quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O grande salto em frente do Gaspar, no Jumento

Vale a pena ler a totalidade deste post no Jumento, onde resumidamente se escreve que o impacto no orçamento do corte dos subsídios é muito inferior ao que resulta quando medido pela redução da despesa.

Estes subsídios estão sujeitos a IRS, bem como a outras contribuições, isso significa que uma média de 30% fica retida pelo Estado. Assim sendo, o impacto no défice orçamental deve considerar a redução de receitas fiscais e de contribuições, ficando-se pelos 70%.

Esta redução da receita implicará uma redução equivalente de despesas, dando-se prioridade aos bens de consumo que não sejam de primeira necessidade. Isso significa uma redução na receita do IVA significa um impacto fiscal na ordem dos 13%. Isto é, do montante recebido o funcionário consome apenas 57%.

Mas há muitos outros custos que o Gaspar não mediu, designadamente, os resultantes da desmotivação e mesmo o boicote activo às estratégias governamentais. Quantos funcionários na hora de sair não vão pensar “o Gaspar que venha apagar a luz!” .

Isto terá um efeito devastador na qualidade dos serviços públicos e nos seus custos. Feitas as contas o impacto do corte dos subsídios ficará aquém do seu montante bruto como o Gaspar tenta fazer crer e é mais do que evidente que brevemente o ministro das Finanças irá inventar mais um desvio colossal para encobrir os efeitos perversos das suas decisões económicas que está a ignorar.

As decisões do Gaspar fazem lembrar algumas políticas de Mao, é o caso do grande salto em frente ou do combate à quatro pragas que conduziram a China Popular à fome generalizada. Pensar que se aumenta a produção de trigo eliminando os pardais é um erro de idiotas, no ano seguinte as pragas de insectos comerão a colheita de cereais.

Neste sentido a política económica do Gaspar tem muito de maoísta, é uma versão lusa do grande salto em frente.

Pessoalmente tenho, que considerar sempre que este Gaspar não estará muito distante do seu primo Louça, pelo que em termos de eficácia económica não estará muito longe dos funcionários públicos dos países de partido único que estiveram tão em moda no século passado. Agora em vez de terem como farol da revolução alguma luz no Kremlin ou em Pequim, temos os iluminados de Bruxelas, Berlim ou de Paris.

1 comentário:

  1. Rejubilei de alegria ao ouvir uns personagens estrangeiros,os elementos inspectores da troika,elogiar a enorme capacidade de trabalho dos nossos actuais governantes,na pessoa de Vítor Gaspar,o maquiavélico ministro das finanças.
    E porquê?
    Conclui,mais uma vez na minha vida,que a hipocrisia é uma qualidade necessária, determinante para o êxito na carreira política e quase exclusiva de políticos.
    Admito que lhes seria difícil omitir tais elogios,pois bastaria olhar para a cara de Vítor Gaspar,verdadeiramente digna de ser usada como máscara da noite do Halloween e,dado que,apesar da sua dureza bem revelada pela firmeza em impôr as draconianas medidas do FMI,não deixam de ter num recanto do seu coração enfeudado ao mais puro capitalismo,um resquício de "humanidade",para se apiedarem do seu esforçado aluno.
    Que melhor lenitivo para a "dôr" de Vítor Gaspar sofre por amor aos seus concidadãos,que ouvir gente da estranja elogiar a sua magnânima austeridade?
    Sem esquecer,outra razão,nada menos pertinente e merecedora de tamanho elogio,a qualidade demonstrada de aluno aplicado e estudioso,incapaz de ideias próprias,é certo,mas seguidor atento,submisso e fiel aos princípios e orientações dos seus donos e mestres.
    Ah!julgavam que Fernãos Peres de Trava,Condes Andeiros e Miguéis de Vasconcelos tinham acabado?
    Isso é que era bom!
    E de tão contentes com este primeiro trabalho do aluno Vítor,decidiram deixar-lhe outro desafio.
    A redução dos vencimentos(e talvez a eliminação dos subsídios)aos trabalhadores privados,ajudando assim o pobre patronato a aumentar a sua produtividade e fomentando a exportação(leia-se,estamos entregues ao capital).

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