Pelo menos uma vez pelo ano visito os Estados Unidos por motivos profissionais, normalmente em Julho, para comparecer numa reunião patricionada por uma grande empresa informática que reúne milhares de profissionais de dezenas de países. Este ano essa minha visita teve muitos motivos de interesses, o primeiro deles foi por se realizar em Washington D.C., o que me permitiu conhecer uma cidade emblemática, que tem muitos motivos de interesse para quem gosta de História e em particular a nossa História mais recente.
O segundo motivo de interesse era porque na agenda da reunião estava previsto uma intervenção do Ex-Presidente Americano Bill Clinton. Na sua intervenção falou sobre os principais problemas que o mundo atravessa, principalmente nos países do terceiro mundo. Deu o seu testemunho do que se passa no Haiti, em África e alguns países da América do Sul.
O terceiro motivo de interesse, para mim, nestas reuniões é a possibilidade única de se poder falar com "amigos" de todo o mundo, sobre os mais variado temas que nos preocupam no dia a dia. Obviamente, muitas dessa conversas informais acabaram por estar à volta da crise mundial que todos atravessamos e como cada um de nós estava a reagir à mesma.
Por fim, este ano o grande motivo de interesse era a "Cloud".
A Cloud ou a Nuvem, ou mais concretamente a computação em nuvem, refere-se à utilização da memória, da capacidade de armazenamento e de cálculo de computadores e servidores interligados por meio da Internet, seguindo o princípio da computação em rede.
Não é um conceito totalmente novo, e não vou tentar aqui explicar tecnicamente o que está por trás deste conceito, mas para os mais leigos destas matérias perceberem é uma (r)evolução dos conceitos da Internet que hoje já são do nosso dia a dia. E posso já dizer que tal (r)evolução já começou.
Agora o que parece garantido é que nos próximos anos vamos ter uma (r)evolução tecnológica que vai obrigar a mudança dos processos de negócio, do modo como vemos as relações sociais e profissionais, e como hoje trabalhamos, estudamos ou simplesmente comunicamos.
Esta (r)evolução criará novos vencedores e novos perdedores. Os desafios e as oportunidades são imensas, as ameaças e as dificuldades nunca foram tão grandes. O que está a acelerar esta (r)evolução, por muito estranho que pareça, é a própria crise mundial. Cada seis meses estamos a ter saltos tecnológicos, que nos permitem melhorias de produtividade nunca antes vistas. As capacidades necessárias para enfrentar estes desafios são muito diferentes daquelas que eram necessárias há dez ou vinte anos para cada um de nós.
Os mais novos que já nasceram rodeados de telemóveis, de computadores portáteis, de redes de alta velocidade e sobretudo do mundo da Internet "talvez" com naturalidade sejam capaz de dar esse grande salto. Aqueles que se adaptam facilmente á mudança e tem capacidade para perceber as mudanças à sua volta, ainda que com alguma dificuldade, também poderão dar esse salto. Agora todos aqueles que são "conservadores" nos seus hábitos, que não dão importância a estes novos meios tecnológicos, que não conseguem perceber o grande impacto que eles têm nosso dia a dia, juntar-se-ão ao imenso número de "novos analfabetos".
Se estiver a ler este blog, talvez pertença ao grupo que tenha possibilidade de continuar para essa novo mundo da "Cloud", mas para isso tem que ter a visão de perceber que o mundo muda hoje a cada dia e a um velocidade estonteante. E ficar parado é ficar para trás.