sexta-feira, 7 de maio de 2010

Segunda medida a ser tomada pela autarquia

Depois de conseguir saber com um mínimo de exactidão a situação real das contas, o Presidente do executivo deveria comunicar a todos os grupos envolvidos essa informação para que cada um destes consiga perceber a importância das medidas a tomar.

E quem são esses grupos e qual a vantagem de prestar essa informação?

Primeiro, os eleitos para os vários órgãos autárquicos (vereadores, deputados municipais, presidentes e restantes eleitos para as assembleias de freguesia). De facto todos estes foram eleitos para se responsabilizarem pelas várias decisões a ser tomadas no decorrer de um mandato autárquico. Para estarem conscientes do impacto das suas opções tem que estar correctamente informados do estado da autarquia, e só com a sua cooperação é que o executivo conseguirá um apoio efectivo da população.

Segundo, os funcionários da autarquia. Cada um destes, independentemente da posição que ocupa, é responsável directo pela implementação das medidas tomadas pelos vários órgãos autárquicos. São também aqueles que terão enfrentar em primeiro lugar as consequências das dificuldades financeiras e económicas. O empenho e a motivação destes é fundamental para implementar qualquer medida que seja anunciada.

Terceiro, os cidadãos. A autarquia, os órgãos autárquicos e os funcionários autárquicos só existem com o fim de prestar serviços a estes cidadãos. Quando os primeiros se esquecem disto não estão a desempenhar bem as suas funções, mas se os cidadãos não estiverem conscientes da dificuldades existentes não vão conseguir compreender as medidas menos populares, ou a ausência das medidas populistas que normalmente são praticadas pelas autarquias.

Por fim, os fornecedores, bancos e outros terceiros da autarquia. A autarquia precisa nos momentos difíceis de manter a boa cooperação destes. Estes terão que ser informados claramente das dificuldades que a autarquia passa. Deste modo poderão perceber que apesar das dificuldades tem na autarquia, e nos seus responsáveis, um parceiro honesto com que vale a pena cooperar num momento mais complicado.

4 comentários:

  1. Meu caro Jorge Valdoleiros,pela análise das soluções,que preconiza para ajudar a solucionar a "crise" da nossa Autarquia,e permita-me a franqueza,dar duas opiniões,aparentemente contraditórias.
    Primeiro,se tais medidas fossem implementadas,acredito seriam benéficas e úteis.
    Segundo,considerando o desprezo que a actual classe política tem pela Democracia (creio que acredita que vivemos já há dezenas de anos em Partidocracia),será de todo improvável,que alguém aceite reconhecer o mérito de tais propostas,se não vejamos.
    O meu amigo fala nas responsabilidades dos eleitos.
    Então quer dizer,que quando todo um grupo de deputados municipais vota sempre e em todas as matérias,em bloco,como se estivessem totalmente certos da
    correcta decisão do líder do grupo,estão a ser responsáveis?
    E quando há presidentes de junta de freguesia,eleitos pelo partido A,que votam com o partido B ou C,estão a ser responsáveis perante os seus eleitores?E quando deixam a autarquia com dívidas enormes,sabendo que ninguém os vai responsabilizar pela sua má gestão,estão a ser responsáveis?
    Fala também nas responsabilidades dos funcionários e na sua motivação.
    Quanto a isso,nem quero comentar,tal é a imagem habitual,que infelizmente,na maioria dos casos,temos em Portugal,deste tipo de trabalhadores.
    Fala da responsabilidade dos cidadãos.
    Já reparou na falta de militância de que se queixam os partidos?Já reparou na percentagem da abstenção na maioria dos actos eleitorais?
    Já reparou na "clubite partidária" da maioria dos cidadãos?Já reparou na não prática da cidadania pela maioria?Ou já se esqueceu do comodismo genético dos Portugueses?
    Depois, o meu amigo fala em fornecedores,bancos,etc..
    Como acha que devem olhar para esta autarquia municipal e para algumas autarquias de freguesia,os fornecedores que esperam há vários anos o pagamento de dívidas de que são credores?E sem lhes ser garantido um horizonte temporal para essa liquidação,com o argumento que não fomos nós os autores dos créditos?
    Como pode concluir,meu caro Jorge Valdoleiros,se o terreno fosse fértil,as suas ideias poderiam frutificar,mas não é o caso infelizmente.
    O Antigo Egipto sobreviveu às pragas lançadas pelo Deus de Israel, mas o nosso Marco está em agonia,com uma gestão autárquica incapaz,enganadora,ferozmente partidocrática,com a maioria praticando aquela conhecida política da avestruz.
    Apesar de tudo,tenhamos fé,depois da tempestade habitualmente vem a bonança.

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  2. Só tenho a dizer que agora estamos em tempo de vacas magras e que os políticos e os eleitos tem que ser realistas. Os funcionários tem que perceber que é o seu próprio "sustento" que está em causa. Olhe-se para o caso grego, irlandês, romeno, etc.
    Os cidadãos tem que abrir os olhos e deixarem-se de "clubites", pois serão estes que vão pagar os erros de todos. Os fornecedores e os bancos se virem credibilidade ajudarão pois são também interessados.
    Agora a política de avestruz tem que terminar, e os políticos que só se preocupam com o lugar que ocupam nas listas tem que desaparecer.
    Ainda acredito que o povo tem a sua sabedoria e que chegará o momento em que acordarão desta ilusão.

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  3. Falando em fornecedores, há duas hipóteses para abordar este assunto, ou esses fornecedores fornecem só a dinheiro ou cortam os mesmos fornecimentos, a partir da data do prazo acordado.Ou será que lhes interessa vender a prazos muito dilatados?Controlo sobre preços, quantidades fornecidas e serviços efectivamente feitos?Pelo que lê e houve, não há.Tudo dito

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  4. Caro anónimo acredite ou não mas se uma organização tiver credibilidade e sobretudo honestidade com os seus fornecedores consegue criar com estes sinergias que lhe permite obter esses bens e serviços através de crédito que poderá ser pago em prazos dilatados.
    O problema com o actual executivo é que começou logo por entrar em incumprimento com alguns fornecedores o que deu logo uma imagem de falta de credibilidade. Depois com tantos casos em tribunal e penhoras a serem executadas torna tudo muito mais difícil para este executivo em concreto.
    Agora o que poderá restar é que se procurem um melhor executivo que perante os seus fornecedores e outros parceiros (re)crie a imagem de credibilidade perdida. Para isso é necessário muita transparência, honestidade e sobretudo capacidade negocial.

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