quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Carta aberta de Artur Melo aos socialistas marcoenses

O MCN teve acesso à carta que o vereador socialista enviou aos militantes:

Quando em 2006 assumi pela primeira vez a liderança do PS/Marco encontrei um partido grande no caracter e dedicação, mas pequeno no número de militantes. A primeira tarefa foi torná-lo credível aos olhos dos cidadãos para que dessa forma se sentissem motivados para se tornarem militantes dessa grande causa que é o Marco. Obter resultados práticos não era fácil, mas sabia que a política é uma maratona e que com muito esforço haveríamos de o conseguir.

Por esse facto em 2009 vários independentes integraram as nossas listas e connosco percorreram essa fantástica jornada que foram as eleições autárquicas desse ano, em que perante a circunstância de defrontarmos 3 candidatos que tinham sido presidentes de Câmara fizemos uma campanha por todos elogiada e fui eleito Vereador municipal. A maioria dessas pessoas é hoje orgulhosamente militante do partido.

Estava assim cumprida a primeira etapa do projecto que com outros camaradas desenhámos para o PS/Marco, ter gente, massa crítica que se juntasse àqueles que já cá estavam e formassem uma imensa mole humana que espelhasse a realidade do concelho e criasse uma verdadeira alternativa à maioria PSD. A segunda seria demonstrar que na oposição seriamos capazes de um dia almejar alcançar o poder. Uma vez eleito Vereador apresentei propostas, resolvi problemas concretos das populações e tomei posição sobre os principais temas que afetam o concelho. Foi assim ao longo deste mandato, pautado por uma atuação firme e rigorosa, mas também de grande notoriedade para o partido, estando sempre presente nos momentos fundamentais da vida municipal.

O nosso projecto começava a ganhar forma e a consequência natural seria continuá-lo este ano nas eleições autárquicas. A maioria na Comissão Política Concelhia, eleita precisamente com esse compromisso, garantia a estabilidade interna, enquanto as lutas internas no PSD e as divergências no CDS criavam um contexto altamente favorável ao PS.

Porém, essa maioria desfez-se e alguns elementos foram capturados pela oposição interna e juntos obstaculizaram a minha candidatura, sem que tivessem tido a coragem de apresentar uma alternativa. Mais uma vez e à semelhança de 2005, o partido vê-se impossibilitado de dar continuidade ao trabalho desenvolvido nestes últimos anos deitando por água abaixo o que até agora se construiu.

Não quero aqui referir-me explicitamente às pessoas em causa e aos seus comportamentos; isso deixo ao seu critério avaliar. O que lhe quero transmitir é a minha fidelidade à ética republicana que pratico e algumas vezes me leva a questionar o modo de funcionamento deste nosso partido.

Termino desejando-lhe as maiores venturas numa época de crise que a todos nos atinge.

Com amizade,
Artur Melo
Marco de Canaveses, 13.02.201

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