domingo, 1 de maio de 2011

Descontrolo nas Despesas com o Pessoal

Na discussão das contas na última Assembleia Municipal João Valdoleiros foi claro ao dizer que nas despesas “verifica-se um aumento na despesa com o pessoal de 3,6%”, o que em valor absoluto representa 260.450 euros.

Mostrou que em termos quantitativos existiu a redução de 13 trabalhadores e a entrada de apenas 4 trabalhadores. Defendeu que o PS considerava que este aumento (em valor) não se coaduna com a dita redução do quadro de trabalhadores, e recordou que se tivesse sido apresentado o mapa do quadro do pessoal, permitiria o esclarecimento correcto das despesas com pessoal.

Uma análise mais cuidada mostra que as despesas com o pessoal já tem o valor de 7.411.213 euros, representando 33% da despesa total do orçamento.



Em 2006, primeiro ano completo da “liderança" de Manuel Moreira, estas despesas eram de 6.277.946 euros. Um aumento de 1.113.267 euros, que em percentagem são 18,1%.

Todos os anos as desculpas são genéricas, não vão ao fundamental e geralmente as novas admissões são justificadas pela fraca qualidade do pessoal existente.

Este ano não foi diferente e José Mota justificou o novo aumento com algumas “desculpas” que vale a pena analisar.

Declarou que "poderá ter saído um auxiliar de serviços gerais que tem uma determinada remuneração e entrado um arquitecto que tem outra remuneração", mas não seria mais correcto que o responsável pelo pelouro falasse em termos concretos em vez de dar exemplo de pretensas situações. Não são assim tantos casos para que o responsável não se recorde dos mesmos. Ou então até dava jeito ter à mão o mapa do quadro do pessoal!

Outra desculpa apontada foi porque “as novas contratações … têm um encargo maior para a Câmara … porque a Câmara faz uma contribuição maior para a Segurança Social, em relação ao que fazia antes para a Caixa Geral de Aposentações”. Mas se não tivessem existido essas novas contratações não se colocava a questão, e o problema levantado é esse. Se existem custos com o Pessoal elevados a solução é evitar admissões.

E depois a surpresa quando José Mota apresenta dois casos em particular:

No anterior executivo Bento Marinho estava como vereador a meio tempo agora a Drª Carla está como vereadora a tempo inteiro (erro que na minha opinião poderá e deverá ser corrgido);

E a contratação de uma chefia  para a direcção de recursos humanos.

A gestão consiste sempre em escolhas, e estes gestores preferem gastar os poucos recursos financeiros em aumentos para os próprios, em contratar mais chefias ou quadros superiores do que utilizar os recursos financeiros a realizar “obra” e a cumprir as promessas.

Manuel Moreira, pouco antes no seu "modo Calimero”, a propósito da não concretização dos muitos projectos anunciados e não realizados disse que “Não é culpa nossa temos falta de meios” e acrescentou que “só rezo para que possa cumprir os compromissos que já temos assumidos”. E eu digo agora, caro Sr. Presidente isto não é uma questão de “rezas” é uma questão de competência, mas sobretudo de responsabilidade na gestão dos dinheiros públicos.

Quando assumiu o seu cargo sabia para o que vinha e com o que poderia contar. Quando se recandidatou não lhe restava nenhuma desculpa para não poder cumprir com as suas promessas. Se o Sr. Presidente e a sua equipa não são competentes para o desafio diga-o e deite a toalha ao chão, não ameace, tenha  coragem e concretize esse desejo de cada vez mais Marcoenses.

6 comentários:

  1. Em relação ás contribuições para a segurança social, o seu aumento foi em Janeiro 2011, e as contas são referentes ao ano 2010.

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  2. Caro amigo

    Sem 100% de certezas acredito que José Mota se referia que quando um funcionário que descontava para a CGA sai e é necessário entrar um novo já sobre o regime da Segurança Social o encargo neste novo funcionário é maior.

    Mas em qualquer caso não justifica os aumentos que tem sido realizados ao longo dos anos, e mesmo que justificasse os "gestores" da Câmara tem que perceber que é com os recursos que estão disponíveis que terão realizar o que prometera.

    Isto não basta realizar "promessas" irrealizáveis, gerir mal os recursos da autarquia e depois dizer que a culpa é dos outros.

    Os Marcoenses tem de abrir os olhos e agir. Não esperar que sejam só alguns a combater os erros de Manuel Moreira & Ca. mas lutar para que se consiga colocar um rumo nesta terra.

    Tenham consciência que a culpa não é destes políticos (MM e AFT) mas de quem votou neles. Talvez enganados à primeira ou à segunda, mas a culpa é dos Marcoenses.

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  3. Caro Jorge Valdoleiros

    Achei interessante as argumentações do MM para explicar os desvios do orçamento municipal,versus orçamento do governo do Sócrates.
    Duma pequeníssima coisa,MM fingiu ter-se esquecido,ou na pior das hipóteses,continuou como habitualmente a pensar,que é chico-esperto e que mais uma vez enrolou a Oposição.
    Esqueceu-se foi,ou fingiu o esquecimento,que o orçamento do governo SÓ PASSOU com a colaboração dos votos de abstenção do PSD, enquanto cá no "SEU FEUDO",o orçamento passou com os votos contra do PS.
    Posições claramente diferentes e com óbvias leituras distintas.
    Só aos "crâneos" como MM,não convém,por óbvios motivos,fazer a leitura correcta.
    E haverá quem se repita mais frequentemente,que é um apóstolo da VERDADE,da TRANSPARÊNCIA,do RIGOR?
    Com os meus cumprimentos
    Miguel Fontes

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  4. ola sr jorge o senhor diz que a culpa que e dos marcoenses por ter escolhido aft e MM pois eu pergunto e o senhor jorge nao sera um que em tenpos tera votado em aft.Adao......

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  5. Caro Se. Adão

    Eu disse isso e também disse que "Talvez enganados à primeira ou à segunda, mas a culpa é dos Marcoenses".

    Digo isto porque ele esteve-me quase a enganar mas eu antes de optar por alguém ouço o que ele diz e analiso a sua atitude. E logo à partida não gostei nem dos métodos que usava, nem do discurso realizava.

    Mas posso garantir que nunca votei nele.

    No ano em que Avelino Ferreira Torres chegou pela primeira vez à Presidência do Marco, eu estava recenseado pela freguesia de Lordelo do Douro, concelho do Porto e pertenci às listas de Paulo Vallada. Fui eleito para a Assembleia de Freguesias de Lordelo do Douro.

    Nesse período, que concidiu com 5 anos intensos de actividade política no meio académico, eu estava já perfeitamente preparado para pensar pela minha cabeça e não pela cabeça de terceiros e independentemente do que Avelino Ferreira Torres dissesse, eu não via, como ainda não vejo, nele a postura de um verdadeiro democrata.

    Via nele um oportunista que utilizava o CDS (na altura um partido de influência Democrata Cristã e agrupando um grupo forte de liberais) como plataforma para ter acesso a concorrer a umas eleições locais com o mínimo de credibilidade.

    Como se deveria recordar no Marco o PSD estava a realizar um péssimo serviço na Câmara e o PS tinha contra ele o facto da população Marcoense não perceber a diferença entre Comunistas, Socialista, Sociais-Democratas e outras ideologias, e não perceberem que o PS tinha já à sua frente pessoas bem credíveis que AFT.

    Mas este tinha um grande trunfo que utilizou. Era um Presidente no Futebol Clube do Marco que ganhava (não interessa como) e as pessoas acreditavam que era essa a solução.

    Eu até percebia o apoio de muitos sociais-democratas descontentes com o PSD Local, até percebia que os mais conservadores o apoiassem nas primeiras eleições. O que nunca percebi é que muitos (e não vou dizer o nome) o apoiassem praticamente até ao fim e enquanto haviam benesses para distribuir.

    Esses Marcoenses são os mais culpados e infelizmentes continuam agora a apoiar as mesmas políticas mas com uma cor ligeramente diferente.

    PS: Para não existirem dúvidas desde 1985 até 2009 limitei-me a ser um cidadão atento que discutia com os amigos os temas mais quentes da política e apesar de ter sempre votado nunca tomei durante esse período posições políticas publicamente.

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  6. Já cá faltavas Adão para dar cor à discussão.Eu sempre optei pelo rosa,mas tu pareces-me antes uma rosa desbotada,assim a fugir para o alaranjado.Vai-te cuidar e contas-nos a nós socialistas do Marco o que tens feito pela rosa.Alimentá-la?Não.Regá-la?Não.Apenas a tens espezinhado.Devias ter vergonha.

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