António Santana, e bem, sugeriu neste seu post no Marco 2009 que nós reflectíssemos sobre uma recente notícia de um protesto de um Romeno no Parlamento do seu país, como foi noticiado aqui.
Adrian Sobaru, trajando uma t-shirt com a inscrição "vocês têm o pão dos nossos filhos", atirou-se de uma altura de sete metros das galerias para o hemiciclo do parlamento de Bucareste, em protesto contra as medidas de austeridade impostas pelo Governo.
Mas como reacção a este post alguns leitores recordaram que o Primeiro-Ministro Emil Boc é o líder do PDL (Partido Democrata Liberal, partido de centro direita com ideologia radicada no populismos e liberalismo), partido que pertence ao PPE, tal como o PSD.
Também sugeriram a leitura deste artigo que revela um estudo que coloca os seguintes partidos que ideologicamente estavam mais próximos do PSD em Maio de 2009, do mais próximo para o mais afastado: CDS/PP, Partido Nova Era (Polónia), Partido Croata dos Direitos, Partido do Povo (Letónia), União Popular dos Camponeses da Lituânia, União para a Pátria e a República (Estónia), Partido Democrata Liberal (Roménia), União Democrata Croata e MMS.
De acordo com a sua cartilha ideológica o PSD, que se diz reformista e humanista, e que Sá Carneiro queria que fosse social-democrata, republicano e laico, surge colado a forças conservadoras, ou de pendor democrata cristão (como é comum no PPE) ou de pendor nacionalista!
Claro que não estou a criticar António Santana que se afirma claramente como social-democrata, estou a criticar a maioria dos seus militantes de tem escolhido lideranças para o PSD que transformaram, ao longo dos últimos anos, um partido de inspiração social-democrata num partido que roça um populismo nacionalista.
Por sua vez a Internacional Socialista, onde o PS está integrado e na qual Sá Carneiro tentou entrar nos tempos do PPD, integra nas suas hostes partidos oriundos da social-democracia, do trabalhismo e do socialismo democrático.
Esta e boa, entao chama populismo aos sociais-democratas? E o sec geral do seu partido o que chama? Demagogo?
ResponderEliminarE incrivel como defende o socialismo... pena que esse ja nao exista... enfim... vai-se tendo paciencia!
Ja agora esse suicidio poderia muito bem ter sido em Portugal com Governo Socialista... Ate isso usa V. Exª.... Devia ter um pingo de vergonha...
ResponderEliminarCaro José Fontes
ResponderEliminarEu não chamo nada. Se ler o artigo referido no post e que me foi dado a conhecer pela leitura de um comentário a um post no Marco 2009 perceberá que foi o resultado de um estudo do posicionammento ideológico dum grupo grande de partidos europeus.
Depois eu só defendo o socialismo no sentido em que esse "socialismo" está na base ideológica de uma grande maioria das ideias vigentes hoje em dia no mundo democrático, donde se destaca na minha opinião a social-democracia, o socialismo democrático e os sociais-liberais.
Para mim acho é ridículo que as pessoas digam que são uma coisa e na realidade defendam outra totalmente diferente. Que, por exemplo, se digam seguidores de Sá Carneiro e depois defendam ideia Neo-Liberais. Que defendam ideias só defendidas por partidos nacionalistas, populistas e conservadores e depois se digam representantes da social-democracia.
Não é só uma questão de posicionamento, mas também de cultura.
Caro José Fontes
ResponderEliminarPrimeiro e felizmente foi uma tentativa de suicídio.
Segundo, se considera que usei a atitude desesperada de um homem, está no seu direito. Mas na realidade eu, e outros, estamos sim a apoiar a mensagem que Adrian Sobaru tentou transmitir aos políticos do seu país e da Europa a que todos pertencemos.
Não acredito que ele veja a minha atitude como negativa, mas antes de um apoio a ele, à sua família, ao seu país e a todos nós europeus.
Depois diz que o mesmo poderia passar em Portugal. Mas não passou e espero que não passe. Para isso luto que não se implemente as mesmas medidas neo-liberais que foram implementadas na Roménia. Não sei se sabe que o Orçamento do Governo do PS, que é minoritário no Parlamento, para para ser aprovado teve que ser negociado com o PSD e se estivesse atento teria percebido quais as medidas que o PSD forçou ou que quis forçar. Também não deveria ter dúvidas que um governo PSD se estivesse hoje no poder com maioria iria de certeza de ter uma política orçamental próxima do actual governo Romeno.
Vergonha é comentar de modo ridículo,grosseiro e denunciador da pouca,ou nenhuma,cultura histórica e política de Portugal.
ResponderEliminarFaça um acto de contrição e aprenda a lição aqui exposta pelo Jorge Valdoleiros,que mais um vez demonstra ser pessoa profundamente bem preparada sobre os temas,que posta e dos quais assume o seu conteúdo,assinando-os com o seu legítimo nome.
Ao Sr. Miguel, nem uma resposta merece...
ResponderEliminarCaro Jorge, esta-se a referir ao nao aumento do IVA nos produtos essenciais que o PSD defendeu nesse acordo? Ou a revisao das PPP´´s? Ou ter impedido que o Governo Socialista tirasse os beneficios fiscais? Considera isto neo-liberalismo?
Porque n~~ao se junta ao Miguel e estuda um pouco?
Caro José Fontes
ResponderEliminarEstou também a referir-me ao não aumento do IVA em produtos tão essenciais como "leite achocolatado" ou "sumos engarrafados", por exemplo. Este não aumento foi motivado essencialmente pela guerra de interesses de algumas empresas e não por causa dos próprios consumidores. É claro que a descida dos impostos ao consumo é uma atitude neo-liberal. Se não se tivesse cortado no IVA do leite achocolatado, nos sumos e outros "produtos essenciais", talvez fosse possível manter ou subir as verbas nos apoios sociais.
A revisão das PPP's e não apostar num momento de crise em investimento público é claramente uma política neo-liberal. A opção de partidos sociais-democratas seria por uma aposta no investimento público para ajudar a retoma, como defendeu Keynes e que a sua adopção na crise do início do século XX deu resultado positivo.
Os beneficios fiscais é mais um caso em que o PSD se preocupou mais com as classe médias-alta do que propriamente com os mais necessitados. Agora o que estava realmente em causa é que sem esses benefícios fiscais quem iria sofrer eram as grandes clínicas privadas que são os primeiros benficiários da existências dos ditos benefícios fiscais. E claro que esta aposta em benefícios fiscais é uma aposta neo-liberal e os verdadeiros sociais-democratas defenderiam que o Estado deve preocupar-se com o SNS, ainda que obviamente permita que os serviços privados de saúde, mas sem os necessários apoios do Estado.
Depois o neo-liberalismo tem destas coisas. Gosta que o Estado não se meta nos assuntos dos privados, mas anda sempre atrás dos apoios e dos subsídios.
Eu não tenho que defender o Miguel Fontes e não o conheço a si, mas acredite que já estudei e continuo a actualizar-me daquilo que estamos a falar. Se existe área em que para além de alguma formação universitária, partidária (e foi num partido de centro-direita) e em que sempre investi o meu tempo livre foi a estudar Economia, exactamente para não dizer asneiras.
E cá temos José Fontes numa resposta típica dos "armados" em entendidos.Repito-lhe mais uma vez,tenha a humildade de reconhecer que precisa de aprender com quem sabe.A diferença entre nós é eu ter desde sempre adoptado a máxima,que na vida se aprende até morrer e nunca me resignar como uns tantos ao papel de "corifeus".
ResponderEliminarEsta de chamar produtos essenciais ao leite achocolatado e aos sumos (em especial a conhecida Coca-Cola),só lembra mesmo aos "iluminados" em termos de cultura,no caso, de saúde.
E quanto aos benefícios fiscais nunca me apercebi que favorecessem as classes média baixa e trabalhadora.Nunca lhes sobraria dinheiro para realizar PPR,Certificados do Tesouro,de Aforro,etc.,etc..
Eu até compreendo,mas não os aceito,os Josés Fontes deste Portugal,são com toda a certeza aqueles que esgotaram os destinos para passagens de ano no estrangeiro e,ou inflacionaram o número de vendas de automóveis neste fim de ano.Tudo mordomias a que a classe média baixa,os trabalhadores e muito menos os desempregados deste país não se podem dar ao luxo.
Aliás são gritantes as manifestações de solidariedade social de Pedro Passos Coelho,querendo mais saúde privada,mais escola privada,em suma,muito menos estado social.
Nem precisamos de ir mais longe,basta-nos olhar à nossa volta cá pelo nosso Marco e recordar quem apoiou candidaturas de direita à autarquia.
Isto sim,é a verdadeira social-democracia,que se pratica e a que Sá Carneiro nunca daria o seu aval.