sexta-feira, 30 de abril de 2010

Mosteiro de Vila Boa do Bispo


As origens do mosteiro de Vila Boa do Bispo recuam aos derradeiros anos do século X ou primeiros da centúria seguinte. Entre 990 e 1022 (ou em 1008, como pretendem alguns autores, um primitivo cenóbio foi fundado por D. Mónio Viegas, o Gasco, cavaleiro francês que combateu al-Mansur e alcançou grande prestígio nesta secção relativamente interior de Riba-Douro. De 1022 é uma discutida inscrição (realizada em data posterior a essa data) na tampa de um sarcófago existente no claustro, que indica ter sido aquele o túmulo de D. Mónio e de dois dos seus filhos. O facto de se tratar de uma inscrição posterior à data efectivamente epigrafada, porém, levou Mário Barroca a equacionar a hipótese de se tratar de uma legenda do século XIII, eventualmente realizada por "algum descendente da linhagem dos Gascos em busca de prestígio social".

Até à segunda metade do século XII, a história deste Mosteiro está envolta em lendas e atribuições duvidosas. De acordo com antigas crónicas, existia uma inscrição de 1035, associada ao sarcófago do bispo portuense D. Sesnando, cujos restos mortais foram trasladados para a parede Sul do templo em 1142, por ordem de D. Pedro Rabaldes, outro prelado do Porto. No entanto, quer a indicação de 1035, quer a de 1142 (data que algumas crónicas indicam ter estado epigrafada numa pintura mural no local do túmulo) são de existência duvidosa e não podem ser aceites sem reserva.

A igreja que hoje subsiste data dos finais do século XII ou inícios do seguinte, à semelhança de uma grande parte do nosso Românico. Nessa altura, ter-se-á refeito integralmente o templo monacal, dotando-o de uma estrutura comum para a época, de nave única e capela-mor rectangular, esta última provavelmente abobadada e apresentando arcarias cegas no exterior.

É precisamente a existência de arcadas cegas - na fachada principal e não na capela-mor, esta entretanto muito adulterada - o principal motivo de interesse do edifício, uma vez que se trata de uma solução sem paralelo no nosso país. Conservam-se uma arcada inteira e o arranque de uma segunda, no lado Norte da fachada principal, sendo as aduelas decoradas por animais afrontados. A contextualização destas formas não é fácil e tem vindo a ser objecto de discussão. Parecem não restar grandes dúvidas acerca de uma ascendência francesa (eventualmente passando pela Galiza), mas a verdade é que encontramos aqui analogias com os primeiros ensaios românicos de Braga, de Rates e de Travanca, o que poderá recuar a datação do conjunto em mais de meio século.

Na Baixa Idade Média, vários foram os homens importantes que aqui se sepultaram. D. Júrio Geraldes, corregedor do rei para o entre-Douro-e-Minho, encomendou dois túmulos pela década de 60 do século XIV, um para si e outro para D. Nicolau Martins, que sucumbiu em 1348 à Peste Negra, realizações que se encontram, actualmente, inseridas em modernos arcossólios da parede Norte do corpo. Um terceiro túmulo, já do século XV e que se encontra adossado ao flanco exterior Sul, é de D. Salvado Pires.

As maiores transformações no conjunto ocorreram a partir da segunda metade do século XVII e até aos meados da centúria seguinte. Para além da radical transformação das áreas monacais, o templo foi objecto de uma vasta campanha de obras, onde se conta a refeitura quase integral da fachada principal (com novo portal e mais ampla iluminação) e a actualização estética do interior. A parte mais simbolicamente relevante foi tratada como uma igreja forrada a ouro, uma vez que o arco triunfal, o tecto da capela-mor e as paredes fundeiras da nave e capela foram revestidos por uma homogénea solução de talha dourada em associação a retábulos. Na parede Norte da nave ainda subsiste o púlpito e o varandim trapezoidal policromado, de onde os monges assistiam às cerimónias litúrgicas.

Texto enviado por um leitor que quis com a sua contribuição dar a conhecer melhor a história deste monumento Marcoense.

Conferências de Tongobriga

Integradas no Ciclo de Conferências, vão realizar-se, no próximo dia 30 de Abril, as sessões sobre os temas: Leituras contemporâneas e Especificidade do papel da escola na salvaguarda da herança cultural, sendo oradores, respectivamente, Lino Dias, António Leite e Joaquim Azevedo.
As abordagens, seguidas de debate, serão feitas ao jantar no restaurante junto ao forum de Tongobriga, servido pelas 20 horas.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Anuário Financeiro dos Municípios 2008

Consegui aceder hoje ao Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2008, edição da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas. Da sua análise passo a transcrever as posições nos diversos rankings onde o Município de Marco de Canaveses é mencionado.

O Marco não teve receitas creditícias (utilização de novos empréstimos) em 2008, o que voltará acontecer em 2009. Pelo que sabemos terá a ver com a dificuldade que o executivo tem tido em conseguir junto das instituições bancárias condições para a aprovação de novos empréstimos ou renegociação dos actuais.

Relativamente ao Ranking 5 Municípios com maior grau de execução da receita cobrança em relação ao orçamento da receita encontra-se na posição 30 com um grau de execução de 90%. Não deixando de dar alguma importância à posição, não podemos ignorar que esta percentagem é em função do orçamento corrigido e existe ainda o facto desta receitas cobrada corresponder a valores facilmente previsíveis. Demonstram também a pouca variabilidade que as receitas apresentam. Apresenta também uma boa posição no R10 Municípios com maior rácio Receitas liquidadas/receitas previstas, na posição 21.

É indicado que Marco de Canaveses, juntamente com a Calheta e Fornos de Algodres, são os únicos municípios com Fundos Próprios Negativos, isto é por outras palavras numa situação de falência técnica. Como já se sabe este valor em 2009 atinge os assustadores 28.092.548,46 Euros.

No Ranking 13 Municípios com maior Passivo exigível (dívidas) em 2008 o Marco encontra-se na posição 35, e no R13.B - Municípios com maior Passivo exigível (dívidas) em 2008 - Média Dimensão, a posição piora para a posição 16. Piores que o Marco neste importante ranking estão respectivamente Aveiro, Funchal, Covilhã, Fundão, Vila do Conde, faro, Santarém, Portimão, Figueira da Foz, Guarda, Oliveira de Azeméis, Valongo, Évora, Seia e Portalegre. São várias capitais de Distrito e concelhos bem mais desenvolvidos que o nosso.

No Ranking 22 Municípios com maior Endividamento Líquido aparece na posição 28.

No R23 Municípios com pior índice de endividamento líquido em relação às receitas do ano anterior, está na posição 19 com um valor de 208%. Este índice é demostrativo do peso do endividamento em relação à receita e neste caso o endividamento é mais do dobro da receita anual.

No R25 Municípios com maior peso da dívida à banca sobre as receitas cobradas em n-1, apresenta a posição 6 com o valor de 210,5%, uma das piores posições nos rankings.

Ainda são apresentados os dados económicos do Município de Marco de Canaveses que em 2008 foram resumidamente:

- Total dos Custos 21.083.336 Euros
- Total dos Proveitos 22.397.647 Euros
- Resultados Operacionais 3.288.949 Euros
- Passivo Exigível 44.437.437 Euros

Na lista dos Municípios por nº de habitantes o Marco aparece na posição 51, com 55.275 habitantes.

Manuel Moreira na última Assembleia Municipal em Ariz  repetiu várias vezes que não deitava a "toalha ao chão".  Mas eu pergunto se não seria melhor para todos nós que ele e o partido que representa reflectissem e permitissem que alguém com maior capacidade assumisse a liderança de uma mudança para melhor?

terça-feira, 27 de abril de 2010

As Más Notícias são para Todos

As implicações da baixa do rating de Portugal, anunciada aqui, tem implicações muito negativas para todos Portugueses com Nós. Esta revisão em baixa deve-se às "fraquezas estruturais económicas e fiscais". O impacto imediato verifica-se-á nas taxas de juro associadas ao financiamento externo do governo. Teixeira de Santos diz aqui que o "País tem que responder a este ataque dos mercados" e que “não é tempo para querelas inúteis" e acrescenta que "neste momento temos medidas focadas no corte da despesa e é nessas medidas que temos de concentrar a nossa atenção: reduzir o peso do Estado, reduzir a despesa e corrigir o défice excessivo”

O que eu concordo totalmente.

Carlos Costa Pina afirma aqui que o Governo português irá adoptar "todas as medidas necessárias para garantir a confiança na nossa dívida pública". Pedro Passos Coelho, aqui, declara que "As nossas diferenças, entre o PSD e o Governo, não nos impedem de fazer a defesa do país, que está sob ataque especulativo desde sexta-feira, o que está a por em causa a nossa soberania nacional". O CDS-PP reagiu aqui sem surpresa à decisão da Standard&Poor’s de cortar nos níveis de rating. A Bolsa de Lisboa fechou em forte queda, como pode ver aqui. Os credit default swaps (CDS), subiu já para 351,9 pontos-base, como pode ler aqui. E pode ler aqui que a agência de notação financeira Fitch anunciou que reduziu o rating também.

Estas notícias vão ter também impacto nas taxas de juro reais que nós, as nossas empresas e a nossa autarquia terão que suportar num futuro próximo. O esforço de mostrar credibilidade terá que ser de todos, mas também caberá a quem tem a responsabilidade de liderar criar as condições para que todos os Portugueses e Marcoenses como Nós possam neste momento ter um papel activo.

Resposta de Rui Cunha

Caro Jorge Valdoleiros,

Embora não o conhecendo pessoalmente dirijo-lhe estas palavras apenas em nome da ética política e porque facilmente pode referenciar-se sobre mim. E acreditando nas pessoas entendo dever, numa primeira falha sua, seguir esta comunicação cordial.

Diz, no seu post, que eu neguei as palavras que o Dr. João Valdoleiros atribuiu a Gil Mendes. Falso! Não o fiz porque, como lá disse, não conhecia o assunto e porque lhe telefonei naquela noite ele disse não se lembrar de tal situação. Foi apenas o que disse!
Diz, também, no seu post que eu disse que a promessa eleitoral se mantinha! Novamente falso! Nem referi tal situação. Apenas defendi o bom nome do meu companheiro de direcção de partido, Gil Mendes.
Se necessitar ajuda-lo-ei a ouvir as gravações. Vamos fazer política efectivamente diferente. Recorrer à falsidade é coisa que não acredito que faça intencionalmente.


Cumprimentos,
Rui Cunha

PS: Agradeço antes de mais a sua mensagem. Obviamente também prezo a ética política e se me diz que não negou as palavras atribuídas a Gil Mendes e que não conhecia o assunto não preciso de ouvir nenhumas gravações, basta-me a sua palavra, que respeito. Durante o debate pareceu-me que realmente tinha negado que as afirmações tinham sido realizadas por Gil Mendes, o que até era verdade, e daí a minha confusão. Se não disse nada sobre a "promessa eleitoral" de uma escola EB23 para Ariz, também acredito, e então fiz confusão com o discurso do Presidente da Câmara Manuel Moreira que (mas já começo a duvidar da minha memória) que terá confirmado inicialmente a promessa, até por esta estar na Carta Educativa, mas por fim confirmou também que não existiria capacidade financeira para realizar a obra na situação actual da autarquia. (obviamente as palavras não foram textualmente estas, mas julgo que o sentido foi este). Não sabendo nada deste assunto obviamente não saberia quem tinha sido autor das afirmações e dai não poderia ter evitado a continuação da polémica. Mas como compreenderá, mesmo não dando muita importância a essas "tricas" realizadas durante a campanha, é sempre bom que todos nós fiquemos bem esclarecidos com toda a verdade em nome da ética política e do Marco.

"Inishmore", por Rodrigo Lopes

"Inishmore" é o título do livro publicado por Carla Ribeiro, uma jovem Engenheira do ambiente, natural de Fornos, e actualmente a trabalhar em Inglaterra.
Carla Ribeiro, serve-se das suas experiências profissionais, que resultam das muitas viagens que faz pela Europa e Brasil, para criar Inishmore, uma Ilha Irlandesa, "um lugar particularmente avesso a mudança e a transbordar de orgulho e misticismo. È também uma das três ilhotas ao largo de baía de Galway, de onde a família Lynche era originária e para onde foram viver Michael e o pequeno Maírtin depois de regressados de Paris e perdoados pelo patriarca".
Inishmore publicado pela Chiado Editora, vale a pena ser lido.
Os meus parabéns a Carla Ribeiro, minha sobrinha.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Repondo a Verdade dos Factos

Na passada Assembleia Municipal realizada em Ariz, na sede da Junta de Freguesia, o deputado municipal João Valdoleiros antes da ordem do dia realizou a seguinte declaração, que passo a transcrever na integra:

Aproveitando o facto da sessão da Assembleia Municipal se realizar na freguesia de Ariz, vem o Grupo Municipal do Partido Socialista, em desagravo do Vereador Dr. Artur Melo e do Partido Socialista, afirmar que o seu Vereador e o Partido Socialista, não mentem, nem afirmam o que não podem comprovar.
O mesmo não aconteceu com o PSD. pela boca do ex-Secretário da Junta de Freguesia de Ariz e actual vice-presidente da concelhia do PSD, durante um comício realizado pelo seu partido, uma semana após a realização do comício do Partido Socialista nesta freguesia, no qual este actual membro da concelhia do PSD afirmou ter Artur Melo mentido à população de Ariz.
No referido comício do Partido Socialista, Artur Melo limitou-se a afirmar o seguinte, e passo a citar:
- “A promessa efectuada pelo candidato do PSD, Dr. Manuel Moreira, da construção de uma escola em Ariz, só se poderá concretizar a expensas da Câmara Municipal, já que não há qualquer candidatura para esse efeito”.
- E continuando a citar Artur Melo, “dada a construção aprovada para o Centro Escolar de Vila Boa de Bispo e a construção há anos da E B2.3, em Sande, e estando Ariz no meio destas freguesias, a construção desta Escola Básica Integrada em Ariz só será possível com verbas da Câmara Municipal, pois não há concursos públicos a decorrer para esse efeito”.

Mais tarde, Artur Melo, em reunião pública de Câmara, questionou o Executivo, que confirmou não haver concursos abertos para aquela construção escolar, nem verbas disponíveis, desculpando-se com o estafado argumento da velha questão financeira.

Necessário, se torna portanto ressalvar, que o que Artur Melo afirmou, correspondia à Verdade, e que pelo contrário a afirmação peremptória daquele elemento do PSD, desvirtuando o discurso de Artur Melo e na presença do candidato do PSD à Câmara, Dr. Manuel Moreira, que se limitou a ouvir e a calar, nada abona em favor da imagem pública que os Políticos devem transmitir à população. 

Após esta declaração Rui Cunha, líder do grupo municipal do PSD, embora tenha negado que Gil Mendes tenha realizado as referidas afirmações continuou a defender que a “promessa eleitoral” se mantinha. Será que Rui Cunha teve um lapso de memória ou desconhecia que o autor das afirmações, contra Artur Melo, era afinal o actual Presidente da AM? O que evitaria logo ali a continuação da polémica à volta de Gil Mendes e passar-se-ia a discutir meramente a polémica da “promessa eleitoral”. 

Acredito que a relevância da declaração de João Valdoleiros não era de ordem pessoal, mas de ordem política, porque sendo o verdadeiro autor das afirmações o cabeça de lista para Assembleia Municipal do PSD e actual Presidente da AM os factos relatados por João Valdoleiros teriam ainda maior importância política.

Ainda na sequência Manuel Moreira na sua intervenção seguiu inicialmente a mesma linha de defesa de Rui Cunha mas acaba por confirmar o que o PS Marco sempre afirmou. A “promessa” existe só no papel, não existindo nenhum plano concreto para se realizar pois não existe capacidade financeira da autarquia para a realização da obra.

No período de intervenção do público Gil Mendes, no seu total direito de cidadão vem defender-se das acusações, negando ter sido o responsável pelas afirmações, mas também se escusou a explicar quem as tinha realizado. O que eu compreendo. Não percebo é o ataque que realizou a João Valdoleiros pondo em causa o seu activismo político, desconhecendo como depois se veio a confirmar qual o curriculum politico daquele deputado do PS.

João Valdoleiros, na resposta, vem repetir de novo o que antes tinha dito e aproveitou para informar os presentes do seu passado político que teve início faz agora 36 anos. Na sequência desta intervenção e porventura para evitar que a polémica continuasse António Coutinho , ainda que tardiamente, informou a Assembleia que, a falar verdade, tinha sido ele o autor das afirmações realizadas na campanha eleitoral. 

De facto, na minha opinião, nesta polémica toda deu-se mais importância a quem por parte do PSD fez um conjunto de afirmações menos correctas, do que o facto de mais uma promessa eleitoral ter sido realizada sem nenhuma possibilidade de poder vir a ser concretizada. Gil Mendes tem razões para não ficar contente e tem razões de queixa de ter sido metido numa guerra a que era alheio, e por tal facto já lhe foram pedidas desculpas pela parte do deputado do PS, João Valdoleiros. Os responsáveis do PSD poderiam ter logo esclarecido a Assembleia deste facto e evitado o arrastar desta polémica sobre os autores das afirmações e debaterem-se antes as razões políticas por trás da “promessa eleitoral”.

O blogue Marco 2009 especula dizendo ter o PS escolhido como alvo político Gil Mendes. Nunca esteve em causa o bom nome do cidadão Gil Mendes, politico fortemente empenhado na luta contra os anteriores executivos de Avelino Ferreira Torres, e nunca foi intenção de aquele ser constituído como alvo politico. Não reconhecemos é o direito de especular com o erro de identidade do autor da acusação então formulada contra Artur Melo, e consideramos que não é correcto que se destaque a troca de nomes e se omita totalmente a promessa que Artur Melo denunciou como irrealizável. O futuro e o executivo de Manuel Moreira em reunião pública da Câmara deram-lhe razão.

PS: Não há limites no tempo quando se trata de repor a honra e a dignidade de qualquer cidadão.

Endividamento Autárquico

Não estamos sós, um pouco por todo o país as más notícias sobre as contas das autarquias sucedem-se.

Vale a pena ler esta notícia sobre a conferência "Poder Local". Mas quem desvaloriza esta subida aqui é o Tribunal de Contas, considerando "que as dívidas das autarquias estão sob controlo", e a Associação de Municípios Portugueses diz aqui que é "um endividamento controlado, que não é susceptível de derrapagem ou incumprimento". Será ?

Também se diz aqui que "um em cada três municípios tem resultados económicos negativos", e aqui é dito que os "municípios perderam independência financeira em 2008".

E mais não digo.

Revolução dos Cravos, por João Valdoleiros

Comemora-se hoje o golpe de Estado militar de 25 de Abril de 1974, que ficou conhecido na nossa história, como a Revolução dos Cravos, data esta, à qual mais tarde se viria a chamar o Dia da Liberdade.
Fazendo uma rápida resenha histórica dos acontecimentos ocorridos na época, verifica-se que a génese desta revolução teve, como causa primária, uma guerra colonial injusta para todas as partes envolvidas, que só trouxera lágrimas e luto pelas constantes perdas de vidas, que estropiara para sempre muitos dos nossos jovens e que consumira até então avultados meios financeiros para custear os seus encargos, delapidando ainda mais a débil economia do país.
Entenderam aqueles militares, os Capitães de Abril, que Portugal precisava de uma mudança de rumo, que o levasse até ao convívio das nações, ditas democráticas e desenvolvidas.

O mito do “orgulhosamente sós” teria que ser desmontado.

Aqueles militares de Abril, homens de rija têmpera e forte sentimento patriótico, sentiam como ninguém, dado que viviam os horrores da guerra e a sofriam na pele, que se impunha uma mudança de regime político, pois o país caminhava para o abismo, face à conjuntura política internacional, que na época já há muito colocara Portugal na cauda da Europa, fosse qual fosse o tipo de análise efectuada à vida dos Portugueses e de Portugal.
O nosso isolamento em relação à Europa e a muitas outras regiões do Mundo, era total, a falta e a recusa de apoios internacionais era uma constante. As condenações do regime ditatorial vigente, pelas mais altas instâncias, como a ONU e a Amnistia Internacional, eram frequentes. A própria Igreja em Portugal, veiculava através de alguns dos seus mais altos representantes, sérias dúvidas, se não mesmo certezas, sobre a justiça da guerra, dita “colonial”. Houve mesmo um acontecimento, que reportámos de grande significado político, quando muitos dos capelães militares se constituíram num núcleo de contestação à guerra.
Deveremos recordar e realçar também, a contribuição para a queda do regime ditatorial, embora de modo indirecto, dada por dois oficiais generais, altamente respeitados dentro das Forças Armadas. Refiro-me a António Spínola e Costa Gomes, fazendo sentir junto do poder ditatorial instalado, que o fim da guerra “colonial” e a consequente, paz, só poderia ser alcançada pela via do diálogo político e não pela força das armas, pese embora o argumento utilizado pelos militares afectos ao regime, de que nas três frentes activas do conflito, Angola estaria controlada, Moçambique em vias de controlo e a Guiné, reconhecidamente sem possibilidades de resolução.
Acabaram aqueles Capitães de Abril por se organizarem num movimento único, que designaram como o MFA – Movimento das Forças Armadas, inscrevendo como objectivos finais do seu movimento, a concretização daquilo, que designaram como a política dos 3 Dês:

Democracia, Descolonização e Desenvolvimento.

Hoje, todos podemos dizer, sem margem para dúvidas, que a Democracia está implantada, fortalece-se cada vez mais, dá-nos os seus frutos e que a ditadura de triste memória nunca mais voltará!

Quanto ao Desenvolvimento, ninguém que tenha vivido os tempos idos da ditadura, poderá contestar e deixar de reconhecer o enorme Progresso de que todos nós beneficiamos, nas mais diversas áreas de actividade, na Saúde, na Educação, na Justiça, no Apoio Social, nos Transportes, nas Vias de Comunicação, nas Comunicações, etc..
Alguém poderá pôr em causa que o direito à Cultura, à Educação, à Saúde, à Justiça e ao Apoio Social para todos, sejam conquistas do 25 de Abril de 74?
Alguém poderá pôr em causa que foi a Revolução dos Cravos que nos devolveu os valores da República, como a liberdade de expressão e de manifestação, a liberdade de reunião e associação, permitindo a legalização de sindicatos, de associações de estudantes e a formação de organizações de carácter partidário?
Para não falar já da extinção da Polícia Política, da abolição da Censura, da Libertação dos Presos Políticos, do fim das perseguições e prisão dos opositores do regime, do regresso dos nossos exilados políticos.
O direito de livre opinião, o direito de eleger e ser eleito, o direito ao Trabalho, a não discriminação da Mulher, o direito ao Bom-Nome.

Tudo isto só foi possível, graças à gesta dos Capitães de Abril!

Finalmente o D de Descolonização:
Será um lugar-comum dizer-se que foi a possível, face à conjuntura internacional na qual Portugal estava inserido. Podem vir agora os velhos do Restelo invocar que não foi uma descolonização exemplar, mas eu desafio que me provem o contrário.
Perante o isolamento internacional, em que até os nossos aliados nos abandonaram, deixando-nos numa situação tão precária, quanto grave.
Por tudo quanto significou para todos nós, o 25 de Abril, mais uma vez deveremos honrar a memória daqueles Capitães de Abril já falecidos e a todos os outros, agradecer profundamente, tudo quanto nos restituíram, em especial, o maior bem, a Liberdade.

Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal:

Não poderia terminar sem deixar de referir quanto o Partido Socialista se encontra extremamente agradado com as Comemorações do 25 de Abril de 1974 – Dia da Liberdade, desde a vigência da sua direcção à frente dos destinos da nossa Autarquia. Honra lhe seja feita e bem-haja pela sua disponibilidade e dedicação em defesa da causa da Liberdade.

PS: Este é o único discurso que chegou até ao MCN das comemorações do 25 do Abril em Marco de Canaveses , teremos muito gosto de divulgar qualquer uma das restantes intervenções.

Jovens Marcoenses em destaque

In metronews.pt:

A Câmara Municipal do Marco de Canaveses, na sua reunião pública de dia 22 de Abril de 2010, expressa um voto de louvor, aos alunos: Ana Santos, Daniela Silva, Francisco Vieira, Joana Loureiro, Joana Santana, João Costa, Inês Coutinho, Pedro Tovar e Sérgio Moreira, coordenados pela Dra. Filomena Barbosa Pinto, que após participação no IX Sessão de Selecção Regional, que decorreu em Vila Nova de Famalicão, nos dias 5 e 6 de Março de 2010, foram seleccionados para participar na fase final da XXII Sessão de Selecção Nacional do Parlamento Europeu de Jovens, que se realizou na Escola Secundária de Santa Maria, em Sintra, nos dias 16, 17, e 18 de Abril de 2010.

Estes alunos marcuenses representaram o “Comittee on Development” da Escola Secundária do Marco de Canaveses, e fizeram a defesa de 7 moções temáticas em inglês, com destaque, por exemplo, para a moção que versou sobre os acontecimentos do Haiti, e que visou debater a preparação da Europa para as catástrofes naturais.

O excelente desempenho dos jovens alunos marcuenses valeu-lhes a selecção para representarem Portugal na Assembleia-Geral do Parlamento Europeu de Jovens, que decorrerá na Ucrânia.

domingo, 25 de abril de 2010

25 de Abril de 2010

Hoje um pouco por todo o país recordamos 25 de Abril de 1974.
O ponto alto realizou-se na sessão solene da Assembleia da República e todos estamos atentos aos discursos dos principais representantes do país. Quem surpreendeu foi José Aguiar Branco que fez um discurso cheio de citações vindas da esquerda e Pedro Passos Coelho ter colocado um cravo vermelho na lapela. Será que o PSD neo-liberal de Passos afinal quer afirmar-se como um verdadeiro partido social democrata. Em caso afirmativo ficaria bastante contente.
Os outros oradores estiveram menos ideológicos e directa ou indirectamente acabaram por falar da crise, destaco a intervenção de José Manuel Rodrigues do CDS/PP que defendeu se a revolução de 1974 prometia democratizar, descolonizar, desenvolver, os novos “três dês” são “a dívida, o défice e o desemprego”.
Agora eu pergunto se os responsáveis destes novos três dês são os Capitães de Abril ou se são todos aqueles políticos demagógicos que geriram neste últimos 36 anos os destinos do nosso país e de cada uma das nossas terras em particular.  
Para ler mais sobre estas comemorações leia aqui, aqui, aqui, aqui, e ainda aqui.

sábado, 24 de abril de 2010

Um genuíno - John Cassavetes

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As relações humanas são a equação mais complexa que existe no Universo. Não há química, nem física nem matemática que explique as flutuações de humor, a conjugação de moléculas que provocam atracção ou repulsa. A obra de John Cassavetes fala disto tudo como mais nenhuma outra na história do Cinema. Era um realizador fascinado pelos actores, tanto que fez um filme, "Faces", de 1968, quase só constituído de grandes planos. De grandes planos e emoções extremas. Nada neste cinema é fácil e imediato. Tudo, desde o som aos movimentos dos actores, às situações em que estão as personagens é complexo. Como diz a determinada altura um destes personagens, passamos a vida a proteger-nos e a evitar ser vulneráveis, a comportar-nos mecanicamente e a fazer aquilo que é esperado de cada um de nós. Até que um fusível dispara e começamos a ser nós próprios, para cima ou para baixo. A realidade provoca comportamentos inesperados mas genuínos e é isso que Cassavetes filma.
Filmes que não servem para quem procura no cinema apenas diversão. Por aqui passa a realidade, mas em atitudes larger than life, que é mais ou menos o que todos andamos aqui a fazer, quando não estamos atrás das sombras que nos protegem. É disso mesmo que já se via em "Shadows" de 1959.
Mas para mim o mais relevante em Cassavetes é ser um realizador do seu tempo, que compreende os movimentos artísticos e sociais da sua época como poucos. A Música, do Jazz ao Rock, dos Blues ao Pop, reflectem o que se passa e ao mesmo tempo está tudo muito à frente. Só o glorioso preto-e-branco remete esta fabulosa estética noir de volta ao seu tempo.

Demasiado fora de tempo, por Rodrigo Lopes

Não queria acreditar no que me disseram, e fui ler o que foi escrito.
E o que retiro do seu escrito, Sr. Dr. João Lima, é que o Sr. ficou cego com a minha referência à CDU.
Repare, Sr.Dr, que igual referência fiz relativamente ao PSD, e não vejo da parte do PSD tanta exasperação, tanto ódio recalcado.
Sei que da parte do PCP, é típico esse tipo de reacções, contra quem sai do partido, só que eu nunca saí, por nunca ter entrado.
Recordo-lhe que aceitei ser candidato pela CDU, e orgulho-me dessa decisão, pois sempre vi, e continuo a ver, o PCP como um baluarte da liberdade, da democracia e orgulho-me do modesto contributo que dei numa altura em que poucos se atreviam a intervir social e politicamente, tendo inclusivamente sofrido, na altura, represálias profissionais por ter encabeçado a lista da CDU, situação essa que o senhor deve desconhecer, pois nessa altura ainda era muito novo, mas informe-se da grande polémica e repercussão nacional que teve a decisão da Associação Comercial ter dispensado os meus serviços de jurista por ter sido candidato pela CDU, consulte os jornais nacionais e locais da época.
Fiz o melhor que pude, pelo menos os resultados eleitorais foram bem melhores do que os últimos.
Mas lembro-lhe, que não é pelo facto de ter sido candidato pela CDU, que me inibe ou retira o direito à minha liberdade de expressão. O PCP tem este problema, que tem de resolver de uma vez por todos, e aceitar e tratar bem aqueles que entraram ou colaboraram e que decidem deixar de colaborar. O PCP não é dono dos candidatos, das pessoas e dos votos, pelo que se alguns habituais candidatos da CDU, decidiram deixar de o ser, é uma opção que têm que aprender a respeitar. Faz o senhor um ataque à minha pessoa, que vindo da sua parte, muito admira, pois sempre pensei que havia sido o senhor, uma das pessoas que melhor reagiu à minha decisão. Bastou uma pequena, pequeníssima referência à CDU, para ficar completamente fora de si, e ir buscar assuntos tão antigos que não interessam, a meu ver, aos seus leitores, mas sobre tal assunto, não tenho qualquer objecção a responder.
O senhor ficou tão nervoso que leu coisas que não escrevi, leu nomeadamente, que o Governo legislou devido ao PS Marco e que a CDU não defende a Democracia.
Acalme-se um pouco, apenas disse que a CDU e o PSD não apoiaram a decisão do PS de requerer a inelegibilidade do candidato da CDU. Nada mais. Será que o facto de ter sido candidato pela CDU, e autarca eleito me inibe deste direito. Como diria o seu colega de blogue, estas suas referências caíram "fora de tempo".

A Verdade, a Mentira e a Falta de Verdade

Na reunião da Assembleia de Municipal que terminou hoje às 4:35 da madrugada em Ariz falou-se muito da Verdade, da Mentira e da Falta de Verdade. Teremos de certeza nas próximas semanas muitos temas importantes para discutir sobre esta reunião desde os choupos até à apreciação e votação das Contas de 2009, mas considero que neste momento o importante é debater os pontos cruciais que lá foram discutidos e que são fundamentais para a sustentabilidade financeira e económica da autarquia.

O principal de todos é a situação económica da autarquia. A verdade é que as contas demonstram a falência técnica e pelo valor assustador de 28.092.548,46 Euros, são mesmo 28 Milhões de Euros, e para terem uma ideia este valor é superior ao orçamento anual da autarquia. É estar a mentir quando se abana a cabeça a negar esta realidade quando a oposição socialista afirma que a autarquia está em falência técnica e faltar à verdade quando se omite este facto de extrema importância ao apresentarem-se as contas.

Uma das razões que coloca a autarquia nesta situação foi a obrigação de lançar as provisões para riscos e encargos, que subiram de menos de 1 Milhão de Euros, para mais de 41 Milhões de Euros. Não discuto as razões políticas porque estas provisões não terem sido lançadas no ano anterior, mas fica demonstrado claramente que o Balanço referente a 2008 e que serviu para avaliação do executivo nas eleições de 2009 era uma mentira. Este aumento de 40 Milhões Euros é para fazer “face ao risco ou contingência de cobrança de dívidas reclamadas judicialmente.” Destacam-se as provisões para as Águas do Marco no valor de 30 Milhões de Euros, as tarifas de saneamento no valor de 1 Milhão de Euros, a M2S-Construções no valor de 8 Milhões de Euros.
 
Considerei importante que Manuel Moreira tenha dito, com verdade, que a autarquia estava a ser alvo de diversas penhoras (alías já existiam rumores das mesmas), mas o não lançamento das provisões para risco e encargos destes processos jurídicos respectivos demonstra a mentira das contas, não apresentar uma lista da totalidade dos processos que a autarquia é alvo é falta de verdade.
 
Importante para percebermos qual a situação financeira da autarquia foi Manuel Moreira ter dito a verdade e reconhecer que a solução pelo executivo encontrada, faz agora um ano, para regularizar as dívidas, de cerca de 7 Milhões de Euros (que não estão relevadas contabilisticamente), não foi aceite pelo governo. E ter dito também que as alternativas estudadas pelo executivo para obter a renegociação dos empréstimos actuais não são exequíveis devido ao facto de as instituições bancárias imporem aumentos brutais de spread (falou em valores de 2,9%), que na minha opinião já deveriam ser esperados. É faltar à verdade não dizer que estes spreads vão aumentar com a apresentação às instituições financeiras das contas agora aprovadas. Também é falta de verdade não confirmarem que a falta de soluções por parte do executivo. E será mentira alguém afirmar que a autarquia não está numa situação de iminente rotura financeira.
 
O que não ouvi foram as soluções que o executivo aponta para resolver os problemas económicos e financeiros, o que fará se tiver que pagar os muitos milhões de indemnizações nos diversos processos, e o que fará se conseguir a nulidade do contrato das águas e tiver que assumir de imediato para si a responsabilidade desse serviço público.
 
A verdade é que Bento Marinho, talvez o mais esclarecido de todos os elementos do PSD, aponta uma solução. Seguir as políticas dos concelhos vizinhos de Amarante e Baião, e eu estou totalmente de acordo.

Demitam-se e deixem os Marcoenses escolherem um executivo socialista tal como os nossos vizinhos já escolheram com o sucesso demonstrado.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

PS Marco deu um exemplo de credibilidade do Poder Autárquico, por Rodrigo Lopes

O Governo do Partido Socialista, aprovou em Conselho de Ministros a Lei da Tutela Administrativa que impede a recandidatura de autarcas com condenação judicial transitada em julgado, podendo, ainda, o Tribunal decretar a suspensão de funções em caso de mera acusação formal.
O PS Marco, nas últimas eleições autárquicas defendeu, politicamente, esta posição e consequente com o seu entendimento, recorreu ao Tribunal Judicial do Marco de Canaveses com vista a decretar a inelegibilidade do candidato Avelino F . Torres, cujos argumentos invocados mereceram acolhimento por parte deste Tribunal.
Acabou o referido candidato por concorrer às eleições autárquicas, após um recurso interposto pelo interessado no Tribunal Constitucional, que em plenário decidiu admitir a candidatura, embora com vários votos contra.
O PS Marco, com a sua posição, marcou a diferença no debate político, na defesa do prestígio dos autarcas e do poder local. Foi pena que o PS Marco, num momento decisivo para a moralização, prestígio e credebilização do poder autárquico, tenha estado só na defesa desses valores, não contando com o apoio do PSD e nem tão pouco da CDU.
Eis que, agora, o Governo vem dar razão ao PS Marco e legisla nesta matéria tão importante para a moralização, credibilização do poder autárquico.

O PS Marco andou à frente dos outros, teve razão antes do tempo.

Contrato das Águas I

Tratando-se de informação vital para que os Marcoense como Nós entendam o que se passou entre a primeira adjudicação e a segunda que hoje a AM vai discutir tentei realizar um pequeno resumo dos acontecimentos, se alguém quiser corrigir ou complementar esta informação sinta-se à vontade de o fazer que o MCN agradece desde já. 

- Adjudicação feita ao Consórcio Compagnie Général des Eaux em 26 de Julho de 2003
- Envio de uma minuta de contrato em 30 de Julho de 2003
- Revogação da adjudicação feita à Compagnie Général des Eaux e adjudicação ao segundo concorrente, Águas Marco de Canaveses, em 15 de Março de 2004, a proposta de Lindorfo Costa, foi votada por maioria com 3 votos contra dos vereadores Nuno Lameiras e Artur Melo do PS e Coutinho Ribeiro do PSD.
- Aprovação da minuta de contrato e a respectiva proposta de tarifário para 2044/2005 e tarifário reestruturado a partir de 2006 em 20 de Setembro de 2004, por maioria com as abstenções de Nuno Lameiras e Artur Melo.
- A Assembleia Municipal em 1 de Outubro de 2004, apreciou e deliberou, sobre proposta da Câmara, o “Contrato de concessão da exploração e gestão dos sistemas de abastecimentos de água para consumo público e de recolha, tratamento e rejeição de efluentes”. Na discussão José Mota do PSD defendeu que “se a impugnação foi considerada válida, então deveria haver outro concurso”, Filipe Baldaia do PCP defendeu que “a distribuição de água em baixa e o saneamento básico são serviços públicos que devem ser prestados pela autarquia”, Luís Almeida do PS diz que “Apesar de reconhecer que é uma decisão muito importante, considerou não ser esta a melhor solução, pelo que não deveria ser aprovada” e “apelou a uma reflexão profunda antes de se votar, pois se o negócio for mau só ao fim de oito a dez anos é possível renegociar com a empresa.” A proposta foi aprovada por maioria com 30 votos a favor, 19 contra e 7 abstenções.
- Contrato aprovado em reunião do Câmara em 15 de Dezembro de 2004, com a abstenção do vereador do PS.
- A Assembleia Municipal de 28 de Dezembro de 2004 voltou a deliberar sobre o “contrato”, que não havendo inscrições para uso da palavra, passou de imediato, à votação, tendo este ponto sido aprovado por maioria com 9 votos contra, 2 abstenções e 46 votos a favor. [Gostaria de saber quem foram os 11 que não votaram a favor pelo que se alguém tivesse essa informação gostaria de a publicar]
- Em 30 de Dezembro de 2004 a Câmara deliberou aprovar a escritura pública do referido contrato com as abstenções dos vereadores Nuno Lameiras e Artur Melo do PS e Coutinho Ribeiro do PSD. A declaração de voto de Coutinho Ribeiro foi a seguinte: “Abstenho-me, embora não tendo nada contra, não estive no início de toda a discussão”, os vereadores do PS declararam “ Sendo este um processo que desde o início nos levantou muitas dúvidas e com o qual não estivemos de acordo, e considerando as vicissitudes conhecidas da adjudicação em causa, os Vereadores do Partido Socialista abstém-se desta votação”.
- Contrato celebrado em 30 de Dezembro de 2004

Balanço e Demonstração de Resultados

Hoje os nossos representantes eleitos para a Assembleia Municipal vão analisar, debater e votar um conjunto de documentos contabilísticos e de gestão. Destes existem dois que demonstram a situação real da autarquia e o resultado do desempenho da autarquia no ano de 2009.

Estes documentos são o Balanço e a Demonstração de Resultados.

Podem considerar que a minha visão é demasiado técnica e que se preocupa demais com os números e que é preferível ter uma análise mais política destes documentos.

A verdade é que sejamos gestores, políticos ou simples cidadãos temos que perceber que os números apresentados nestes documentos representarão, se bem calculados, a realidade da nossa autarquia quer sejam ou não favoráveis.

Infelizmente pelos rumores que vão correndo iremos ter más notícias que apesar de tudo não serão surpresas para os analistas mais atentos das contas apresentadas em anos anteriores.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

“A democracia é o pior dos sistemas, excepto todos os outros”, Churcill

Churcill , primeiro-ministro Britânico no pós 2ª Guerra soube reconhecer e defender o regime democrático como poucos. Hoje, tal como no seu tempo, algumas vozes tentam desprestigiar o regime democrático, e isto acontece maioritariamente por desconhecimento ou por falta de memória do que é viver numa ditadura, numa teocracia ou oligarquia. Tenho idade suficiente para ter vivido num regime ditatorial, que apesar das tentativas de branqueamento que ao longo do tempo ocorreram não me consegue despertar qualquer sentimento nostálgico. A capacidade de pensar e criar uma posição fundamentada sobre - o que esperar da vida - é uma característica intrínseca ao ser humano, a possibilidade de a tornar pública é um privilégio só de alguns.
O “preço” a pagar pela democracia é elevado, vejam-se os períodos de campanha eleitoral, nomeadamente eleições internas dos partidos, onde todos os “istas” se digladiam pela obtenção de mais uns quantos votos. E se o Voto é a arma do Povo, é lícito que cada um faça o que estiver ao seu alcance para os conseguir.
Nas últimas semanas viveram-se momentos quentes, aquecidos e requentados pelo país fora nomeadamente no nosso querido Marco. Agora, não abdicando das suas posições, respeitando a diferença e a vontade dos eleitores é tempo de trabalhar, para em conjunto combater o verdadeiro adversário.
Proximamente os militantes do PS Marco, como tantos outros, vão ser chamados a escolher o líder da Distrital do Porto que conta com os candidatos Renato Sampaio e José Luís Carneiro, personificando diferentes projectos e é nestes que nós nos devemos concentrar. Tão ou mais importante que as pessoas são os projectos que elas representam e neste contexto o projecto de JLC é mais importante para o Marco. No passado sábado fechou-se um ciclo, outro se abriu e para este o JLC pode contar comigo e cada vez com mais com novos militantes do Marco. Este é o mesmo JLC que esteve connosco nas eleições autárquicas 2009, na convenção autárquica 2010 e em tantos outros momentos.
Exercer democracia é também saber dizer não quando discordamos mas dizer sim contem comigo quando concordamos.

Complexo de prima-dona

Se Freud fosse vivo e emigrasse para o Marco, estudaria um dos grandes fenómenos entre "actores" políticos e não só: O complexo de prima-dona. Doença encontrada em espécimes de todo o espectro político, comum entre quem ainda não convive bem com o direito à crítica e à livre opinião, 36 anos depois de 74.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Assembleia Municipal é em Ariz

A reunião da Assembleia Municipal de sexta-feira, dia 23 é na freguesia de Ariz.

Obras do Fidalgo

Hoje não queria dar más notícias, mas...

Tinha decidido que hoje não pretendia dar más notícias e que preferia passar o fim do dia mais relaxado. Azar meu disseram-me que o IEFP já tinha no seu site as estatísticas de Março, e não resisti para ver se eram boas notícias. 

Infelizmente o número total de desempregados registados subiu para 4.040 desempregados, mais 4,5% do que no mês anterior. 

Eyjafjallajokull

Quando me perguntam fora do Marco qual o meu nome de família tenho sempre alguma dificuldade em que o compreendam ou que o escrevam correctamente à primeira.  A única vantagem que tenho é que após as primeiras dificuldades, e muitas explicações sobre a origem do nome ou como se soletra, acabo pelo menos de ser facilmente identificado entre os meus amigos, colegas de profissão ou clientes. E Valdoleiros não passa de um simples nome de uma terra portuguesa, perto de Lamego que significa Vale de Oleiros.

Agora tenho pelo menos um vulcão que nos dias de hoje está a passar pelo mesmo problema que durante os últimos 49 anos passei, o vulcão islandês Eyjafjallajokull. E afinal como podem ler aqui só quer dizer "o vulcão que fica no glaciar das montanhas que ficam perto das ilhas".

Imaginem que agora passa a ter a alcunha de "o vulcão que parou o tráfego aéreo na Europa", como se escreverá esta em islandês?

Artigo 48.º

Participação na vida pública

1. Todos os cidadãos têm o direito de tomar parte na vida política e na direcção dos assuntos públicos do país, directamente ou por intermédio de representantes livremente eleitos.
2. Todos os cidadãos têm o direito de ser esclarecidos objectivamente sobre actos do Estado e demais entidades públicas e de ser informados pelo Governo e outras autoridades acerca da gestão dos assuntos públicos.

Este artigo da Constituição Portuguesa dá a todos os Marcoenses como Nós direitos que não podemos prescindir só porque estamos a incomodar alguém ou a ser alvo de ataques de qualquer ordem. O direito de tomar parte na vida política não se extingue no dia em que colocamos o nosso voto numa urna. Continuamos a ter o direito como cidadãos a directamente tomar parte na vida pública.

Destes direitos aquele que eu considero mais importante é o direito de sermos esclarecidos objectivamente sobre os actos do Estado e demais entidades públicas, incluindo os órgãos autárquicos, e de sermos informados acerca da gestão dos assuntos públicos.

Não aceito que quando alguém resolve exercer esses direitos seja bem recebido quando se limita a ser um YES MAN, mas que quando se torna incómodo é imediatamente criticado. Eu percebo esta atitude porque infelizmente o 25 de Abril de 1974 foi há pouco tempo e ainda não temos todos um espírito democrático consolidado e não percebemos todos que estes direitos à Participação na vida pública são uma verdadeira mais valia para os Portugueses em geral e os Marcoenses como Nós em particular.

O fraco e o inseguro gostam muito mais de conviver com aqueles que sempre concordam com as suas ideias do que com aqueles que os afrontam e discordam das suas opiniões.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Aprovação das Contas de 2005

Em 27 de Abril de 2006 realizou-se a apreciação e deliberação da prestação da contas referentes ao ano de 2005. Tratando-se do início do primeiro mandato de Manuel Moreira a responsabilidade era quase exclusiva do anterior executivo. Como parece ser habitual debateu-se pouco as contas, mas é importante reler o que na altura foi dito e compararmos com a situação actual.

Bento Marinho realizou a a primeira intervenção referindo "que o património estava sub-avaliado e que o inventário, ainda não concluído, estava, por isso, incompleto..." e "que era intenção deste executivo fazer com que este município começasse a pautar-se pelo rigor nas contas." [Interessante que cinco anos depois a situação se mantenha igual.]

Das outras intervenções valerá recordar a de João Monteiro Lima afirmando "que estas contas reflectem o que foi uma gestão gastadora e não traduzem a real situação financeira da Câmara." [Interessante que quatro anos depois eu afirmaria o mesmo das contas actuais da Câmara.]
 
O documento foi aprovado com 49 votos a favor (CDS e PSD), 12 votos contra (PCP e PS), e uma abstenção.

O que estava mal nas Contas de 2008

A realidade que temos sobre a correcta implementação da Plano de Contabilidade Pública na nossa Administração Pública é pouco usado após criação há 13 anos, de que o Tribunal de Contas se queixa aqui e aqui. A necessidade de ter uma boa informação é um princípio básico para a boa gestão e a incapacidade que muitos órgãos do Estado mostram em implementar correctamente estes meios de controlo de gestão apontam ou para incompetência ou pior para existência de corrupção.
E na Câmara Municipal de Marco de Canaveses qual é a situação?

No Relatório de Gestão referente às contas de 2008 é dito que "importa referir que, embora a contabilidade de custos seja obrigatória para o apuramento dos custos das funções e dos custos subjacentes à fixação de tarifas e preços de bens e serviços, a mesma não foi ainda implementada face às várias carências, a saber: pessoal qualificado na área específica, formação, reorganização da estrutura municipal e aposta em novos sistemas informáticos integrados". [É obrigatório mas não existe contabilidade de custos.]

É dito também que "...ainda não foi possível recolher toda a informação dos bens móveis e imóveis existentes no Município" e "Também ainda não se finalizou o processo de identificação e avaliação dos bens de domínio público..." [Não se sabe qual o Imobilizado da autarquia pelo que o Balanço relativamente a esta rubrica não estava correcto.]

Estes são dois exemplos, de muitos que poderia apontar bem perto de nós, que demonstram o descontrolo de que o Tribunal de Contas se queixa.
Na minha opinião, seriam razões suficientes para que os deputados municipais votassem contra a aprovação das contas de 2008.
Será que agora estas duas situações já estão corrigidas e os actuais deputados municipais poderão em consciência votar favoravelmente as contas de 2009?

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Aprovação das Contas de 2008 (versão blogsfera)

A discussão sobre as contas na Blogosfera limitou-se só ao Marco 2009 mas foi de qualquer modo muito mais intensa do que dentro da AM, sobretudo relativamente se passou à volta da reunião. Apesar disso em meados de Abril os assuntos fortes em todos os Blogs rodavam sobretudo à volta das possíveis candidaturas autárquicas.

"Assembleia Municipal reúne a 17 de Abril" foi a notícia inaugural que ninguém comentou. A notícia seguinte, já no dia 18, dava mais importância a outro ponto da ordem do dia, "Assembleia aprova empréstimo de 7 milhões", que também não foi comentada.

A primeira referência à aprovação de contas aparece no post "Outras deliberações da Assembleia Municipal", ninguém comenta. Até aqui o autor de todas as notícias tinha sido José Carlos Pereira, temos que lhe dar esse mérito.

Já no dia 19 aparece o post de Coutinho Ribeiro, "Impressões à margem da Assembleia", que fala mais sobre os aspectos à volta da reunião do que sobre a substância da mesma. E logo aparecem os primeiros comentários.

Dia 22 JCP volta ao tema da AM com o post "O (des)conforto do poder", mas não fala da aprovação das contas. Não obteve comentários ao seu post.

E assim terminou na blogosfera o debate sobre as contas e a reunião onde as mesmas foram aprovadas. Pobre debate para a importância que devia ter.

No dia 28 de Abril Coutinho Ribeiro escreve um post intitulado "Engenheiros-de-obras-feitas", que nadas tem a ver com a aprovação de contas, mas que vem muito a propósito quando este recorda:

...Lindorfo Costa, o 'cérebro' das finanças locais, que foi à Rádio Marcoense justificar a falência técnica do Município numa longa entrevista (os vereadores da oposição não tiveram direito a exprimir-se sobre a matéria). Da entrevista de Lindorfo retive uma expressão que usou para justificar a falência: «No Marco está tudo feito, talvez falte tapar uns buraquinhos por causa dos tacões finos dos sapatos das senhoras» (cito de cor). Ri...

Mas sabem porque coloquei esta frase de CR?

De facto a AM uns dias antes aprovou as contas que mostravam o Município em falência técnica, pois estas apresentavam um saldo negativo de 2.079.529,30 € (dois milhões setenta e nove mil quinhentos e vinte e nove euros e trinta cêntimos). Ver pág. 3 do Balanço aprovado.

Curioso que tal situação gravosa para o futuro do concelho tivesse passado despercebida aos representantes políticos do Marco.

Será que no final de 2009 a situação do Município será idêntica, pior ou melhor? Tenhamos esperança que desta vez os responsáveis políticos em particular e os Marcoenses em geral estejam mais atentos?

Mas não é por este facto que as contas não deveriam ter sido aprovadas. Em próximos post darei a minha opinião sobre este assunto para quem estiver mais interessado na realidade do Município do que nas "guerras de cadeiras".

Pensamento do Dia

´Os fracos nunca podem perdoar, perdão é uma característica dos fortes.´

Gandhi

Aprovação das Contas de 2008

Os Documentos de Prestação de Contas relativos ao ano de 2008 foram aprovados na Assembleia Municipal de 17 de Abril de 2009. Sobre esta aprovação o vulgar cidadão pode encontrar os ecos desta votação na respectiva acta ou na blogsfera.

Lendo a acta ficamos a saber que Manuel Moreira "explanou os aspectos mais relevantes do ponto em discussão". Que Rui Cunha se lamentou "da influência negativa que a anterior gestão continua a ter na vida financeira da autarquia" [Esqueceu-se que o PSD já estava em fim de mandato], e "congratulou-se...pelos níveis de execução orçamental apresentados" [Esqueceu-se das várias modificações orçamentais realizadas durante esse ano] e "estava satisfeito com o desempenho do Executivo, pelo rigor e pela exigência em matéria financeira, demonstradas".

José Carlos Pereira (PS-Ind) disse que o "Executivo, afinal, vai apresentar obra, concluindo projectos do anterior mandato, mas, também demonstrando a capacidade de recuperar outros que se encontravam perdidos." e reconheceu "haver sinais de inverter a má gestão do passado, com mais transparência, rigor e outra forma de estar e dialogar..." Ainda disse que recusava-se "a aprovar uma conta de gerência que penaliza os marcoenses, aplicando taxas máximas nos impostos, algumas delas por opção do actual executivo" [Aqui errou porque o executivo é obrigado a aplicar as taxas máximas por causa do plano de reequilíbrio financeiro, erro que não escapou a Manuel Moreira que logo criticou o seu aliado].

Pela OPOSIÇÃO falou Pedro Costa e Silva (CDS/PP), que disse que as contas são a demonstração de "que há uma aposta no imaterial, ao invés de canalizar as verbas para despesas de capital, infra-estruturas", e "verificando que as promessas eleitorais não foram cumpridas, apontou gastos exorbitantes em algumas rubricas, como, por exemplo, pareceres e consultadorias".

Manuel Moreira "lamentou estar limitado pelos erros da gestão anterior e, acusando o Deputado Pedro Costa e Silva de estar sempre a repetir a questão dos técnicos exteriores à Câmara, afirmou que a autarquia não tem técnicos suficientes para atender a todas as solicitações", e de seguida teve uma frase que lhe fica mal e eu não a vou repetir.

Passando à votação, o documento foi aprovado por maioria, com 45 votos a favor (PSD, CDS, PS e Ind), 10 abstenções (CDS, PS e PCP).

[Chamo à atenção que isto são factos tirados da respectiva acta e só as passagens a azul correspondem a meus comentários, e ainda que considero incrível que nenhum deputado tivesse encontrado motivos para considerar as contas incorrectas e por isso existirem motivos justificáveis para serem recusadas. Interessante é que este post descreve a totalidade do debate que existiu à volta do principal documento de apresentação de contas aos munícipes.]

E eu que pensava que a campanha negra ia acabar

Existe uma pessoa que ainda não digeriu as eleições do PS Marco. Antes de mais, para quem esteja distraído e não perceba quem é, quero deixar bem claro que que não é militante do PS.
Não parou antes da eleições autárquicas, após essas eleições, no período antes das eleições internas e pelos vistos depois de realizar ataques por tudo e por nada a Artur Melo e indirectamente a todos os militantes socialistas que votaram nele, mesmo aos que votaram em Rolando Pimenta e aos que simplesmente não puderam votar.
Parece exagerado que após uma eleição democrática em que quem por direito os militantes socialistas escolheram os seus representantes, tenha que agora ler sempre o mesmo discurso de crítica constante.

São utilizadas sempre duas técnicas, a primeira repetir uma mentira quantas vezes seja necessário até que alguém acredite que é verdade, a segunda realizar as mais disparatadas previsões para que mais tarde possa dizer que acertou numa dessas previsões.
Não são apresentadas nem discutidas ideias, e só se falam de lugares em listas ou órgãos sejam para o que for. Mas atenção que alguém que o conhece bem, já lhe deu um lugar à sua medida e à da sua competência.

E o mais impressionante é que não percebeu ainda que o PS ao avaliar o seu trabalho anterior para o Marco não viu nada de substancial que tivesse trazido para a equipa que representou os socialistas a nível autárquico no mandato passado, antes pelo contrário. Seria interessante que em vez de atacar Artur Melo se responsabilizasse pelas acções e inacções que teve durante o mandato autárquico anterior e explicasse como é que estando praticamente até ao fim do ano de 2009 na Assembleia Municipal possa ter deixado as contas da autarquia terem chegado ao ponto em que vão ser anunciadas na assembleia do próxima sexta. Isso é o que penso que interessaria aos Marcoenses como Nós pois tudo o resto são TRETAS e só TRETAS.

4º BTT e passeio pedonal da Aboadela

O leitor Alexandre Vieira pede para divulgar o 4º passeio BTT e pedonal da Aboadela, Amarante. Pela serra do Marão, este marcoense de gema tem organizado estes interessantes passeios que levam à Serra muitos marcoenses e não só.




domingo, 18 de abril de 2010

Revisão Constitucional para quê?

Já tinha concordado aqui com esta posição que dizia "Quando os partidos políticos não têm nada para apresentar a não ser vacuidades, que propõem? Uma revisão constitucional."

Agora aqui no Público os constitucionalistas Jorge Reis Novais e Tiago Duarte rejeitam ambos que seja necessário rever a Constituição para conseguir concretizar as propostas de reformas feitas pelo novo líder do PSD, Pedro Passos Coelho. Também Jorge Miranda aqui refere que "a salvação da Pátria não depende da Constituição".

O que me parece é que quando cidadãos que antes de virem para a política, antes de terem uma profissão, antes de tirarem um curso, antes de começarem a querer ter cargos elevados nem sequer realizaram um estágio profissional, e depois atingem posições de decisões e não sabendo como, inventam. Esta ideia não é só minha foi também muito bem defendida pelo social-democrata Fernando Costa no XXXIII Congresso do PSD, como podem ver aqui. Dai que não me espante que as poucas propostas de PPC estejam a ser uma por uma ridicularizadas por tão pouco substância existir nelas.
Por isso, não fico admirado que decisões apressadas realizadas por políticos com pouca experiência do mundo real se transformem em erros dramáticos que todos acabamos por ter que suportar.
Estejamos atentos às palavras sábias e experientes de Fernando Costa e na ocasião de votar escolhamos aqueles cidadãos que já deram provas. Claro que Fernando Costa não esteve atento e não avaliou segundo os seus critérios a escolha para o seu candidato a líder do partido.

Rui Cunha Ganha no PSD Marco

As listas encabeçadas por Rui Cunha e José Mota ganharam claramente as respectivas eleições que decorreram ontem.

Os meus parabéns a ambos antes de mais.

Penso que esta clarificação que ocorreu ontem na política Marcoense é muito importante, apesar de não ter tomado partido (nem tinha que ou devia tomar), a vitória dos apoiantes de Manuel Moreira acaba por a curto prazo ser muito benéfica para o Marco pois deste modo não existirá mais nenhuma oportunidade de culpar terceiros pelos insucessos da gestão do PSD na autarquia.
Recordo aqueles que se distraíram com estas eleições internas que estamos numa semana decisiva para o Marco onde se vai avaliar o desempenho da maioria laranja na Câmara e na Assembleia Municipal. Todos os Marcoenses como Nós estamos curiosos de saber quais serão os resultados de 2009 e as "desculpas do costume" para justificar os números menos bons ou que ficou por fazer. Estando clarificadas as posições internas e estando estes dois partidos mais ou menos coesos os políticos Marcoenses poderão (digo mais deverão) agora dedicarem-se aos reais problemas do Marco.

O mesmo desafio lanço para a blogsfera que normalmente dá muita importância às lutas pelas "cadeiras" e muito pouco à resolução dos problemas concretos do povo do Marco.

sábado, 17 de abril de 2010

Artur Melo Ganha

Contra tudo e todos, fora e dentro do partido, a Lista A encabeçada por Artur Melo ganhou as eleições para CPC do PS Marco.

Mesmo não contando com mais de uma centena de militantes filiados recentemente, a maioria do militantes socialistas demonstra claramente o que os Socialistas querem para o Marco.

Esperamos agora que de uma vez por toda sejam respeitadas as escolhas democraticamente realizadas pelos militantes socialistas e que deixem esta equipa realizar o trabalho para que foi eleita.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

E agora ?

Os Marcoenses como Nós e como Eles deveriam aproveitar a oportunidade de recordar o debate das últimas eleições autárquicas na Rádio Clube de Penafiel e na Rádio Marcoense e o que se escreveu aqui, aqui e aqui depois. Digo isto porque considero é que estamos na altura certa de tirarmos algumas conclusões do lá se disse e principalmente do que se comentou. Recordo que as mentes mais brilhantes desta terra defenderam todos os argumentos nessa eleições para que o voto em Manuel Moreira seria manter o Marco no bom caminho.

Então qual é o caminho que se pretende para esta terra?

Sobre Artur Melo escreveu-se que “insistiu na negociação do contrato com a Águas do Marco, muito embora Moreira lhe tenha referido que também esgotara a via negocial antes de avançar para a modificação unilateral do contrato” , “a sua pressa em negociar amigavelmente com a Águas do Marco” e “embrenhou-se nas questões contabilísticas (imobilizado em curso, controlo de existências, gestão de stocks, provisões), num discursos mais próprio de um técnico do que um político”. Estas palavras são de José Carlos Pereira sobre as posições defendidas por Artur Melo com clara intenção de mais uma vez atacar o actual vereador socialista.

Eu próprio comentei que

Relativamente às contas do actual executivo que foram aprovadas pela Assembleia municipal tenho a comentar, que são a prova de como Manuel Moreira fracassou na gestão do município, porque os Fundos Próprios foram sempre negativos ao longo do seu mandato com valores aproximados de 10, 6 e 2 Milhões de Euros o que representou que a autarquia esteve sempre FALIDA.
Mas estes valores não são verdadeiros, porque os resultados finais estão errados devido às seguintes situações:
- O imobilizado da empresa não está correctamente contabilizado, primeiro porque o executivo não conseguiu realizar esse inventário durante o mandato e segundo porque existe uma habilidade de não se imobilizar mais de 30 Milhões de Euros, mantendo este valor em Imobilizado em Curso. Porque digo isto? Porque não é possível que se tenham mantido estes valores ao longo do mandato quando o imobilizado total ronda cerca de 40 Milhões de Euros. E qual o problema? É que este valor imobilizado faria crescer os custos cerca de 8 a 10 Milhões de Euros por ano e aumentar os valores negativos dos Fundos Próprios para cerca de 17, 13 e 9 Milhões de Euros. Isto é lícito? Não. Quem vai ter que suportar esses custos? O próximo executivo e os Marcuenses por arrasto. Por que não se fala disto? Talvez porque quem tem estado a aprovar os números não perceba destas engenharias financeiras. E tudo isto tem a ver com AFT, NS e MM, respectivamente;
- As dívidas a médio prazo são extremamente elevadas cerca de 42 Milhões de Euros. O grave é que a diminuição destas tem sido lento, porque primeiro a maior parte delas não são obrigatoriamente amortizadas. Quais a implicações? Primeiro, se a taxa de juro subir o Marco vai ter muitos problemas, segundo no dia que se aproxima, para pagar a totalidade da dívida alguém vai ter que encontrar 40 Milhões de Euros de um momento para o outro. Este valor é equivalente a todos os bens da autarquia (Se estes estiverem correctamente avaliados);
- Não existem provisões para os riscos que a autarquia está a correr nos vários processos que correm na justiça. Qual o problema? Falseiam os resultados em vários Milhões de Euros e mais uma vez os Fundos Próprios, que deveriam ser positivos, AFUNDAM;
- Já não falo de alguns pormenores, como o Balanço não ter existências tal como é admitido pelo executivo e outras faltas graves que nunca seriam admissíveis numa organização decente.
Claro que quando se tomam opções políticas e não se percebe nada de gestão, ainda posso considera admissível. Por exemplo, no debate da RCP Norberto Soares disse que não percebia nada da área financeira pelo que tinha que acreditar nos números que eram apresentados, ou de certeza AFT arranjaria um testa de ferro para se responsabilizar por as suas contas. Agora MM é licenciado (julgo) em Gestão, pelo que não tem desculpa.
Os Marcuenses em geral, os Marcuenses que frequentam este BLOG, os Marcuenses que foram responsáveis pela aprovação destas contas tem a responsabilidade de tomar atitude que não pode ser a comezinha da defesa dos interesses próprios ou de esconder o céu com uma peneira.
Mudanças tranquilas, Marcos de verdade ou slogans equivalentes só representam alguma coisa se reflectirem a realidade e a honestidade das posições. Não continuemos a ser o gozo de um país.

Desafio quem quer que seja que calmamente aqui ou em qualquer outro lugar discutir esta realidade. Tudo o mais é TRETA.

E ainda mais tarde

Nesta campanha é fácil perceber quem é apoiante de MM, basta que no discurso esteja sempre presente a questão da dívida herdada de AFT, que existia e que MM quando candidato dizia que conhecia, mas que agora quando são confrontados com as questões das contas de MM dizem que não passam de questões técnicas.
Se fosse confirmado que valor de 32 Milhões de euros que andam a “voar” seja um “buraco” nas contas da autarquia, esta situação por si será bem pior que a herança de AFT. Nos outros cenários é só demonstrado que o executivo é incompetente.
Os factos, confirmados pelas suas próprias contas, que MM não conseguiu nem inventariar o imobilizado nem as existências da autarquia é a prova de como a sua gestão foi incompetente.
Ignorar estes factos é também tornarem-se pelo menos cúmplices desta situação.
Mas como se diz “mais cego é aquele que não quer ver”.

José Carlos Pereira respondeu-me sem responder que:

Elegemos um político e não um técnico para presidir à autarquia. Faço muita vezes essa crítica a Rui Rio - pode ser um bom "contabilista" e até endireitou as contas da Câmara, mas o Porto precisa de mais visão, mais estratégia metropolitana, mais política de afirmação da cidade.

O que eu pergunto agora é e se afinal Artur Melo tinha razão? E se realmente tivesse sido melhor negociar amigavelmente? E se afinal as questões do “contabilista” forem mais importantes do que do político? E se for confirmado um “buraco” nas contas da autarquia? E se o buraco for maior do todos pensamos? E a responsabilidade ser unicamente dos executivos presididos por Manuel Moreira?
Se tudo isto for verdade onde ficamos? Onde fica a responsabilidade daqueles que votando ou não favoravelmente as contas do anterior executivo nunca tiveram a coragem de Artur Melo ou de João Valdoleiros de denunciar e exigir transparência e honestidade nas contas da autarquia?

Não basta queremos um lugar no executivo ou à frente de um grupo na Assembleia Municipal. É preciso sermos competentes.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Estupefacto

Algumas vezes na vida preferia não ter razão, e hoje foi uma dessas vezes. A política portuguesa e em especial a Marcoense é pródiga em atrair incompetência. A principal razão porque, após de ter estado mais de duas décadas afastado, resolvi regressar à política activa foi porque comecei a analisar o mundo à minha volta e ver que, ainda mais que a corrupção, graça a incompetência.
Muitas vezes nas minhas intervenções sou "acusado" de um certo extremismo verbal, que eu assumo, pois como muitos dos Valdoleiros eu sou um emotivo, racional, aliás muito racional, mas ainda mais emotivo. Escrevo ou falo sobre "assuntos chatos" e não tenho paciência para ser "politicamente correcto".

Mas hoje, com já disse, estou a verificar que alguns dos meus receios estão a ser verificados. Ainda tenho alguma esperança que esteja a fazer mal as contas.
O meu desabafo não tem a ver com qualquer das lutas políticas dos dois principais partidos do Marco, não tem a ver com a composição das suas listas, e muito menos com as opções que cada um dos militantes desses partidos poderá tomar individualmente no próximo sábado. Mas pode ser que muito do "calor" destas duas lutas tenham tudo a ver com este meu desabafo.
Oportunamente explicarei melhor isto e talvez nessa altura todos os Marcoenses como Nós (ou como Eles) coloquem antes de mais os interesses do Marco em primeiro lugar.

Correio não-solicitado

Hoje recebi uma carta do sr. Rolando Pimenta, candidato à CPC do PS/Marco. Aquilo é tão inacreditável que só vou comentar uma frase em que o candidato oficioso de Manuel Moreira diz qualquer coisa parecido com "na lista A há pessoas que têm proferido mentiras e calúnias, mas também há socialistas como deve ser. A esses verdadeiros socialistas endereço os meus cordiais cumprimentos."
Numa candidatura tão inclusiva que inclui pessoas que não são militantes, isto parece estranho. Então não é suposto este senhor aceitar todas as opiniões?
Bem, aceita todas menos os que acham que ele não serve para presidente da concelhia.

P.S.: Leram bem. Um dos elementos que consta na lista que recebi hoje não é militante. Já foi. São assim tão organizados.

Bloggers Não Alinhados?

Nos tempos da guerra fria existia o Movimento dos Países Não Alinhados, mas todas as pessoas mais esclarecidas sabiam que esses países eram a “correia de transmissão” da antiga União Soviética.
Hoje no Marco passa-se o mesmo na blogsfera. Algumas pessoas querem deixar passar a ideia de Não Alinhados. Colocam mesmo uma “Declaração de Interesses”, mas todos sabemos que as suas preferências são em atacar, seja pelo que for, Artur Melo, e já agora, José Cruz. Seria mais sério desde logo definirem as suas preferências e dizerem por quem estão, ou melhor, contra quem estão.
Pessoalmente, não fico preocupado porque acredito que as pessoas percebem as motivações pessoais de cada um. Mas para não existirem dúvidas deixo também a minha “Declaração de Preferências”

Nas lutas do PS Marco, eu sou apoiante do projecto que Artur Melo tem para o Marco e sou contra Rolando Pimenta, sobretudo porque com ele estão pessoas com quem não concordo politicamente, porque não me revejo no projecto (ou falta dele), porque não me apercebi de nenhuma ideia nova para o concelho e porque além disso tem nas suas companhias mais próximas alguém que trata bastante mal pessoas que me são próximas mentindo descaradamente.

Nas lutas do PSD Marco não tenho preferências. Espero que quem quer que ganhe tome uma atitude diferente na gestão política desse partido no que respeita ao Marco. Espero que as suas políticas sejam mais sociais-democratas e menos neo-liberais. Espero que estejam atentos à gestão dos interesses dos Marcoenses, principalmente no que se refere à Gestão Autárquica. Mas não conhecendo suficientemente José Cruz para lhe dar a minha preferência, e não acreditando que Rui Cunha poderá fazer grande diferença com Manuel Moreira na Presidência da Autarquia, prefiro ficar unicamente estar atento ao desenrolar das eleições e das suas consequências.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Eleições para o PS Marco

As principais ideias apresentadas pela Lista A encabeçada por Artur Melo são simples e directas:

Primeiro, o apelo à defesa da continuação do trabalho efectuado pela candidatura do PS no apoio aos autarcas das freguesias e na interligação com os eleitos na Assembleia Municipal. Esta posição é totalmente oposta à prática daqueles que sempre se opuseram a este projecto. É uma promessa que só esta lista poderá cumprir dadas a divisão que actualmente notoriamente existe dentro do PS Marco.

Segundo, a credibilização do PS projectando-o como a oposição ao PSD, na garantia do rigor e da transparência na vida pública, na denúncia das mais diversas carências. Após um mandato autárquico em que os socialistas realizaram uma oposição "mole" e "demasiado correcta". De facto, os eleitos do PS nos diversos órgãos da autarquia mudaram e estão a mostrar trabalho que credibiliza este partido como uma alternativa ao actual poder. Perder esta dinâmica e voltar ao passado será um retrocesso perigoso na imagem do PS Marco. Claro que para se poder garantir uma verdadeira oposição os envolvidos têm que estar livres de quaisquer dependências do poder instituído.

Por fim está claro que não deixa de ser uma lista de reacção a um coligação que congrega quase todos os que nas últimas eleições apelaram ao voto a candidaturas concorrentes da dos socialistas.

O mais óbvio para Artur Melo e todos nós é que este mandato não é para escolher os candidatos das próximas eleições autárquicas, mas como se percebe pela blogsfera, e das conversas de café, demasiados Marcoenses só se interessam pela política quando estão em jogo lugares. Quando se trata de defender ideias, projectos ou realizar trabalho a história é outra.

Certo é que na próxima semana Artur Melo, e aqueles que o apoiam, tem a obrigação de continuar o projecto em que se comprometeu quando foi a votos nas últimas autárquicas. Se os socialistas vão estar todos a puxar para o mesmo lado ou se mais uma vez vamos ter uma dissonância entre os autarcas socialistas e a CPC do PS/Marco é uma questão em aberto que só beneficia o PSD.

Propósitos bem definidos ?

José Carlos Pereira no seu blog Marco 2009 realiza a sua análise das próximas eleições para o PS Marco e não posso deixar de lhe "corrigir ou complementar" uma afirmação que faz.

Quando diz que "...a criação logo no início do ano de um blogue com propósitos bem definidos eram sinais que não me deixavam dúvidas sobre as reais intenções de Artur Melo", não se percebe qual a ideia que quer com que se fique da criação do MCN.

Para ajudar JCP e todos os outros Marcoenses como Nós a perceber os propósitos da existência deste blog é ser um veículo para uma discussão aberta antes de mais nada dos problemas deste concelho. Julgo que objectivo idêntico a outros blogs do concelho.
Esta posição não pode ser confundida com outros propósitos pois parece-me incorrecto querer colocar nos marcoenses que aqui escrevem intenções que não têm.
Eu pessoalmente vou aqui, enquanto tiver força e paciência, lutar por aquilo que considero que poderá ser o melhor para esta terra. Defenderei e atacarei as ideias, as posições, as atitudes, as acções de quem quer que seja esperando não ofender ninguém. Quero nestas minhas lutas arranjar amigos entre todos os Marcoenses independentemente das suas posições serem iguais ou totalmente opostas às minhas.
Sou alinhado com todos aqueles que sobre um determinado assunto partilhem das minhas ideias, mas não sou nem nunca serei uma "corrente de transmissão" de quem quer que seja. Por isso sinto-me um pouco ofendido com estas palavras pois não se encaixam na minha maneira de estar no mundo.

Artur Melo apresenta-se aos militantes

O líder da lista A à CPC do PS/Marco, Artur Melo, mandou uma carta aos militantes apresentando o seu projecto e a lista que o acompanha. Ver os dois documentos aqui e aqui.

De 26 de Abril a 1 de Maio de 1974 (Rectificação)

Em boa hora fui corrigido por João Monteiro Lima e peço desculpa por não me recordar correctamente do nome do seu Padrinho João da Silva a que me referi neste post. Agora percebo a quem com orgulho o afilhado sai, e muito bem. Deixo aqui na integra o comentário deste nosso amigo e deputado municipal.

Só para rectificar que o verdadeiro nome do João "Sapateiro" (que, para além de ser meu Padrinho, era orgulhosamente - e bem- "Sapateiro" de profissão) era João da Silva.
Quanto aos "vira-casaca", caro Jorge, não merecem a mínima importância. Sempre os houve, infelizmente, ou talvez não, pois só quando "viram a casaca" é que se conhece verdadeiramente muita gente.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és

Ao ler o post intitulado “A encruzilhada de José Luís Carneiro” não pude ficar indiferente com a preocupação de um recente militante socialista, possivelmente simpatizante de longa data, que fica frustrado por não poder por uma questão de poucos dias nas próximas eleições votar no projecto da sua simpatia. A culpa desse facto é de nós todos que deixamos durante tempo de mais que outros escolham por nós.

Esse militante poderá ainda não ter capacidade de eleger os seus representantes, mas deverá com a sua militância fazer com que todos aqueles que já tem capacidade eleitoral sejam correctamente elucidados sobre o que está em jogo. Explicar que uma das lista é uma coligação negativa de todos aqueles que por razões de ordem pessoal não querem a continuação do projecto que Artur Melo iniciou. Que é uma lista que une elementos que nas últimas eleições apoiaram a lista encabeçada por um braço direito de Ferreira Torres, que chegaram a apoiar o próprio Ferreira Torres, que preferiram apoiar pelo seguro Manuel Moreira, que publicamente escreveram que não votariam na própria lista a que aceitaram pertencer ou que assumiram cargos de responsabilidade na condução da campanha e que sem nenhuma razão a abandonaram a meio. Uma lista constituída por elementos que não apresentam razões concretas para as suas atitudes, que acusam os camaradas que foram à luta de interesses não explicados, que não aceitam que existam vozes discordantes das suas, que não aceitam que as decisões sejam tomadas democraticamente pelos respectivos órgãos e que simplesmente acusam tudo e todos sem nenhum facto apresentado.

E onde estão as provas de tais factos? Basta lerem-se por essa blogsfera o que se escreveu antes e depois das eleições. Basta falar-se com todos os simpatizantes e militantes e reflectir naquilo que pode ser e não ser verdade. Basta procurarem-se as ideias que essa lista defende e a sua credibilidade. E simplesmente reflectirem o que terá provocado esses comportamentos.

Sobre José Luís Carneiro só tenho a dizer que não percebo a sua atitude. Terá pensado que estava a apoiar uma lista de unidade dos militantes socialistas do Marco? Não acredito, pois já teria obrigação de ter percebido que não se trata disso. E terá estado atento aos discursos dos apoiantes desta lista, que começaram com ataques ao próprio Secretário Geral do Partido e continuaram com ataques a praticamente todos os eleitos socialistas do Marco. Como paga disso ouço cada vez mais militantes a dizerem que pelo menos vão votar em branco nas eleições para a federação, mas eu acredito que Renato Sampaio ainda poderá ter uma palavra a dizer e conquistar esses votos. E já estamos a falar não só dos militantes que podem votar nas próximas eleições mas de mais algumas dezenas de militantes que já votarão para a federação.

Eu pessoalmente não poderei votar nos próximos seis meses em nenhuma eleição, mas conto que com a minha militância possa lutar pelos projectos em que acredito, e vou deixar um conselho a todos os que são militantes ou simpatizantes socialistas.

“Não fiquem em casa deixando que seja outros a escolher por vocês, e se ainda não são militantes filiem-se.”

A José Luís Carneiro recordo-lhe um velho ditado popular que um leitor deste blog nos escreveu.

“Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és.”

domingo, 11 de abril de 2010

A encruzilhada de José Luís Carneiro

Um militante socialista do Marco, leitor do MCN pouco habituado a estas andanças, mandou esta contribuição mas sem especificar se pretendia ser identificado por isso não o identificamos. O que conta são as ideias:

Boa tarde, sou um dos novos militantes do PS do Marco. Pelo que me dizem, não poderei votar, por poucos dias, nas eleições para a concelhia. Isso deixa-me e a muitos que comigo aderiram a este novo PS que resultou do trabalho de Artur Melo e da sua equipa, fora de uma decisão muito importante pois afectará a imagem externa e interna do nosso partido. Não aderi para ver o partido de que sempre gostei mal visto por ter durante dois anos à sua frente gente que nem no próprio partido vota. Eu e mais cento e tal como eu podíamos ter uma palavra a dizer... Por muito que custasse a alguns que chamam a isso "sindicato de voto" quando são eles que se querem aproveitar desses caciquismos para ganhar a concelhia e estragar o bom trabalho que anda a ser feito há quatro anos de credibilização.
Mas há algo que me deixa também muito triste, e aí já terei uma palavra a dizer. Não é que alguém que tinha em boa conta, o Dr. José Luís Carneiro, candidato à Distrital do PS do Porto, se quer imiscuir nas eleições para o PS do Marco e apoia uma candidatura em que nós, os novos militantes, não nos revemos? Já pensou o senhor presidente da Câmara de Baião que assim vai perder as eleições aqui no Marco? E se não for para o Renato Sampaio perderá de certeza para o voto em branco. Eu próprio estou disposto a votar em Renato Sampaio porque o senhor José Luís anda mesmo em má companhia. Desculpem-me mas tinha de dizer o que me vai na alma!

Ecos do XXXIII Congresso Laranja II

Mas a intervenção mais característica do que são os congressos laranja foi protagonizada por Fernando Costa, Presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, que se pode ler aqui resumida. Eu que por acaso assisti em directo pela televisão e não percebi de início se Fernando Costa estava a falar a sério ou ironizar, se era ou não apoiante de Pedro Passos Coelho. Acabei por concluir que era um discurso de apoio mas sinceramente algumas das saídas poderiam dar muita munição à oposição interna e externa do novo líder laranja.

A melhor saída foi quando a propósito da juventude do PS e do PSD, Fernando Costa sustentou que os portugueses não ficariam nada espantados se a conclusão da comissão de inquérito parlamentar à compra da TVI for que o primeiro ministro, José Sócrates faltou à verdade.

"Mas Pedro, sabes porquê? Porque aqueles rapazes, aqueles de 30 anos, que a juventude socialista preparou -- e meus caros na Juventude Social Democrata a massa humana é a mesma -- às vezes a pressa é tanta, a vontade de enriquecer é tanta que acabam por trair até pessoas sérias e honestas", acrescentou.

Fernando Costa recomendou a Passos Coelho que diga aos jovens do PSD "que antes de virem para a política, antes de terem uma profissão, tirem o curso, antes de começarem a querer ter cargos elevados façam um estágio profissional".

Será que este conselho não poderia ter sido seguido pelo próprio Pedro Passos Coelho? Se tem dúvidas basta lerem com atenção o livro "Mudar" de autoria de Pedro Passos Coelho e poderão perceber como foi até agora a sua carreira política e profissional.