domingo, 20 de março de 2011

Sou mais de ler e calar, por Madalena Sousa

Sou mais de ler e calar, mas há alturas em que algo dentro de mim fala mais alto e tenho mesmo de deitar cá para fora. E nada melhor que o vosso blogue para o fazer, dado que se discutem temas de interesse para o concelho do Marco e não só.

Como todos já devemos ter dado conta, o presidente da Câmara do Marco, ou melhor, toda a maioria PSD, rejeita qualquer proposta oriunda da oposição, chegando mesmo a rir-se na cara dos Vereadores que apresentam as ideias.

Foi assim com a proposta para o associativismo que Artur Melo levou a discussão e foi agora, na última reunião pública, com a proposta, ou sugestão (é uma questão de português) do vereador Bruno Magalhães, do Movimento Marco Confiante com Ferreira Torres, face à aquisição de material ortopédico.

O dito vereador, pelo que li no jornal local, terá informado a maioria que alguns centros hospitalares estão a doar equipamento ortopédico a instituições e autarquias, para tal, seria necessária a realização de um pedido formal, cujo vereador se prontificou a fazer.

Manuel Moreira disse “desconhecer” tal doação e informou o vereador que a câmara teria 500 mil euros em material ortopédico na Suécia, necessitando “apenas” de 13 mil euros para o transporte do mesmo.

Só por aqui fiquei perplexa. Então se não há dinheiro, se a câmara tem um buraco sem fundo, alguém me pode explicar o porquê de ir gastar 513 mil euros, quando se poderia ter material gratuito?

Mais perplexa fiquei, quando li no jornal local, um direito de resposta do Sr. Manuel Moreira, desmentindo a notícia anterior (da informação e não proposta do Bruno Magalhães) e reforçando o gasto de 513 mil euros em material que está na Suécia.

Depois de pensar sobre o assunto, e digo já que não foi preciso pensar muito, só consigo chegar a uma conclusão: se a ideia fosse do Sr. Manuel Moreira ou da maioria PSD, seria uma óptima ideia, mas como foi da oposição, já não tem valor.

Pobres políticos aqueles que não sabem dar a mão à palmatória… e por aqui me fico.

11 comentários:

  1. Manuel Moreira não precisa de abrir um peditório, basta-lhe aumentar umas taxas e logo nós teremos que pagar.

    Agora a JS já realizou um peditório a favor do Município.

    Agora tenho que dar os parabéns a Madalena de Sousa e acredite que é com pena que não lemos mais vezes textos como o seu.

    Toca num aspecto importante e recorrente nos mandatos de Manuel Moreira.

    A questão da rejeição sistemática das propostas da oposição. É pena porque muitas destas propostas seriam benéficas para o Marco e na maior parte delas não existe nada que as impedisse de serem aprovadas pela maioria PSD no executivo ou na assembleia. Fica é demonstrado a falta de confiança que o executivo tem que deverá ser a principal razão por este tipo de atitude.

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  2. O mais irónico, é que há serviços na autarquia que estão parados semanas por falta de pregos!
    Não é piada, infelizmente a incompetência deste executivo é tão grande, que para resolver um simples problema aquisição de pregos, os funcionários da câmara esperam semanas...
    mas não são só os pregos, quanto custou a factura da água engarrafada que abasteceu um establecimento de ensino na freguesia de Constance, só porque mais uma vez a imcompetência do executivo, se revelou? .... foram semanas é espera que se reparasse a bomba de água..semanas..!!!Não é admisivel, a forma como se desperdiçam os recursos humanos da autarquia, só porque os senhores vereadores (ou neste caso vereadora) demora semanas a fazer despachos...

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  3. Parece-me que, para reparar uma bomba, não seria necessario a intervenção dos serviços da Câmara.Então a JF não tem verba disponivel para acudir a estas pequenas reparações? Também aqui (JF) as coisas não andam bem.

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  4. Parece que as idas ás oficinas da câmara do executivo ou directores de serviço não são tanto para auscultar necessidades ou resolver problemas, como o enunciado em cima. São mais para fazer a já conhecida por muitos trabalhadores, visita guiada aos novos colaboradores!

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  5. Caro anónimo(s)

    Sobre as reparações nas escolas é importante existir por todos a consciência do que está escrito na lei e no protocolo entre a câmara e as freguesias.

    As pequenas e não só são ou da responsabilidade da câmara ou então das freguesias que "assinaram" os protocolos.

    No caso da reparação de uma bomba e se a JF tiver assinado parece-me que seria da responsabilidade da JF. Esse assunto foi alertado aqui no MCN, para que os Presidentes que assinaram o protocolo o fizessem em consciência.

    Por isso acredito que existirá algo mais para que a responsabilidade do pagamento da água seja da câmara.

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  6. Não sei o que entendem por pequena reparação..mas uma bomba para ser consertada, pode ultrapassar os 500€. Se tivermos em conta que o valor anual do protocolo é de 400€...
    Mas neste caso em concreto a reparação da bomba, não se enquandra no protocolo. A não ser que a Vereadora da educação faça este brilhante exercicio mental: Se a água é para confecionar refeições,logo é a Junta que tem que pagar, através do protocolo de refeições. Já a ouvi dizer algo muito semelhante, em relação a outra Junta.

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  7. Quase que aposto que faltava o despacho para comprar o material necessário para compôr a bomba! E também aposto que o valor que vão pagar da água, dava para comprar uma bomba nova!E agora a autarquia faz a gestão da correspondência/despachos via electrónica, imaginem se assim não fosse! ...

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  8. Caro amigos

    O relevante é o que está escrito no protocolo que pode ser consultado aqui num post intitulado "Presentes envenenados ..."
    http://marcoensecomonos.blogspot.com/2010/12/presentes-envenenados-para-29.html

    e claro a leitura que é realizada por ambas as partes. Mas claro que concordo que um "pequena reparação" pode levar todo o valor anual do protocolo.

    Por isso é que considerei inteligente a decisão das juntas de freguesias que se recusaram a assinar o protocolo.

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  9. Caro Sr. Jorge Valdoleiros,

    Gostaria eu de poder escrever mais e deitar cá para fora coisas que nem "ao diabo lembra", como diz o povo. Mas a minha posição na sociedade às é impeditiva de fazer comentários. Mas uma coisa fica assente, sempre que me "doer nos calos"(ou na carteira) eu escrevo.

    Com os melhores cumprimentos,

    Madalena Sousa

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  10. caros leitores, quanto ao assunto da bomba na freguesia que presido, em primeiro lugar os assuntos da minha freguesia trato-os em sede propia, não tenho que os trazer para a praça publica,segundo a responsablidade nesta matéria é da da CMMC,estes equipamentos não estão abrangidos pelos protocolos, em terceiro lugar a junta de freguesia não teve qualquer custo com aquisição da agua

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  11. E eu que pensei que ser autarca era um cargo representativo dos municipes,que lhe concederam o seu voto e como tal têm direito à maior transparência e definição da gestão da autarquia em causa.Ou não será sssim a prática democrática?
    É exactamente na praça pública que a gestão da coisa pública deve ser comentada,ou o senhor autarca é defensor que as coisas se façam nas costas dos eleitores?
    Creio que na sua freguesia se efectuarão as chamadas assembleis de freguesia,órgão autárquico,onde como muito bem sabe tem cabimento a intervenção do público(eleitores),ou não será asssim?
    Pela convicção da sua afirmação será fácil depreender que o incomoda a prática da cidadania por quem quer que seja e nos moldes como cada um a interpreta.
    Para terminar,chamar-lhe-ei à atenção,que afinal acabou por trazer para a praça pública um facto relevante,a informação,que a junta de freguesia não teve dispêndio com a aquisição da água para a confecção das refeições.
    Vê,como afinal não custa nada dizê-lo e até terá agradado a alguém que passasse para a praça pública essa informação.
    Como diria alguém,as minhas saudações democráticas

    Miguel Fontes

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