Sagrada é a integridade e a razão de o ser.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Não haverá aumento de impostos, por Miguel Relvas
Declarações realizadas a 8 de Maio de 2011, que podem ser lidas aqui. Como se perde a legitimidade democrática de ter ganho as eleições.
A primeira prenda de Natal de Pedro Passos Coelho
800 milhões de euros é o que vamos ter que pagar extraordinariamente este ano ao Estado. Esta é a receita estimada da aplicação do imposto excepcional sobre o subsídio de Natal, como se pode ler aqui e aqui.
O valor que cada um de nós vai suportar é equivalente a 50 por cento do subsídio de Natal acima do salário mínimo nacional, explicou PPC aqui na abertura do debate do Programa de Governo.
Não me recordo que este tipo de medida tenha sido mencionada na campanha eleitoral, nem li nenhuma medida deste tipo no programa da “troika”, é deste modo que a actual “Maioria de Direita” vai resolver o problema do défice do Estado?
Actualização:
Afinal PPC ainda não sabe bem como será este imposto, como se pode ler aqui, e afinal poderá ser pior e começarmos a ter que descontar já. Resumindo vamos ser mais taxados no que ganhamos, no que comemos (pois o IVA do cabaz básico vai subir), no nosso direito à habitação (porque o IMI também sobe), etc.
Em resposta a Francisco Louça, pode-se ler aqui, PPC também não sabia se esta medida iria afectar os pensionistas. Afinal quem fez as contas para chegar ao valor dos 800 milhões.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Os melhores entre os melhores (V)
Álvaro Santos Pereira leccionava as disciplinas de Desenvolvimento Económico e Política Económica na Simon Fraser University, no Canadá, e assumiu as pasta da Economia, do Emprego, das Obras Públicas e da Telecomunicações, como mais um “independente”.
Era colunista de vários órgãos de comunicação social, desde 2001, entre os quais o Diário Económico e era ainda autor do blogue Desmitos.
Disse recentemente que não valeria a pena ter o PSD no poder “se for para fazer mais do mesmo”. É contra projectos como o TGV e as Parcerias Público Privadas (PPP) e a favor da diminuição da taxa social única e do aumento dos impostos sobre o consumo.
Já declarou a economia nacional “esclerótica”. [Ou seja, a parte branca, externa e visível do olho humano, mas também pode significar “endurecimento” pois a palavra esclerose, tem sua origem no Grego SKLEROSIS !]
Carvalho das Silva, da CGTP, disse aqui, que a sua primeira impressão sobre este ministro foi uma “não impressão”.
Na minha opinião, mais do que um super-ministro temos um ministro com um conjunto de super problemas para resolver para os quais no passado recente ele já apresentou uma data de super “soluções”, mas terá estado de certo super optimista ao aceitar estes super ministérios.
Nem o facto de ter 6 Secretários de Estado de um total de 35 Secretários de Estado do Governo (mais do que um sexto do total), facilitará a gestão de tantos dossiers.
Esta semana começou com a paragem das obras no Túnel do Marão que poderá levar ao despedimento de 1400 trabalhadores. Hoje, o Ministro do Fomento de Espanha quer uma reunião com Álvaro Santos Pereira “para clarificar o futuro dos projectos que tínhamos em comum e saber se esta é uma decisão definitiva ou um adiamento, o que, sem qualquer dúvida, condicionaria o que previmos fazer em Espanha”.
Assim se parar as Obras Públicas, poderá ajudar as Finanças, mas seguramente aumentará o Desemprego e afectará negativamente a Economia.
Mas pelo que eu sei é um Neo-Liberal convicto, que coloca em causa Keynes, considerando que a Economia funciona bem sozinha, e que mais cedo ou mais tarde o problema do Emprego se resolverá por ele. Assim só espero que Álvaro Santos Pereira tenha razão, mas que tenha razão rapidamente, porque se as Obras Públicas pararem um dos concelhos do país mais afectado pelo desemprego será o Marco.
Repensar e Reflectir
O meu caro amigo João Lima fala num excelente post no Marco2009 da situação da esquerda no nosso concelho. Ao contrário do meu amigo e de muitas opiniões veiculadas também por aqui, não acho que a esquerda ande em crise há 6 ou 10 anos. A esquerda sempre esteve em crise no Marco, porque nunca uma força de esquerda ganhou as eleições autárquicas. Se lermos os resultados das legislativas de 2011, o PS perdeu no Marco como perdeu em todo o lado. Manteve os seus bastiões históricos, ganhou em freguesias surpreendentes e perdeu onde é normal perder, nos bastiões laranja. Vejamos:
O PS ganhou em Banho e Carvalhosa, Toutosa, Constance, St. Isidoro, Sobretamega, Fornos, Soalhães, Paços de Gaiolo, Manhuncelos e Paredes de Viadores. Se das primeiras nada há a dizer, já as três últimas foi uma boa surpresa tê-las mantido, o que, na minha opinião, é reflexo do bom trabalho que tem sido feito, tanto pelos nosso autarcas como pela CPC. Repare-se que estes bons resultados continuam a embater na barreira de Avessadas. A partir daí é um território difícil mas não impossível. O tempo é bom conselheiro nestas questões...
Quanto a uma reflexão conjunta das forças de esquerda, estamos aí. Da minha parte, e o João sabe, estou sempre disponível para falar com todos e penso que esta é uma ideia generalizada no PS. Até o candidato que apoio a líder do meu partido, Francisco Assis, tem tocado no ponto das coligações à esquerda, desta união que se existe à direita quando é para chegar ao Poder, também pode haver para nos fortalecermos e não perdermos tempo em guerrilhas desnecessárias. Não sei é quem são os interlocutores do BE por cá, como podemos chegar a eles, levá-los a sentar e discutir o que nos une. O problema da esquerda tem sido esse, a dispersão. Da nossa parte andamos a fazer o trabalho de procurar esta gente e dar-lhes uma voz comum. Que venham todos.
O PS ganhou em Banho e Carvalhosa, Toutosa, Constance, St. Isidoro, Sobretamega, Fornos, Soalhães, Paços de Gaiolo, Manhuncelos e Paredes de Viadores. Se das primeiras nada há a dizer, já as três últimas foi uma boa surpresa tê-las mantido, o que, na minha opinião, é reflexo do bom trabalho que tem sido feito, tanto pelos nosso autarcas como pela CPC. Repare-se que estes bons resultados continuam a embater na barreira de Avessadas. A partir daí é um território difícil mas não impossível. O tempo é bom conselheiro nestas questões...
Quanto a uma reflexão conjunta das forças de esquerda, estamos aí. Da minha parte, e o João sabe, estou sempre disponível para falar com todos e penso que esta é uma ideia generalizada no PS. Até o candidato que apoio a líder do meu partido, Francisco Assis, tem tocado no ponto das coligações à esquerda, desta união que se existe à direita quando é para chegar ao Poder, também pode haver para nos fortalecermos e não perdermos tempo em guerrilhas desnecessárias. Não sei é quem são os interlocutores do BE por cá, como podemos chegar a eles, levá-los a sentar e discutir o que nos une. O problema da esquerda tem sido esse, a dispersão. Da nossa parte andamos a fazer o trabalho de procurar esta gente e dar-lhes uma voz comum. Que venham todos.
terça-feira, 28 de junho de 2011
Os Outros e os "gregos"
Se a Europa apoia as revoltas na Tunísia, no Egipto, na Líbia, no Iémen ou na Síria, considerando que a indignação das populações é justa e responsabiliza os dirigentes destes países pela má gestão das políticas que levaram a que as populações destes países chegassem a uma situação insustentável.
Se a Europa apoiou as revoltas dos cidadãos da Europa de Leste no final do século XX e considerou que a situação ruinosa a que chegaram estes países foi da responsabilidade dos antigos dirigentes destes países.
Se a Europa tem mantido há décadas, um pouco por todo o Mundo, programas de apoio a países que sofrem ou sofreram por causa das políticas de maus dirigentes políticos.
Pergunto.
Porque é que os gregos, que são europeus como nós, que legaram ao Mundo uma cultura formidável, que nos ensinaram a todos a dar os primeiros passos na difícil estrada da Democracia, não merecem o mesmo tratamento?
Será que nós Europeus sabemos ser muito prestáveis para os outros povos, mas não conseguimos ajudar um povo irmão?
Ou será, simplesmente, porque não existe Petróleo ou outros Recursos Naturais a explorar na Grécia?
Os melhores entre os melhores (35 Secretários de Estados)
Obras do Túnel do Marão paradas por falta de dinheiro
Obras do Túnel do Marão paradas a partir de hoje e durante três meses por motivos de falta de dinheiro, pode-se ler aqui.
A maior preocupação centra-se sobre os trabalhadores ligados a empresas que poderão vir a dispensar os funcionários, a partir desta suspensão.
VI Feira Cultural de Soalhães
A Junta de Freguesia de Soalhães vai levar a cabo no próximo fim de semana mais uma edição da Feira Cultural.
Aceite o nosso convite para nos visitar, será uma honra contar com a Vossa presença.
A Presidente de Junta
Cristina Vieira
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Velhos hábitos
Manuel António Pina espanta-se hoje no Jornal de Notícias com as exorbitâncias gastas em festas e celebrações por autarquias deste país. Refere-se ao exemplo do Porto, autarquia que muitos acreditam ser gerida por um economista muito poupado e austero, mas que quando gasta o dinheiro dos contribuintes, aí esquece a austeridade e a crise e esbanja-o em corridas de carros e concertos do Tony Carreira.
A vantagem quando estas coisas acontecem em cidades como o Porto é que são escrutinadas e toda a gente pode ficar a saber. Felizmente há jornais, cronistas e escribas para falarem destas questões em liberdade. Televisões, jornais e rádios têm alguma liberdade, ou concedem-na, a quem tem algum prestígio para opinar como bem lhe apetece.
No Marco não. Jornais e rádio são apertados por um garrote silenciador, tornando-se normal ouvir um noticiário completo com notícias de Baião, Castelo de Paiva e Cinfães numa Rádio Marcoense inacreditável e n'A Verdade, em cada três notícias, duas referem o nome do sr. Presidente e uma traz mesmo a fotografia. Um culto da imagem que me nada envergonharia a iconoclastia a que alguns se dedicaram durante 25 anos de casacos de gosto duvidoso e gestos ainda mais. Agora só muda a indumentária...
A vantagem quando estas coisas acontecem em cidades como o Porto é que são escrutinadas e toda a gente pode ficar a saber. Felizmente há jornais, cronistas e escribas para falarem destas questões em liberdade. Televisões, jornais e rádios têm alguma liberdade, ou concedem-na, a quem tem algum prestígio para opinar como bem lhe apetece.
No Marco não. Jornais e rádio são apertados por um garrote silenciador, tornando-se normal ouvir um noticiário completo com notícias de Baião, Castelo de Paiva e Cinfães numa Rádio Marcoense inacreditável e n'A Verdade, em cada três notícias, duas referem o nome do sr. Presidente e uma traz mesmo a fotografia. Um culto da imagem que me nada envergonharia a iconoclastia a que alguns se dedicaram durante 25 anos de casacos de gosto duvidoso e gestos ainda mais. Agora só muda a indumentária...
domingo, 26 de junho de 2011
Um dia na vida de Manuel Moreira
Do fim dos Governos Civis e da demissão de alguns dos ´”últimos governadores” muito se tem falado, mas não percebo a polémica pois esta medida foi uma das “referendadas ” nas últimas eleições. Aliás já tinha sido mais uma das promessas eleitorais, não cumpridas, de Durão Barroso.
Miguel Relvas, aqui, declarou que "os serviços são garantidos normalmente pelos secretários distritais". E ainda que "sem governadores, aquilo funciona, sem os secretários é que não". E finalizou concluindo que aqueles órgãos são "estruturas completamente anquilosadas, sem sentido e sem justificação". Declarações que acredito que muitos de nós realizariam a qualquer mesa do café.
A minha imagem sobre estes órgãos não é muito melhor, e julgo que só existiram até agora porque eram necessários por duas razões:
A primeira porque dava jeito atribuir uma função no Estado, pontualmente, a quem não tinha competência para ocupar um lugar de maior responsabilidade. A atribuição deste “posto político” acabava por ser uma maneira ardilosa de resolver alguns casos crónicos de afectados pelo "Princípio de Peter" nas estruturas partidárias.
A segunda porque a principal responsabilidade desses “funcionários políticos do Estado” era a presença em festas e comemorações, ou seja em correr as capelinhas, como se pode verificar pelo seguinte artigo do Correio da Manhã de 4 de Abril de 2004, o que dá sempre jeito para tornar populares políticos sem competência para outras funções.
UM DIA NA VIDA DO GOVERNADOR CIVIL
Há 21 meses que Manuel Moreira tem uma agenda diária preenchida com mais de 30 pedidos de presença, aos quais ‘apenas’ consegue responder a um terço. Abdicou de fins-de-semana, percorre milhares de quilómetros por mês, comparece aos mais diversos eventos e comemorações, dos mais pomposos aos mais insignificantes. O governador civil do Porto, aos 47 anos, assume até aos limites o papel de representante do Governo
09h00 Manuel Moreira chega ao Palácio dos Pestanas, à Praça da República, onde está instalado o Governo Civil. Começa o dia meia hora mais tarde com três audiências, o que acontece com pouca frequência: “Não tenho tempo, as solicitações são muitas, algumas de última hora, não consigo organizar uma agenda semanal que me permita dedicar um dia regular para audiências, o que é lamentável.” A Associação de S. Tiago de Rebordões expõe a sua intenção em criar um lar de Terceira Idade para o qual solicita apoio económico; a Misericórdia do Porto vem disponibilizar um espaço nas Antas para instalação de uma esquadra da PSP; a Liga Contra o Cancro dá conta das suas iniciativas e anseios.
10H55 A presença na Junta de Rio Tinto, para a inauguração da unidade local de Inserção na Vida Activa (UNIVA) está marcada para as 11h00. Não há tempo a perder – “há gente à minha espera, é preciso respeitá-los”. O percurso não é longo e Gomes, o motorista, tem mão leve no volante e pé pesado no acelerador. 11h06, o Mercedes E270 metalizado pára à porta da Junta, Gomes apressa-se a abrir a porta ao ilustre passageiro, recolhe-lhe o sobretudo, ritual que se repetirá ao longo do dia e da noite. Alívio visível no grupo que o aguardava: já chegou o governador civil, a cerimónia pode começar. Sete oradores apresentam o projecto, trocam elogios e competem em eloquência. Manuel Moreira, em dez minutos, enumera as preocupações do Governo quanto ao desemprego, valoriza o poder local, não se esquece de referir a “grande cidade de Rio Tinto”, a “bela freguesia de Rio Tinto”, e o “dinamismo do presidente da Junta”. São 12h10 desculpa-se pela pressa, não há tempo para degustar o Porto de Honra, há que rumar a Ramalde, onde é esperado desde o meio-dia para assistir à assinatura de um protocolo de parcerias entre a Junta local e a Segurança Social.
“Geralmente falo no final e quando há muitos oradores pouco fica por dizer. Vou tirando notas e procuro acrescentar algo de novo”, diz-nos, antes de expor com paixão e pormenor as competências do cargo. Lembra as cerca de 4 500 associações que integram o distrito ou a diocese do Porto, insiste em valorizar os “pequenos acontecimentos”.
12H20 O atraso não é notado. Afinal, a cerimónia está tacitamente marcada para as 12h30. “Ó Manel, estás bom?”, saúda Manuel Maio, o presidente da Junta de Ramalde. A familiaridade entre os dois decorre das afinidades pessoais, cimentada em quase duas dezenas de visitas oficiais em pouco mais de um ano e meio. O tratamento torna-se cerimonioso com a abertura do 'acto solene'. Os discursos rivalizam, mais uma vez, em elogios mútuos. O governador prefere esmiuçar conceitos de modernização e descentralização. No final, o relógio é magnânimo, há tempo para um retemperador cálice de Porto.
13H05 A solicitação que se segue está marcada para as 15h00, no Instituto de Medicina Legal, para a sessão de abertura do curso superior e um outro de pós-graduação. Hoje, Manuel Moreira prescinde da refeição ligeira no bar do Governo Civil ou da sanduíche e iogurte no seu gabinete. O Guarani, em plena Avenida dos Aliados, foi recentemente remodelado. Está bonito, elegante, segue as pisadas do seu irmão Majestic. Há muitos temas para conversar. “Boas recordações são as vitórias de Sá Carneiro e Cavaco. Decepções, a constatação que muitos políticos ocupam cargos em vez de desempenhar funções.” Confessa que guarda recordações amargas da sua candidatura à Câmara de Gaia, ao perder para o socialista Carvalheiras em 1993. Admite que o contexto era desfavorável, o cavaquismo dava sinais de desgaste, o PSD não estava unido no concelho, o protagonismo do candidato à assembleia municipal, o empresário Salvador Caetano, não ajudou, e a ideia de um ferrocarril, entre Porto e Gaia “vendida” pela Siemens, atirada em desespero de causa no último dia da campanha perante sondagens pouco animadoras funcionou ao contrário. Dirigimos a conversa para temas mais pessoais, o casamento aos 35 anos, o nascimento da Ana Sofia, há nove anos…
14H50 Manuel Moreira aproveita a breve viagem para estudar o convite, tirar notas mentais para qualquer eventualidade. “Muitas vezes não sei se vou para a mesa, se vou intervir ou não. Como o secretário de Estado da Justiça não vem, apesar de anunciado, se calhar esperam de mim algumas palavras.” O governador já não está tão descontraído, a medicina legal não será, porventura, tema onde se sinta à-vontade.
14H58 Confirma-se: o governador vai falar. Após breve introdução de responsáveis da instituição, a palavra é passada ao “insigne representante do Governo”. O início é, como sempre, hesitante, mas a retórica vai em crescendo, desemboca em terrenos familiares e o discurso torna-se vivo e fluente. Segue-se uma conferência de uma hora sobre o passado, presente e futuro da medicina legal, estoicamente acompanhada com respeitosa atenção.
16H30 Já o Mercedes se dirige para Arcozelo, Gaia, para a visita às futuras instalações da Federação do Folclore Português. Chegámos dez minutos antes da hora marcada. O motorista Gomes, homem experimentado, faz o último quilómetro em marcha lenta: se a pontualidade é preocupação do governador, chegar com antecedência não é de bom tom.
17H00 O edifício em construção é faraónico. Pretende ser o futuro Centro Cultural do Folclore Português. Na prática, é um imenso elefante branco. A primeira pedra foi lançada há mais de 15 anos, as obras estão paradas há quase dois. Já foram gastos 425 mil euros, quase dois terços suportados pelo Estado. Agora, são precisos mais 750 mil, adivinha-se mais uma dezena de anos de trabalho pela frente. O governador faz uma intervenção para os jornalistas da imprensa regional. Promete uma ajuda de cinco mil euros e toda a ajuda possível, “dentro do meu modesto magistério de influência”.
17H50 No percurso de regresso, não interrompemos a sua entusiasmada peroração que vai do papel das colectividades na participação cívica dos cidadãos aos fogos florestais, protecção civil, mas também ao certificado de qualidade atribuído ao Governo Civil depois da reorganização dos serviços internos e de atendimento ao público. A custo, introduzimos o tema do aborto, voltando a temas mais pessoais. Manuel Moreira tem um passado activo em actividades da Igreja, foi catequista, alimentou a ideia de ser missionário leigo em África, estamos curiosos. “A lei está bem como está, só não é observada; sou pela descriminalização.” O tema não será dos mais apetecidos, e vira, com pouco a propósito, para a extinção dos governadores civis prometida por Durão Barroso. Afinal, houve um “repensar” da ideia, em revisão constitucional poder-se-á propor a criação do “representante do Governo no distrito”, uma outra designação para o mesmo papel.
18H15 Regressamos ao Palácio dos Pestanas. Há despachos para trabalhar, fazemos uma trégua de uma hora.
21H00 O jantar na Ribeira não pôde ser apreciado devidamente. Há que rumar ao Colégio dos Órfãos, onde às 21h00 é lançado o livro das crianças do 6º ano sobre o 31 de Janeiro. A aluna que anuncia o protocolo, diz que “o sr. governador civil vai falar em primeiro porque depois tem que se ir embora”. Risos na assistência.
Após uma breve alocução sobre revoluções, a paz, e “as crianças que são o melhor do mundo”, há que partir rapidamente para o auditório municipal de Gaia, onde vai decorrer às 21h30 a tomada de posse dos dirigentes da Federação das Associações de Pais. É a visita mais “importante” do dia, Manuel Moreira vai ser homenageado e elevado a sócio honorário da federação.
21H40 A sessão só irá começar pelas 22h15, pois, como explica um responsável, ainda faltam dois “caça-grossa”. Manuel Moreira está como peixe na água. É a sua terra, é a sua gente, desaparece por entre pequenos grupos de convivas. Um dos tais 'caça-grossa' é Luís Filipe Meneses, presidente da autarquia.
Desta vez os discursos são bem mais longos, rebuscados, seguidos com sofrimento pela maioria dos assistentes. Até que intervém Filipe Meneses. Em tom 'blazé', traça um quadro negro sobre a crise de valores a nível mundial, da Europa, do País, de Gaia, questiona a falta de soluções sociais e económicas. O representante do Governo não está apreensivo, conhece os discursos de Meneses de ginjeira, está farto de saber que acabam “bem”.
E o discurso acaba “bem”, com sinais de esperança, “porque aquele jogador de futebol sorriu dois segundos antes de morrer, porque é necessário acreditar e ter esperança, mesmo que não saibamos o que se vai passar nos próximos dois segundos”. O final é apoteótico com a entrega da placa ao novo sócio-honorário sublinhada com efusiva ovação.
01h20 Pedroso, Gaia, fim dos trabalhos, à porta da residência do governador. O dia seguinte é sábado, mas adivinha-se cansativo. De manhã, concurso de montras e memória aos mortos de 31 de Janeiro no cemitério do Prado do Repouso. De tarde, saída para Bragança, onde Durão Barroso encerra mais um evento do Eixo Atlântico. Como à noite há jantar e programa musical na inauguração de um grande centro cultural, o regresso só acontecerá pela madrugada, permitindo escasso descanso pois domingo há visitas de manhã, prometidas às freguesias de Avintes, do Olival…. “É cansativo mas é necessário. A família sofre, mas já está conformada. Levo daqui uma rosa para a minha mulher. Gostou de passar o dia comigo?”
MOTORISTA SOFRE…
Ser motorista do governador civil do Porto é o cargo menos invejado por todos os que conduzem personalidades da administração pública. Gomes, Nunes e Rocha fazem turnos de uma semana ao volante do Mercedes do governador, repartindo desse modo a árdua tarefa. A viatura é de 2001, mas já ultrapassou os 160 mil quilómetros. “Há fins-de-semana que fazemos 800 a mil quilómetros, e isto no interior do distrito”, confidencia Gomes, 50 anos, o experiente motorista da PSP destacado para aquele lugar há quase três anos. Já conduziu outras figuras públicas, mas não faz comparações. Afável, discreto, diligente, possui um curso de segurança pessoal da Polícia, anda armado, integrou o extinto pelotão de segurança da PSP do Porto. Por Manuel Moreira nutre um profundo respeito, mas prefere guardar para si as apreciações mais pessoais. “No Governo Civil, somos uma família”, diz. E os segredos de família são sagrados, pois claro.
Passos e Crato: factos e expectativas, in Público
António Ferreira sugere aqui a leitura deste artigo de Santana Castilho. As polémicas entre Santana Castilho e Pedro Passos Coelho já vem da campanha onde aqui o segundo por causa das críticas do primeiro prometeu melhorar o programa para a educação, como se pode ler aqui.
Sobre o que já foi dito a propósito da parte conhecida do novo Governo pouco se poderá acrescentar. Impera a ortodoxia financeira do Banco Central Europeu, coadjuvada pela tecnocracia operacional do FMI. Três economistas (Victor Gaspar, Álvaro Santos Pereira e Nuno Crato) e um gestor (Paulo Macedo) fazem a quadratura do cerco. Se Paulo Macedo mandar rezar missa no fim, é porque o Bom Escuteiro acertou nas segundas escolhas.
A competência técnica abunda, ainda que deslocada de campo, nalguns casos. Mas um Governo que se limite a uma corporação de técnicos competentes não governa. É governado. Na segunda-feira passada, Assunção Cristas fez curiosas declarações na Assembleia da República. Disse que, quando chegou ao parlamento, sabia menos de áreas onde produziu trabalho do que hoje sabe de agricultura, de que, reconheceu, sabe muito pouco. Não disse o que sabia ou seria capaz de aprender sobre o ambiente. Mas a sinceridade, o voluntarismo e o progresso contextual ficaram documentados. Só tenho pena da Agricultura.
Paulo Macedo fez um trabalho notável como director-geral dos impostos. Na altura, condicionou a aceitação do cargo à percepção de vencimento igual ao que auferia no BCP. Agora, apesar de ter subido, entretanto, na hierarquia do banco, aceitou o miserável vencimento de ministro. Causa perplexidade a mudança. E causa ainda mais ver tal pasta entregue a quem, do ramo, só tem no currículo ter sido administrador da Médis. Para a saúde dos portugueses, é muito pouco. Para a saúde dalguns, que vivem da doença dos outros, pode ser salutar.
Bem consciente do ónus de me declarar tão cedo contra a corrente, não comungo da euforia generalizada, que abriu braços à Educação. Explico o que posso explicar. Em Abril, Passos Coelho tinha um programa eleitoral para a Educação. Em Maio tornou público outro, que não só nada tinha a ver com o primeiro, como era a sua antítese. Escassos dias volvidos sobre a divulgação do último, Passos Coelho comprometeu-se publicamente a melhorá-lo. Mas faltou à palavra que empenhou e apresentou-se ao eleitorado com um programa escrito em eduquês corrente, com medidas até a 19 anos de prazo, pasme-se, e que, entre outros disparates, consagrava: a recuperação de duas carreiras no seio da classe docente; o enterro definitivo da eleição dos directores; a diminuição do peso dos professores nos conselhos gerais; o aumento da promiscuidade entre a política partidária e a gestão pedagógica do ensino; a protecção da tirania e do caciquismo; a adulteração do sentido mais nobre do estatuto da carreira docente; a consolidação dos mega-agrupamentos; a manutenção da actividade nefasta das direcções regionais; uma significativa omissão sobre concursos de professores e muitos outros aspectos incontornáveis da política educativa; a recuperação da ideia bolorenta de uma agência externa de avaliação educacional e a subserviência à corporação do ensino privado, por forma que a Constituição proíbe. Os professores, agora em êxtase, esqueceram-se disto? Eu sei que o programa de Governo ainda não é conhecido. Mas só pode resultar do que contém isto e do do CDS. E o do CDS não se opõe a isto.
Nuno Crato é um notável divulgador de ciência e um prestigiado professor de Matemática e Estatística. Em minha opinião, o merecido prestígio intelectual que a sociedade lhe outorga foi trazido a crédito incondicional como político da Educação. No mínimo, o juízo é precipitado. Permito-me sugerir que leiam a sua produção escrita sobre a matéria. Que ouçam, com atenção, e sublinho atenção, a comunicação apresentada em 2009 ao “Fórum Portugal de Verdade” e as intervenções no “Plano Inclinado”. Os diagnósticos não me afastam. Os remédios arrepiam-me. Nuno Crato é um econometrista confesso, que repetidas e documentadas vezes confunde avaliação com classificação. Nuno Crato pensa que se mede a Educação como se pesam as batatas e que muda o sistema de ensino medindo e examinando. E não mudará. Ou muda ele ou não muda nada. Fico surpreendido como os professores deixam passar com bonomia a hipótese, admitida, de contratar uma empresa privada para fazer os exames ou a intenção, declarada, de classificar os professores em função dos resultados. Estes dislates patenteiam pouco conhecimento sobre as limitações técnicas dos processos que advoga e uma visão pobremente parcial sobre o que é o ensino. Nuno Crato, que muitas vezes tem sido menos cauteloso ao apontar o indicador às ciências da Educação, tem agora o polegar da mesma mão virado para ele. Espero que não se entregue às ciências ocultas da Economia para redimir a Escola pública.
A sustentabilidade do estado social vai pôr em causa os serviços públicos de Saúde e de Educação. No início da sua actividade, como líder do PSD, Passos Coelho trouxe esta questão à discussão política. Como é habitual, evocou a demografia: o Estado social, como o conhecemos, não suportaria a gratuidade desses serviços, numa pirâmide etária com tendência para se inverter. A necessidade de evitar a bancarrota determinou, depois, uma espécie de estado de inevitabilidade e de necessidade nacional que impede, pela urgência e pelo acenar insistente da tragédia grega, que discutamos outras vertentes possíveis de análise. Em todo o caso, teimo em duas perguntas: por que razão a acuidade do problema é menor em países com maior capacidade redistributiva da riqueza produzida? Por que razão uma economia incivilizada passa pela crise sem que a possamos pôr em causa?
Santana Castilho
Professor do ensino superior (s.castilho@netcabo.pt)
sábado, 25 de junho de 2011
Assim começa mal
O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho confirmou à chegada ao Conselho Europeu que viajou hoje de Lisboa para Bruxelas em classe económica, garantindo que se trata de “um exemplo” que cumprirá sempre em voos na Europa, lia-se aqui.
Mas os membros do Governo não pagam bilhete na TAP quando viajam em serviço e o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, não poupou dinheiro ao Estado com a sua opção de viajar esta semana para Bruxelas em classe económica, pode-se ler aqui.
É o problema da sua falta de experiência e de continuar a falar antes de pensar.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Os melhores entre os melhores (IV)
Nuno Crato, é mais um “independente” neste governo, que fica responsável pela pasta da Educação.
É o mais velho dos ministros, um dos mais mediáticos por aparecer em diversos programas televisivos, economista e matemático (felizmente não é mais um licenciado em Direito, esses são fáceis de encontrar nas fileiras dos partidos) e é mais um professor universitário a equilibrar as fracas qualificações de alguns elementos do governo.
Crítico do facilitismo que impera Educação Portuguesa desconheço qual será a sua opinião sobre a facilidade com que alguns seus dos colegas de governo terão obtido as suas licenciaturas.
Para cumprir as medidas inscritas no memorando de entendimento, Nuno Crato vai ter de poupar 195 milhões de euros na área da Educação, pode ler aqui. E interessante é se terá capacidade de resolver a difícil equação de equilibrar as muitas promessas realizadas aos interesses privados na Educação, estes cortes e o direito a TODOS terem acesso à Educação.
Mais difícil será cortar nos muitos direitos adquiridos ao longo dos anos por MUITOS (não digo só docentes propositadamente) sem provocar descontentamento generalizado nas escolas portuguesas.
Não vale a pena
Mais uma vez vos digo, caros leitores, que não vale a pena mandar insultos, mentiras e bocas foleiras para aqui, ainda por cima a coberto do anonimato, essa figura que permite atirar a pedra e esconder a mão. O MCN não é um muro das lamentações para frustrados que se subirem ao speaker's corner do Marco toda a gente foge porque sabe que vem aí asneira...
Para fazerem isso, criem os vossos próprios blogs... Se quiserem até publico aqui um tutorial...
Para fazerem isso, criem os vossos próprios blogs... Se quiserem até publico aqui um tutorial...
quinta-feira, 23 de junho de 2011
8ª Sessão Ordinária da Assembleia de Freguesia de Fornos
A próxima sessão ordinária da Assembleia de Freguesia de Fornos (pública) está marcada para 29 de Junho, do corrente ano, pelas 21 horas, na sede da Junta de Freguesia, com a seguinte ordem de trabalhos:
1-Leitura e votação da acta da reunião anterior;
2-Período antes da ordem do dia;
3-Apreciação e votação da proposta para atribuição voto de louvor aos Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses que constituem as equipas de manobras;
4-Período de intervenção do público.
1-Leitura e votação da acta da reunião anterior;
2-Período antes da ordem do dia;
3-Apreciação e votação da proposta para atribuição voto de louvor aos Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses que constituem as equipas de manobras;
4-Período de intervenção do público.
terça-feira, 21 de junho de 2011
Os melhores entre os melhores (III)
Paulo Macedo, não é um desconhecido do grande público, “independente” (leia-se sem cartão do partido) já ocupou o cargo de Director Geral da DGCI entre 2004 e 2007. Foi nomeado para o cargo por Manuela Ferreira Leite. Licenciado em e Organização e Gestão de Empresas, a sua experiência na área da Saúde limita-se a ter sido administrador da Companhia Portuguesa de Seguros de Saúde, S.A. (Médis).
Exigente e rigoroso tem para já a aprovação da Ordem dos Médicos, da ANF e da Ordem dos Enfermeiros, como se pode ler aqui, mas rapidamente poderão ter nestas organizações as suas maiores dores de cabeça quando começarem os “cortes”.
É também considerado como “próximo” da Opus Dei, pelo que estou curioso como serão aplicadas algumas políticas no seu Ministério que não estarão nas boas graças desta organização.
A primeira mulher a presidir a Assembleia da República
Não posso deixar de dar os parabéns ao novo Presidente da Assembleia da República, a deputada Assunção Esteves, que além do todo o mérito que tem para exercer este lugar se tornou deste modo a primeira mulher a ser a segunda figura do Estado Português.
Ao contrário do que se passou ontem, hoje o consenso imperou e Assunção Esteves foi eleita por uma expressiva maioria de votos, como se pode ler aqui.
2ª Festa de Verão da Catequese de Constance
Vai ser realizada no dia 2 de Julho, às 21h, a 2ª Festa de Verão da Catequese de Constance no Salão Paroquial de Constance.
A organização é da responsabilidade do Grupo de Jovens MENDAP e estão convidadas as Catequeses de Santo Isidoro e da Livração.
No final a festa continua com música de Baile.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
A primeira lição de Pedro Passos Coelho
Ainda antes de ser oficialmente Primeiro – Ministro, Pedro Passos Coelho terá recebido hoje na Assembleia da República a sua primeira lição com a dupla recusa do nome de Fernando Nobre para Presidente da Assembleia da República.
Acredito que esta lição terá sido positiva para Passos Coelho pois num assunto de menor importância terá percebido finalmente que o PSD não obteve a maioria nas últimas eleições e que precisa de mostrar capacidade de diálogo com os outros partidos, a começar pelo CDS-PP.
Mostrou também que na sua própria bancada poderão existir deputados que não votem sempre favoravelmente todas as suas decisões.
Esta lição é importante pois nas próximas semanas será necessário que exista um consenso na coligação governamental, e talvez no PS, para que algumas das mais duras medidas possam ser rapidamente executadas.
Será uma lição a recordar daqui a alguns meses quando a sua popularidade começar a cair face às medidas extremamente antipopulares que terão que ser tomadas.
Quanto a Fernando Nobre até fico contente que se mantenha como deputado quebrando mais uma das várias promessas que fez ao eleitorado português. Para muitos ele apresentava a imagem oposta aos muitos maus políticos que existem neste país, mas afinal é igual a todos aqueles que tanto criticava. É bom que os portugueses deixem de acreditar em todo aquele que lhes aparece com discursos moralistas e de crítica fácil a quem está no poder.
Os melhores entre os melhores (II)
Miguel Relvas, que será Ministro dos Assuntos Parlamentares e com responsabilidade da Reforma Administrativa, da Juventude e do Desporto, é mais um daqueles profissionais da política que iniciaram a sua carreira política na JSD e nunca mais se afastaram do poder (digo isto porque é bom recordarmos que de um modo ou de outro também são responsáveis por tudo o que se passou nos últimas dezenas de anos em Portugal). É Licenciado em Ciência Política e Relações Internacionais, que é daqueles muitos cursos que enchem as universidades para justificar a atribuição de um título universitário ao seu detentor, mas que se adapta bem a quem não dedicou muito tempo da sua juventude a lutar por curso universitário. Mas apesar de tudo é docente de Marketing Político.
Recordo que a Reforma Administrativa inclui a reorganização do mapa autárquico, com a fusão e extinção de municípios e freguesias.
Miguel Macedo, que será Ministro da Administração Interna, mais um profissional da política, mas que pelo menos é um dos poucos que já teve experiência governativa. Será sempre o rosto do partido que provocou a queda do anterior governo, pelo que para o bem e para o mal assim será recordado. Licenciado em Direito como a maior parte dos ministros deste governo.
Paula Teixeira da Cruz, que vai ocupar a Pasta da Justiça é mais um dos Licenciados em Direito (um dos poucos que ocupa uma pasta na área de formação), mais alguém que foi docente universitário, um dos quatro ministros militantes do PSD, mas que é uma das duas únicas mulheres no executivo. Contudo, na minha opinião, teria um perfil muito mais para uma pasta política do que para liderar a necessária reforma da Justiça. Poderei ter esta opinião por não gostar do estilo de Paula Teixeira da Cruz. Logo se verá!
Para terminar os ministros militantes do PSD temos José Pedro Aguiar Branco na pasta da Defesa. Pouco se pode dizer mais além de ter sido um dos dois candidatos derrotados por Pedro Passos Coelho à liderança do PSD. De resto e como quase todos os outros ministros laranjas tem o perfil de profissional da política, licenciatura em Direito.
Em comum todos estes quatro ministros partilham com o novo Primeiro-Ministro o facto de não serem caras novas e terem estado nestas últimas três décadas sempre ligados às principais decisões que conduziram o país à situação em que se encontra.
Jantar Solidário da Associação Natura
A Associação Natura realiza no próximo dia 9 de Julho um jantar solidário animado por uma bela noite de fados. Este jantar reverte a favor da Associação Natura, que prossegue o fim de apoiar famílias carenciadas do nosso concelho, que estão imersas em situações de desemprego ou doença prolongada. São largas as centenas de pessoas que são mensalmente apoiadas.
Nesta noite irá estar presente o actor José Carlos Pereira - Padrinho da Associação Natura bem como a fadista Claúdia Madur.
Eleições à distância
As eleições legislativas de 2011 foram as primeiras em 18 anos em que não participei. Aquele que é, normalmente, um dia muito bonito, foi vivido com quase indiferença a milhares de quilómetros. E se não fosse uma chamada de Portugal bem na hora de saber os resultados finais, tinha passado mesmo ao lado, por conta da diferença horária e de um resultado mais ou menos antecipado.
O país sentia uma vontade irreprimível de encontrar e punir um responsável. Já o tinha encontrado há muito e puni-lo era só uma questão de tempo e oportunidade.
O PS perdeu, também, porque não soube nem pôde renovar-se, aliás precisou cometer os mesmos erros do passado como se também estas práticas precisassem de ir a sufrágio. Por estas práticas refiro-me ao método de escolha de deputados e à própria organização interna. Tudo isso perdeu e abriu oportunidade de mudar. Saibamos todos aprender.
É engraçado que o PS não tenha tido tempo de analisar os resultados, até porque não há muito que analisar..., já que esta análise veio a par com eleições internas. Sócrates demitiu-se e logo se abriu outra discussão, para mim mais produtiva do que a cansativa e desgastante busca de responsáveis pela derrota.
Assis e Seguro são dois bons nomes. Qualquer um deles estará em condições de, daqui a quatro anos, chegar a Primeiro-Ministro, mas Francisco Assis é, para mim, o líder de oposição ideal. Mais do que razões do foro da emoção, pela proximidade geográfica, liga-me a Assis uma disponibilidade para o combate que Seguro (quase) nunca teve. Assis vai a todas, como já ouvi dizer, mas vai a todas com carácter e peito aberto. Leva com as consequência (às vezes literalmente), da sua atitude na vida e na política, o que me agrada muito mais do que a atitude táctica e cuidadosa de quem deixa os outros cair para depois querer aparecer como a solução para um problema para o qual não contribuiu mas que não ajudou a combater.
O país sentia uma vontade irreprimível de encontrar e punir um responsável. Já o tinha encontrado há muito e puni-lo era só uma questão de tempo e oportunidade.
O PS perdeu, também, porque não soube nem pôde renovar-se, aliás precisou cometer os mesmos erros do passado como se também estas práticas precisassem de ir a sufrágio. Por estas práticas refiro-me ao método de escolha de deputados e à própria organização interna. Tudo isso perdeu e abriu oportunidade de mudar. Saibamos todos aprender.
É engraçado que o PS não tenha tido tempo de analisar os resultados, até porque não há muito que analisar..., já que esta análise veio a par com eleições internas. Sócrates demitiu-se e logo se abriu outra discussão, para mim mais produtiva do que a cansativa e desgastante busca de responsáveis pela derrota.
Assis e Seguro são dois bons nomes. Qualquer um deles estará em condições de, daqui a quatro anos, chegar a Primeiro-Ministro, mas Francisco Assis é, para mim, o líder de oposição ideal. Mais do que razões do foro da emoção, pela proximidade geográfica, liga-me a Assis uma disponibilidade para o combate que Seguro (quase) nunca teve. Assis vai a todas, como já ouvi dizer, mas vai a todas com carácter e peito aberto. Leva com as consequência (às vezes literalmente), da sua atitude na vida e na política, o que me agrada muito mais do que a atitude táctica e cuidadosa de quem deixa os outros cair para depois querer aparecer como a solução para um problema para o qual não contribuiu mas que não ajudou a combater.
domingo, 19 de junho de 2011
Os melhores entre os melhores (I)
Paulo Portas na campanha eleitoral afirmou que Portugal precisava de um Governo forte e de um Governo dos melhores entre os melhores.
Pedro Passos Coelho prometeu um governo só com 10 Ministros (ou Ministérios).
Pedro Passos Coelho prometeu um governo só com 10 Ministros (ou Ministérios).
De facto temos agora um governo de onze Ministros (mais ou menos um é irrelevante), o que são muitos menos Ministros do que nos governos anteriores o que para mim pode não ser uma vantagem. O que de resto é importante apurar é se este governo é forte e é constituído pelos melhores dos melhores.
É também um governo bastante jovem onde o Ministro com menos idade é Assunção Cristas, com 36 anos. Uma das duas únicas mulheres, casada com três filhos (não percebo a importância destes dados para o seu perfil), pouca experiência política e profissional, e apresenta-se como professora da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa.
É um dos seis ministros Licenciados em Direito, um dos três elementos atribuídos ao CDS-PP e pelo menos um dos quatro nomes que foram segunda escolha.
Pessoalmente, não percebo qual a experiência que Assunção Cristas tem na Agricultura, no Ambiente, no Mar ou no Ordenamento do Território.
Pedro Mota Soares com 37 anos é o segundo Ministro mais jovem e é o típico profissional da política sem nenhuma experiência fora desta área que fez a sua “carreira” subindo todos os degraus do CDS até chegar a este lugar.
Mais um Licenciado em Direito.
Sabemos que defende o plafonamento das pensões e pretende que os descontos para a Segurança Social pública apenas incidam sobre um valor do salário equivalente a seis salários mínimos.
Por estas posições e até pela sua idade tenho alguma preocupação como irá lidar com os problemas da Segurança Social.
A terceira e ultima pasta do CDS-PP será o Ministério dos Negócios Estrangeiros que ficará entregue a Paulo Portas.
Bem entregue, mas existirá sempre a sombra das compras dos submarinos. Este caso, envolto numa teia de ligações em que a corrupção já não é só uma suspeita, poderá mais tarde ou mais cedo embaraçar este governo que apresenta como uma das suas principais bandeiras a Transparência.
No plano interno, não sei como Paulo Portas pretende conciliar o controlo do seu Partido, o apoio a Pedro Passos Coelho e as constantes ausências no estrangeiro a que vai ser obrigado.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Acordo político PSD/CDS ... no Marco
Ao ler o acordo político PSD/CDS pude observar que na secção correspondente à COLABORAÇÃO POLÍTICA EXTRA-PARLAMENTAR se pode ler que reconhecendo a necessidade de a coerência e estabilidade do seu projecto político conjunto ser assegurada a todos os níveis, o PSD e o CDS/PP assumem que a colaboração mútua deve abranger, ainda:
No respeito pela identidade própria de cada partido, a cooperação e a mobilização das respectivas estruturas e responsáveis, em todos os escalões da sua organização interna;
A troca de informações e a consulta mútua no que respeita a actos eleitorais que venham a ocorrer no decurso da vigência do presente Acordo.
Assim aguardo com alguma curiosidade como vai ser implementada em Marco de Canaveses esta parte do acordo.
Como é que está previsto ser realizada a mobilização das estruturas locais do PSD e do CDS, lideradas por Rui Cunha e Avelino Ferreira Torres, com vista à cooperação mútua?
Esta mobilização vai servir unicamente para apoiar as iniciativas do governo ou também deverão servir para apoiar as iniciativas locais de Manuel Moreira?
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Já são três meses de crise
Passaram três meses desde o início da crise política que se iniciou com a não aprovação do PEC IV. Desde então o governo português está com reduzidas capacidades de intervenção política.
Hoje Pedro Passos Coelho foi indigitado oficialmente como Primeiro-Ministro e mesmo correndo tudo bem só poderá ser empossado em meados da próxima semana.
Os Ministros e Secretários de Estado, que ainda não estão anunciados, só deverão começar efectivamente a trabalhar talvez já só em início de Julho. Independentemente da vontade destes e da possível rapidez das suas primeiras decisões, acredito que os Mercados demorarão vários dias ou até algumas semanas a formarem a imagem da real capacidade do próximo governo para lidar com a actual crise.
Os empresários, nacionais e estrangeiros, não se irão precipitar em Julho com tomadas de decisões que não sejam inadiáveis.
Agosto continuará a ser um mês onde existe uma paragem das principais decisões que são normalmente adiadas para meados de Setembro.
A Europa continua a não encontrar uma solução definitiva para a crise da dívida soberana da Grécia, e a tomada de decisões sobre o apoio a este país foi mais uma vez adiada.
A Espanha debate-se com a contestação nas ruas. Na Itália, Berlusconi passa um mau momento. A Bélgica continua sem governo. No Reino Unido exige-se um plano B, pois o plano de recuperação do governo não está a resultar. A lista de países em risco de enfrentarem problemas financeiros graves cresce todas as semanas.
Todos os comentadores dizem que os bancos credores das várias dívidas soberanas (principalmente alemães e franceses) estarão em muito maus lençóis se existir um incumprimento de qualquer um destes países. E Alemanha e França por arrasto poderão vir a ter graves problemas financeiros.
Voltando a Portugal podemos verificar que os juros da dívida soberana cresceram fortemente, primeiro após o início da crise em Março (primeira seta) e depois ainda mais rapidamente após as eleições (segunda seta).
Neste cenário, em que o país está praticamente parado há pelo menos três meses, Pedro Passos Coelho não vai ter muito mais tempo para começar a agir senão arrisca-se a ter muita gente descontente.
terça-feira, 14 de junho de 2011
A crise já foi ultrapassada?
Se não fossem as notícias sobre a evolução dos juros da dívida soberana poderíamos concluir que a direita ainda não governa, mas o seu perfume é tão intenso que uma boa parte dos nossos problemas desapareceram. Já não se ouve falar de bancarrota, a subida dos juros e do risco de default são notícias de rodapé, João Duque já sugere a reestruturação da dívida como se fosse um mero acerto de contas[...]
Pelos vistos não sou só eu que sinto os nossos problemas a "desaparecer". Pode ler a totalidade deste interessante post d'O Jumento aqui.
A Origem das Crises Financeiras, de George Cooper
Principalmente no que toca à sua aplicação aos mercados financeiros.
Esta é uma das principais conclusões de George Cooper, autor de “A Origem das Crises Financeiras” e já reconhecido como “O homem” da moderna escola dos “excessos de crédito”. Em conversa com o nosso jornal Cooper, que não é o primeiro a falar desta teoria – como o próprio afirma – afinal Minsky desenvolveu a teoria da instabilidade financeira e Jeremiahs também abordou essa temática, mostrou-se espantado por as autoridades governamentais, incluindo os bancos Centrais, continuarem sistematicamente a seguirem os mesmos passos e filosofias (muitas vezes contraditórias). Quando tudo parece estar bem deixam os mercados sozinhos; quando estamos em crise, respondem logo cortando, por exemplo, as taxas de juros.
“Eu explico no meu livro que a política monetária é necessária e útil mas se for usada muitas vezes e muito cedo em ciclos repetidos o resultado é que os ciclos económicos serão maiores e mais perigosos”, diz Cooper não deixando margens para dúvidas de que o que estamos a sofrer hoje é o resultado de um uso excessivo dessas politicas no passado.
“A nossa maior falha consiste no facto de não entendermos como o mercado do sistema financeiro funciona. Porque temos vindo a trabalhar com teorias erróneas temos vindo a tirar conclusões erradas sobre a forma de gerir e regular o sistema financeiro”, diz clarificando que tudo começa pela assunção da “eficiência dos mercados”, que de uma forma simplista diz que a procura iguala a oferta num ponto óptimo.
Ou seja assume que os preços reflectem toda a informação do mercado e (tal como sublinha o autor) que não são necessárias intervenções externas para chegar ao equilíbrio (Para quê então a existência de Bancos Centrais? Diz em tom irónico). Discordando totalmente desta “eficiência”, até porque os mercados estão envoltos em mecanismos que os levam terem booms e recessões, Cooper afirma que o problema é a forma como os mercados financeiros são financiados através de empréstimos. Algo que “reforça os ciclos de períodos alternados de expansão e recessão”.
Nesta obra, que nos apresenta a evolução da história financeira o autor apresenta os riscos de longo prazo das intervenções (que encorajam os empréstimos e que levam à criação de excessos de créditos). Não obstante afirma-se optimista a longo prazo, diz em entrevista que a solução passa hoje por criar (com cuidado) inflação através da criação de dinheiro e afirma que esta crise não é única nem pior do que outras. “Tivemos um evento muito similar ao que vivemos hoje na América nos anos 30”. Uma palavra de esperança num mundo onde as escolas de pensamento económico (tais como a dominadora escola de Chicago) defendem umas teorias, a prática, diz Cooper, prova o contrário. Isto para não falar das “preocupações” opostas, por exemplo, do FED e do Banco Central Europeu. Mas isso dava pano para uma outra entrevista.
Para já fica esta e a forte recomendação de leitura deste livro.
( in Expresso/ 21 de Março 09)
Este foi o último livro que li, totalmente actual, e impressiona a clareza como se demonstra os erros que têm sido realizados ciclicamente que nos tem conduzido a várias crises financeiras.
Também recomendo.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Afinal a culpa era de José Sócrates
Os juros da dívida nacional dispararam para novos máximos, podemos ler aqui no Público, mas a culpa já não é de José Sócrates mas das incertezas sobre uma solução para a Grécia estão a deixar os investidores nervosos. A culpa é também das discordâncias entre o Governo alemão e o Banco Central Europeu sobre a Grécia estão também a afectar o comportamento dos juros da dívida em Espanha e na Irlanda. A culpa ainda é do desacordo entre o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, e o ministro alemão das Finanças Wolfgang Schaeuble, tem tido efeitos fortemente negativos nos mercados.
Uma “tempestade perfeita” de aflições orçamentais nos Estados Unidos, abrandamento económico na China, reestruturação da dívida europeia e estagnação no Japão podem combinar-se para afectar a economia mundial a partir de 2013, avisa Nouriel Roubini, como se pode ler aqui. Perfeito era culpar também José Sócrates.
A agência de notação financeira cortou o "rating" da dívida grega para CCC, pode-se ler aqui no Jornal de Negócios, mas a culpa será de José Sócrates que influenciou de certeza o “excelente” plano de recuperação da economia grega realizado pelo FMI e pela EU.
Os italianos votaram hoje maciçamente contra a energia nuclear, num referendo com quatro perguntas sobre três temas, pode-se ler aqui no Público. Mas a culpa desta pesada derrota acaba por ser de Silvio Berlusconi por estar a seguir os conselhos de José Sócrates. Berluconi queria investir em energias renováveis, mas Sócrates mostrou-lhe que esta opção era "custosa" e era melhor apostar na energia nuclear "mais barata".
Por cá tudo bem (a subida dos juros é um pequeno pormenor), primeiro por que comemoramos os Santos Populares, e festa é festa, segundo porque já não se houve falar de José Sócrates e terceiro porque também não se fala mais da “nossa” crise.
Pelo menos nas televisões, rádios ou jornais.
domingo, 12 de junho de 2011
O primeiro passo do CDS-PP
“Este é o momento…de se correr atrás de lugares…” assinalou ontem Sílvia Ramos, presidente da distrital de Beja do CDS-PP, aos microfones da emissora local Rádio Pax, pode-se ler aqui.
O primeiro passo do CDS-PP é claro, objectivo e sem rodeios. Esperemos os próximos passos deste partido para ficarmos confiantes que o desemprego também por aquelas bandas vai descer.
sábado, 11 de junho de 2011
Keynes vs. Hayek Round Two
"Fight of the Century" é um vídeo de música hip-hop de John Papola e Russ Roberts que é particularmente pertinente dada a crise financeira que atravessamos.
Se pretender saber mais sobre as ideias debatidas pode aceder aqui.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Francisco Assis tem o meu apoio
terça-feira, 7 de junho de 2011
O primeiro passo de Passos
A primeira medida de Pedro Passos Coelho será criar uma nova autoridade orçamental independente, pode-se ler aqui e aqui. Esta instituição integrará personalidades independentes, nacionais e estrangeiras, para dar total transparência à consolidação orçamental.
Compreendo perfeitamente a medida pois até agora só controlavam a execução orçamental além do próprio governo, o Banco de Portugal, o Tribunal de Contas, a Assembleia da República, o BCE, o FMI e talvez mais meia dúzia de instituições portuguesas e da União Europeia. Além disso em nenhuma delas tínhamos personalidades independentes e estas ou eram nacionais ou estrangeiras.
Assim ter mais uma instituição neste caso mista não só será importante para controlar o orçamento como terá o contributo directo na diminuição do desemprego em Portugal e no estrangeiro.
Aguarda com expectativas as próximas 99 medidas onde se esperam a criação de outras tantas novas instituições.
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Precisa-se de matéria prima para construir um País
Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007), teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos, por isso façam uma leitura atenta. Hoje, no seu primeiro dia como Primeiro Ministro escolhido pelos Portugueses, Pedro Passos Coelho deveria ler e reflectir sobre este artigo porque NÓS somos assim. Se quiser transformar este país, mais do que leis tem que mudar os Portugueses.
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
-Onde a falta de pontualidade é um hábito;
-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano;
-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois reclamam do governo por não limpar os esgotos;
-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros;
-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica;
-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar;
-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão;
-Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa ?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror ?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... igualmente abusados!
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa ?... MEDITE !
domingo, 5 de junho de 2011
Pedro Passos Coelho será o próximo Primeiro-Ministro
Sondagens dão vitória ao PSD e maioria de direita, pode-se ler aqui. Assim caberá a Pedro Passos Coelho a responsabilidade da liderança do governo português nos próximos, e difíceis, quatro anos.
Os partidos da esquerda, nomeadamente o Partido Socialista, ficarão com a responsabilidade de na Assembleia da República realizar o seu papel de oposição com responsabilidade.
Aos eleitos de todos os partidos os meus sinceros desejos que realizem o seu trabalhos com o maior empenho por Portugal e respeito pela Democracia.
sábado, 4 de junho de 2011
Europeus do Sul trabalham mais do que os alemães diz estudo
Os europeus do Sul trabalham muito mais e por vezes durante mais tempo que os alemães, refere um estudo que contraria as recentes declarações da chanceler alemã sobre um eventual laxismo social em Portugal, Espanha ou Grécia, pode ser lido aqui.
"Os alemães trabalham muito menos [por ano e durante a vida ativa] que os europeus do Sul. E também não trabalham de forma tão intensiva", assegura Patrick Artus, chefe da secção de economia do banco francês Natixis e o redator deste estudo que se baseia designadamente nos números da ODCE e Eurostat.
A duração anual média do trabalho de um alemão (1390 horas) é assim muito inferior à de um grego (2119 horas), de um italiano (1773 horas), de um português (1719 horas), de um espanhol (1654 horas) ou de um francês (1554 horas), referem as estatísticas publicadas em 2010 pela OCDE.
"O resultado da produtividade individual da Alemanha está na média dos países do Sul, a da produtividade horária está acima da média mas não é melhor que a da França ou Grécia", precisa o Natixis.
A idade legal para a reforma na Alemanha (65 anos atualmente, 67 no futuro) é mais tardia, mas os portugueses e espanhóis trabalham na prática mais tempo, com uma idade efetiva de início da reforma de 62,6 anos e 62,3 anos, contra 62,2 anos para os alemães, refere ainda o estudo.
Os gregos não estão distantes desta média (61,5 anos) e a reforma das aposentações adoptada na primavera de 2010 na Grécia impôs o aumento da idade dos 60 para os 65 anos, com o objectivo de garantir uma idade média de 63,5 anos até 2015. Apenas franceses e italianos garantem hoje a reforma mais cedo que os alemães, precisa o estudo com data de 30 de Maio.
Em meados de Maio, a chanceler alemã, Angela Merkel, criticou publicamente as férias e os sistemas de reforma dos países do Sul da Europa, que considerou demasiado generosos.
"É necessário que em países como a Grécia, Espanha, Portugal não seja garantida a reforma mais cedo que na Alemanha, e que todos façam os mesmos esforços, é importante", disse na ocasião.
"Angela Merkel não refere quais os verdadeiros problemas dos países do Sul da zona euro", conclui o chefe economista do Natixis.
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