sexta-feira, 23 de julho de 2010

Política sem risco é uma chatice?

Na fase final deste processo é importante recordar o que foi dito durante o debate sobre a proposta da Câmara Municipal presidida por Manuel Moreira para a Modificação Unilateral do Contrato de concessão com a Empresa "Águas do Marco".

Da discussão realço as seguintes intervenções:

João Monteiro Lima (PCP/PEV) questionou se a Câmara tivesse de indemnizar a empresa, se teria capacidade para o fazer. Virgílio Costa (PS) manifestou a sua opinião de que isto iria conduzir a mais um processo em tribunal, uma vez que só poderia ser modificado de comum acordo. Rui Cunha (PSD/PPD) afirmou que estavam felizes por ter uma solução, que era uma medida ponderada e profundamente analisada. Pedro Costa e Silva (CDS/PP) quis saber se o Executivo tinha estudado a possibilidade de perder em tribunal, podendo ter que indemnizar a empresa, e qual seria o valor dessa indemnização.

Nos esclarecimentos o Vereador José Mota assumiu que a decisão comportava riscos e afirmou que a política sem riscos era uma chatice. Afirmou, também, que a Autarquia tinha sempre capacidade para indemnizar a empresa.


Hoje gostaria estar tão feliz como à data estava Rui Cunha ou sentir-me tão seguro da capacidade financeira da Autarquia como estava José Mota. E acrescento que para os cidadãos é uma chatice quando os políticos não sabem avaliar os riscos.

4 comentários:

  1. Grandessíssima chatice.Nem mais,nem menos.Penso que não me estão a acompanhar.Só é chatice,porque o oráculo de José Mota,falhou estrondosamente.Falhou na capacidade financeira da Câmara para pagar tal indemnização,falhou no resultado da decisão do Tribunal Arbitral,quanto ao resto,acertou em cheio.
    A decisão de alterar unilateralmente o contrato das águas, foi efectivamente uma aposta muito arriscada,insensata e infelizmente apoiada pelo seu grupo de deputados municipais,com uma argumentação extremamente infeliz,"Uma medida ponderada e profundamente analisada".Dá para ver,não dá?
    E agora,meus caros políticos de pacotilha?Sêbo nas botas e rua que se faz tarde.

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  2. Caro Miguel

    O problema é que quem vai ter que suportar com os riscos mal avaliados é a população.

    Quando se toma uma decisão, antes deve-se ponderar, verificar quais são os cenários possíveis e qual o risco de cada uma das nossas escolhas. Deveremos ponderar sobre quais as implicações que poderão surgir face à nossa decisão e depois termos sempre um plano B e pelos menos mais um C.

    Uma decisão que possa implicar um risco elevado deve ser evitada e nunca poderemos "sonhar" com cenários "ideais".

    Quando se joga ao Monopólio tudo é aceitável porque se trata de um jogo, quando está em causa o nosso dinheiro podemos ser mais ou menos ousados nas decisões. Quando está o dinheiro público em causa temos que ser ponderados.

    Estou curioso e ansioso por saber qual o teor do acordão e quais vão ser as explicações de Manuel Moreira. Mas isso é secundário pois o que agora vai ser necessário é definir como daqui para a frente a Autarquia vai "viver" com o facto de ter que indemnizar as Águas do Marco em 16 milhões de Euros. Pois nos meus cenários possíveis pode caber renegociações ou até recorrer da decisão para qualquer instância, mas tem de ter já uma solução para resolver o problema de mais esta responsabilidade financeira.

    Entretanto espero que o executivo se dedique o seu tempo a encontrar soluções e deixe-se de festas ou de comissões que em nada contribuiem para a resolução deste problema.

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  3. Isto é no que dá a política festivaleira de Manuel Moreira.Este senhor faz-me lembrar aquela história da cigarra e da formiga.Canta e dança e agora vem chorar para a praça pública usando o seu paleio,para iludir mais uma vez os marcoenses.
    Será que o Marco não merece melhor sorte,do que estes polítiqueiros?

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  4. Claro que merecm melhor, mas nas últimas eleições não se conseguiu falar do trabalho que se Manuel Moreira "não" realizou no primeiro mandato.

    Se a memória não for curta TODOS se lembrarão que a estratégia política foi de criar o mito do "papão" e que ou era ele ou a desgraça. Temos que concordar que ainda demasiados Marcoenses preferiram a desgraça. Mas na altura de muitos Marcoenses votarem acabaram por dar um voto útil, que hoje verificou-se que foi muito inútil.

    Recordam-se quando nos debates se tentou falar de números, contas e estes processos? Foi uma "chachada" e os politiqueiros do costume achavam que isso nada era importante.

    Eu fartei-me de dizer que estava farto de conversa da TRETA e que era importante falarmos de assuntos sérios, de facto até as cabeças brilhantes preferem um bom anho assado regado com muito vinho e ao som de uma banda de música e a assistir aum fogo de artifício a ter que se preocuparem com o seu futuro e o futuro dos seus filhos.

    Talvez por ter cinco filhos eu dou prioridade ao futuro deles.

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