segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Câmara prevê substitui ETAR que inquina água

A Assembleia Municipal (AM) do Marco de Canaveses debateu, anteontem, o problema da ETAR que não cumprirá os parâmetros exigidos pela lei, obrigando, por exemplo, os moradores a viver de janelas fechadas por causa dos maus cheiros. Em Santo Isidoro, "as crianças que frequentam a escola bebem água engarrafada porque a água que corre na freguesia está inquinada", denunciou o autarca, Agostinho Baldaia.

«Têm soluções melhores? O que é que fazemos? Denunciamos o contrato? Ou vamos dialogar a ver se encontramos solução para o problema? É um problema político sim, mas de política de salubridade, não é política partidária. Parece que estão contentes por a Câmara ter sido condenada», reagiu, assim, o presidente da Câmara, Manuel Moreira, dirigindo-se aos partidos da Oposição.

Recorde-se que o PS divulgou um documento assinado por 44 moradores de Ponte das Tábuas, Cristelo e Lages, lugares da freguesia de Forno, em que denunciam maus cheiros decorrentes de descargas para o Rio de Galinhas da ETAR da Ponte das Tábuas. Os moradores dizem que não podem abrir as janelas de casa, estar no jardim ou passear a pé na zona.

Uma situação "insustentável"

O vereador com o pelouro do Ambiente, José Mota, explicou que aquela ETAR, a primeira a ser construída no concelho, "não tem capacidade para tratar a totalidade do efluente em horas de maior fluxo". "Está prevista a sua substituição no plano de investimentos da concessão", revelou.

Num debate acalorado, os socialistas consideraram a situação "insustentável" e quiseram saber o que fará a Autarquia mediante a condenação do Tribunal Administrativo. "Se a Câmara continuar nesta senda de conflitos ainda veremos as transferências do Orçamento do Estado penhoradas, tal como acontece com a taxa do IMI", avisou o líder da bancada do PS, João Valdoleiros.

Manuel Moreira reafirmou que não está "arrependido" e que o "Tribunal não foi isento".

Esta é cópia de mais uma notícia sobre este assunto que saiu no JN.

3 comentários:

  1. Nem vou comentar a desorientação do presidente, nem tão pouco o desrespeito dele próprio pelo poder judicial.
    Não posso tolerar as observações do vereador do ambiente.
    Então o senhor já tinha conhecimento das falhas da etar (talvez nas descargas dos muitos limpa-fossas que proliferam no Marco) e nada fez . . . um espanto.
    Pior do que isso, ainda tem a lata de referir que a concessão (Águas do Marco) tem no seu plano a construção da etar como uma prioridade, no entanto, a mesma câmara que o senhor integra, altera o contrato não permitindo a construção da etar pela concessionária (Águas do Marco)!
    Em que é que ficamos?
    Desorientação geral. Mas uma coisa os moradores próximos da etar podem estar preocupados, ninguém vai fazer coisa alguma!
    O artigo do JN ainda consegue enganar alguns incautos fazendo pensar que a CM irá construir uma nova etar!

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  2. Caro anónimo

    Tocou em dois pontos que eu já tinha verificado nas "gravações" que fiz da última Assembleia. É que de facto eu tenho que ter imenso cuidado e o que digo tem de estar bem suportado.

    Não os tinha referido ainda porque ao surgir o artigo no JN, que será mais independente do que eu, considerei que seria mais credível. Além disso esse artigo foi lido por muitos milhares de leitores pelo que devem ter tido uma atençao especial na sua realização.

    De qualquer maneira, confirmo que o vereador José Mota, que demonstrou perceber bastante do funcionamento dos vários equipamentos, admitiu que a ETAR não tinha capacidade para tratar da totalidade do efluente e por consequência o resto ia direito para o Rio de Galinhas. Este facto só confirma a acusação do PS e dos 44 moradores. José Mota ainda acrescentou que na outra margem, por causa das limitações da estação elevatória dos efluentes que vem de Tabuado, acontece o mesmo.

    Ou seja aceita-se com normalidade que parte da "água choca" que devia ser tratada nesta ETAR vá direito para o Rio de Galinhas. É obvio que essa "água choca" irá parar à entrada de muitas ETA's, rio abaixo, mas o pior é que todos os banhistas vão apanhar SEM TRATAMENTO essa dita "água choca".

    Depois dizem que a concessionária teria a obrigação de substituir a ETAR. Mas para quem não sabe o executivo da câmara deixou de passar há muito licenças para as obras que eram necessário ser realizadas pelas Águas do Marco, não fez o necessário para que a concessionária cumprisse a sua parte relativamente aos investimentos na rede pública de água e saneamento. Com esta polémica toda, que piorou com a Alteração Unilateral do Contrato, ida ao Tribunal Arbitral, "recurso" para o Tribunal Admnistrativo, etc. vai ser muito difícil ser realizada esta obra num prazo curto.

    Assim ou pede-se aos Marcoenses para se conterem de utilizar as suas casas de banho ou em alternativa evitarem utilizar as suas águas, quer para utilização humana, quer para um mero banho no rio.

    PS:Se tiver dito alguma inverdade basta um pequeno comentário para que eu reveja o meu texto ou corrija os outros comentadores. Coragem!

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  3. Caro Jorge

    Estava presente na Assembleia Municipal,quando o vereador José Mota tentou justificar o injustificável, alegando até, que algumas descargas para o Rio de Galinhas se dariam pelo tubo duma caixa de retenção, que por força do excesso de efluentes que lhe estariam destinados, serem por vezes em grande quantidade, não haveria outro modo de resolver o problema, senão descarregar os excessos para o rio. Então este não é um acto puro de poluição? Onde pára o SEPNA da GNR? Alguém deve ser responsabilizado por tal acção, pois provavelmente a caixa atrás referida está mal dimensionada e isso é responsabilidade da Câmara. Afinal os moradores têm toda a razão em queixarem-se dos maus cheiros e dos insectos que por ali povoam... e o Sr. vereador não só confirmou o gravíssimo problema, como não disse ,como se resolveria o assunto.

    Saudações Democráticas

    José António

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