A última reunião da Assembleia Municipal foi bastante representativa do que têm sido estes dois mandatos de Manuel Moreira e do grupo que o apoia.
Antes de tudo, foi mais uma sessão maçadora, repleta de discursos vazios de contéudo, sem apresentação de quaisquer soluções e com um total autismo político.
Não posso dizer, que tenha estado presente ou, que sequer tenha ouvido pela rádio a maior parte das intervenções. Mesmo aqueles com quem tenho o hábito de trocar algumas opiniões acabaram por desistir em assistir a mais esta triste sessão presidida por António Coutinho.
Tal como na blogosfera se comenta, Manuel Moreira, «a modos de "aquecimento", como um verdadeiro profissional do desporto, "deliciou" logo no início a assistência da assembleia municipal e os ouvintes da rádio marcuense, com uma declaração verdadeiramente patética sobre o seu curriculum político e a sua própria pessoa».
Nada que na verdade não tenha com a maior das “humildades” repetido em discursos anteriores. Não nos podemos esquecer, que Manuel Moreira é um político “profissional”, que dedicou toda a sua vida às actividades políticas, prejudicando com isso a sua carreira estudantil (acabou por terminar tardiamente a sua “licenciatura” em gestão autárquica) e impediu totalmente qualquer actividade profissional fora da política.
Mas aquilo que todos aguardavam era ouvir qual a explicação de Manuel Moreira e dos seus apoiantes, no que respeita às «consequências da recusa do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, em considerar-se entidade competente para decidir sobre o recurso apresentado pela Câmara Municipal, nesta questão com a empresa Águas do Marco, que como sabemos condenou a autarquia numa indemnização de 16 milhões de euros, mais os juros de mora».
A resposta foi (in)esperadamente delirante, nomeadamente no «seu "sentido" apelo à solidariedade dos diversos partidos e movimentos políticos, que constituem a sua Oposição na Assembleia Municipal, em redor da sua posição na questão das Águas seja não só patético, como carregado duma fingida vontade de diálogo democrático, direi mesmo, carregado de farisaica hipocrisia. O seu "ego" é demasiado grande, necessita constantemente de ser alimentado e até esta questão das Águas, cujo revés, só a ele se deve atribuir, pela insensata decisão da alteração unilateral do contrato existente à época, revés duma enorme gravidade para todos os Marcuenses, está a servir de alimento».
Ou como é descrito no Marco 2013: Senti arrepios quando Moreira, numa versão pimba das teses de conspiração, avisou, com o dedo em riste, os deputados e o público que o Grupo AGS/Somague estava de olhos postos naquele salão a comprazer-se com a desunião dos deputados. Nós temos que formar um “muro granítico”, repetia ele enquanto se embevecia com a genialidade daquela metáfora. Deputadas e deputados sentiram-se tijolinhos de uma argamassa esburacada e cheia de fissuras. Parecemos um “queijo suíço”, atirava ele já com autoridade literária. E ecoou por largos e pesados minutos o apelo do presidente da Câmara à união de todos para contrariar a condenação do município no processo “Águas do Marco”.
Enfim, em vez explicar qual seria a resposta do executivo para 16 Milhões de problemas, «resolve então, M.M. perante tal desventura, simplesmente fazer um apelo, um cerrar de fileiras, a todos as cores políticas representadas na A.M.»
Esta ideia que agora é necessário “cerrar fileiras” não é nova, já tinha sido lançada por António Coutinho há meses numa reunião de líderes da Assembleia Municipal, o que demonstra que Manuel Moreira, António Coutinho e os restantes apoiantes desta maioria tinham consciência clara, que o pagamento dos 16 Milhões de Euros era só uma questão de tempo.
Mas afinal é necessário “cerrar fileiras” ou “apertar o cinto”?
Não acredito que neste momento, quer a oposição ao PSD na Assembleia Municipal, quer mesmo a oposição interna do PSD, estejam dispostos a suportar muito mais os desvarios de Manuel Moreira. Este, e os seus apoiantes, só têm que encontrar a melhor maneira de pagar os 16 Milhões de Euros e de justificar aos Marcoenses, porque mais uma vez existem políticos que os enganam descaradamente.
Ainda se aproveitou esta oportunidade para «ouvimos (eu também) ao senhor Presidente da Câmara, que há, e não há, o dinheiro do empréstimo. Ou seja, o empréstimo de 7 milhões foi autorizado, mas a banca, diz o senhor presidente, que por falta de liquidez (eu acho que será por falta de credibilidade do cliente) não cede o dinheiro e os juros estão sempre a subir.»
De ficarmos a saber que «a banca emprestava por especial favor e por ser para quem era, a metade, mais ou menos 3,5 milhões de euros, proposta que foi e bem, diga-se de passagem, recusada pelo senhor presidente».
Ora, como se vê «as massas não chegam para tudo, para as obras para alindar a cidade e para pagar aos empreiteiros credores da camara há já uma data de anos».
«Quanto aos empreiteiros, assim como assim, quem esperou tanto tempo e até tenha acabado por falir também pode esperar mais algum tempo. Sim, porque o senhor presidente e a senhora vereadora das contas têm repetido que a Câmara agora é uma pessoa de bem, até já paga atrasado mas num período aceitável. É óbvio que paga a quem paga, ou seja, para a Câmara uns são filhos e os outros são enteados».
Muitas destas palavras foram retiradas da blogosfera, concordo totalmente com elas. Muitas vezes alertamos aqui, e a oposição alertou na Assembleia Municipal, que era importante encontrar-se uma solução para este outro problema que se arrasta há 6 anos. Aliás o prazo aceitável, termos repetidamente referidos por este executivo, não conta com as dívidas dos 7 Milhões, que existem desde 2005, pelo que os termos "período aceitável", seria então escadalosamente inaceitável.
Irresponsavelmente foram aprovadas várias prestações de contas, onde estas dívidas (7 Milhões de Euros) eram descritas, mas não contabilizadas. O Tribunal de Contas, entre muitas outras irregularidades apontou também esta nas contas de 2005, e apontará a mesma irregularidade em prestações de contas seguintes. Quem teve de tomar a decisão final sobre esses documentos na Assembleia Municipal, pelo contrário não teve dúvidas de espécie alguma, e aprovou de “cruz”.
O desespero desta maioria é conseguir adiar por mais dois anos a resolução destes dois problemas (16 Milhões mais 7 Milhões de Euros) e entretanto conseguir 2 a 3 Milhões de Euros para realização de algumas obras de fachada, como a reabilitação do centro urbano da cidade do Marco, até às próximas eleições.
Numa coisa eu concordo com Manuel Moreira. É necessário “cerrar fileiras” contra todos aqueles que contribuíram para o buraco financeiro onde a Câmara do Marco se encontra, a começar pelo actual Presidente da Câmara e dos seus antecessores.
Brevemente vou comentar a excelente intervenção da JS Marco na Assembleia Municipal, mas que podem desde já ler aqui:
ResponderEliminarhttp://jsmarcodecanaveses.blogspot.com/
Entretanto podem ir acompanhando no nosso blogue (jsmarcodecanaveses.blogspot.com) as intervenções da JS (sim, foram 2). Todavia, pretendo, para já, assinalar a minha concordância com as palavras acima descritas. É interessante ver (profissionalismo político não falta) o disfarçar, o engodar e o prorrogar tanto quanto possível, o inevitável: Manuel Moreira foi incompetentemente autista, no que à questão Águas do Marco concerne, continua, mas agora, assustadoramente autista e há-de sair do salão nobre sempre surdo! É já, a meu ver, alarmante o estado de coisas mas, em cima de todo este cenário caótico, é horripilante ver o leme ser conduzido por MM de uma forma tão pouco humilde. Não reconhece a dificuldade em obter crédito, não reconhece os seus erros de tesouraria, não recua nas suas intenções, não considera outra visão que não a sua, a única verdade. O cerco está a apertar... Mas o cerco, neste caso, é a realidade! A fantasia proferida constantemente em doses de 50 min está prestes a fragmentar-se num "muro granítico" de realidade! A calculadora foi brincadeira de meninos e, ao lado da real dimensão deste problema, vai sempre ser brincadeira de meninos!
ResponderEliminarUrge um novo caminho: lúcido, rigoroso, realista e aberto!
Um pequeno comentário para a excelente intervenção do Dr. João Valdoleiros! Prova disso é o total silêncio relativo às questões colocadas e às referências aos milagres financeiros!
Miguel Carneiro
PS: Este comentário por qualquer razão técnica tinha sido perdido, contudo ainda consegui a sua recuperação pelo que está postado com o meu nome.
Hum... Caro Jorge... Cheira-me a censura online:)
ResponderEliminarolá marcuenses, andamos todos a ser enganados por politicos de varinha magica, pelo que sei e informações que tive a divida de 2005 não é de 7 milhões mas sim de 3,5 milhões mais juros vai para 5 milhões os restantes 2 milhões são para fazer obras, é preciso dizer a verda aos marcuenses, se o banco empresta metade dá para pagar as dividas atrazadas e eu penso se o fizessem os empreiteiros até perdoam os juros se recebecem o capital a verdade é esta e mais não digo. até breve
ResponderEliminarMiguel
ResponderEliminarSe mandas "bocas" envio-te já para o Tarrafal.
lol
É mais um problema de troca de dedos, felizmente tinha activado o envio dos comentários para o meu mail.
Caro amigo
ResponderEliminarDe facto a autorização do empréstimo aprovado pelo anterior governo só permite a utilização para pagamento das referidas dívidas.
Eu não tenho nada contra o facto de que a Câmara devia aproveitar o QREN para realizar obras, mas existem prioridades a que se deviam dar mais atenções.
Uma é não atrasar mais a situação destas dívidas que acabam por ir para a contenciosos no tribunal e a penhoras evitáveis.
Caro Anónimo das 18:04
ResponderEliminarAté estou tentado a acreditar naquilo,que afirma,que as dívidas são só de 3,5 milhões de euros a que acrescem juros de mora no valor próximo de 2 milhões e porquê?
Porque Manuel Moreira e a sua vereação fazem o possível por escamotear aos marcuenses a necessária e indispensável documentação,que tornaria acessível e compreensível dum modo totalmente trasnsparente a qualquer municípe,a gestão camarária.
Ora,usa dizer-se que,"quem não deve não teme".
E tal,não é nenhum privilégio especial,é um direito que assiste a todo o cidadão contribuinte marcuense, saber ao pormenor e mensalmente como,onde e em que condições e circunstâncias é gasto o seu dinheiro,ou seja os dinheiros de todos nós,que não exclusivamente de Manuel Moreira e da sua maioria absoluta.
Acresce,e diga-se a propósito,que nem a sua própria maioria é ouvida nem achada,nem recebe mesmo a tal documentação,que revele como é feita a execução orçamental.
Depois disto,venham os Adões cá do burgo,defender Manuel Moreira e a sua gestão,já que ninguém da sua maioria partidária na assembleia municipal,considera e refere este déficit de transparência,antes pelo contrário,tantas e tais são as encomendadas louvaminhas,que se repetem assembleia a assembleia.
Miguel Fontes
Atom não põe o marcoensecomovos nos blogs marcoenses???
ResponderEliminarCheira-me a caciquismooo
Ouvi parte da AM via RM.
ResponderEliminarNuma palavra, o discurso de MM em relação às àguas do marco, fez-me acreditar por breves instantes que se tratava de uma Igreja da IURDE ou dessas que andam para aí. O senhor parecia um autentico profeta ... São estes os políticos que temos? Não há outros melhorzinhos uma bocadinho?
“Acreditando” nos documentos oficiais do próprio executivo camarário em 30 de Junho de 2011 existiam 847.491,60 euros de dívidas de fornecedores com mais de 60 dias de atraso de pagamento.
ResponderEliminarDeste valor 215.701,49 euros estava atrasado mais de 360 dias (1 ano)!
Mas, a realidade é bem diferente porque no relatório de gestão de 2011 verificava-se a “existência de dívida a terceiros por consolidar no montante de 7,1 milhões”. A este valor é necessário acrescentar juros de mora a contar desde 2005!
Para se ter uma ideia da ordem da dimensão só desta dívida os custos com o pessoal de um ano são de cerca de 7 milhões!
Dizem as más línguas que a situação tem vindo a degradar-se rapidamente ao longo deste ano.
Caro Maquiavel
ResponderEliminarPessoalmente desconheço quem é ou são os administradores do blog a que se refere, pelo que não vejo razão nenhuma para o divulgar.
Já agora o direito que tenho a divulgar (ou não) quem considero que o merece (ou não) não é "caciquismo".
Recomendo-o consultar um bom dicionário para perceber o significado de "caciquismo", e depois tente identificar os "caciques" da nossa terra.
Caro Maquiavel
ResponderEliminarJá agora escolheu bem um nome para se identificar.
Sabe mesmo o que representou e defendeu Maquiavel?
Caro amigo das 21:49
ResponderEliminarO problema não é a atitude de MM, que como todos já percebemos não está realmente preocupado com os problemas do Marco.
O problema são as fortes dívidas que os últimos executivos camarários criaram. A minha preocupação é que não vejo como é que se poderá resolver esta situação com as actuais políticas camarárias.
Não fico contente, como acredito que ninguém de bom senso ficará, e como tal luto para que possa exsitir um executivo camarário que possa tirar o Marco desta buraco.
Ao contrário do que se diz por ai existiram muitos dos actuais apoiantes de MM a apoiar o primerio contrato com as Águas do Marco, e é uma grande inverdade quando se tenta confundir as pessoas e se acusam os únicos que tem lutado contra estes erros de gestão de estarem contentes com estas más notícias.
Completamente de acordo, embora ele chame a quem de verdade sabe de minorias, como na última AM.
ResponderEliminarEstou increduto de que a CMMC vai gastar 5 milhoes no centro da cidade, quando esse dinheiro, embora comunitário, poderia e era mais bem gasto em saneamento e àgua pelo Concelho, mas sei que o que dá votos é a obra onde ela pode ser mais vista. Lamento, mas enquanto em terra de gente pobre tivermos um presidente de camara com motorista a fazer pouco de todos nós, não é preciso dizer mais nada.