sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Comentário de Miguel Fontes ao post "Subir ainda mais os impostos"

Sou um contribuinte da classe média e de acordo com os meus reais rendimentos, direi da média/média.

Desde já esclareço que não votei nos partidos do Poder, pois considero-me suficientemente lúcido e informado sobre esta crise financeira, que nos afecta a todos, a nível global, tendo conhecimento seguro que aquela crise nunca foi da responsabilidade do governo de Sócrates.

Iniciou-se esta crise financeira nos USA, quando do escândalo dos chamados produtos tóxicos bancários,que levaram à bancarrota de dois gigantes bancários norte-americanos e por arrastamento toda a estrutura capitalista acabou fortemente afectada.

A Grécia e a Irlanda (embora com uma génese diferente da Grécia), foram os países europeus que primeiro entraram em crise financeira.

Outros se seguiram,entre os quais Portugal,a Bélgica,a Espanha,a Itália,etc..

Não vou apontar as múltiplas causas que contribuíram para que estes países, em particular interessa-me Portugal, chegassem a uma situação financeira tão crítica, mas poderíamos dar como causa principal a política do consumismo excessivo, do facilitismo do crédito, da qual ninguém (governo, autarquias, população em geral), mesmo ninguém, está isento de culpas.

Não vou falar também da especulação desenfreada dos mercados capitalistas internacionais,apoiados por decisões por eles controladas das agências de rating internacionais,que como em qualquer guerra,atacaram primeiro os países de economia mais frágil,casos da Grécia e Portugal(a Irlanda entrou em forte crise,exactamente por o seu maior banco privado,falir em consequência dos tais produtos tóxicos).

Depois, e a seguir, é o conhecido fenómeno da bola de neve. Mais empréstimos, mais juros, mais dívida, mais empréstimos, etc., etc...

Contudo e por tudo quanto ouvimos a diversos economistas dos mais variados quadrantes, mais ou menos conceituados, a crise parece ter sido obra de Sócrates e do seu governo.

Como diria o nosso bom Povo,"presunção e água benta,cada um toma a que quer".

Pois, até sua Excelência o Sr.Presidente da República, Prof. (economista) Dr.Cavaco Silva, não se esqueceu de se referir, no seu discurso de tomada de posse, à crise financeira nacional (escamoteando a sua dimensão internacional).

Que poderiam pensar as muitas centenas de milhares de eleitores, que sobre estes assuntos confiam sempre na opinião em determinadas personalidades, que pelo seu cargo público, lhes merecem todo o crédito?

Lógico raciocínio, a crise é portuguesa, a culpa é do Sócrates e de mais ninguém.

Claro que,se alguém ousasse acusar Cavaco Silva de fazer baixa política, cairia o Carmo e a Trindade, como se sua Excelência o Presidente da República fosse o oráculo da Nação e de modo algum pudesse cometer tal atentado à Verdade.

A telenovela com o enredo da crise (portuguesa), que se desenrolou a seguir é sobejamente conhecida de todos.

O "artista", o "herói" era protagonizado por Pedro Passos Coelho e o "bandido", o "criminoso" por José Sócrates.

Na "entourage" destes surgem personagens menores, como um tal Portas, um Relvas, um Catroga (este a desempenhar o papel de economista barato, que resolvia tudo com mais ou menos "pintelhos"), enfim, inúmeros personagens sempre ávidos de aparecerem nos telejornais e revistas cor de rosa (também).

Perdoem-me os eventuais leitores do meu comentário, pela dispersão com que "ataquei" o tema do post do Jorge Valdoleiros.

Ele diz e bem, que Vítor Gaspar, passa o tempo a matutar, como fazer para só parar de nos ir ao bolso, quando apenas restar o cotão.

Ora, para ser ministro das finanças à portuguesa, que consiste em sacar, sacar, não era preciso o Gaspar, pois o Sr.Manuel (é o nome do meu merceeiro, ainda sou cliente do pequeno comércio), com a sua 4ª classe do antigamente, faz-me o mesmo, quando vem com aquela conversa.

Oh sr.dr. (trata toda a gente por doutor ou engenheiro - sabido como é), o arroz subiu, o açúcar também, a batata está como os olhos da cara, então aquela pinga especial, que lhe arranjo, nem queira saber, vou ter que lhe cobrar mais uns trocos.

Que remédio tenho, quando o meu merceeiro começa com a ladainha dele, pois, pagar até ao dia, como no antigamente, que tenha que lhe dizer, oh Sr.Manuel aponte, aponte lá no livrinho.

Não faltará nada para que nós, Portugueses, os contribuintes, que são cumpridores das suas obrigações fiscais, tenham que lhe dizer, Oh Gaspar, aponta, aponta.

Cumprimentos

Miguel Fontes

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