Fui alertado pelo próprio Carlos Fernandes para a leitura do seu comentário ao post “Meio do Mandato” no Marco 2009. Considerei que merece não só um destaque especial, mas que era importante que todos nós reflectíssemos naquelas palavras. Aproveito para também felicitar João Monteiro Lima por esta iniciativa de nós colocar a todos a discutir o Marco e reflectir sobre os melhores caminhos para o nosso futuro.
Caro João,
Antes de mais, permite-me felicitar-te por esta iniciativa, um excelente ímpeto para a manifestação da Democracia Livre e exacerbação das opiniões dos marcoenses acerca do 2º mandato de Manuel Moreira e da vida política em geral do nosso Concelho.
Caso haja pertinência na publicação desta minha intervenção, gostaria por começar e frisar que enquanto o Poder Político estiver subjugado à vontade pessoal ou simplesmente à vontade política lata, não há progresso nem desenvolvimento sustentável, nem muito menos a satisfação das necessidades básicas da população, por ter confiado o poder, a quem não o podia exercer livremente por limitações financeiras. Aí surge a promessa. Mas para quê prometer, se de antemão, sabemos que não vamos cumprir? Para isso, mais vale não prometer. Os dinheiros Públicos, são para a realização das necessidades efectivas, primárias e urgentes da população, independentemente da vontade política. Contudo e infelizmente são usados e conduzidos à mercê do subjectivismo político, onde a patente cultural, por vezes, subestima o essencial! Por outro lado, quando as promessas eleitorais não passam disso mesmo, é sempre fácil enumerar a conjuntura económica ou outro tipo de factores “cabimentados” no despretensioso reequilíbrio financeiro.
Seria bom, que as promessas passassem disso mesmo, quer sejam elas verbais, protocoladas, implícitas ou de outra qualquer natureza. As constantes, persistentes e indigestas desculpas financeiras seriam válidas se não existissem termos de comparação, como o que foi alcançado e pelo que não foi alcançado, com o que de bem se fez com o que de mal se faz, onde se investiu com ou sem prioridade e onde não se investiu simplesmente. Acima de tudo, as promessas haveriam de ser cumpridas, por uma questão de honradez pessoal da qual os nossos políticos obrigatoriamente deveriam estar guarnecidos, mas que infelizmente, na sua pluralidade, não o estão. Assim, atendendo a discricionariedade do Poder Político, necessidades de primeira linha não são realizadas. A realidade é do conhecimento geral, a Câmara Municipal do Marco de Canaveses, está atulhada de dívidas e com um enorme passivo financeiro herdado do anterior executivo, no entanto, não tendo a exactidão do actual valor da dívida, factos são factos, mas a mesma continua a crescer a par de tantos outros municípios portugueses, mas isso não quer dizer necessariamente que cesse o investimento, trata-se antes de uma questão de vontade (ou falta) política, porque quando ela existe, a supremacia do Homem diante do poder supera-se.
A minha indignação aqui manifestada não quer “atingir” especificamente uma individualidade, nem muito menos ter magnitude política, pois não pretendo nem promoção política, nem servir de magnate de oposição, tão simplesmente, para dizer aos nossos responsáveis políticos, que uma mora protocolada é a máxima privação pelo respeito de quem confiou os seus bens ao domínio público e mais grave é, quando se vira a cara à verdade e se negam a conhecer os verdadeiros factos, tornando o agente da verdade em verdadeiro vilão através da distorção incongruente dos factos, mesmo quando a razão é de facto e de direito. Mais irresponsável se torna.
Para rematar, reconheço a especificidade desta mensagem que se poderá tornar aborrecida e sem qualquer sentido de interesse para muitos leitores marcoenses , mas de certa forma, vai ao encontro de algum mau estar na sinuosidade de alguns. Para mim, não deixa de ser um sinal da minha sublevação e luta pela verdade política na minha Terra!
Um Bem Haja Amigo João
Carlos Fernandes
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