Em 9 de Junho de 2010 foi discutido e votado pela Câmara Municipal os Protocolos de Colaboração para a Realização do Festival do Marco de Canaveses – Montedeiras 2010.
Lendo-se a respectiva acta pode-se verificar que Artur Melo mostrou-se discordante com o teor do protocolo efectuado para a realização do Festival. E Manuel Moreira informou que o festival estava obviamente vocacionado para a Juventude. Tinha o objectivo de se consolidar a nível nacional e promover o Município de Marco de Canaveses. O protocolo como os bares da cidade tinha por objectivo dar continuidade à actuação das Bandas com a actuação de DJs pela noite fora, que seriam da responsabilidade dos bares, assim como, a divulgação do evento, atraindo os jovens para o festival.
Na declaração de voto de Artur Melo, na parte final, é dito: “Este festival se quer ser um espaço de actividade cultural e lúdica deverá reflectir outras preocupações, como actividades de sensibilização para o uso e prevenção das drogas, colóquios com temas de interesse para os jovens e então à noite finalizar com o espectáculo propriamente dito”. A declaração de voto pode ser lida na integra aqui.
Artur Melo na última Assembleia Municipal de 25 de Junho explicou bem ao presentes qual a sua posição sobre o Festival de Montedeiras, para quem não pode ouvir a sua intervenção transcrevi-a na integra:
“Temos tido discussões interessantes que nem sempre ou quase nunca passam para a comunicação social nas reuniões do executivo relativamente à política de atribuição de subsídios de Marco de Canaveses...Eu votei contra esta proposta por duas razões muito simples, em primeiro lugar porque se diz nos termos da proposta que a Câmara Municipal nos termos da lei pode promover protocolos de colaboração com entidades que buscam o serviço público. Todos estamos de acordo com isso, agora o que eu não estou de acordo é que um grupo de bares da cidade que logicamente busca o lucro e que logicamente vai procurar fazer a sua economia vendendo os seus produtos no festival da juventude esteja isento de qualquer compromisso financeiro para participar naquele festival. Não paga taxas, não paga a luz, não paga isto não paga aquilo... Eles dizem que depois da hora vão promover uns DJ’s e uma coisas do género, eu acho isso muito bem, agora o que eu entendo é que uma actividade privada não busca o fim público conforme se diz nesta proposta. As pessoas e os bares e as empresas que lá vão, vão e muito bem fazer economia privada, e vão vender os seus produtos e vão ganhar dinheiro com isso. Eu não aceito que nós gastemos 37.800 euros neste pressuposto de que isto é um serviço público, não pode ser e todos temos que nos convencer, juntas de freguesias e associativismo no Marco de Canaveses que não é mais possível continuar a atribuir os subsídios da forma discricionária consoante eles tem sido atribuídos.”
Eu já estava à espera que este debate viesse a ser distorcido e tirado de contexto, é pena que se insista sempre no ataque pessoal e não se queira ver a profundidade dos assuntos. Por fim até nos aspectos formais se cometem erros. Pois na votação deste protocolo AFT absteve-se por considerar que “o protocolo com as entidades privadas está ferido de legalidade”, abstenção que aliás eu não entendo pois estava a votar um protocolo ilegal.
De todo este debate o que me fica é o dinheiro que é escasso, a capacidade financeira da autarquia que é cada vez mais reduzida e os subsídios são sempre dados para Festas (e para os mesmos), quer sejam em Montedeiras, no adro de uma Igreja, ou sobretudo para alguma Confraria do Anho Assado.
Sem comentários:
Enviar um comentário