Há quase 140 anos, em 1872, Eça de Queirós escreveu que estávamos “num estado comparável somente ao da Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abaixamento de caracteres, mesma decadência de espírito”. Vinte anos passados a história parecia ter-lhe dado razão: Portugal entrou em bancarrota em 1890, a Grécia declarou falência em 1893. Só que o que se passou a seguir foi muito diferente. Enquanto nós mantivemos a nossa esforçada independência (e o nosso império), a Grécia ficou, em 1987, sob a tutela dos credores. Uma Comissão Financeira Internacional instalou-se em Atenas e passou a controlar directamente o orçamento de Estado. Dez por cento da população emigrou mas a Grécia, que tinha recuperado a sua independência apenas em 1822 após quatro séculos de ocupação turca, passou a ter um Estado minimamente decente.
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