quarta-feira, 15 de junho de 2011

Já são três meses de crise

Passaram três meses desde o início da crise política que se iniciou com a não aprovação do PEC IV. Desde então o governo português está com reduzidas capacidades de intervenção política.

Hoje Pedro Passos Coelho foi indigitado oficialmente como Primeiro-Ministro e mesmo correndo tudo bem só poderá ser empossado em meados da próxima semana.

Os Ministros e Secretários de Estado, que ainda não estão anunciados, só deverão começar efectivamente a trabalhar talvez já só em início de Julho. Independentemente da vontade destes e da possível rapidez das suas primeiras decisões, acredito que os Mercados demorarão vários dias ou até algumas semanas a formarem a imagem da real capacidade do próximo governo para lidar com a actual crise.

Os empresários, nacionais e estrangeiros, não se irão precipitar em Julho com tomadas de decisões que não sejam inadiáveis.

Agosto continuará a ser um mês onde existe uma paragem das principais decisões que são normalmente adiadas para meados de Setembro.

A Europa continua a não encontrar uma solução definitiva para a crise da dívida soberana da Grécia, e a tomada de decisões sobre o apoio a este país foi mais uma vez adiada.

A Espanha debate-se com a contestação nas ruas. Na Itália, Berlusconi passa um mau momento. A Bélgica continua sem governo. No Reino Unido exige-se um plano B, pois o plano de recuperação do governo não está a resultar. A lista de países em risco de enfrentarem problemas financeiros graves cresce todas as semanas.

Todos os comentadores dizem que os bancos credores das várias dívidas soberanas (principalmente alemães e franceses) estarão em muito maus lençóis se existir um incumprimento de qualquer um destes países. E Alemanha e França por arrasto poderão vir a ter graves problemas financeiros.

Voltando a Portugal podemos verificar que os juros da dívida soberana cresceram fortemente, primeiro após o início da crise em Março (primeira seta) e depois ainda mais rapidamente após as eleições (segunda seta).

Neste cenário, em que o país está praticamente parado há pelo menos três meses, Pedro Passos Coelho não vai ter muito mais tempo para começar a agir senão arrisca-se a ter muita gente descontente.

1 comentário:

  1. Obviamente que esta crise global que atinge todos os países da Europa e não só,países com economias muito mais sólidas que a portuguesa,foi tudo culpa do Sócrates.Alguém tem dúvidas?
    Em Madrid,em Barcelona,só se ouvia abaixo o Sócrates,fora com o Sócrates.Em Itália,outro tanto.
    Quanto à subida dos juros,após o chumbo do PEC IV e após os resultados das eleições,tal só aconteceu para chatear o Miguel Relvas,que como todos se lembram fez futurologia,que não demonstrar ser expert na matéria e de cima da "cátedra" logo afirmou que agora era que os juros começariam a cair.
    Esqueceu-se o "acelerador de mentiras" que ninguém o conhecia na Europa e até o consideravam uma espécie de guarda-costas (diria antes,um corrector de asneiras)do Pedro,daí que,zás,tomem lá portuguesitos mais uns juritos bem elevados.
    Despreocupado o Miguel Relvas terá comentado para aqueles que lhe chamaram à atenção da gaffe e das suas consequências,que afinal o Povo é que paga.
    Como sempre.

    ResponderEliminar