quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Hawking, Darwin, Dawkins e eu

Stephen Hawking exclui a possibilidade de Deus ser o criador do Universo, ao contrário que defendia numa teoria anterior, pode ler aqui e aqui.

O cientista considera que a prova que sustenta o seu argumento é o facto de ter sido observado, em 1992, um planeta que girava em torno de uma estrela distinta do sol. E essa observação comprova a possibilidade de existirem outros planetas e universos o que significa, em seu entender, que se a intenção de Deus seria criar o Homem, estão os restantes universos seriam redundantes.

Charles Darwin já tinha rejeitado a necessidade de um criador do Homem, há cento e cinquenta anos com a publicação da "Origem das Espécies".

O conhecido biólogo ateu Richard Dawkins felicitou já o astrofísico britânico pelas conclusões, relembrando que esta opinião é partilhada por uma grande parte da comunidade científica.

Mas para mim o melhor argumento apresentado neste debate pode-se ler no livro de Richard Dawkins intitulado "A Desilusão de Deus".

Ali recorda-se que Fred Hoyle terá afirmado que a probabilidade de a vida ter tido origem na Terra não é maior do que a possibilidade de um furacão que varresse um parque de ferro-velho ter a sorte de montar um Boeing 747. É o argumento favorito do criacionista.

Nesse livro Dawkins desmonta este argumento ao explicar realmente por palavras relativamente simples o que é o evolucionismo, mas acaba por colocar ao criacionista uma questão bem maior.

Se a explicação mais razoável para o surgimento da complexa e improvável aparência de concepção é devida a um criador, então levanta-se imediatamente um problema maior que é saber quem criou o criador. É evidente que se a base de partida do problema inicial era a improbabilidade estatística, a solução apresentada do criador é ainda mais improvável.

Complicado? Talvez não se nos dermos ao trabalho de lermos e reflectirmos sobre uns quantos livros de uns quantos autores que abordam este tema.

Já agora a primeira vez que entrei neste debate foi no Liceu Nacional de Penafiel em 1975.

15 comentários:

  1. Se encontrassemos uma casa no meio de um deserto acharíamos que ela tinha surgido por acaso? O nosso planeta no "deserto" do nosso sistema solar é uma "casa" bem mais complexa e extraordinária do que qualquer casa "criada" pelo homem e ainda assim é vista como um acaso da suposta "natureza". Quanto à questão do Criador ter um Criador, é uma falsa questão. Há muito tempo que nos habituámos a usar um conceito matemático que nos ajuda a lidar com questões aparentemente insolúveis, o infinito. As rectas são infinitas, sem inicio e sem fim, no espaço existem as chamadas singularidades como os buracos negros com a sua massa infinita, portanto o Criador do Universo também será uma singularidade (não tem principio nem fim), logo a questão de quem o criou não é insoluvel. Já a questão de como passamos de aminoácidos a proteínas, adn, arn num caldo pré-histórico tóxico é bem mais dificil de responder. O que os evolucionistas nos querem fazer acreditar é o equivalente a dizer que numa cozinha os componentes para um bôlo de chocolate se juntaram completamente por acaso, e formaram um bolo, mas num bolo capaz de se copiar a si próprio com exactidão milhões de vezes...

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  2. Se encontrasse uma casa no meio de um deserto não iria assumir que tinha sido a obra de um Deus. Iria pela solução mais simples de que alguém humano a teria construído.

    O nosso planeta foi considerado durante alguns séculos o centro do Universo. Nas últimas dezenas de anos começaram-se a encontrar a um ritmo cada vez maior vários tipos de planetas, pequenos, grandes a rodar a volta do sol ou também à volta de outros planetas.

    Desde 1992 começaram-se a encontrar também planetas fora do nosso sistema solar, primeiro os grandes e agora alguns da ordem de grandeza do nosso planeta.

    A explicação mais "simples" é que tudo isto tenha explicações científicas que tem vindo a ser provadas a uma velocidade cada vez maior, não só pela teoria mas pela observação.

    Para mim a explicação mais complicada é através da existência de um Criador que num dado momento (e ai ainda se coloca quando foi esse momento) criou tudo. Não que essa explicação não seja mais fácil e aceitável para quem não compreende as complexidades da física, da biologia, da matemática, etc. mas tem de reconhecer que levanta o TAL problema maior.

    Quem é que foi o Criador desse Criador?

    E isto não é uma singularidade, não é um dogma, é uma pergunta que fica semrresposta, e nas ciências para se explicar algum por muito complicado que seja não se pode dar respostas dessas.

    A questão da passagem de aminoácidos a proteínas, adn, etc, etc Até já está bem explicado não só no plano teórico mas também no plano experimental.

    Se estiver atento todos os dias existem descobertas interessantes que dão passos sérios e seguros e praticamente sempre na mesma direcção.

    Os evolucionista não confundem um bolo de chocolate com um célula viva. E todos os dias encontramos (ou até são criadas) novas células, que crescem e multiplicam-se. Já se clonaram animais (e dizem que até humanos).

    É um debate interessante a que eu estou aberto a todas as possibilidades, pois acredito realmemte que o universo é praticamente infinito à escala humana e temos muito que apreender nas próximas gerações.

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  3. Deus está vivo, ou está morto? Sou livre, ou sou submisso?...

    TAF

    L.D'A.

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  4. Esta notícia está a ser tão mal divulgada. Ele não excluiu a possibilidade, apenas não a considera-a necessária como antes assumia-a.

    Darwin não roubou o palco a Deus, mas sim à Bíblia. Ele próprio escrever que nunca foi ateu, mas a mais correcta definição seria provavelmente agnóstico. Eu, tal como Darwin, não sei qual é o meu barco e não me importo com isso.

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  5. Até eu considero que a maneira correcta é dizer que não era necessária a intervenção divina para a criação do Universo.

    Esta é a posição correcta que qualquer cientista deverá tomar, pois senão até parece que existem factos que provam cientificamente a existência de um Criador.

    Claro que os jornalistas colocam sempre estas notícias enquadradas na sua vivência cultural.

    Mas tem de concordar que Darwin ao roubar palco à Bíblia não deixa muito espaço ao Criador.

    Sobre ele ter sido ateu, agnóstico, ou religioso também me parece pouco relevante. Se fosse ateu convicto antes de ter escrito a "Origem das Espécies" é que o poderia ter condicionado a perceber o mecanismo da evolução.

    O que é relevante é o que ele escreveu, e como a sua Teoria tem vindo a ser comprovada quase todos os dias ao longo dos últimos 150 anos.

    Veja-se o caso dos inúmeros fósseis, esqueletos, e até animais congelados que mostram cada vez mais claramente a evolução das várias espécies.

    Recordo-me também de como foi já possível observar num meteorito a existência de vida (ainda que muito simples) fora do nosso planeta.

    Para mim continua a existir espaço para cada um ter as suas opções religiosas, se assim o entender. Mas quando se tenta infuenciar a ciência, como o faz o Criacionismo (especialmente nos Estados Unidos) é necessário sermos firmes e esperar que os críticos da ciência comprovem o que afirmam.

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  6. "Devido à existência de uma lei como a da gravidade, o universo pode criar-se a partir do nada. A criação espontânea é a razão pela qual há algo em vez de nada, porque o universo existe, porque nós existimos"

    Bom, ja sei, se calhar o que Deus criou foi a força gravitica e deixou que esta fizesse o resto, afinal porque razão havia Ele de andar a criar tudo e mais alguma coisa, quando na realidade a força gravitica é suficiente ? hihihi ;-)

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  7. Os bolos de chocolate são bem mais simples de entender que o funcionamento de uma célula, e se a história que contei parece inverosímel, então porque o mesmo não se aplica ao surgimento da primeira célula? Mesmo a célula mais simples precisa de adn para produzir proteínas que a constituem, o problema é que o adn precisa de proteínas para ser construído.
    O que é que surgiu primeiro?
    Não há células "criadas" novas, todas seguem o mesmo design básico, desde as amebas, às plantas, ao ser humano, por isso somos todos descendentes de uma célula primordial, que segundo a evolução surgiu por acaso, num ambiente hostil, e se copiou a si própria...
    Isto é tão improvável que muitos evolucionistas acabaram por defender a panspermia, que no fundo é dizer que a vida surgiu noutro lugar e que veio à boleia num meteorito, o problema não fica resolvido é apenas atirado para mais longe.
    O meteorito de que fala, o ALH84001, não é garantido que os restos microbiológicos fósseis (se é o que são) não tenham resultado de contaminação terrestre, ainda é uma hipótese, não é Facto científico.
    Os fósseis não mostram uma "evolução" gradual e constante, o que demonstram são grandes extermínios em massa seguido de períodos onde a vida surge subitamente, por vezes sem ligação aparente entre as espécies.
    Quanto mais estudar o que está envolvido mais perceberá que acreditar na evolução também é uma questão de fé porque as "evidências" são questionáveis.
    Na verdade há "propaganda" nos dois lados, há criacionistas americanos que não querem perder os dízimos dos seus subditos e cientistas que querem garantir financiamento para as suas pesquisas.
    Mas a lógica aponta-nos para uma explicação mais simples do que a improbabilidade da evolução, a vida teve um Criador.
    Pense naquilo que o homem já conseguiu, arquitectura, aviação, navegação, energia, electricidade, etc. Tudo o que o homem já conseguiu a "natureza" já tinha "pensado" e bem melhor. Um jacto é um grande feito de engenharia, mas é muito limitado quando contrastado com o desing das asas de uma albatroz. As penas, por ex. são quase "perfeitas demais", no entanto, o registo fóssil da pena mais antiga é indistinguível da pena moderna, já surgiu óptimamente preparada para a sua função.
    Para terminar, seria impensável que uma casa no deserto não fosse construída por um homem, por um criador, já a vida na Terra foi por acaso... não é?

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  8. Sou caramelo e desintendo estas cunbersas. Bao tarbalhar!

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  9. A questão do desenvolvimento inicial do Universo, para os cosmólogos, não é uma questão resolvida.

    A Teoria do Big-Bang defende a ideia que o Universa era originalmente muito quente e denso e desde então tem arrefecido ao expandir-se. De facto a único facto que está provado é que o Universo está em expansão. Quem contribuiu para esta observação foi Edwin Hubble que observou os desvios para o vermelho na galáxias distantes em 1929. Este modelo baseia-se também na teoria da relatividade de Albert Einstein, e mesmo relativamente a este modelo existem muitas dúvidas e controvérsias.

    Agora em qualquer dos casos estas controvérsias não tem nada a ver com Visão Criacionista em que no caso da tradição judaico-cristã em que Deus cria o Universo em seis dias e no sétimo descansou. Quase todo o mundo cristão e judeu entende que a Bíblia, também neste caso, não deve ser entendida literalmente.

    Mas a dúvida continua se existe ou não Criador e sobretudo então quem foi o Criador do Criador do Universo.

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  10. O não conhecimento de células "criadas" novas, por estas seguir um design básico. Aliás as diferenças de ADN entre os vários seres vivos não é assim tão grande. É na minha opinião uma das grandes provas da existência da evolução.

    Durante muito tempo este facto foi ignorado pelos criacionistas, mas mais recentemente os menos fundamentalistas tentam explicar isso por estarmos na presença do mesmo "Design". Nesse caso o Criador já não tinha criado todas as espécies, mas ter-se-ia limitado a definir o Intelligent Design. Nalguns caso esse Design não deixaria de ser a própriass Leis Universais da Física. Estavamos na presença do Grande Arquitecto.

    Agora a questão mantém-se quem foi o Criador do Grande Arquitecto, e dentro dos cenários mais plausíveis não será mais fácil conceber que basta a existência dessas Leis Universais da Física.

    Pessoalmente não defendo a panspermia, nem os principais cientistas até porque a "essa vida" muito dificilmente sobreviveria no espaço sideral pois os raios ultavioletas do sol destruiriam qualquer tipo de vida.

    Mais defensável é que a vida na Terra tenha surgido como produto de reação químicas pré-bióticas, como defendeu Oparin.

    Entretanto não podemos esquecer que na década de 1960 foram descobertas através de espectroscópios a presença de móléculas como a da amônia, ácido fórmico e metanimina fora do nosso sistema solar. E em alguns meteoritos foram revelado a presença de aminoácidos e outros compostos orgánicos.

    Resumindo, cada ano que passa as descobertas nestas áreas comprovam muito mais a "não necessidade" de um Criador do que em milhares de anos se conseguiu ter um prova real da necessidade da sua existência.

    Dá que pensar.

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  11. Neste tipo de assunto todos têm razão e ninguém tem razão. Penso que deveremos ter mentes abertas para aceitar todo o tipo de opiniões e não sermos um circuito fechado e não termos um cérebro circunferencial.

    Ora penso, que neste tipo de assunto, se confunde uma série de conceitos já que o tema é muito vasto. Com todo o respeito com quem discorde sobre a minha opinião.

    Pelo que li, vejo que se confunde a criação do Planeta Terra com Deus, e que este se poderia ou não ser o seu criador. Bem como quem criou o Criador.

    Vejamos que temos que reflectir nos seguintes temas:
    Deus, Deus criador --- é uma coisa;
    Planeta Terra --- é uma outra coisa;
    Criação do Universo é outra coisa ainda;
    Dimensões invisíveis será outra coisa ainda muito diferentes das anteriores;
    Espírito, é outra coisa, diferente de tudo o que falamos, e ao mesmo tempo igual a tudo o que falamos, bem como a resposta e a solução de tudo o que gostávamos de conhecer e saber.

    Deus não criou o Planeta, nem o Universo, nem este Universo em que vivemos, nem outro Universo qualquer que existe nesta infinitude.

    Deus é tudo aquilo que nós podemos imaginar que Ele seja para nós. Se quisermos que Ele seja um velhinho sentado numa montanha, ou à beira do lago, ou numa nuvem... pode ser o que quiserem que Ele seja, humano ou não.
    Deus é energia, é uma energia de amor, que faz parte de tudo que é visível e invisível.
    Deus é um Todo de tudo, e um bocadinho de tudo que é visível e invisível.

    A formação de planetas, estrelas, universos, cometas, meteoritos... nada tem a ver com Deus, mas com Energia. A energia é a criadora da matéria.

    O ser humano não é nem mais nem menos que energia. O nascimento de uma vida é uma manifestação dessa energia, bem como a morte é outra manifestação dessa energia.

    O Espírito é energia.

    Todas as outras dimensões invisíveis são outros tipos de energia.

    A explicação da formação do Planeta não está em Deus mas num tipo de manifestação energética.

    Tudo o que vemos e não vemos é o resultado de manifestações de energia.

    Jesus é filho de Deus. Mas todos nós somos seus filhos, pois fazemos parte da energia de Deus.

    A Explicação de tudo está na Energia que existe por aí.

    O nascimento humano é uma parte dessa manifestação energética uma vez que se gerou um corpo humano. A morte é o fim desse corpo humano, mas a energia do que foi gerado com o nascimento (o corpo) sempre existiu, era uma forma de energia que se tornou mais densa, Ora com a morte esse corpo se deteriorará e deixará de ser um dia uma energia densa, mas passará a ser uma energia invisível que irá alimentar uma outra coisa.

    Todos nós fazemos parte dum todo infinito seres de luz/energia, que viveremos até ao infinito para sermos uma Energia de Amor.

    Nada é real, tudo o que nos rodeia é uma mera ilusão traduzida em uma Manifestação Energética.




    (numa outra vez, eu termino este comentário, mas só agora reparei na hora, mas já vos deixo muito tema para reflectirem, se assim o entenderem)

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  12. Caro Sérgio

    Mais importante se sabermos se todos temos razão ou não é estarmos aqui a realizar um debate importante civilizadamente, trocando opiniões, aprrendendo uns com os outros e demonstrando termos sido ou não uma obra de um Criador temos todos uma inteligência que devemos por ao serviço dos outros e não contra os outros.

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  13. A questão fundamental é: acredito em Deus, logo sou escravo. Não acredito em Deus, logo sou livre!

    Quanto à criação do mundo, universo. Estou como o Prof.Agostinho da Silva: quem lhe garante a si que nesta tecla do teclado não existem mundos e demais mundos?...

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  14. Pena que não tenha colocado o meu ultimo comentário, que era a continuação do outro.

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  15. Caro Sérgio

    Desculpe-me mas não recebi mais nenhum comentário. Se ainda tiver hipótese de o reenviar teria muito gosto de o colocar.

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