Na Grécia, a primeira sondagem desde as eleições de domingo mostra um segundo sismo na política grega: o Syriza (Coligação de Esquerda Radical) surge como primeira força política com 27,7% dos votos (e, eventualmente, 128 deputados, com o bónus dado ao mais votado), o Nova Democracia com 20,3% (e 57 deputados), o PASOK com 12,6% (e, assim, 36 lugares), pode-se ler aqui.
Em Espanha, o cenário de perda de credibilidade do Bankia junto dos clientes e de forte queda do valor das acções, força o governo espanhol a intervir, passando a controlar o quarto maior banco do país. Com esta injecção de capital prevista na nacionalização do Bankia, o quarto maior banco espanhol, as ajudas do Estado ao sector financeiro do país ascendem a 17.404 milhões de euros, através do Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB), pode-se ler aqui e aqui.
Na política nacional, Vítor Gaspar, o ministro das Finanças admitiu hoje no Parlamento que a evolução do desemprego está a lançar uma “incerteza considerável” sobre a execução da Segurança Social, isto na sequência da notícia, que as previsões serão “substancialmente revistas” depois do quarto exame regular da troika, que decorrerá ainda este mês, pode-se ler aqui.
Com impacto directo nas contas do nosso município, ficamos a saber aqui, que o Governo vai reter 5% da receita dos municípios com o imposto municipal sobre imóveis (IMI) para financiar a reavaliação dos prédios urbanos, que está actualmente em curso. Em causa estarão cerca de 55 milhões de euros, pode ler mais aqui.
E ao fim da noite António José Seguro afirmou, que “está disponível para ir para a rua à frente de qualquer manifestação”, referindo-se ao que fará caso sejam postas em causa as “funções sociais do Estado”. Na minha opinião esta posição é tardia, dado que a actual maioria está a ir muito para além do acordado com a troika, recusa qualquer tipo de consenso político com os outros partidos, que atingiu o seu ponto máximo no processo de apresentação do Documento de Estratégia Orçamental.
Não acreditando na estória dos brandos costumes do nosso povo, sei que sempre que os portugueses foram para a rua lutar pelos seus direitos conseguiram resultados e mudaram o rumo da História. Esperar chegar à situação dramática da Grécia para perceber que a receita da troika não funciona, também no nosso país, é um erro. Assim defendo, que activamente cada um de nós tem de lutar pelo nosso país, não excluindo que essa luta seja realizada na rua de uma forma cívica para que os políticos europeus, nacionais e locais percebam que tem de sem mais demoras mudar as suas políticas.
Vítor Gaspar comete erros de análise em cima de erros,como é o caso das taxas de desemprego.
ResponderEliminarConstatando-se todos os dias,o assustador número de falências de empresas,não seria preciso qualquer doutoramento em economia para entender,que a diminuição do valor total de receitas e o crescente aumento das taxas de desemprego são apenas e só o resultado das medidas de austeridade e de uma política económico-financeira inapropriada para a resolução da crise.
Persistir teimosamente por razões dum narcisismo bacoco e também por razões de alinhamento partidário em continuar a laborar no erro de não querer reconhecer,que a crise que se vive em Portugal,para além de nacional,é especialmente de origem internacional,é continuar a usar a política da mentira tanto do gosto de Passos Coelho.
Seria necessário que Vítor Gaspar admitisse,como se sabe,que a maior fatia da dívida externa portuguesa é da responsabilidade da banca.E para isso seria preciso seriedade e revelar uma total isenção no tratamento da crise.
É bem mais fácil,impor as mais gravosas medidas de austeridade a toda uma população de trabalhadores,de funcionários públicos,de pensionistas do que retirar mordomias,corrigir brutais assimetrias salariais,assobiar para o lado enquanto a pobreza aumenta de modo exponencial em Portugal e se constata que os poderosos estão cada vez mais ricos.
Na Grécia a política da austeridade deu no que deu,o povo acordou e os resultados estão à vista.
Entretanto,para nós Portugueses,anunciam-se mais medidas de austeridade,como brutais aumentos no IRS.
Se tal não é a política do merceeiro,expliquem-me em que teoria financeira se enquadram estas decisões.
Neo-liberalismo? Não.Ultra-liberalismo? Não. Trata-se apenas dum gasparismo tacanho e totalmente subserviente à Senhora Merkel.