Eduardo Catroga em entrevista publicada hoje aqui e aqui lança ainda mais confusão sobre as grandes contradições do “seu” programa eleitoral.
Quando lhe é perguntado como compensará os 1500/1600 milhões de euros que a redução do TSU poderia custar, este não nega este custo. Só afirma que “não há bela sem senão”.
Eduardo Catroga ainda recorda que no seu tempo, “havia apenas a taxa mínima e a máxima”.
E claramente conclui que “A taxa intermédia serve para quê? Há aqui um grande potencial de aumento de receita”.
Ontem no debate que Pedro Passos Coelho teve com o líder do PCP, “garantiu não ser intenção do PSD eliminar a taxa intermédia do IVA, o que faria aumentar os impostos sobre a restauração”.
José Sócrates só tinha acusado o PSD de pretender “aumentar fortemente os impostos”, eliminando a taxa intermédia do IVA. O objectivo é cumprir a redução de quatro pontos percentuais na Taxa Social Única (TSU).
Pelos vistos José Sócrates tinha razão e conhece melhor o longo programa eleitoral do PSD (120 páginas que ninguém vai ler) que o próprio Pedro Passos Coelho. A confusão total pode ler-se aqui.
Carlos Moedas, conselheiro económico de Passos Coelho, afirma aqui que a “quebra de receita para a Segurança Social de 600 milhões de euros”.
Depois confunde-se todo a tentar explicar este valor, como é o caso quando diz que a redução da TSU é só para empresas exportadoras e afirma que "O PSD está consciente de que a aplicação da TSU às empresas exportadoras é uma excepção” e "numa situação extrema como a que o país atravessa, o PSD poderá negociar com a União Europeia este ponto. Ou, no caso de a UE não aceitar que seja apenas aplicada às exportadoras, poderemos aplicar soluções técnicas já estudadas em vários países europeus, para evitar que as empresas dos sectores não transaccionáveis gozem deste benefício".
Afinal quem tem razão nos números Carlos Moedas ou Eduardo Catroga, afinal é uma medida viável ou que poderá afinal não ser aceite pela EU.
Mais uma vez José Sócrates mostra-se melhor preparado do que Pedro Passos Coelho.
Vitor Bento diz que a descida da TSU pode ser “ineficaz” ou até “contraproducente”, pode ler aqui. Nada mais que eu não tivesse já dito aqui.
A confusão não está já só dentro dos próximos de Pedro Passos Coelho mas também nos próximos de Cavaco Silva. Dá que pensar.
Já não falo da confusão que o PSD tem criado nos produtos que devem ou não ter alteração de taxa. Primeiro foi o leite com chocolate e os sumos que deveriam ficar na taxa reduzida. Depois era a questão da cerveja, coca-cola, vinho, e por ai adiante sem uma linha estratégica para a política fiscal.
Mas ainda mais grave é Eduardo Catroga afirmar que “o aumento do IVA da electricidade, são cerca de 400 milhões de euros...”
Que confusão nessas cabeças que pretendem apoiar as empresas diminuindo a TSU e esta diminuição seria compensada com o aumento na electricidade, o que afectaria negativamente as mesmas empresas!
Não era melhor para todos que o PSD voltasse a reflectir sobre o seu programa eleitoral e criasse uma versão 2.0?
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