"Costumo dizer que a igreja precisa muito de mulheres... senão quem é que fazia as limpezas?!"
Esta é uma piada do Padre Lino Maia, Presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade que foi proferida durante a Universidade de Verão do PSD.
Eu já tinha lido esta notícia na blogsfera aqui, mas não tinha acreditado que esta piada de mau gosto tivesse ocorrido. Não me apercebi nos media que perante esta anedota tivesse existo algum protesto dos presentes, e em especial das mulheres do PSD presentes.
Agora ao ler a revista Sábado nº332 vejo confirmada esta notícia pelo que não posso deixar de repudiar estas palavras mesmo tendo sido ditas em tom de piada.
Quando a Igreja e certas correntes da nossa Política,se dão as mãos,já sabemos com que devemos contar.
ResponderEliminarNem precisamos de esperar pela piada grosseira do Padre Lino Maia,que deve ter levado em consideração,aquilo que a sua memória lhe recordou,sobre a possível profissão de alguma das suas familiares próximas,para constatar que estes não são casos virgens,afinal denunciadores dos esforços,que tais elementos(nefastos)da Igreja,são capazes de realizar,sem qualquer pejo,para agradar aos senhores que detêm o Poder,em especial,o poder de atribuir subsídios,para a capela,para as obras da igreja,para o salão paroquial,para a publicação do boletim pastoral,etc.,etc..
Porque não?Questionarão provavelmente alguns.
Responder-lhes-ei com uma outra questão,duma simplicidade extrema.São ou não,designados como sacerdotes?E qual a sua missão?
Pois,pois,dir-me-ão,também têm que viver,de se alimentarem,etc.,etc.
E Madre Teresa de Calcutá era porventura sobre-humana?E mais não digo.
Caro Anónimo
ResponderEliminarClaro que quando um sacerdote se submete ao poder político não é de certeza por desinteresse. Se a Igreja, neste caso a Católica, entendesse tomar um posição partidária faria sentido os seus dirigentes máximos dizerem que estavam alinhados com as ideias do partido X.
Mas claro que isso iria trazer problemas e perdas de benesses nos países e regiões onde os outros partidos fossem maioritários. Assim caso a caso tomam posições individuais e de acordo com os "interesses" de ocasião.
Obviamente que eu defendo um estado laico e pelo menos recentemente a Igreja percebeu que pelo menos declaradamente não deveria interferir nos governos dos povos.
Agora na realidade e sobretudo no interior do nosso país o "padre" influência abertamente as populações e o poder político, como neste caso, não tem problemas em aproveitar-se da "disponibilidade" dos religiosos.
No caso concreto desta gaffe só fica demonstrado duas coisas:
A primeira é que de facto e por muito que diga a Igreja Católica dá um papel secundário à Mulher, considerando-A mais um utensílio do que uma igual. Se já não o diz declaradamente, na prática é assim que actua e no seu intímo os seus sacerdotes é assim que pensam.
A segunda é que o PSD, neste aspecto, segue a linha tradicional do regime anterior ao 25 de Abril. E se por razões eleitorais também não o dizem, de facto ainda o pensam. O que me espanta é que os jovens, e sobretudo as jovens, presentes não tenham reagido frontalmente contra esta piada. Estamos na teoria a falar de sociais-democratas que deveriam estar a defender a Igualdade entre homens e mulheres e não de qualquer movimento ultra-conservador que considere que o lugar da mulher é em casa e em especial na cozinha.