segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O Ultimato

Pedro Passos Coelho no seu discurso no Pombal também mostrou a sua falta da capacidade de ter um postura de Estado. Pior esgotou a sua capacidade de apresentar ideias ao país. Abandonou a sua única proposta ate agora, a revisão da Constituição.

E porquê?

Na pressa de querer chegar a eleições, até porque os resultados do PSD nas sondagens está a descer fortemente, concentra todo o seu discurso a realizar um ultimato ao governo, e por arrasto ao país. Como empresário fiquei arrepiado com a desfaçatez de um candidato a governante de, mais uma vez, tentar colocar o país à beira de uma crise artificial.

Na blogsfera encontrei algumas reacções interessantes.

No Causa Nossa, Vital Moreira, avisa que "não se brinca, porém, com coisas tão sérias como a abertura de uma crise política, até porque a simples hipótese de ela ocorrer no próximo Outono tem desde já efeitos perniciosos no clima político, económico e financeiro".

No Vermelho Cor de Alface, Miguel Gomes Coelho, afirma que "De desilusão em desilusão, Passos Coelho, caminha a passos largos para a perda total do capital de esperança que a sua eleição provocou no partido".

No Jumento podemos ler "Temos portanto um líder político que acha fundamental mudar a constituição mas perante a queda nas sondagens borrifa-se nesse projecto e quer ir a votos antes que se faça tarde.".

No Margem Esquerda, Primo de Amarante, explica que "O PSD teve a sua festa anual no Pontal. Lá estiveram todos aqueles que só aparecem quando cheira a poder" .

No Palavrossavrvs Rex, Joshua, diz que "gostou moderadamente das palavras de Pedro Passos Coelho".

No Pedro Santana Lopes, este escreveu antes do discurso, que "A Festa do Pontal onde vai o Presidente do PSD será a mesma a que Marques Mendes recusou ir, com aplauso da opinião bem - pensante? Será a mesma onde Manuela Ferreira Leite não pôde ir, para gáudio, também, da ilustre opinião dominante? Já não é «populista e bacoca»? O Mendes Bota que organiza já não é o mesmo?"

Marcelo Rebelo de Sousa comenta que "Acredita que orçamento vai acabar por ser viabilizado".

Muitos nada escreveram e temos os próprios media a comentar muito pouco. O que se repara é que presentes, dos ex-presidentes do partido, só estava o Menezes, o que digamos não é grande referência.

Será que já se pensa no PSD quem é o Presidente que se segue?

3 comentários:

  1. Meu caro Jorge Valdoleiros,noto e creio,que o meu amigo também se terá já apercebido,da enorme coincidência de processos mentais,entre Pedro Passos Coelho e Manuel Moreira.
    Refiro-me,obviamente,ao facto de ambos usarem de demasiada ligeireza ao apontarem soluções para resolver problemas demasiado sérios.
    No caso de PPC,pelo convite feito ao Primeiro Ministro e Governo para o abandono das responsabilidades governativas,nada preocupado em lançar o país para uma crise ainda mais profunda e simultaneamente,antes preocupado em criar uma imagem de um qualquer D.Sebastião,salvador da Pátria.Ou será que sofre do sindrome de Durão Barroso e vê em todos os seus adversários políticos o sinal do peixe?
    Quanto a Manuel Moreira,a temporada passada no Governo Civil do Porto,deixou-lhe um tique de sobranceria,que não lhe permite a humildade de processos mentais e o reconhecimento dos seus êrros,muito menos o mérito dos seus adversários.Daí que não entenda e não aceite reconhecer os seus inúmeros êrros de gestão à frente dos destinos da autarquia marcuense - penhoras,indemnizações - e o que mais adiante se verá.Narciso não faria melhor!

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  2. A "escola" é a mesma. Viveram os anos do pós 25 de Abril muito novos e com grande actividade partidária, aliás como eu e toda aquela geração, mas depois não tiveram o bom senso de realizar uma carreira profissional antes de terem pretensões políticas a algo mais.

    O cartão do partido deu-lhes acesso a regalias, a cargos, etc. Mas quando tem que gerir a "causa pública" não passam de incompetentes.

    Mas a culpa está nos partidos que elegem este tipo de indivíduos para cargos de responsabilidade e por fim os portugueses que votam neles não tem capacidade de perceber que devem escolher em quem votam pela competência e não pela COR da camisola.

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  3. Uma desilusão ou talvez não!
    Sabe-se que PPC nunca foi o preferido duma certa elite que tem dirigido o PSD, acontece que a democracia tem destas coisas, ele foi eleito, como tal merece ser considerado o líder do partido. É líder, mas pouco, e cada vez menos. PPC sabe disso e de vez em quando, coloca-se em bicos de pés e estica o pescoço para se fazer ouvir e vai dizendo umas baboseiras, e como dizia Jerónimo de Sousa, cada cavadela uma minhoca. Quando percebe a dimensão da asneira tenta emendar a mão ou então manda um seus seguidores explicarem que afinal… o que se quer dizer é… enfim…
    O PSD está mesmo nivelado por baixo, é pena, um partido forte, com verdadeira liderança, esclarecida, consciente e determinada faria melhor oposição. Quanto melhor for a oposição melhor será a governação e isso será bom para Portugal
    Veja-se aqui no Marco como uma oposição forte e credível como a do Artur Melo faz tremer o MM obrigando-o a preparar os dossiers como deve ser. É pena que MM seja tanto egocêntrico, mas esse é um problema que é dele. (Como PPC e MM se devem dar bem)

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