segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Comentário ao post "Passos por passos da Fernanda Câncio"

Recordo aos mais desmemoriados, ou de memória débil, em especial aos sociais-democratas, que já então nas duas últimas campanhas eleitorais (presidenciais e para a AR), os seus candidatos, Cavaco Silva e Passos Coelho, se "armaram" em arautos da Verdade e da Justiça Social, colaborando numa campanha despudorada contra Sócrates e o P.S., montada num paradigma da Verdade,da Honra, da Seriedade.

Ora, todos os dias, o PSD pelas palavras de Passos Coelho, de Miguel Relvas, de Eduardo Catroga e outros, acusava Sócrates de ser um mentiroso compulsivo.

Afinal, e se alguém tinha dúvidas, a leitura do Twitter de Passos Coelho demonstra à saciedade quem é efectivamente um mentiroso compulsivo.

Recordo ainda que foi peça primordial da "suja" campanha eleitoral de PPC contra Sócrates a colaboração muito próxima de Miguel Relvas, que pela capacidade engenhosa de forjar mentiras, acabou conhecido por toda a Oposição, como o "acelerador de mentiras".

E se alguém tinha dúvidas, que de mentiras se tratavam, bastará recordar os desacertos de PPC, em relação a várias das suas afirmações públicas, que se formuladas de manhã, eram tantas vezes desmentidas pelo próprio PPC, da parte de tarde, ou à noite.

Qual a verdadeira interpretação para este desacerto? É fácil.

Na vida, sempre detectei facilmente, quando estou perante um mentiroso, porque se este,"inventou" uma desculpa, ou explicação, para determinado facto ou situação, bastar-me-á deixar passar algum tempo e voltar a questioná-lo sobre aquele facto, ou situação.

Na quase totalidade dos casos, o mentiroso arranjará outra explicação, outra desculpa, já que mentalmente não se preocupou em memorizar o conteúdo da primeira desculpa, ou explicação, crente que "enfiou o barrete ao seu interlocutor" da primeira vez, certo?

Em relação a Cavaco Silva, o Presidente da República, só de 25% dos eleitores votantes, que dizer da sua omissão (intencional?) quanto à paternidade da crise financeira portuguesa, no célebre discurso de tomada de posse?

Que pensar da sua recusa, em plena campanha eleitoral para as presidenciais, em esclarecer o "milagre" das acções do BPN e a negociação para a aquisição da casa de férias na Quinta da Coelha?

E como interpretar as diferenças abismais da sua actuação política,amorfa e abúlica do primeiro mandato presidencial por comparação com a "generosa" política intervencionista deste segundo e último mandato?

Tendo que ser, obrigatoriamente, um observador imparcial mas atento da situação política do país, como se compreende, e como interpretar a sua aparente complacência com a gestão de Sócrates, chefe dum governo minoritário, já rotulada então, pelo PSD de desastrosa e só agora, também por ele próprio?

Pena é que a impreparação política da maioria dos eleitores portugueses não lhes tivesse permitido discernir qual o grau de responsabilidade que Cavaco Silva estava a ter, e que teve de facto, no decorrer do agravamento da crise financeira, pois se atento, interessado e responsável, deveria ter intervido, dissolvendo a A.R. (provocando eleições gerais), ou tendo demitido o Governo de Sócrates e indigitado novo Primeiro Ministro.

O País teria agradecido.

Poderíamos dizer, que Cavaco Silva, é talvez por omissão(?), ou por táctica eleitoral, se não o maior responsável, um dos grandes co-responsáveis da grave crise financeira, que hoje vivemos em Portugal.

A sua atempada intervenção não teria permitido que Portugal tivesse corrido tantos riscos de bancarrota, como chegou a acontecer.

Então, porque não dever ser responsabilizado, pelo menos politicamente falando?

Tê-lo-ia sido, se não fosse a impreparação política da maioria dos eleitores.

E para terminar, só gostaria de recordar aqui uma das muito badaladas acusações a Sócrates, a sua reconhecida política dos "jobs for the boys", por parte de Passos Coelho e do PSD em sintonia com o seu chefe.

Entretanto,em cerca de três meses, Passos Coelho e o seu governo, criaram só quase 800(oitocentos) jobs para os boys e girls do PSD e do CDS.

Para quem tanto tinha criticado a política de Sócrates,eis um dos já muitos exemplos,da ombridade do carácter politico de Passos Coelho.

O Povo, enganado e massacrado com impostos, pela actual política do governo PSD/CDS, fará a sua leitura e dirá da sua justiça nas próximas eleições.

Cumprimentos

Miguel Fontes

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