Li duas notícias no público que me fizeram reflectir. A primeira é sobre a cabine do pórtico para cobrança de portagens na A28 que foi vandalizada na madrugada de sábado, como se pode ler aqui. Aquele pórtico tem sido contestado por servir a maior zona industrial do concelho de Viana do Castelo, sendo muitas as vozes que já exigiram a sua remoção.
A segunda é sobre como os portugueses estão a reagir á crise. Primeiro é a estupefacção e a inacção ditadas pelo medo instaurado por um passado recente sem democracia, depois é a “explosão”, como se pode ler aqui.
É também referido que Portugal não é dos países que “mais se ofendem, pois viveu muito tempo com a mediocridade escondida do salazarismo”, e “não tem tanta percepção de justiça”.
Recordei-me como é que, após anos de os Marcoenses terem apoiado as gestões do PSD primeiro e depois do CDS sem nenhuma contestação popular aos muitos erros de gestão durantes esses mandatos, se revoltaram devido "unicamente" à subida das taxas da água. Foi essa, literalmente, "a gota a mais" que determinou que o CDS tenha perdido a presidência da autarquia para o PSD.
Hoje não se estará a viver um momento de tensão semelhante, no concelho e no país, que de repente e sem um motivo maior vá provocar uma reacção popular “inesperada”?
Os líderes políticos devem ter em atenção a esta característica do nosso povo, enquanto outros vão descarregando lentamente o desânimo não deixando acumular tensões em demasia, os portugueses são pacíficos e muitos tolerantes com os seus governantes mas acumulam tensões que só são libertadas através de verdadeiras explosões sociais.
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