sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Meio de mandato

Estamos a meio do mandato e vou aceder ao desafio do João Lima e fazer a minha própria análise a dois anos de mandato, embora as eleições tenham sido em Outubro e não em Setembro. Mesmo assim compreendo que o João esteja apressado (!) nesta rentreé... Dividindo isto por partidos:


PSD: 6 anos depois de ter concretizado o grande sonho de voltar ao poder no Marco, este partido cada vez menos existe, normalmente é assim quando se chega ao poder, passa-se a ser uma pálida imagem de quem manda verdadeiramente. E quem manda verdadeiramente continuam a ser as mesmas pessoas que no tempo de AFT... Por isso o PSD continua a depender dos mesmos. Passados os tempos das loucuras e de ser um partido que andava 3 anos numa luta interna insana para meio ano antes das eleições vir cá a distrital ou a nacional pôr tudo em ordem para correr tudo bem nas eleições... Bastou ver a rábula da escolha dos deputados. Quanto a Manuel Moreira, continua tudo na mesma, as pessoas gostam de o ouvir, ele fala muito, os outros que dizem ámen com ele também falam muito. Manuel Moreira continua a depender de AFT para ganhar eleições, por isso continua a inventar factos para que este se candidate em 2013, chegando ao ponto da pantomina circense protagonizada pelo seu número 2 há um mês.
Quanto à capacidade de gestão, tudo na mesma também, a câmara é hoje uma confusão, não foi feita a reforma da administração e a única inovação foram as senhas...
Manuel Moreira é cada vez mais um mestre de cerimónias e nisso é imbatível. Vamos ver é se concorre em 2013 coligado com o CDS. MM a presidente e AFT à Assembleia? Ou AFT número 2? O que é certo para mim é que MM se recandidata de certeza em 2013.


PCP: O PCP teve metade do mandato com o PS no poder no País, o que quer dizer que não dá para imaginar como será o resto do mandato. João Lima e Filipe Baldaia estão sempre bem quando falam do Marco e normalmente misturam tudo com o discurso oficial do seu partido, sempre com vista a uma visão nacional. Com o PSD no Governo vamos ver se não vamos ter aqui uma desorientação inicial. Sem ter o PS para atacar acontece sempre isso, mais com o segundo, muito mais ortodoxo. Mas a combatividade e a frontalidade que tanto admiramos nestes dois excelentes tribunos estarão lá com certeza, o que é uma garantia de mais dois anos de oposição responsável na Assembleia Municipal.


PS: O PS teve dois anos de mandato como nunca se viu. Artur Melo fez tudo diferente: rodeou-se de uma equipa de especialistas para cada área e lutou, sempre sozinho na câmara, por uma mudança de atitudes e de métodos. Apresentou uma bateria de propostas que davam para 2 mandatos de um vereador "normal", apostando numa oposição responsável, embora numa missão quase ingrata de lutar contra 6!
Além de tudo, e para terminar, Artur Melo ainda tentou abdicar do seu lugar de vereador e passar a pasta ao seu número 2, Agostinho Sousa Pinto, para que outros pudessem experimentar o que é ser vereador. Até isso a maioria PSD/AFT lhe negou...
Na Assembleia, e em minoria, vimos um PS à imagem do vereador: bem preparado, João Valdoleiros só tem sido uma surpresa para quem não o conhecia. Combativo e coadjuvado num grupo pequeno mas que trabalha quando é preciso, com Rodrigo Lopes a destacar-se no seu estilo calmo mas sempre com inteligência e perspicácia. Nunca o partido esteve tão em harmonia com o seu grupo municipal como agora, muito por culpa destas duas figuras.
Quanto ao PS, fez um trabalho de "sapa", foi para o terreno, para as freguesias, em visitas mantidas secretas para fora, porque o trabalho é para ser feito para as freguesias, não para os jornais. O PS luta no Marco contra anos de inoperância, irresponsabilidade e incompetência. Pela primeira vez faz um trabalho consequente de crescimento e consolidação, também a nível distrital e nacional, para que surpresas como a que aconteceu em 2009 não se repitam. Acho que Artur Melo perdeu alguma ingenuidade política e começou a ter relevância junto de órgãos superiores, para que as decisões não sejam tomadas sem o conhecimento da concelhia.
Basta ver a relevância que tem hoje o Marco em lutas distritais e nacionais, hoje somos ouvidos como um todo e cada vez mais vamos sê-lo, porque o PS cresceu em militantes e em presença.


CDS: Depois de ter deixado de existir, de hibernar, voltámos a ter AFT no comando e até eleições(!) este partido teve. Claro que noutra encarnação, desta vez com alguns - poucos - sobreviventes do passado e mais alguns novos militantes que passaram a sê-lo, alguns sem saber, depois de 2009. Este partido não tem relevância no Marco, senão para o poder. Basta ver a debandada geral depois das eleições de 2009. Muitos só se candidataram para ganhar, não conhecendo sequer o mecanismo democrático da coisa... Se quiser sobreviver a 2013 tem que se coligar ao PSD, porque AFT sozinho não vai lá... Isto vai ser giro!


3 comentários:

  1. Jaime,
    entendo quase tudo do que escreves e partilho muito (não tudo do escreves).
    Não entendo o porquê de estares a imaginar que farei diferente do que fiz até aqui só porque o governo mudou. O que fizer mal o governo ao Marco lá estarei para apontar, tal como o fiz no passado. E o faria se o governo fosse do PCP. A tal desorientação não entendo. Sobre a linha orientadora do PCP Marco terás que questionar o seu responsável mas penso que a mesma não muda só porque o governo já não é do PS.
    Na minha intervenção pública no Marco, na Assembleia ou nos blogs, em primeira instância está e estará a minha terra, obviamente não deixo de apontar as malfeitorias dos governos se tal se justificar, nem as asneiras nem os golpes mais baixos feitos sejam por quem for. Ao contrário de outros de outros estilos, já o fiz em relação à atitude do PS em 2001 face à CDU em Várzea do Ovelha e não deixarei de o fazer, tal como não esqueço as patifarias feitas ao Marco pelos sucessivos poderes na Câmara. Se chamas a isso confundir discursos, se calhar terei que continuar a confundir, mas também sei que sabes que pouco ouço do discurso oficial do PC, pois o único discurso oficial que sigo é o meu.
    Sobre o resto em altura posterior farei um comentário mais alongado aos dois anos de mandato de Manuel Moreira, mas aproveito para te lembrar que até eu já tive que ir em socorro do PS, quando este estava debaixo de fogo na Assembleia e como o Dr João Valdoleiros estava ausente não houve uma alma que defendesse o partido. Lá voltamos nós ao "misturar" discursos.
    Abraço

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  2. João, repara que ponho tudo no condicional... O resto é o que se chama opinião... Cada um dá a sua. Sabes bem que não respondo pelo PS na Ass. porque não estou lá e só sei pelo que ouço ou pelo que ouço dizer, de ti, do Dr. João e outros que não falham uma. É a minha opinião que o PCP não tem o mesmo discurso com o PS no poder que tem quando lá está o PSD. Os meus amigos comunistas não concordam comigo e têm esse direito. Assim como tenho direito à minha opinião.
    Os assuntos do Marco são à parte ou deveriam sê-lo.
    Ah e pelo PS antes de mim também não respondo. E nunca te assacaria responsabilidades por coisas de que até nunca falo porque não há necessidade disso.
    Quanto ao resto reparaste que nem falei da hipótese de o PCP recuperar os votos que perdeu em 2009 porque são coisas em que nem me quero meter. Não por medo mas porque estou escaldado...

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  3. Jaime, obviamente nao te responsabilizo pelo que PS fez antes da tua chegada.
    Sobre o PC ter uma postura diferente quando o governo é PS ou PSD não me parece. Aliás espero que este fim-de-semana com a Festa do Avante, o PCP mostre o caminho que irá seguir nos próximos tempos.
    Estou do teu lado quando dizes que os assuntos do Marco são à parte. Pena é que o dois partidos se ponham à parte no que se refere ao Marco, quero dizer, não se entendam mais sobre o que diz respeito ao Marco. E as responsabilidades são dos dois partidos.

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