!!!
“ Peço desculpa de me expor assim, diante de vós; mas considero que é mais útil contar aquilo que vivemos do que estimular um conhecimento independente da pessoa e uma observação sem observador. Na verdade, não há nenhuma teoria que não seja fragmento, cuidadosamente preparado, de uma qualquer auto biografia” (Paul Valéry, 1931).

D. Pedro II era um notório apaixonado pelas letras e pelas artes, manteve correspondência com cientistas europeus, entre eles Pasteur, sempre protegendo os intelectuais e escritores. Deixou vasto acervo de cartas, registos jornalísticos e seus cadernos de anotações do própriopunho.

Que bom seria se nossos  atuais governantes  tivessem esse raciocinio...


15 comentários:

  1. A cultura é o futuro da humanidade. Quanto mais cultos formos, mais humanos seremos, mais conhecemos, mais livres somos para escolher e decidir. Os mais fracos, os menos inteligentes necessitam quase sempre do outro, seja em que situação for, agem por cabeça do outro.Nunca conseguem tomar decisões sozinhos, são vegetais na sociedade que em pouco ou nada contribuem na existência do Outro. Concordo Joana com todos os aspectos a que se refere de forma tão peculiar e inteligente . Sem uma educação séria, com gente que sabe o que faz, o país cairá no abismo sem retorno. Até porque como já referiu, e muito bem , numa das suas reflexões a educação é a base das bases. Acrescento que pessoas mal formadas eticamente nunca poderão ser agentes positivos nas suas áreas. Não sou professora, mas sou capaz de ver e reflectir sobre educação e reconhecer o mérito a quem o merece e levanto a minha voz perante quem o não merece. Sejamos cidadãos inteligentes é disto que mais faz falta na nossa sociedade.

    ResponderEliminar
  2. Cara Joana foi com agrado que verifiquei que irá participará enquanto oradora no Congresso Internacional de Ciências Sociais da Educação, na Universidade do Minho na próxima semana cujo tema da sua comunicação se intitula: “uma participação efetiva, responsável e autónoma na escola”. Mais um reforço de muito do que aqui nos tem partilhado julgo eu pelo titulo sugestivo da sua comunicação.

    ResponderEliminar
  3. Magui: julgo que o importante são as tomadas de posição certas..eticamente e moralmente...não obstante que pessoas informadas, o seu grau cultural ajudam numa melhor tomada de decisões... daí que a cultura ao serviço de todos poderá trazer benefícios duradouros. Neste ponto a educação e os seus responsavéis têm um grande papel, fazendo chegar a muitos algumas coisas que de outra forma seria mais complicado...sem dúvida!!

    ResponderEliminar
  4. Cara Joana, haja ética e moral que o mundo pula e avança, mas julgo que quando se refere a determinados conceitos deveria colocar a definição dos mesmos pois a compreensão de tais termos não é de fácil !

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Com todo o gosto Magui, farei o que sugeriu...aliás julgo que até posso fazer hiperligações do próprio dicionário online pois assim a consulta é mais rápida assim como os esclarecimentos! obrigada pela ideia.

      Eliminar
  5. Temo pela salubridade dos profissionais que desempenham a sua função nas escolas com a precaridade de emprego sendo eles qualificados o bastante para produzir um trabalho excelente nas escolas do nosso país, sendo que tb levam consigo uma lufada de ar fresco para a educação que muitas vezes é travada fazendo com que a educação retarde o seu progresso. precisamos de profissionais criativos. deixem-nos trabalhar e o ensino será cada vez melhor.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu chego mesmo a temer pela sanidade mental.!!

      Eliminar
    2. Sanidade mental?
      De quem e com que fundamentação se permite fazer tal afirmação?
      Os profissionais que trabalham na escola merecem ser tratados como é eticamente esperado da comunidade.

      Eliminar
    3. Caro anónimo, aconselho-o a ler os comentários anteriores, dessa forma pode verificar que apenas estou a responder ao comentário da Regina..quando fala da salubridade.. não estou assim a falar de ninguém em particular!!!! assim de repente...basta analisar as atuais politicas educativas...que nos colocam eu dúvidas existenciais...Já viu a última novidade de mobilidade ( só um exemplo e dos mais recentes)? será que todos estes profissionais vão aceitar esta situação ou será que estes profissionais são tratados apenas e só como números!!! Os funcionários em mobilidade especial perdem metade do ordenado e, com a revisão da lei, já anunciada pelo Governo, poderão ficar no desemprego ao fim de dois anos neste regime...e muito mais poderiamos falar...será que este tipo de situações contribuem para a saúde mental??? espero ter esclarecido a minha alusão à sanidade mental!!

      Eliminar
    4. Obviamente que não respondeu!
      Extrapolando, significaria que, em principio, os desempregados de longa duração estariam nessa situação, o que não pode corresponder à verdade, felizmente. Basta observar o dia a dia,e verificamos que as pessoas não desistem de lutar.
      Sobre Saúde, deixemos isso ao cuidado dos excelentes técnicos que dispomos e aos directamente envolvidos.

      Eliminar
  6. Joana subscrevo na integra todas as suas palavras . Temo pela escola e pela educação do futuro. Conheço situações surreais. Mas como típicos Portugueses vamos deixando andar e onde der deu! Expresso a minha preocupação pois a escola pertence a todos, apesar de não ser professor. Um bem haja a quem pensa e debate de forma construtiva sobre estas questões. Os pais ficam eternamente gratos por quem se preocupa de alguma forma com algo tão valioso que é a educação dos filhos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O Lucas como pai tem todo o direito e dever de estar preocupado. Graças a pais atentos e preocupados com a educação dos seus educandos que muitos dos pensamentos aqui colocados fazem sentido. Enquanto existem pessoas que continuam a fazer da escola como lugar que satisfaça as suas necessidades pessoais, ainda há muitos que lutam por aquilo que é o cerne da educação: os alunos.
      Podemos sempre fugir e desviar as conversas mas ainda há leitores atentos, ainda há quem saiba interpretar os discursos sem dicionário.Participe sempre Lucas e exponha como pai os seus anseios.
      É sempre muito aliciante poder ter este tipo de conversa, uma espécie de partilha de opiniões construtivas.

      Eliminar
    2. Obrigado Joana pela suas palavras. Preocupo-me muito com o estado atual das escolas públicas ou não tivesse dois filhos a frequentá-la. A escola deles funciona razoávelmente bem, ao contrário da dos meus sobrinhos. O que me deixa perplexo são escolas públicas com diretrizes iguais fazem tomadas de decisões diferentes. Gostaria que um dia destes escrevesse algo sobre este assunto, de forma a melhor compreender-mos estes assuntos.

      Eliminar
    3. Outro ponto que gostaria de partilhar consigo, é que como cidadão atento só me cabe ter comentários construtivos, só assim posso compreender e mudar a realidade em que eu e os meus vivemos. Rendo-me fácilmente a pensamentos plausíveis e inteligentes. Por isso, ganhou um leitor assíduo deste blogue.

      Eliminar
    4. Olá Lucas eu é que agradeço o contributo dos seus comentários. Agradeço ainda a atenção que dispensa sobre estes assuntos. Só comprova que os pensamentos aqui apresentados não são desfocados nem estão tão longe da realidade. Apareça sempre pelo blogue com os comentários que achar pertinente.

      Eliminar