terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Carnaval e Pedro Passos Coelho

Quando disse aqui, que as palavras de Pedro Passos Coelho (sobre a tolerância de ponto do dia de Carnaval) iriam ser a fortemente contestadas, não estava à espera que a contestação se transformasse na perda de controlo de toda a máquina do Estado por parte do primeiro-ministro.

Inacreditavelmente 177 autarquias derem tolerância de pontos aos seus funcionários, o que podiam compreender no caso das autarquias lideradas por partidos da oposição, mas que não tem explicação no caso de 50 autarquias presididas por eleitos nas listas do PSD ou do CDS, como se pode ler aqui, dos quais é de destacar a Câmara Municipal do Porto, liderada pelo social-democrata Rui Rio e até a nossa própria Câmara Municipal.

De igual a modo o número de empresas públicas que ignoraram a decisão do governo é significativo.

De facto uma grande maioria de empresas privadas também ignoraram totalmente o apelo do Primeiro-Ministro e não aproveitaram a possibilidade de utilizar este dia para aumentar a sua produtividade (o que prova que a questão da redução do número de feriados não é uma preocupação real das empresas, e como aqui é bem explicado tem resultados irrelevantes na situação actual).

Pior do que nesta semana ter sido apupado em Gouveia, foi hoje ter sido totalmente ignorado pela população portuguesa, que diz representar.

Ainda pior é que foi ignorado pelas próprias instituições do Estado, que diz governar e pelos próprios militantes do seu partido, que diz presidir.

Tudo isto demonstra a falta de capacidade de liderança de Pedro Passos Coelho. Após este dia pouco acreditarão na sua capacidade para dirigir o país, e menos ainda acreditarão nas mensagens que irá tentar transmitir nos próximos meses.

Se as próximas eleições em França e na Alemanha confirmarem a derrota nas urnas dos dois principais líderes desta Europa em crise, dificilmente Pedro Passos Coelho terá possibilidades de impor as restruturação necessária na nossa máquina do Estado, e inevitavelmente os números de actividade económica e do desemprego levarão a que este governo não tenha condições para governar.

3 comentários:

  1. Só se compreende que tenha sido por retaliação pela não concessão da tolerância de ponto para o dia de Carnaval, a direção do agrupamento da EB 2 3 do marco, tenha decidido cortar tudo o que era planta nos jardins da escola. Desde oliveira, macieira, liquidâmbar, pinheiro, acer, cedro, etc., tudo foi removido e com recurso a uma empresa de jardinagem e perante a revolta dos funcionários. De referir que a maioria destas árvores foram plantadas por alunos ao longo dos anos e algumas eventualmente para comemorar o dia Mundial da Floresta.
    O senhor adjunto do director o “mordomo” chega todos os dias depois das 10 e sai às 16 horas e ainda consegue fazer “religiosamente”diariamente um intervalo para almoço de duas horas e ainda consegue ter um dia livre e cumprir o horário de 35 horas.
    Ninguém vê!

    ResponderEliminar
  2. Comemorar o Dia Mundial da Floresta?Deixem de ser piegas,disse o "dono da quinta".
    Então não se festejam o 5 de Outubro (Implantação da República) e o 1º de Dezembro (Dia da Restauração da Independência Nacional) e vamos chorar por meia dúzia de árvores,que até provocam alergias a uns tantos alunos todos os anos?
    Somos mesmo um Povo de piegas,se não vejamos.
    Os senhores funcionários parecem mais preocupados com as arvorezinhas do que com o labéu que sobre eles caiu há pouco tempo.Refiro-me à acusação de garantirem às suas próprias custas,a manutenção dos seus postos de trabalho,pagando os respectivos "prémios",que lhes são impostos.
    E quanto à acusação realizada ao senhor adjunto do director do agrupamento da EB 2,3 do Marco,lá grave é,a ser verdadeira,mas compete ao próprio director explicar as peculiaridades do horário do dito adjunto.Quem sabe?
    Até poderá haver uma explicação racional e dentro do espírito da lei,como por exemplo,a necessidade de maior descanso físico e principalmente,psíquico,pois todos nós reconhecemos,que não é fácil suportar algumas formas de liderança,sem quebras anímicas.

    ResponderEliminar
  3. Cameron,o primeiro-ministro do Reino Unido,em sintonia com um número significativo de governantes europeus,subscreve uma carta dirigida ao Governo de Bruxelas,chamando-lhe a atenção para a necessidade de correcção da linha doutrinária seguida na gestão da crise financeira europeia,a provocar já uma grave recessão na economia do continente.
    Rajoy,o primeiro-ministro,recém eleito,como representante dum governo de direita em Espanha,apela também a Bruxelas para que a meta do déficit imposto à Espanha seja alterada no sentido de não penalizar em demasia a economia espanhola,dada a recessão provocada pelas medidas de austeridade impostas também pela troika.
    Já Pedro Passos Coelho,acolitado por um "amanuense" do Banco de Portugal,entende que é preferível demonstrar quanto cumpridor é das "ordens" emanadas pela "Bismarck" do século XXI,não lhe interessando as sugestões dos assinantes da carta da Cameron,nem a posição tomada por Rajoy à frente dos destinos da Espanha.
    Que Pedro Passos Coelho é um refinado mentiroso,disso já ninguém tem dúvidas.Aliás o próprio,constantemente,faz disso mesmo alarde.O que desconheciamos era o seu carácter tão narcisista,a ponto de não procurar no mínimo imitar países bem mais poderosos,mesmo que prejudicando os portugueses.

    ResponderEliminar