Ontem saiu no JN sob o tema da emigração saiu um artigo com o título "Operários do Marco vão ganhar a vida cada vez mais longe". A crise na construção civil obriga à procura de destinos como a França, a Holanda, os países da Europa de Leste e Angola para se ganhar a vida. E se há uns anos estes trabalhadores podiam regressar a casa ao fim de semana agora as ausências das suas famílias chegam aos seis meses. As implicações imediatas são as freguesias estarem a transformarem-se em redutos quase exclusivamente femininos, e a uma solidão que vai pesando.
O desabafo é que "vive-se mal...".
Importante é perceber-se onde estão as causas que levam a que gerações de Marcoenses tenham que para sobreviver estar sujeitos às dificuldades de uma vida longe da sua terra e principalmente da sua família. Recordo que uma das críticas que se faziam ao antigo regime era esta.
Recordo também que atrás dos homens irão as suas famílias e a maioria acabará por lá ficar. E deste modo se intensificará a desertificação de muitas lugares das nossas freguesias.
Qual será o impacto que a falta de formação escolar e de uma adequada formação profissional terá neste drama social? Quais foram, em concreto as políticas locais promovidas para evitar esta situação? Quem em última instância é que são os responsáveis e os beneficiários pela promoção de um modelo económico baseado quase exclusivamente em mão de obra barata e pouco qualificada?
Quais são as medidas que estão a ser tomadas para evitar a necessidade desta emigração forçada?
Pois o que não ajuda é depois realizar-se uma qualquer "Festa do Emigrante" para os responsáveis poderem dizer que muito fizeram pelos emigrantes do nosso concelho.
Uma das múltiplas explicações para este êxodo dos Marcuenses,trabalhadores da construção civil,é a situação de falência de empreiteiros e sub-empreiteiros da construção civil,alguns credores de longa data da Câmara Municipal,que não vendo até aos dias de hoje,os seus créditos satisfeitos(alguns bem vultuosos),não lhes restou outra situação,que não fosse fechar as portas e mandar os seus funcionários para o desemprego.Abram o olho Marcuenses.
ResponderEliminarA Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa vai lançar um programa para analisar o problema do desemprego e tentar arranjar soluções para combater a crise de desemprego,que atinge fortemente este espaço intermunicipal,envolvendo empresários da região.
ResponderEliminarTrata-se dum programa aprovado por unanimidade,em assembleia da CIT-Tâmega e Sousa.
Tudo bem,mas no meu entender,peca por tardio.A crise de desemprego já se prolonga há demasiado tempo e não passa esta decisão de mais uma das típicas decisões à Portuguesa,isto é,trata-se dum processo reactivo,quando deveria ter sido,se atempado,dum processo activo e de iniciativa imediata.
Os nossos políticos perdem demasiado tempo em retóricas,realizam-se,escutando-se a si próprios,qual deles procurando dissertar como sábios sobre todas as matérias,no caso, emprego,economia,finanças,matérias geralmente com grandes repercussões,porque sensíveis, sobre o eleitorado,ainda mais impreparado para a sua compreensão.
Pois,como poderia de outro modo manter-se a ilusão,que realmente estão deveras preocupados com o presente e o futuro dos seus eleitores?
E entretanto,aqueles que directamente nos dizem respeito,os Marcuenses como nós,fazem como outrora nos tempos do fascismo,procuram o ganhar o pão para dar aos seus filhos,nas terras da estranja,de usos e costumes diferentes,de línguas arrevessadas.
Triste sina a nossa,que não temos tido quem seja capaz de agir em vez de reagir.