Os europeus do Sul trabalham muito mais e por vezes durante mais tempo que os alemães, refere um estudo que contraria as recentes declarações da chanceler alemã sobre um eventual laxismo social em Portugal, Espanha ou Grécia, pode ser lido aqui.
"Os alemães trabalham muito menos [por ano e durante a vida ativa] que os europeus do Sul. E também não trabalham de forma tão intensiva", assegura Patrick Artus, chefe da secção de economia do banco francês Natixis e o redator deste estudo que se baseia designadamente nos números da ODCE e Eurostat.
A duração anual média do trabalho de um alemão (1390 horas) é assim muito inferior à de um grego (2119 horas), de um italiano (1773 horas), de um português (1719 horas), de um espanhol (1654 horas) ou de um francês (1554 horas), referem as estatísticas publicadas em 2010 pela OCDE.
"O resultado da produtividade individual da Alemanha está na média dos países do Sul, a da produtividade horária está acima da média mas não é melhor que a da França ou Grécia", precisa o Natixis.
A idade legal para a reforma na Alemanha (65 anos atualmente, 67 no futuro) é mais tardia, mas os portugueses e espanhóis trabalham na prática mais tempo, com uma idade efetiva de início da reforma de 62,6 anos e 62,3 anos, contra 62,2 anos para os alemães, refere ainda o estudo.
Os gregos não estão distantes desta média (61,5 anos) e a reforma das aposentações adoptada na primavera de 2010 na Grécia impôs o aumento da idade dos 60 para os 65 anos, com o objectivo de garantir uma idade média de 63,5 anos até 2015. Apenas franceses e italianos garantem hoje a reforma mais cedo que os alemães, precisa o estudo com data de 30 de Maio.
Em meados de Maio, a chanceler alemã, Angela Merkel, criticou publicamente as férias e os sistemas de reforma dos países do Sul da Europa, que considerou demasiado generosos.
"É necessário que em países como a Grécia, Espanha, Portugal não seja garantida a reforma mais cedo que na Alemanha, e que todos façam os mesmos esforços, é importante", disse na ocasião.
"Angela Merkel não refere quais os verdadeiros problemas dos países do Sul da zona euro", conclui o chefe economista do Natixis.
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