sexta-feira, 18 de maio de 2012

Banca em queda livre

Moody’s corta "rating" de 16 bancos espanhóis, notícia que surge depois de, também nesta semana, ter cortado o “rating” de 26 bancos italianos, pode-se ler aqui.

A Bankia, nacionalizada pelo Estado espanhol, continua a ser a entidade em situação mais delicada com notícias de fuga de mil milhões de euros em depósitos  e uma queda profunda na bolsa. Hoje os títulos chegaram a cair 29%, pode-se ler aqui.

A nível nacional, o BES cai mais de 7% (na bolsa) e fixa mínimo histórico abaixo dos 50 cêntimos.

O BCP recua 1% para 0,099 euros (menos de 10 CÊNTIMOS) e o BPI, com uma liquidez mais reduzida (menos de 200 mil acções negociadas), cai 1,83% para 0,375 euros, pode-se ler aqui.

Mas esta é a mesma banca que paga 200 mil euros mensais de reforma a Jardim Gonçalves, como se pode ler aqui. Ou seja paga por mês, só nesta "reforma dourada", quase o equivalente ao valor de  MEIO MILHÃO das suas acções.

A mesma banca que teve perdas de dois mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros), reveladas na quinta-feira pelo grupo bancário JPMorgan Chase, mas que não impediram que o seu presidente mantivesse o posto e o salário. Perdas que estão a ser investigadas pelo FBI, como se pode ler aqui.

A mesma banca que não tem nenhum problema em dificultar o crédito às empresas, aos particulares e aos próprios Estados. A mesma banca que constantemente apela a medidas de mercado livre, mas na primeira dificuldade exigem apoios de milhares de milhões para a sua capitalização por parte do Estado. A mesma banca que facilita a fuga de milhares de milhões de euros para diversos off-shores, com a finalidade de fugir ao fisco. A mesma banca que está na origem da crise financeira mundial por ter estado a enganar todo o mundo com toda a espécie de produtos financeiros “tóxicos”. A mesma banca que convenceu os vários Estados a gastarem milhares de milhões de euros em apoios, que pelos vistos não terão servido para muito mais do que continuarem a pagar salários e reformas milionárias.

E depois a culpa da crise é do comum dos cidadãos portugueses, irlandeses, italianos, gregos e espanhóis. Na realidade estes cidadão estão é a a ser fortemente castigados por políticas de pseudo-austeridade, mas que na realidade são políticas de aumentos de impostos e de cortes cegos nos seus direitos e regalias.

Não seria mais importante que os Estados controlassem de vez estes mercados financeiros?

1 comentário:

  1. Perante estas informações,que sei serem fidedignas,pois o Jorge Valdoleiros deixa no seu post a possibilidade de confirmação de tudo quanto afirma e depois de me ter informado/estudado(coisa que falta a muito boa gente)sobre aquela coisa dos "produtos tóxicos" bancários,a sua origem,as suas consequências,o seu peso no apareceimento da grave crise financeira,que atravessa a economia ocidental,será que ainda vou ter que ouvir uma data de cretinos a acusar o Sócrates de todos os malefícios da crise que tanto nos afecta?

    ResponderEliminar